A
música que hoje publico, “Los Hermanos”, e que em relação à qual poderia ter feito a sua respetiva
análise quanto à simbólica maçónica que se pode encontrar nela, não a farei.
E
não a farei apenas porque o simbolismo intrincado nela é bastante explícito, bem
como quero deixar ao critério de quem a ouve ou mais abaixo lê a sua letra,
fazer esse tipo de exercício.
Esta
canção pertence a um autor, compositor e músico argentino que nunca foi membro
da Maçonaria, tendo sido inclusive perseguido e encarcerado pelo regime de Juan Domingo Péron (que era maçom) por
ter pertencido durante algum tempo ao Partido Comunista Argentino.
O
autor desta canção, o argentino Héctor Roberto Chavero (31/01/1908-23/05/1992),
mais popularmente conhecido por “Atahualpa Yupanqui”, legou-nos uma música que
eu não poderia deixar de salientar neste espaço e também de a enaltecer, dada a
beleza e o sentido fraterno contidos nela.
(Para
quem afirmou acima que não faria qualquer análise, expresso aqui uma dica quanto
a algum simbolismo que se possa encontrar implícito na canção).
A
letra da canção que mais abaixo se encontra publicada, está no seu castelhano
original e dada a familiaridade entre a língua portuguesa e a língua espanhola,
creio que também será fácil a quem ler a respetiva letra, efetuar a sua
tradução e compreender o que está escrito, caso contrário, tem a possibilidade de aceder a uma tradução
desta canção aqui .
Assim,
deixo-vos uma das mais bonitas composições que já tive a oportunidade de
conhecer e que encerra em si algum tipo de simbolismo maçónico:
“Yo tengo tantos
hermanos
Que no los puedo contar
En el valle, la montaña
En la pampa y en el mar
Cada cual con
sus trabajos
Con sus sueños, cada cual
Con la esperanza adelante
Con los recuerdos detrás
Yo tengo tantos
hermanos
Que no los puedo contar
Gente de mano
caliente
Por eso de la amistad
Con uno lloro, pa llorarlo
Con un rezo pa rezar
Con un horizonte abierto
Que siempre está más allá
Y esa fuerza pa buscarlo
Con tesón y voluntad
Cuando parece
más cerca
Es cuando se aleja más
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Y así seguimos
andando
Curtidos de soledad
Nos perdemos por el mundo
Nos volvemos a encontrar
Y así nos reconocemos
Por el lejano mirar
Por la copla que mordemos
Semilla de inmensidad
Y así, seguimos
andando
Curtidos de soledad
Y en nosotros nuestros muertos
Pa que nadie quede atrás
Yo tengo tantos
hermanos
Que no los puedo contar
Y una novia muy hermosa
Que se llama ¡libertad!”
Também eu, tal como Héctor
Roberto Chavero, tenho tantos irmãos que não os conseguirei contar, cada um com
o seu trabalho, com o seu feitio, com as suas singularidades pessoais, guardando
na lembrança os que já partiram e auxiliando os que ainda por cá se encontram; semeando
a fraternidade, caminhamos juntos e livres, alimentados pela esperança de um
dia podermos vir a criar um mundo que seja melhor…para todos!
Hoje venho fazer uma sugestão musical para ser utilizada
pela Coluna da Harmonia num momento de descontração em sessão de Loja. E uma
vez que estes momentos também existem, penso que esta canção é apropriada para
ser ouvida durante a sua ocorrência. E como de vez em quando encontramos a
presença da Arte Real onde menos esperamos, decidi partilhar convosco uma
canção que apesar de ser bastante simples não o é na realidade, pois exprime
alguns dos melhores sentimentos que se pode sentir e partilhar com outrém. E
falo-vos da Amizade e do sentimento fraterno que sentimos por quem decidimos
que faça parte da nossa “vida ativa”…
Assim, a sugestão musical que tenho o prazer de
partilhar com os leitores deste blogue é uma canção que encontrei num filme de
animação para crianças. O que poderá causar alguma estranheza a quem lê este
texto.
Uma sugestão musical “maçónica” e logo encontrada numa
animação infantil?!
Pois, não é
habitual se encontrar a presença de princípios morais maçónicos em animações feitas
para crianças (preferencialmente) apesar
de existirem vários contos infantis e bandas desenhadas onde os mesmos se podem
encontrar. Dou como exemplos as “fábulas de La Fontaine”, as estórias
protagonizadas por “Corto Maltese” ou o conto infantil “O Pequeno Príncipe” de
Saint Exupery, entre outros… Mas numa produção Disney, o que é o caso nesta
publicação, e uma vez que o fundador desta empresa, Walter Disney
(05/12/1901-15/12/1966) foi maçom, a possibilidade de se encontrarem
princípios morais maçónicos nos seus filmes e contos infantis nunca pode ser
descartada.
A canção que hoje faço referência, integra a banda
sonora original do filme de animação infantil "Toy Story"co-produzido pela Disney e pela Pixar.
Aquipode encontrar mais informação sobre este filme
infantil. E também durante o visionamento do referido videoclip é possível encontrar a sua letra original. Mas
se preferir uma tradução ligeira desta letra, pode-a encontrar aqui também, apesar de eu traduzir a respetiva letra na análise que irei efetuar a esta música.
O título desta canção é “You’ve got a friend in me
- Tú encontras um amigo em mim -“ e foi produzida pelo compositor musical RandyNewman e a sua letra é:
"You've got a
friend in me
You've got a friend in me
When the road looks rough ahead
And you're miles and miles from your nice and warm bed.
You just remember what your old pal said
Boy, you've got a friend in me
Yeah, you've got a friend in me
You've got a
friend in me
You've got a friend in me
You got troubles, then I got 'em too
There isn't anything I wouldn't do for you
If we stick together we can see it through
'Cause you've got a friend in me
You've got a friend in me
Now some
other folks might
Be a little bit smarter than I am
Bigger and stronger too. Maybe
But none of them will ever love you
The way I do
Just me and you, boy
And as the years go by
Our friendship will never die
You're gonna see, it's our destiny
You've got a friend in me You've
got a friend in me
You've got a friend in me"
Assim numa primeira impressão criada pela leitura
do título da canção, pudemos reter no imediato é que esta canção trata de
Amizade, e por inerência, de Fraternidade; dois dos princípios morais de
excelência da Maçonaria. Mas tal como na sugestão musical anterioronde pudémos encontrar também valores morais tais
como o “Amor Fraternal” e o “Dever de Auxílio”, também na canção “You’ve got a friend in me” os vamos
encontrar apesar de num contexto um pouco diferente.
Enquanto na sugestão musical anterior dava-se ênfase
ao auxílio que deve existir entre irmãos, nesta canção a amizade é enfatizada
em relação aos restantes valores morais que encontramos. E apesar de não se
falar em fraternalismos e nem mesmo em fraternidade de forma explícita, subliminarmente os mesmos
estão bem implícitos na letra desta canção. E a frase “you’ve got a friend in me
– encontras um amigo em mim” é a prova disso.
Quantas vezes existem e conhecemos casos de famílias
desavindas onde os seus familiares nem se falam sequer? E nas quais, os seus membros
se relacionam apenas com os seus amigos?
Quantas vezes nós preferimos o apoio, o abraço ou o
carinho de um amigo em detrimento dos mesmos, efetuados por familiares nossos?
Uma das grandes conquistas que provém da liberdade
que nos oferecida pela vida é a liberdade de escolha. A liberdade de
escolher com quem queremos conviver e de nos intimamente relacionarmos. A liberdade de decidir com quem queremos partilhar a nossa vida
e desejamos fazer o bem. Por certo a nossa família de sangue não a podemos escolher, é algo que é natural. Mas quanto às nossas amizades e famílias fraternais, a escolha só dependerá da nossa vontade e do desejo dos outros em nos acolherem nas suas vidas.
E voltando à análise desta cançãonas frases seguintes, “When the road looks rough ahead And
you're miles and miles from your nice and warm bed. You just remember what your old pal
said Boy, you've got a friend in me” – E quando o caminho em frente te parecer difícil e
estiveres milhas e milhas longe da tua cama quente. Só tens de te lembrar do
que o teu velho amigo disse, Rapaz tú tens um amigo em mim-. Isto bem o
percebem, os maçons. Que mesmo longe do seu lar, seja no ar, na terra ou no mar, terão sempre um amigo ao seu
dispor, um irmão que os poderão apoiar e auxiliar no que necessitem. Aliás um
bom maçom e membro da Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº5 afirma e bem que
“na Maçonaria, a amizade é prêt-à-porter”,
isto é, a amizade encontra-se e faz-se em qualquer parte
do mundo.
No entanto, também o auxílio mútuo que é devido entre irmãos e amigos se encontra bem
patente em “You got troubles, then I got 'em too There isn't anything I wouldn't
do for you If we stick together we can see it through 'Cause you've got a
friend in me” – Tú tens problemas, então eu também os tenho, não haverá
nada que eu não farei por ti e se nos mantivermos juntos nós conseguiremos
ultrapassar isso porque tens um amigo em mim -. Isto é na verdade, o tal "ombro amigo" de que por vezes tanto se fala no mundo profano. É alguém sentir que deve "estar lá" para todas as ocasiões e não estar presente apenas nos bons momentos que a vida proporciona aos seus amigos e irmãos. Geralmente é nos momentos adversos da nossa vida que encontramos ou descobrimos quem realmente são os nossos amigos. O apoio que nos poderão dar nesses momentos menos positivos da nossa vida é crucial para que estes possam ser ultrapassados ou esquecidos.
E, uma vez mais, a amizade é salientada
nesta música novamente em “Now some other folks might Be a little bit smarter than I am Bigger
and stronger too. Maybe But none of them will ever love you The way I do”-
Agora outros rapazes poderão ser um pouco mais espertos que eu para além de
serem maiores e mais fortes. Talvez, mas nenhum deles gostará de ti da maneira
como eu o sinto -. Aqui encontra-se representada a pureza e a intemporalidade de uma grande amizade. A
qual deverá permanecer inabalada seja pelo tempo ou pela distância que por
vezes e por vários motivos pode separar os amigos e irmãos.
Nomeadamente
encontramos o eco destas palavras e deste sentimento na frase “And as the years go by Our friendship will
never die You're gonna see, it's our destiny”- E à medida que o tempo
passa, a nossa amizade não perecerá, e tú o assim irás observar, é o nosso
destino -. E é mesmo esse o nosso destino; pois tal como encontramos no mote maçónico latino “Virtus junxit mors non separabit
– Aquilo que a Virtude juntou, a morte não o separará…” também assim tal ficou
demonstrado nesta última estrofe da canção. Seja neste oriente ou no Grande Oriente
Eterno, juntos uma vez, juntos para sempre…
Mais uma
vez, de algo que inicialmente nada de
maçónico poderia conter, mostrou-se que afinal existe muito para refletir e
principalmente, para sentir…
O
responsável pela Coluna da Harmonia numa loja maçónica deve procurar utilizar
nas sessões da loja a que pertence, músicas que sejam de autores maçónicos e/ou que
se inspirem em princípios e valores maçónicos.
Assim, hoje
trago uma sugestão de um videoclip de uma música que apesar de numa primeira
audição parecer não conter nada de maçónico, mas que adentrando na mesma, muito
se poderá descortinar… Pois tudo na vida é símbolo
e é através da análise dos simbolos que também poderá ser alcançado o
conhecimento…
Honestamente, não sei se o autor da letra e da música será maçom ou não, o que me importa realmente neste caso foram os sentimentos que se encontram explanados na letra desta canção, o Amor Fraternal e o Dever de Auxílio entre irmãos. Sentimentos estes tão caros aos maçons, nomeadamente até já foram abordados estes ditos sentimentos em dois textos dedicados em exclusivo a eles, escritos pelo Rui Bandeira, e que podem ser recordados aqui e aqui.
A canção que acima pode ser visionada e/ou ouvida, pertence ao
músico sueco e também Disc Jockey Tim Bergling (08/09/1989-….) mais conhecido
mundialmente por Avicci, e que tem como
título “Hey Brother”( isto é,“Oh Irmão”) e que pertence ao album
“True” comercializado apartir de 2013.
E uma música com um título destes, qualquer
coisa de simbólico à partida se poderá encontrar nela. Ora vejamos a sua letra:
"Hey Brother"
Hey, brother
There’s an endless road to re-discover
Hey, sister
Know the water's sweet but blood is thicker
Oh, if the sky comes falling down, for you
There’s nothing in this world I wouldn’t do
Hey, brother Do you still believe in one another? Hey, sister Do you still believe in love? I wonder Oh, if the sky comes falling down, for you There’s nothing in this world I wouldn’t do Oh, oh, oh What if I'm far from home? Oh, brother, I will hear you call What if I lose it all? Oh, sister, I will help you out Oh, if the sky comes falling down, for you There’s nothing in this world I wouldn’t do
Hey, brother
There’s an endless road to re-discover
Hey, sister
Do you still believe in love? I wonder
Oh, if the sky comes falling down, for you
There’s nothing in this world I wouldn’t do
Oh, oh, oh
What if I'm far from home?
Oh, brother, I will hear you call
What if I lose it all?
Oh, sister, I will help you out
Oh, if the sky comes falling down, for you
There’s nothing in this world I wouldn’t do
Ao analisar
a letra desta música (quem não perceber a língua inglesa encontra uma tradução ligeiraaqui), encontro algo que para mim é do mais importante que os
maçons poderão fazer pelos seus irmãos, o dever
de auxílio, pois na frase “
if the sky comes falling down, for you There’s nothing in this world I wouldn’t
do” – Se o ceú cair, por ti não
existirá nada que eu não o possa fazer – é demonstrada a vontade que existe em
se auxíliar os irmãos que de tal necessitem; pois estes sabem que quando tudo
na vida poderá correr mal, existirá sempre alguém para os apoiar, para os
reconfortar. E este conforto não tem de ser necessáriamente financeiro, porque
a maioria das vezes uma palavra, um incentivo, um conselho ou um abraço, valem
muito mais que algunsmilhões…
Também nesta
canção, encontro o sentimento fraternal que os maçons sentem pelos seus
semelhantes, que em qualquer parte do globo terrestre terão quem comungue com
eles dos mesmos princípios de vida e forma de estar. Pois até mesmo aqueles que
se encontrem longe do seu lar, poderão receber e/ou dar o seu auxílio aos
Irmãos que dele precisem, uma vez que a distância física não seráimpedimento para nada. O que pode ser
confirmado na frase:” What if I'm far from home? Oh, brother, I will hear you call” – E
se eu estiver longe, eu escutarei o teu apelo -. Seja no ar, na terra ou no mar…,
os maçons estarão para sempre juntos, uma vez que aquilo que foi unido pela Virtude, nada o poderá separar...
Já na frase: “What
if I lose it all? Oh, sister, I will help you out” – E mesmo se eu perder tudo? Oh Irmã,
eu na mesma, te irei ajudar no que for preciso – é possível se verificar que
independentemente da situação financeira ou emocional de um maçom, ele deverá sempre
na medida que lhe for possível, ajudar o seu Irmão. Nesta frase posso encontrar o verdadeiro
cimento que liga a Irmandade
Maçónica, o “amor fraternal”, aquele
amor em que algo se faz, mesmo sem se
esperar qualquer tipo de “reembolso”.
Age-se assim porque sabemos que o
nosso Irmão o necessita e porque achamos que é assim que o devemos fazer.
E nada de
imoral se poderá retirar desta minha afirmação, pois qualquer pessoa na sua
intimidade, auxiliará os que forem mais
próximos de si, sejam eles seus familiares ou amigos. E nenhum tipo de auxílio poderá
derivar em algo criminoso ou ilegal como erradamente e em demasia se supõe.
Bastando para isso, cada um fazer a introspeção e a reflexão moral necessária
sobre qual é a sua forma de estar e de agir na sociedade em que se insere. Uma
coisa é certa, quem necessita de auxílio, deve ser ajudado.
E mesmo na
simples frase que encontramos logo no ínicio da canção e novamente a meio desta, “There’s an endless road to
re-discover” – Existe uma estrada sem fim para redescobrir – , podemos vislumbrar o caminho que um maçom encontrará após a sua Iniciação,
pois ele redescobrirá novas coisas nas mesmas coisas que anteriormente já seriam do
seu conhecimento, possibilitando assim outras visões e/ou opiniões de assuntos
que anteriormente poderia dar como adquiridos e imutáveis. Para além de que,
aprenderá e terá acesso a outros conhecimentos que o ajudarão no seu futuro e
no caminho a que se decidir a prosseguir. Ou seja, este caminho que os maçons se propõem a trilhar, só conseguirá ser executado se for feito com paciência, determinação e perserverância, porque ele é longo e sem fim... Este caminho é a estrada para o auto-aperfeiçoamento… Um
caminho solitário mas que não se é feito sozinho… Aliás essa frase da canção, bem que poderia
ser um mote a mostrar a um neófito daquilo que poderá esperar da sua recente
Iniciação e em relação ao seu futuro, uma vez que nada lhe parecerá o mesmo... Nada será como dantes...
Afinal, uma
canção que numa audição mais ligeira poderia passar íncolume a qualquer um, ao
ouvido de um maçom terá muito que lhe diga e lhe toque emocionalmente. E a mim tocou-me e muito…
Durante
o decorrer de uma sessão ritual maçónica existe o hábito generalizado de existir
música ambiente. Música essa que deverá criar certos estados de espírito aos seus ouvintes para possibilitar uma certa
harmonia entre todos os presentes na sessão.
A
responsabilidade da condução musical numa loja maçónica é do Mestre da
Harmonia, o qual também é designado por Coluna da Harmonia.
A
seleção musical a ser utilizada deverá ser preferencialmente escrita e/ou
musicada por autores maçónicos, nomeadamente Ludwig
van Beethoven, Frédéric Chopin, Wolfgang Amadeus Mozart entre outros, mas também pode ser utilizada música de qualquer
tipo de autor sem prejuízo para os anteriormente citados. O género musical a
ser utilizado também dependerá daquilo a que se proponha fazer o Mestre da
Harmonia em consonância direta com o programa da respetiva sessão maçónica;
sendo que ao conjunto de músicas que integram o seu trabalho se designar por
Prancha Musical.
E
para a elaboração desta prancha geralmente
são utilizadas sonoridades mais clássicas na maioria das lojas, mas na
Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº5, os gostos são muito ecléticos
pelo que é habitual, dependendo de quem ocupe a Coluna da Harmonia, se ouvir
desde música clássica, passando pelo Rock ao Ambient Lounge ou ChillOut e também
às sonoridades new age. Daqui se
poderá depreender que tal como ao nível da utilização das novas tecnologias, também ao nível da seleção musical, a Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº5 é também
uma loja que se poderá assumir como p’rá
frentex…
No
entanto, e apesar da liberdade de escolha musical propiciada pela loja ao
Mestre da Harmonia, a este apenas lhe é pedido ( aliás, exigido por assim dizer…) que com a sua música proporcione o
ambiente ideal ao desenrolar dos trabalhos maçónicos a serem efetuados.
Mas
apesar da vasta e ampla seleção musical que pode ser utilizada numa sessão
maçónica, não pode a mesma ser usada de qualquer forma nem em qualquer tempo.
Existe uma temporização adequada e um tipo de sonoridade específica que se espera escutar em determinados momentos da sessão maçónica,
sejam eles a Abertura ou o Encerramento dos Trabalhos, seja no momento da
execução da Cadeia de União ou na circulação
do Tronco da Viúva; a música deverá criar uma sensação própria a cada um que a
ouvir em relação ao momento maçónico em concreto. Não devendo o estado de espírito dos maçons se
encontrar contrário ao disposto, senão resultaria numa possível quebra da
egrégora criada pela harmonia experimentada pelo conjunto dos irmãos presentes
na respetiva sessão.
E
se no decorrer de uma sessão maçónica existir um momento ritual relevante para
a vida de um maçom, tal como uma Iniciação ou um aumento de salário, a música a ser utilizada deverá ser alvo de uma
especial atenção pelo Mestre da Harmonia para que esses momentos fiquem
marcados na memória de quem por eles passa, pois mesmo aqueles que apenas
assistem e não têm uma intervenção direta no cumprimento do ritual, também
estes acabam por rever esta mesma situação que anteriormente vivenciaram. E
isto também faz parte da formação maçónica, o rever e meditar sobre o que se já
viveu e retirar de aí a devida reflexão.
Pelo
que aqui expus, já deu para perceber que o trabalho efetuado pela Coluna da Harmonia
não é de somenos importância, porque apesar de não ter um papel ritual importante durante a sessão, este é um dos cargos mais ativos da loja; é ele que tem o dever de criar os ambientes específicos e respetivos estados de
alma e isso não é tão fácil como se poderia imaginar à primeira vista. E é mesmo um trabalho
demorado que ocupa algum do tempo disponível que o Mestre da Harmonia tem na
sua vida pessoal, pois ele terá de ouvir bastantes músicas para poder selecionar
aquelas que considere como as mais apropriadas para serem utilizadas no
decorrer de uma sessão maçónica. Se este mestre
for um apaixonado pela música ou inclusivé um melómano até, a sua loja só terá
a ganhar dada a riqueza dos conhecimentos que ele terá e que poderá propiciar
aos seus irmãos.
Nem
todos poderão gostar dos temas musicais que ouviram no decorrer da sessão,
fruto das mais variadas preferências musicais de cada um, mas se a energia que brotou da sessão for a
ideal, a melhor crítica que o Mestre da Harmonia poderá ouvir dos seus irmãos é que
eles sairam contentes e satisfeitos da sessão e que o trabalho que ele
desempenhou contribuiu para esse facto.
A Respeitável Loja Mestre Affonso
Domingues nº5 sempre teve excelentes responsáveis por "darem música"
aos seus irmãos, pelo que se espera que assim o continue a ser...
Estamos no penúltimo fim de semana anterior à "festa da Família (?)", chame-se-lhe Natal ou outra coisa qualquer, de acordo com a cultura e convicções de cada um.
Os míudos ficaram de férias e há muita gente a fugir, ou a preparar-se para fugir das cidades, quem sabe procurando o quê.
Há casos em que se procuram os familiares mais chegados que restam (cada vez menos) nos locais de origem, outros procuram sossego (leia-se, silêncio), outros procuram a diferença e outros ainda procuram sem encontrar e sem saberem o que procuram.
Como o tempo não está para grandes festas (está um frio danado e andam por aí a barafustar por causa do aquecimento...), mantenho a minha tentativa de Vos animar (não faz mal tentar...) com um pouco de música bem disposta.
Se depois de verem os bonequinhos (os que os virem, claro) puderem dizer: - T'á giro... já fico satisfeito.
Se não acharem piada nenhuma... azar. O tempo gasto não foi muito.
O primeiro é dos antigos, daqueles que já não se fazem agora:
O segundo é dos modernos, daqueles que não se faziam antigamente:
Aqui estão com os votos de bom fim de semana, sem fatias, filosofias e chatas tias.
Desta vez por arranjo editorial temos a coisinha leve do fim de semana com um dia de avanço. Assim trago esta semana um curioso exercício musical provando que os pés não servem só para andar ou chutar a bola. São capazes de muitas e brilhantes atuações musicais. Só precisam do instrumento adequado.
Ao fim e ao cabo nada que não aconteça com os outros "artistas", desde que o instrumento seja adequado... até eu toco bem as campaínhas das portas !
Quase 5 meses depois de termos posto musica no blogue, e estando a playlist a ficar muito variada decidi subdividir os estilos de musica.
Assim passa a haver uma lista só com musica classica e uma outra só com musica ligeira. As listas estao colocadas sucessivamente e sao identificadas com cores diferentes, a Azul para musica clássica e a Vermelha para musica ligeira.
O que se ganha ?
flexibilidade de escolher o estilo de musica mais adequada ao gosto e ao estado de espirito.
O que se perde? Para ouvir musica há que ir expressamente à playlist escolhida e iniciá-la.
Esperemos que este sistema funcione, e que seja pratico. Se não for por favor comente e dê a sua opinião.
Descobri um sítio com um manancial importante de informação sobre música e maçonaria. Se o Ruah, atual Mestre da Harmonia da Loja Mestre Affonso Domingues, não o conhece já, ser-lhe-á certamente útil passar por lá. Mas não só ele. Qualquer outro maçon, exerça ou não o ofício de Mestre da Harmonia, terá interesse em por lá passar. Mesmo quem não é maçon, se quiser saber algo mais sobre a relação da maçonaria e dos maçons com a música, certamente apreciará as informações que ali pode obter.
A página de entrada do sítio dá-nos acesso a um texto introdutório, que pode ser lido em inglês, castelhano ou francês. Todo o resto do sítio está unicamente em inglês. Na banda esquerda, o sítio apresenta-nos um conjunto de atalhos para diversas páginas setoriais do mesmo. Também após a introdução se apresenta, ao jeito de índice, um conjunto de atalhos para a restante matéria do sítio. Quer por uma, quer por outra via, o acesso ao conjunto da informação é fácil e intuitivo. A informação disponível parece-me bem organizada e apresentada de modo adequado. Em relação a cada compositor ou tema, são, por regra, disponibilizados atalhos para ficheiros de música, que, através do leitor de multimédia instalado no nosso computador, podem ser ouvidos ou, mesmo, descarregados para o disco.
São individualizadamente tratados quatro compositores referidos como maçónicos: Mozart, Haydn, John Philip de Sousa e Sibelius.
Na página dedicada a Mozart, são disponibilizados cinco atalhos para outros tantos ficheiros de música maçónica mozartiana, encabeçados pelo dedicado à Música Fúnebre Maçónica, K477. Seguem-se seis atalhos para trechos de A Flauta Mágica, incluindo a abertura, o final e quatro árias, nelas se incluindo as duas de Papageno, a de Monostatos e a da Rainha da Noite. São ainda disponibilizados três atalhos para três outras peças musicais "não maçónicas" de Mozart: Eine kleine nachtmusik, K525, a abertura das Bodas de Fígaro e a sonata em lá para piano, K331. Seguem-se a indicação da lista da música expressamente composta por Mozart para ser tocada em Loja ou que tem sido utilizada em tal contexto e vários textos sobre o compositor e a sua obra. O espaço dedicado a Mozart termina com a indicação de mais três atalhos para outros sítios que contém matéria sobre este compositor.
A página dedicada a John Plilip de Sousa contém, além de duas imagens deste compositor luso-descendente, uma em uniforme militar, outra com o típico barrete Shrine, cinco atalhos para outros tantos trechos de música maçónica do compositor e mais seis atalhos para outras seis conhecidas marchas de Sousa: Stars and Stripes Forever, Semper Fideles, Marcha do Sino da Liberdade, El Capitán, Marcha do Washington Post e Marcha do Escoteiro. O espaço termina com a indicação de dois atalhos para dois outros sítios sobre o compositor e a sua música.
O espaço referente a Haydn, para além de um texto sobre este compositor, onde se defende a natureza de composição maçónica da oratória A criação, dispõe de um atalho para um trecho desta obra, mais dois atalhos para outras duas obras deste compositor. Termina com a apresentação de um atalho para o espaço dedicado a Haydn nos Classical Midi Archives, onde é disponibilizada uma completíssima gama de músicas do compositor.
O espaço dedicado a Sibelius contém a foto deste, um atalho para a composição Finlândia, vários textos sobre o compositor e atalhos para outros sítios sobre o mesmo.
Outros espaços do sítio são os dedicados a outros compositores de marchas maçónicas e shriners e a outros compositores e intérpretes maçons.
Muito interessante é o espaço dedicado à Música usada em Loja. Começa com oito atalhos para outras tantas peças musicais habitualmente tocadas em Loja e seguidamente fornece mais um conjunto de atalhos que nos permitem apreciar como, também na música, a maçonaria prima pela diversidade dentro do padrão comum: música usada na Loja americana, música usada nas Lojas inglesas, ágape em Indiana e ágape no Texas.
Ainda mais espaços tem este interessantíssimo sítio. Não os vou referir. O vosso interesse os encontrará. Só abro uma exceção para uma curiosidade: música de gaita de foles e música celta em Loja... Como veem, este sítio dedicado a A música da Maçonariaé um mundo...
Será que já na sua primeira composição, aos 5 anos, Mozart se socorreu da Matemática para escrever música? Qual a relação entre uma peça de Mozart e um vitral? E será que o número 3 tem um significado especial na Flauta Mágica? No próximo Sábado, dia 23 de Fevereiro, às 15h30, assista no Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva a mais um colóquio sobre A Matemática das Coisas e descubra a relação entre Mozart e a Matemática. A entrada é gratuita. Carlota Simões, docente do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, irá mostrar a presença da Matemática na obra do criador das Bodas de Fígaro e um grupo de alunos da Escola de Música do Conservatório Nacional tocará alguns trechos da Flauta Mágica. E para provar que na obra de Mozart tudo é possível, duas alunas de violino do Conservatório de Música de Coimbra vão tocar a mesma peça de forma bem diferente: uma lendo a partitura de cima para baixo, outra lendo a mesma pauta de pernas para o ar. Até Maio, venha descobrir, através de palestras conjuntas de matemáticos e profissionais de outras áreas, de que forma a Matemática se revela em coisas tão distintas como os jogos de azar, as histórias para crianças, ou o bem e o mal. O ciclo de colóquios A Matemática das Coisas é uma iniciativa conjunta do Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva e da Sociedade Portuguesa de Matemática. Programa completo em http://www.pavconhecimento.pt/ e http://www.spm.pt/
Transcrevo esta notícia recebida do Pavilhão do Conhecimento porque a considero verdadeiramente interessante.
Por mim, lá estarei, salvo "acidente de percurso" inesperado.
Com o atraso de 2 dias, isto de disponibilidade de tempo tem andado algo atrapalhado, trago-Vos a recordação de um Português GRANDE.
Fez 20 anos que passou ao Oriente Eterno (anteontem, 23) e Portugal recordou José Afonso, quem foi, o que nos legou, o que é ainda hoje, 20 anos após ter deixado o mundo que o insultou e a humanidade que Ele defendeu como muito poucos.
Para os da geração de "40" o "Zeca" foi, em determinado momento da vida de Portugal, verdadeiramente "a luz ao fundo do tunel" teimando em brilhar contra quase tudo.
Na sua preocupação central de defender a Liberdade, de espalhar Fraternidade, de promover Igualdade, "Zeca" foi único em dimensão, em sentido de futuro, em projecto de vida para a humanidade, na forma que adoptou para o fazer.
Há 20 anos "Zeca" Afonso deixou o mundo, mas não deixou a humanidade.
Ele continua vivo na recordação dos que Lhe devem "enormes" momentos de abertura de esperança e, tal a Sua dimensão, em muita juventude actual, que havendo nascido muito após a Sua morte retomou os seus temas e os seus motivos.
Parte importante da música de intervenção urbana actual, hip-hop tão em voga, foi confessadamente buscar ao "Zeca" muita da inspiração com que combate a descriminação e aponta um rumo de esperança, particularmente aos jovens, ensinando que há saídas possiveis e que vale a pena lutar por elas.
Em muito dessa música é evidente o grito solidário e o protesto pelo mundo fraterno que devia estar instituido... e não está !
Esse foi o tema do "Zeca", e foi a Sua luta, e foi a Sua prisão, e foi a Sua alegria, finalmente, quando em 25 de Abril de 1974 viu o dia amanhecer ao som da Sua música e o Sol a brilhar na esperança da luta que tinha travado durante toda a vida.
Recordo-me que a primeira edição do "Vampiros" (... eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada...") tive de a pedir ao meu cunhado que estava em medicina em Coimbra, para me arranjar um exemplar (vinil e 45 r.p.m. ...), só possível no circuito clandestino das Academias e das Associações de Estudantes (numa tarde qualquer do início dos 70's entrei na Sasseti, na altura ficava numa esquina da R. do Carmo, para comprar um disco do José Mário Branco. A cara do jovem, tão jovem quanto eu próprio, desconfiado a olhar para mim assim como que "é desta que vou dentro..." ficou-me inesquecível, e lá me vendeu o disquinho, "long play 33 r.p.m.", metendo-o num saco de papel debaixo do balcão e pedindo-me para não o abrir na rua !).
Era assim a vida portuguesa e devemos ao Zeca muito do que foi feito para a alterar.
Azeitão 1979-1987 "Curioso é que nós passamos 40 ou 50 anos de uma vida a fazer determinadas coisas e um dia mais ou menos de repente, sem que renunciemos a nada do que fizemos, apercebemo-nos de que tudo deveria ter sido diferente. É apenas uma vaga sensação que se instala, sem que saibamos defini-la muito bem. No fundo sou muito mais contraditório e supersticioso do que quis admitir ao longo dos anos." "Eu sempre disse que a música é comprometida quando o músico, como cidadão é um homem comprometido. Não é o produto saído desse cantor que define o compromisso mas o conjunto de circunstâncias que o envolve com o momento histórico e político que se vive e as pessoas com quem ele priva e com quem ele canta. "Não me arrependo de nada do que fiz. Mais: eu sou aquilo que fiz. Embora com reservas acreditava o suficiente no que estava a fazer, e isso é o que fica. Quando as pessoas param há como que um pacto implícito com o inimigo, tanto no campo político como no campo estético e cultural. E, por vezes, o inimigo somos nós próprios, a nossa própria consciência e os alibis de que nos servimos para justificar a modorra e o abandono dos campos de luta." " Admito que a revolução seja uma utopia, mas no meu dia a dia procuro comportar-me como se ela fosse tangível. Continuo a pensar que devemos lutar onde exista opressão, seja a que nível for." José Afonso