02 dezembro 2009

Fanfarra para o homem comum

Aaron Copland, compositor

Esta é uma das peças musicais minhas preferidas. Não é demasiado longa - menos de três minutos. Transmite uma sensação de solenidade. É executada sem a intervenção do naipe "nobre" da orquestra - as cordas -, que cede a primazia aos usualmente secundários metais e à percussão. É uma peça musical que se destina a ser executada, não pelas "estrelas", mas pelos "carregadores do piano" (instrumento que, afinal, nem sequer faz parte da orquestra sinfónica...).

Mas o que me atrai primordialmente nesta peça musical é o seu nome: FANFARRA PARA O HOMEM COMUM. Não para o especialista, não para o melómano, não para o solista, não para o génio executante, não para o emblemático compositor. Simplesmente para o homem comum! Para mim, que isto escrevo, para si, que isto lê, para o analfabeto e para o culto, para o rico e para o pobre, para o novo e para o velho - para o homem comum, em todas as suas vertentes. Não para o que se destaca - para o que se mistura e confunde na imensa multidão da Humanidade!

A que propósito vem isto num blogue temático sobre a Maçonaria?

Muito simplesmente porque esta - ao contrário do que por vezes se pensa - também não se destina aos iluminados, à "nata" da sociedade, aos privilegiados. A Maçonaria - que é essencialmente um método e um meio de aperfeiçoamento pessoal, nas vertentes moral e espiritual - destina-se essencialmente ao Homem Comum! Ao Homem Comum de boa vontade, interessado em melhorar, em evoluir, em crescer. A Maçonaria recebe, e ajuda a desenvolverem-se, homens comuns. Para que se tornem melhores! Provavelmente, por assim se tornarem, para se transformarem em homens incomuns. Mas com o propósito último de que, de tantos vir a melhorar, fazer com que os incomuns venham a ser, verdadeiramente, e simplesmente, comuns!

Rui Bandeira

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