Revoando...
Cheguei a convencer-me que o meu Irmão se preocupava deveras com a minha pontaria e quando chego ao fim o que constato ? Que o meu Irmão José só teve aquela preocupação pelo interesse próprio ! O que Ele quer, mesmo, é a Abetarda com os Trimolletes… e está com medo que eu não acerte ! José, convenhamos que não é bonito.
Desta vez não desculpo.
Agora a sério, apenas pretendo acrescentar o seguinte:
Como em muitos casos a evolução da acção adoça as arestas rígidas do conceito estabelecido teòricamente.
No meu ponto de vista Tu tens razão na exposição dos conceitos e sua diferenciação. Do ponto de vista teórico é como dizes, tal qual.
Penso que a prática da guerra tem aproximado os dois conceitos, guerrilha e terrorismo, sendo este uma arma a ser usada por aquela, numa dependência que acaba por os misturar.
Considero extremamente difícil, actualmente, definir onde começa uma e acaba outro.
Talvez seja possível mas, para mim, a fronteira está esbatida com tendência para o esbatimento total.
Se calhar o Rui diria que é o principio dos vasos comunicantes…
Outro aspecto tem a ver com os que combatem o terrorismo e com o “tino de não criticar os que o estão a fazer por nós”.
Bem, estou a milhas de pretender atrapalhar a luta contra o terrorismo, mais e como penso que sabes, também lutei directamente contra o “terrorismo” e, à minha maneira e ao meu nível, tento fazê-lo permanentemente.
Ora há aqui vários aspectos a ponderar.
Um – Não consigo justificar os meios com os fins;
Dois – O conceito de terrorista não é definitivo. Os terroristas que eu combati, erradamente mas honestamente, acabaram por ser os heróis e nacionalistas das suas próprias nações (e muito bem, penso eu agora);
Três – Entendo que as sociedades organizadas como Nações, precisam absolutamente de uma entidade que deve permanecer secreta e que deve ter como finalidade a obtenção de informações sobre tudo o que possa pôr em risco e identidade da Nação e a segurança dos nacionais respectivos. Parece-me não haver aqui qualquer desacordo entre nós. Eu talvez mantenha algumas raivinhas antigas, se calhar incorrectamente, mas mantenho. Garanto-te que iria aos arames se alguém se lembrasse de voltar a dar o nome de PIDE a qualquer serviço de informações que exista ou venha a existir ! Ainda que as pessoas, a época, o enquadramento legal, o sistema de controlo e tudo o resto seja completamente outro. Não perdoaria a quem se lembrasse dessa. É uma das minhas raivinhas, só que ainda restam mais umas tantas.
Quatro – A CIA continuará obviamente a fazer o seu trabalho, pretensamente de protecção do mundo ocidental (?), só que seria bem melhor que o fizesse bem e com métodos que a consciência humana não possa condenar. Eu estou convencido que é possível fazê-lo, não estou convencido que ela o faça.
Mas podes ter a certeza que, conscientemente, não serei eu a prejudicar esse trabalho, e se as regras forem as minhas, até me alisto na CIA …
JPSetúbal