Estranha mulher
Recebi este texto por correio electrónico, enviado pelo PauloFR, já há alguns meses. É da autoria de Maria Ivone Corrêa Dias, membro da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás (Brasil) e a sua publicação aqui é uma homenagem que presto a quem teve tanta sensibilidade ao escrevê-lo:
Eu sei que ela existe (embora eu nunca a veja...), mulher estranha, de mãos imensas, semeando esmolas, misteriosamente, cercada de respeito, de lendas e de temor. As mãos dessa mulher têm forma de amor, mãos que ninam os berços da orfandade, mãos que põem luz na noite da viuvez, mãos que cortam o erro como espadas, mãos que abençoam, que denunciam crime e que trazem, no gesto que redime, toda a unção das próprias mãos de Deus.
Essa mulher tem a graça das Acácias, a ternura que consola a dor alheia, o bem que ela faz gravando só na areia, vem a onda e o leva ao seio do grande Artista que vela sobre o triste, o fraco e o oprimido.
Essa mulher, se escuta algum gemido, se pressente a dor, a injustiça, a queda, como o vento desloca-se, flecha ousada e firme na pressa de salvar, servir e se esconder.
Ela está de pé às portas da miséria...
Junto ao incapaz, ela é o braço potente, amparo ela o é ao lado do indigente, arrimo da velhice, luz da juventude, e ante a própria morte, aos pés do ataúde, essa mulher é esteio, é força e segurança.
Seus braços, quais colunas talhadas na rocha, já sacudiram tronos, muralhas e cidadelas, já libertaram escravos e enriqueceram os pobres, já ergueram nações sobre cinzas de impérios...
Ela já viu morrer os filhos em prol da liberdade, e, embora chorando sobre os seus tristes restos, seu braço ergueu, em sagrado protesto, a bandeira santa do amor universal.
De sua mesa farta, tal como em família, reparte ela o pão da graça feminina, sem humilhar aquele a quem sobrou pobreza, e sua mão direita, segundo o evangelho, jamais presenciou o que a esquerda fez.
A ordem do Senhor: "Amai-vos uns aos outros" à frente do seu Templo essa mulher gravou, e como irmãos se tratam milhões de filhos seus, homens predestinados, cidadãos benditos que não se envergonham - oh não - de crer em Deus.
Essa mulher estranha, sem jóias e sem fraqueza, essa mulher estranha, temida e venerada, mil vezes perseguida, vencendo com galhardia, é cidadã do Mundo, é a MAÇONARIA.
Quando eu for grande, gostava de conseguir escrever assim...
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Segunda-feira vou estar ausente e sem contacto com computadores, pelo que nada publico aqui. A partir de terça-feira, se nada vier a ocorrer em contrário, voltarei. Bom fim de semana!
Rui Bandeira
Eu sei que ela existe (embora eu nunca a veja...), mulher estranha, de mãos imensas, semeando esmolas, misteriosamente, cercada de respeito, de lendas e de temor. As mãos dessa mulher têm forma de amor, mãos que ninam os berços da orfandade, mãos que põem luz na noite da viuvez, mãos que cortam o erro como espadas, mãos que abençoam, que denunciam crime e que trazem, no gesto que redime, toda a unção das próprias mãos de Deus.
Essa mulher tem a graça das Acácias, a ternura que consola a dor alheia, o bem que ela faz gravando só na areia, vem a onda e o leva ao seio do grande Artista que vela sobre o triste, o fraco e o oprimido.
Essa mulher, se escuta algum gemido, se pressente a dor, a injustiça, a queda, como o vento desloca-se, flecha ousada e firme na pressa de salvar, servir e se esconder.
Ela está de pé às portas da miséria...
Junto ao incapaz, ela é o braço potente, amparo ela o é ao lado do indigente, arrimo da velhice, luz da juventude, e ante a própria morte, aos pés do ataúde, essa mulher é esteio, é força e segurança.
Seus braços, quais colunas talhadas na rocha, já sacudiram tronos, muralhas e cidadelas, já libertaram escravos e enriqueceram os pobres, já ergueram nações sobre cinzas de impérios...
Ela já viu morrer os filhos em prol da liberdade, e, embora chorando sobre os seus tristes restos, seu braço ergueu, em sagrado protesto, a bandeira santa do amor universal.
De sua mesa farta, tal como em família, reparte ela o pão da graça feminina, sem humilhar aquele a quem sobrou pobreza, e sua mão direita, segundo o evangelho, jamais presenciou o que a esquerda fez.
A ordem do Senhor: "Amai-vos uns aos outros" à frente do seu Templo essa mulher gravou, e como irmãos se tratam milhões de filhos seus, homens predestinados, cidadãos benditos que não se envergonham - oh não - de crer em Deus.
Essa mulher estranha, sem jóias e sem fraqueza, essa mulher estranha, temida e venerada, mil vezes perseguida, vencendo com galhardia, é cidadã do Mundo, é a MAÇONARIA.
Quando eu for grande, gostava de conseguir escrever assim...
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Segunda-feira vou estar ausente e sem contacto com computadores, pelo que nada publico aqui. A partir de terça-feira, se nada vier a ocorrer em contrário, voltarei. Bom fim de semana!
Rui Bandeira
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