28 novembro 2009

Amigos... AMIGOS ... sempre

Estamos a falar de Amigos. De AMIGOS !
E amigos são todos os que aqui vêm.
E os amigos não têm de concordar sempre.
E os amigos também discutem.
Mas... os amigos não deixam de ser amigos.

Este pequeno vídeo dá-nos uma indicação de como é possível os animais entenderem-se.
Os animais de 4 patas... quanto aos de 2... muita água tem de correr ainda.

De qualquer forma a minha intenção às 6. feiras (ou ao Sábado... ou ao domingo... consoante a oportunidade disponível) é deixar um toque de boa disposição para o fim de semana.
Eu repito... "intenção" ! Se o objetivo é conseguido ou não, é outra conversa e depende mais dos leitores do que do escriba.
Se for possível, ótimo, se não for assim... continuemos a tentar.
Há milhões de vídeos, power-point's, sonetos, poemas, versos soltos e "presos", cantigas e músicas, pimbas e óperas,... eu sei lá o que há por esse universo à volta para glorificação da Amizade, e para mostrar exemplos, e para ensinar a ser amigo (como se isso se aprendesse em curso com manual e tratado), e para mais uma data coisas que não têm nada a ver com a Amizade de verdade que simplesmente se cria ou não se cria, se merece ou não se merece, e ponto final.
A sugestão agora é uma voltinha no vídeo que aí vai:

Posta esta estorinha do vídeo, segue um complemento.
Convém esclarecer que tudo (ou quase...) do que para aqui trago é material fornecido gratuitamente por... ... amigos, claro, que diariamente e muitas vezes noturnamente, me enchem a caixa do correio com "tretas" de grande utilidade e algumas de enorme beleza.

Obrigado a todos..



Caros Amigos... bom fim de semana. Divirtam-se e cuidado com os amigos.

JPSetúbal

27 novembro 2009

O Gato


Todas as noites, quando o guru se sentava para fazer as preces, o gato do ashram entrava e perturbava os presentes.
Por isso, o guru mandou que o gato ficasse amarrado durante o serviço da noite.
Depois de o guru morrer, o gato continuou a ser amarrado durante o serviço da noite.
E, quando o gato morreu, foi trazido outro gato para o ashram, para que pudesse ser devidamente amarrado durante o serviço da noite.
Séculos depois, eruditos tratados foram escritos pelos discípulos do guru sobre o significado liturgico de se amarrar um gato durante a realização do serviço religioso.

25 novembro 2009

Maçonaria e Política



Porque estará tão disseminada a noção de que a integração na Maçonaria confere «influência junto ao Poder Político», que serve para «subir na vida» e «usufruir de privilégios especiais»?

De tal forma que leva maçons a escrever - «CINCO MOTIVOS PARA NÃO SER MAÇOM»?

A pergunta é pertinente e é daquelas que merece resposta, não apenas em outro comentário mas em texto no espaço principal do blogue.

Comecemos por aferir da justeza dos pressupostos. É exato que está tão disseminada a noção de que a integração na Maçonaria confere «influência junto ao Poder Político» ?

Está! É inegável que está! Pelo menos na "opinião publicada". Seguramente nos azedos comentários de anti-maçons ou, mais elucidativo ainda, de adversários políticos de determinado partido político português, que, certa ou erradamente, ganhou fama de ser muito influente entre os maçons.

É óbvio, é evidente que não me agrada esta "tão disseminada" noção. Mas o facto de assim ser não faz com que ela não exista e que esteja menos "disseminada". Não o reconhecer é equivalente ao inútil ato, atribuído, quiçá injustamente, à avestruz, de esconder a cabeça na areia. E com os mesmos ineficazes resultados!

Penso que as várias centenas de textos de minha autoria que este blogue leva publicados mostra bem que essa não é a minha postura. Pode concordar-se ou discordar-se das ideias que aqui exponho. mas, com justiça, não posso ser acusado de fugir ao debate ou às questões incómodas! Vou portanto ensaiar aqui dar a minha resposta, não sem antes deixar bem claro que, na mesma, não se deve ver qualquer juízo de valor em relação a outras organizações que não aquela em que me integro, nem aos seus aderentes. Vou limitar-me a referir factos, tal como os conheço, e a extrair deles as minhas conclusões.

A Maçonaria Universal tem duas grandes variantes.

Uma delas é a Maçonaria Regular, por alguns também designada "de inspiração anglo-saxónica". Considera-se a verdadeira Maçonaria. Reclama-se de ser a seguidora direta das quatro Lojas que, em 1717, fundaram a Grande Loja de Londres, que declara a Grande Loja fundadora da moderna Maçonaria especulativa, erigida sobre as fundações da antiga Maçonaria operativa. Não abdica de dois princípios essenciais: a crença num Criador, qualquer que seja a designação que cada um lhe dê ou a religião que cada um professe, que designa por Grande Arquiteto do Universo, e a sua vocação exclusiva de se destinar ao aperfeiçoamento individual, moral e espiritual, dos seus membros. Como corolários destes dois grandes princípios, resultam a proclamação do eminente valor da Tolerância, no sentido de que se deve reconhecer ao Outro o direito às suas ideias e à expressão delas, ainda que delas profundamente se discorde, pois as ideias rebatem-se com argumentos, não com proibições ou ostracismos; a consideração de que as mudanças a que o maçom deve aspirar são as que reconhece dever haver em si próprio, não havendo lugar, enquanto maçom e enquanto Maçonaria, a intervenção na Sociedade, muito menos de caráter revolucionário, limitando-se a única intervenção do maçom na sociedade ao exemplo que der pela sua conduta, atuando o maçon e a Maçonaria sempre no estrito respeito da Legalidade vigente em cada lugar; a recusa de intervenção política, enquanto maçom ou enquanto Maçonaria, pois a luta política deve ser estranha à Fraternidade entre maçons e o respeito pelas ideias do Outro implica que cada maçon é livre de, individualmente, ter as posições que entender e, enquanto cidadão, intervir politicamente como quiser, não havendo lugar a qualquer "indicação" política ou "congregação" de vontades políticas.

Outra variante é a que costumo designar de Maçonaria Liberal, ancorada na evolução sofrida pelo Grand Orient de France, na sequência de vários fatores: rivalidade franco-britânica, evolução das condições sociais em França (Revolução Francesa), inserção dos atores políticos na Maçonaria. Esta outra variante é em quase tudo consentânea com a primeira, com duas importantes exceções: por um lado, aceita a presença de agnósticos e ateus nas suas fileiras, fundamentando tal opção no princípio da Liberdade de Consciência e na não ingerência na convicção alheia (elevando o corolário da Tolerância ao primado de princípio, gerador, por sua vez, de um outro corolário, o laicismo); o entendimento de que a missão principal da Maçonaria é a melhoria da Sociedade (e não apenas dos seus membros, individualmente considerados), cabendo à Maçonaria pugnar pela realização da trindade essencial dos princípios políticos (Liberdade-Igualdade-Fraternidade) e trabalhar pela sua aplicação na Sociedade, mesmo por meios revolucionários, se tal se justificar, designadamente por inexistência de regime político democrático.

Como é sabido, a evolução histórica em Portugal ocorreu no sentido de que, muito cedo, a Maçonaria que se implantou e, durante muitos anos, em exclusivo existiu no País, foi a desta última variante.

Não é segredo para ninguém que o Movimento Republicano foi fortemente influenciado pelos Maçons da época, podendo mesmo dizer-se, creio que consensualmente, que a Revolução Republicana de 1910 foi fortemente influenciada, para não dizer mais, pela Maçonaria da vertente liberal.

Os principais políticos da I República foram - é sabido - maçons liberais. A esta luz, percebe-se melhor que, no dealbar do salazarismo, uma das medidas tomadas tenha sido a proibição da Maçonaria. Esta, sempre na sua vertente liberal, no entanto, foi conseguindo existir clandestinamente, com ligações aos opositores do regime de Salazar e, mais tarde, de Caetano. Restaurada a Democracia e novamente legalizada a Maçonaria, liberal, esta era constituída essencialmente por velhos republicanos e políticos e outros opositores ao regime derrubado. A nova ordem política pós-25 de Abril incluiu, em lugares de destaque, maçons liberais. Que se rodearam de quadros mais jovens que, atraídos para a política, também inevitavelmente o eram para a Maçonaria liberal. A vocação de intervenção política e social da Maçonaria Liberal pôde voltar a concretizar-se, após o derrube da Ditadura.

Só há cerca de 20 anos, foi introduzida formalmente em Portugal a Maçonaria Regular. Esta não tem, enquanto tal, qualquer intervenção política. Não é, assim, um local especialmente apetecível para políticos e candidatos a políticos.

Mas mais de um século de intervenção política da Maçonaria liberal deixaram marcas. Não admira que o comum das pessoas associe uma Maçonaria, a liberal, que assumidamente considera ter um campo de intervenção útil na Política, a «influência junto ao Poder Político» - particularmente quando, historicamente, a teve! Quanto ao "subir na vida" e aos "privilégios especiais", são fatores associados, no imaginário corrente, aos políticos, seus privilégios e idiossincrasias e, inevitavelmente, foram, nesse imaginário comum, por associação também aplicados à Maçonaria com atividade política, a liberal.

A Maçonaria Regular, aquela em que me incluo e se incluem os elementos da Loja Mestre Affonso Domingues, integrante da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, contrariamente ao ramo liberal, não tem intervenção política. Postula como seu objetivo o aperfeiçoamento individual dos seus membros. Forma consciências. E cada um, segundo a sua consciência, como livre-pensador que é, intervém onde entende, como entende, se entende. Agrupando livre-pensadores, a Maçonaria Regular não tem a pretensão (logicamente votada ao fracasso...) de pretender que esses livre-pensadores pensem todos de forma igual - por isso considera não ser sua vocação a intervenção política que, para existir de forma minimamente eficaz, implica alguma concordância de pensamento.

Atento o lastro histórico que existe decorrente da antiguidade da implantação da Maçonaria liberal no nosso País, é inevitável a existência da associação entre Maçonaria (liberal) e Política. A Maçonaria Regular, tendo uma firme orientação diferente, necessita de esclarecer bem a sua posição. Não quer que ninguém se interesse pelos seus princípios induzido em erro pelos condicionalismos históricos. Daí que esclareça, cuidadosamente, a questão. Daí que escreva e publique textos como Cinco motivos para NÃO SER maçom!

Rui Bandeira

21 novembro 2009

O obstáculo no nosso caminho

De acordo com os meus queridos Manos entrei hoje... em tempo "extra" !

Não sei se é uma fina alusão ao futebol e ao período extra que os árbitros sempre dão após o tempo regulamentar significando que o meu "tempo de jogo já acabou", mas se é... tudo bem, eu tratarei de ir preparando o caldeirão para quando Vocês chegarem não ficarem à espera !!!

Entretanto chegou-me, sob a forma de lição (esta é uma de 5) mais um "continho" que Vos passo.















O obstáculo no nosso caminho

Em tempos antigos, um rei mandou colocar um enorme pedregulho num caminho. Depois escondeu-se e ficou a ver se alguém retirava a enorme pedra.

Alguns dos comerciantes mais ricos do Rei passaram e simplesmente se afastaram da pedra, contornando-a. Alguns culpavam em alta voz o Rei por não manter os caminhos limpos. Mas nenhum fez nada para afastar a pedra do caminho.

Apareceu então um camponês, carregando um molho de vegetais.
Ao aproximar-se do pedregulho, o camponês colocou o seu fardo no solo e tentou deslocar a pedra para a berma do caminho. Depois de muito empurrar, finalmente conseguiu.

O camponês voltou a colocar os vegetais ás costas e só depois reparou num porta-moedas no sitio onde antes estivera a enorme pedra.

O porta-moedas continha muitas moedas de ouro e uma nota a explicar que o ouro era para aquele que retirasse a pedra do caminho.

O camponês aprendeu aquilo que muitos de nós nunca compreendem!

Cada obstáculo apresenta uma oportunidade para melhorar a nossa situação.

Ora bem, para mim trata-se de uma lição bem interessante e que me deixa a pensar.


1 - Primeiro porque sendo gordo não sou propriamente um Obelix;
2 - Segundo porque nunca dei por um pedregulho destes. Uns calhauzitos de quando em vez e vá lá...
3 - Terceiro porque tenho a certeza que se encontrasse mesmo o tal pedregulho e o afastasse, acabava encontrando uma carteira de crise, ... sem chêta !

Ou então, o que não sei se seria mais inteligente, sentava-me e punha-me a lascar a pedra, ponto aqui, ponto acolá, até ela ficar ao meu jeito.
E depois, como ainda por cima sou republicano, concluiria que debaixo da pedra estava... nada.

Ou será que não é debaixo da pedra que devo procurar... ?
Pois se calhar é isso... não é debaixo da pedra não.
Talvez dentro de mim.

A ver vamos, "como diz o cego".


Tenho esperança que este tempo extra tenha a dimensão daqueles que os árbitros arranjam quando o Porto está a perder... aquilo dura até eles meterem o golito do empate !
E se fôr assim até pode ser que consiga mesmo encontrar ainda alguma coisa.

Mesmo que não seja uma carteira.

Cá vai. Vou apagar as velas.
Grande abraço e bom fim de semana.



JPSetúbal

Extra! Extra!


O JPSetúbal faz hoje

69 anos!

Como disse certa vez um Presidente da Asssembleia da República... curioso número!

Aliás, quando buscava uma imagem para ilustrar este texto, encontrei uma razoável percentagem de imagens brejeiras.

Mas este blogue é temático e.. nada recusando das coisas boas da vida, que os maçons prezam o esoterismo, mas não são monges e, portanto, não consideram esoterismo incompatível com erotismo... não é dado a brejeirices! Bem basta pisar (levemente?) o risco com as voltas que o texto deu até aqui...

Portanto, a imagem escolhida para ilustar este texto é alusiva à famosa "Route 69" americana. Pretende-se com ela simbolizar que este aniversário do JPSetúbal é essencialmente um marco na estrada da vida que ele percorre.

Completa agora o JPSetúbal o último ano da década dos "sessenta". Para o ano, entrará na década dos "setenta", desejamos todos que com a mesma boa disposição, agilidade e lucidez, física e mental , com que faz o favor de alegrar e valorizar as vidas dos seus familiares e dos seus amigos.

Um Feliz Aniversário e um aprazível novo ano de vida é o que todos desejamos ao reformado mais ocupado que conhecemos.

Três triplos abraços fraternos aqui deixam ao JPSetúbal os amigos

Rui Bandeira
José Ruah
A. Jorge

18 novembro 2009

Versão brasileira de "Cinco motivos para NÃO SER maçom"


Publicado no A Partir Pedra em 10 de abril de 2007, o texto Cinco motivos para NÃO SER maçon vem, desde então, e ano após ano, a ser o texto mais lido do blogue. Sugiro que o leitor siga agora o atalho que coloquei no seu título e o leia ou releia, para melhor apreciar o que vem aí.

E o que vem aí é uma versão criada especificamente para o Brasil e a realidade brasileira desse texto. É seu autor o Irmão N.·. A.·. S.·. (ele, se assim o entender, mais completamente se identificará; eu não o faço, pois respeito o compromisso de nunca revelar a identidade de um maçom, que não se tenha antes publicamente identificado como tal e não sei se tal sucedeu com este Irmão), Mestre Instalado da A.·. R.·. L.'. M.·. Justiça e Liberdade, nº 13, a Oriente de Aracaju - Sergipe.

O autor desta versão teve a fineza de ma enviar e deu-me autorização para aqui a publicar, o que muito lhe agradeço.

Aqui deixo, pois, a versão para o Brasil e realidade brasileira de

CINCO MOTIVOS PARA NÃO SER MAÇOM

1. INFLUÊNCIA POLÍTICA - PODER

Ao contrário do que muitos pensam, a Maçonaria Universal, pelo menos a Maçonaria Regular, não detém mais influência junto ao Poder Político, como ocorreu no passado, do que qualquer outra instituição social, a exemplo das igrejas praticantes dos mais variados credos religiosos, sindicatos classistas, movimento dos "sem terra" e outros do gênero, porque a maçonaria nada tem a ver com política partidária, nem com os políticos inescrupulosos que infestam a sociedade, nos dias de hoje. A única influência que a Maçonaria pode exercer, nesse sentido, quando age e pensa como maçonaria, é apenas a influência de ordem moral, pelo exemplo efetivo dos seus membros, através da aplicação dos seus princípios fundamentais, apregoados ao longo dos séculos. Engana-se, pois, quem pensa que, ao agregar-se à Maçonaria, através dela, pelo respeito que ela ainda inspira, terá livre acesso aos corredores do Poder.


Aliás, uma das coisas que o maçom logo observará, quando fizer uso do bom senso e da sabedoria maçônica, é que esse famigerado Poder é mais ilusório do que real, além de efêmero e corruptor dos bons costumes, com o esclarecimento adicional de que, num ambiente democrático qualquer, conscientemente, deverá ficar bem claro que o Poder só conferirá autoridade àquele que os demais indivíduos membros admitirem reconhecer e permitir. Em Loja Maçônica Regular, entretanto, o detentor do Poder e condutor das decisões, em razão da autoridade conferida pelos seus membros ativos, é o Venerável Mestre, com a observação oportuna, de que todos os Mestres que sentam na Cadeira do Rei Salomão, paradoxalmente, não possuem mais direitos do que o Aprendiz mais recente, mas têm, em contrapartida, mais responsabilidades e deveres de que todos os demais Mestres.


Ante o exposto, conclui-se, então, que quem busca o perfume do Poder, sem a busca, em primeiro plano, do fiel cumprimento dos seus deveres maçônicos, inclusive sem a consciência de quais sejam as suas responsabilidades, como "parcela ativa" da sociedade, esse certamente não encontrará apoio e guarida na maçonaria, porque na maçonaria, ao contrário do que ocorre no mundo profano, a maior autoridade tem o nome de humildade e é reconhecida como aquela que serve, que transpira fraternidade, age com honestidade e fomenta a harmonia.


2. INFLUÊNCIA ECONÔMICA - NEGÓCIOS E DINHEIRO


Quem pensar que o ingresso na Maçonaria possa representar uma "porta aberta", para se obter contato com as pessoas economicamente influentes, realizar bons negócios e, desse modo, propiciar condições para "subir na vida", pense outra vez, pense melhor até, pois se esse for mesmo o seu propósito, poupe-se ao trabalho e às despesas consequentes, porque dentro da Maçonaria jamais conseguirá fazer negócios diferentes daqueles que faria, estando fora dela. O que todos lhe pedirão, aqui na maçonaria, é que dê algo de si, continuadamente, em prol dos seus semelhantes, sem mesmo cogitar em retorno algum de ordem material e benefícios de ordem pessoal, de qualquer natureza, porque todos os negócios praticados na maçonaria, estão sempre relacionados com a elevação moral e espiritual dos seus membros, através da busca incessante pela sublimação do espírito sobre a matéria e engajamento efetivo dos seus obreiros, no projeto de se construir um mundo social melhor, mais fraterno e mais justo.


3. INFLUÊNCIA SOCIAL - HONRARIAS E RECONHECIMENTO


Na Maçonaria Regular, como se sabe, todos os seus membros ativos usam aventais, colares, jóias, emblemas e comendas diversas, mas o verdadeiro maçom considera todos esses utensílios, uns como vestimentas úteis e necessárias à prática da ritualística maçônica, outros como meros adereços pessoais, sem qualquer significação simbólica ou esotérica, com a observação oportuna, inclusive, a bem da verdade, que o único avental que todos os maçons podem usar, independentemente do seu grau e qualidade, no âmbito da maçonaria simbólica, é o avental do Aprendiz Maçom, com a sua simbologia única, cuja brancura e pureza deve ser preservada, nunca conspurcada pela prática de ações censuráveis, ilícitas ou indignas, de qualquer natureza. As diferenças entre o avental mais rico, o avental bordado e o mais colorido deles, se comparado com o avental branco utilizado pelo Aprendiz Maçom, são só os preços cobrados pelos seus fabricantes, porque todos eles são igualmente importantes e indispensáveis, de uso obrigatório, em todas as solenidades ritualísticas.


Por outro lado, um maçom regular não deve ser diferente do outro, no cumprimento dos seus deveres maçônicos, tampouco deve utilizar a autoridade de que é detentor, para usufruir de privilégios especiais, que não sejam os de reconhecimento fraterno e de respeito à autoridade conferida pelo seu cargo, sem a reprovável prática de culto à sua profissão, distinção econômica ou posição cultural, exceto nas múltiplas relações iniciadas ainda no mundo profano, porque o tratamento a ser dispensado, nessas ocasiões, será mesmo o apropriado à sua autoridade profana, mesmo quando se tratar de maçom. Ser reconhecido simplesmente como "irmão maçom", em todos os casos, enfim, é a maior honraria recebida pelo obreiro, independentemente do seu status social, profissional ou cargo maçônico que ocupe na instituição.


4. BENEFICÊNCIA - AJUDA AO PRÓXIMO

O maçom bem intencionado, que, porventura, no seio da maçonaria, insista na procura de instrumento ou maneira de como dar vida ao seu desejo impulsivo de ajudar ao próximo, através de movimentos eminentemente beneficentes, se essa for a principal razão que o move em direção da maçonaria, se é só isso que vê, esse maçom também está muito enganado, porque a beneficência maçônica deve ser vista como mera consequência de um trabalho organizado e comprometido com o bem-estar da humanidade, nunca a causa principal da sua existência, sob pena de se ver prejudicada a sua finalidade primordial. O bem intencionado, seja maçom ou não, ele pode desenvolver esse trabalho meritório junto às organizações beneficentes vocacionadas, sem nunca esmorecer, contudo, no são propósito de auxiliar sempre ao seu irmão necessitado, em tudo aquilo que for necessário e justo.


5. CURIOSIDADE - CONHECER O "SEGREDO MAÇÔNICO"


Se a curiosidade, estimado irmão, tem sido o combustível que tem alimentado o seu desejo de continuar maçom, em detrimento da busca permanente pela sua elevação moral e espiritual, através do aperfeiçoamento dos costumes e prática constante da verdadeira fraternidade, como tem ensinado a Sublime Instituição, então não se iluda mais, mude de atitude logo, porque enquanto pensar desse modo, será um obreiro fadado ao insucesso e à indiferença, essa doença insidiosa e letal, que tem atacado as nossas colunas e ceifado a muitos, sem esquecer de que, distante desse espírito maléfico de curiosidade que o envolveu, somente o trabalho, a persistência, a determinação e o querer converter-se em legítimo construtor social, aliado ao respeito pelas nossas tradições, autoridades legalmente constituídas e sistema normativo em uso, somente nessa condição, o irmão poderá incorporar o modelo de maçom vitorioso e de obreiro que sabe praticar, eficazmente, a verdadeira maçonaria.


Rui Bandeira

15 novembro 2009

O MURO




Festejou-se no dia 10, com toda a pompa e circunstância a chamada “Queda do Muro de Berlim”.
Juntaram-se Presidentes e Primeiros Ministros, fizeram-se discursos, cantou-se vitória sobre o fim da divisão física da Alemanha.
É bom que se lembre o muro de Berlim, o que ele significou enquanto existiu, todos os que morreram por se aproximarem dele na ânsia da fuga a um regime ditatorial, policial, opressor.
É bom que se faça isso.
A memória dos homens é fraca demais e a tendência para o laxismo é constante.
Por isso é bom que se provoquem estas recordações, mesmo que com a pompa e circunstância que, se calhar, seria dispensável.
Quem viveu em Portugal antes de Abril de 1974 sabe interpretar bem o que significou, para os alemães, o derrube do muro de Berlim.

A questão é:
- e será que o muro foi mesmo abaixo ?
- completamente ?

Quem vai à Alemanha e aborda o assunto com alemães (especialmente com os que viviam na parte Ocidental) apercebe-se facilmente que ainda há "muito muro para derrubar".
Não vai ser fácil, não… e já lá vão 20 anos !

Entretanto outras preocupações nos ocorrem ao assistir a estas cerimónias, preocupações que decorrem de ver que vários dos que festejam esta vitória da liberdade estão, eles mesmos, a construir os seus próprios muros de opressão (não há volta a dar, estes muros são e serão, sempre, uma opressão sobre os povos !).

Como Maçons temos a Liberdade como base.
Claro, a Fraternidade e a Igualdade também. É dos livros. Está nas regras básicas.
Quem não aceitar estes princípios não pode ser reconhecido como Maçon.
Os problemas relacionados com a estas três grandezas da natureza humana são problemas maçónicos e, pelo menos como tal, devem constituir uma preocupação de todos nós.
Daí eu vir aqui ao assunto. E venho porque me assaltaram dúvidas relativamente à validade de algumas ações e discursos que foram anunciadas.
Soube-me a muito pouco o que se disse, a quase nada o que se fez e a zero o resultado.

Não ouvi qualquer referência aos outros “muros da vergonha” que se vão construindo por toda a parte.
O Sr. Bill Clinton esteve na cerimónia.
O que disse ele acerca dos muros construídos e em construção na fronteira USA/México, nas fronteiras Israel/Cisjordânia ou Gaza ?
E os restantes Presidentes que compareceram à fotografia que palavras (e já não vou ao ponto de perguntar por ações) tiveram para condenar os muros em Espanha, em Marrocos, na Rússia, entre as Coreias, no Iraque, na Índia, na China, na Brasil entre favelas…, …, …

E muitos, muitos outros !

E mais, e mais importantes.
Os muros invisíveis ao olhar que acabam justificando os anteriores. Quais são ?

O muro da injustiça;
O muro das desigualdades;
O muro da corrupção, dos compadrios;
O muro das vaidades, da arrogância, da desresponsabilização;
O muro do analfabetismo;
O muro da miséria moral e física que anda (?) pelas esquinas, túneis e buracos das grandes cidades;
Os muros… tantos, tantos… tantos são os muros a que nenhum daqueles dirigentes se referiu.

Brindaram a um que está em vias de ir completamente abaixo (dizem que já foi) e não falam naqueles que estão, diariamente, a ser erguidos. Porquê ?

E não há muro que não seja uma prisão !

Esta é, tem que ser, uma preocupação maçónica.

Muitos mais muros da vergonha que poderíamos nomear e que nos rodeiam diariamente, sem que façamos seja o que for para os derrubar. Pelo contrário, até os acrescentamos com “tijolo” da nossa laia.
Sob que direito humano se fazem as coisas assim ?

Meus Amigos, todos estes muros são para derrubar.

Urgentemente. E nós temos responsabilidades nisso.

Não é fácil ? Pois não ! Até é mesmo muito difícil.
Mas se fosse fácil nós não faríamos cá falta nenhuma. Outros tratariam de resolver o problema.
Se cá estamos é porque há dificuldades. E na nossa tarefa de trabalhar a pedra que finalidade mais humana (mais Livre, mais Fraterna, mais Igual) do que esta de abrir horizontes, não fechá-los ?

JPSetúbal

11 novembro 2009

O Símbolo Perdido


O Símbolo Perdido, da autoria de Dan Brown e recentemente publicado, conta uma história que se desenrola em torno da Maçonaria e dos seus símbolos existentes na capital americana.


Desde o megassucesso de O Código Da Vinci que os livros deste autor americano, até aí relativamente desconhecido, são objeto de grande curiosidade por parte do público. Estou em crer que se venderam mais exemplares de livros anteriores ao Código da Vinci (Anjos e Demónios, Fortaleza Digital, A Conspiração) depois da publicação da emblemática novela de aventuras sobre os alegados segredos escondidos na Última Ceia, de Leonardo da Vinci, do que aquando da publicação original dos respetivos volumes...

Hoje por hoje, juntar uma novela de Dan Brown e a temática da Maçonaria é êxito editorial garantido. Os exemplares do livro vendem-se como pãezinhos quentes.

A historieta decorre ao estilo do escritor, em ritmo rápido, de leitura fácil e viciante. Na minha opinião, a trama de O Símbolo Perdido tem uma qualidade superior à de O Código Da Vinci. Este, aliás, pese embora o enorme sucesso que teve, em meu entender não passa de uma cópia da estrutura do anterior Anjos e Demónios. Já O Símbolo Perdido revela uma estrutura narrativa diferente, mas igualmente atrativa, embora não isenta de inconsistências (sem revelar o enredo, para quem ainda não leu, a intervenção da alta funcionária da CIA, que se revela fundamental no desenvolvimento da história, não está logicamente justificada: não se entende como teve ela acesso ao vídeo que a alerta para a "emergência de segurança nacional", que estava guardado no computador portátil do vilão e não fora ainda por este enviado para a Internet, pois o mantinha em rigoroso sigilo até ao momento que projetava ser o adequado...). Mas, inconsistências à parte, é uma história que prende o leitor e se lê com algum agrado.

Dan Brown não é maçom - ele próprio o declarou, nas entrevistas de divulgação e lançamento deste seu livro. No entanto, ressalta do seu livro que simpatiza com os princípios maçónicos e que reconhece valor à instituição. Este seu livro é simpático para a Maçonaria, dando dela uma visão completamente diferente das distorcidas e mentecaptas teorias da conspiração que por aí campeiam.

No entanto, enquanto maçom, entendo que, em relação à Arte Real, o mais importante, neste livro, não é a trama aventurosa da história, nem sequer a visão positiva da Maçonaria que o seu autor dá. Dois outros aspetos captaram a minha atenção e considero relevantes.

O primeiro é o profundo conhecimento que o profano Dan Brown revelou da Maçonaria. Com exceção de uma pequeníssima imprecisão (aliás anotada pelo revisor da edição portuguesa), o que Dan Brown descreve, refere, explica, é basicamente... certo! O que confirma uma tese que há muito venho defendendo: pese embora toda a repetida lengalenga de que a Maçonaria é uma sociedade secreta, pesem embora as numerosas variações sobre o sempre repetido tema do segredo maçónico, tudo o que respeita à Maçonaria está publicado e ao alcance de qualquer interessado em saber, em conhecer, os profundos e excelsos segredos dos maçons. É certo que, como também normalmente refiro, tudo o que está certo encontra-se rodeado de impressionante quantidade de lixo, mentiras e irrelevâncias... É certo que a grande dificuldade está em conseguir distinguir o certo e relevante da fantasia, da invenção, da picuinhice sem interesse nenhum... Mas Dan Brown, ao escrever este livro, provou que um profano estudioso, determinado e dotado de bom senso consegue aceder ao que verdadeiramente é a Maçonaria.

O segundo aspeto que captou a minha atenção é que a trepidante história... acaba para aí umas cinquenta páginas antes do fim do livro! As sortes do vilão, da "emergência de segurança nacional", dos protagonistas, ficam todas reveladas cerca de cinquenta páginas antes do fim do livro.

Pois bem: porventura alguns não concordarão, de todo, comigo (e estarão no seu pleníssimo direito, sem qualquer ponta de vestígio de desapontamento da minha parte) mas, na minha opinião, são estas cerca de cinquenta páginas depois de a aventura acabar que valem a pena! A aventura, o suspense, o ritmo cinematográfico, ficaram para trás, a nossa curiosidade ficou satisfeita e... para quem quiser ler com olhos de ler, quem quiser refletir e não apenas olhar... é nessas cerca de cinquenta páginas que está matéria que merece reflexão. Quem o fizer, quem refletir, quem aprofundar dentro do interior de seus pensamentos e meditação, algumas passagens do que naquelas cerca de cinquenta páginas "sem" ação está, chegará porventura a conclusões inesperadas - ou não... Quiçá cada um chegue a conclusões diferentes do parceiro do lado. Mas talvez deva ser assim mesmo!

Gostei, por isso, de ler O Símbolo Perdido. Não por falar de Maçonaria. Mas por se me ter revelado não ser apenas uma história de aventuras, apta a dar uma adaptação jeitosa para o cinema. Ser também um pouco de alimento para o espírito, de elemento para reflexão. E isso, na minha cartilha, é que define um bom livro!

Rui Bandeira

09 novembro 2009

Você sabia que...

Este "Você sabia que..." vem com um atraso considerável (3 dias !).
Para os que já se habituaram à minha lenga-lenga pr'ó fim de semana terão desta vez um novo paradigma (esta está tão na moda que não resisti... "um novo paradigma"... não digam que não é bonito !) que é uma lenga-lenga prá semana.

Como de costume trata-se de um vídeo/texto enviado por um amigo do tempo dos calções para o qual peço a Vossa paciência para a adaptação à realidade portuguesa.
É da autoria de um brasileiro (escrito em brasilês...) e naturalmente com números e exemplos da realidade brasileira, mas em todo o caso muito interessante.
É a chamada de atenção para uma realidade que ninguém põe em destaque, mesmo constituindo a parametrização de toda a nossa vida próxima futura.

Políticos de todos os setores, técnicos de todas as profissões, população em geral interessada ou distraída, todos... mas todos mesmo passam ao lado das questões que aqui são afloradas.
Uns por desinteresse, outros por desconhecimento puro e simples, mas outros (e não são poucos) por comodismo preferem assobiar para o ar e ir andando como se nada se estivesse a passar no mundo. Mas passa !

Digamos que preferiria oferecer-Vos um tema mais simpático para a semana de trabalho, chuva e frio que aí vem, mas "prontes", sei que é "bué da chato", mas às vezes convém ser assim, "bué da chato".

Como dizia o Zeca... "o que faz falta é avisar a malta " !
Estou a avisar !




Hoje vão votos de boa semana, se possível com pouca chuva, pouco frio e muito trabalho produtivo.

JPSetúbal

04 novembro 2009

A Lenda do Ofício - análise crítica: conclusão


Feita a viagem pelos caminhos da Lenda do Ofício, com paragens nos vários apeadeiros que o fluir do tempo foi proporcionando, é tempo de fazer o balanço do que se aprendeu com a jornada, recolhendo esses ensinamentos para uso no prosseguimento da exploração da vereda de nossa vida.

Já em vários dos específicos comentários aos diversos trechos da Lenda chamei a atenção para uma das suas caraterísticas: o aparecimento frequente de anacronismos históricos, no entanto explicáveis por refletirem concretizações de arquétipos, personificações de factos praticados por anónimos, reflexos de evoluções coletivas.

Os anacronismos detetados constituem, evidentemente, entorses (ou quiçá mesmo valentes caneladas...) em relação à verdade histórica. É por isso que se trata da Lenda do Ofício, não da História do dito... Mas, se essas entorses existem e são visíveis, pudemos verificar que normalmente corresponderam, porém, a artifícios de narrativa condizentes com o plano de fundo da evolução histórica. Cobriu-se, várias vezes, a nudez forte da Verdade Histórica com o manto diáfano da Fantasia, embelezando, compondo, agrinaldando, imaginando o que mais seco, duro, quiçá desinteressante, ou até não perfeitamente conhecido, realmente terá ocorrido.

Enfim, a Lenda não é, seguramente História, mas reflete-a. A modos que um Romance Histórico. Todos, ao lê-lo, sabemos que não constitui a exata Verdade Histórica, mas com ela se aparenta, dela flui e com ela se relaciona. E, afinal, há horas para tudo: horas para ler e estudar a História pura e dura e horas para ler e apreciar Lendas, Narrativas e Romances, que bem sabemos não corresponderem inteiramente à verdade factual, mas que apreciamos pela acrescida graça e pelo estímulo da nossa fantasia e imaginação. Não sabemos exatamente como as coisas se passavam no lugar X, no tempo Y, com a pessoa Z, mas porventura terá sido assim, nas circunstâncias assado, com a atuação frito e os resultados cozido... Não sabemos se é exatamente correto, mas, pelo menos é mais nutritivo para a nossa Imaginação...

Outra caraterística a realçar na Lenda é a progressiva concretização e focalização que dela decorre. Adverti que, para os maçons operativos medievais, era comum utilizar-se Maçonaria como sinónimo de Geometria, pura ou aplicada em Arquitetura, por si ou concretizada em Construção.

Mas se verificarmos bem, não só o termo Maçonaria é, na Lenda, sucessivamente utilizado com esses significados, como evolui na sua utilização ao longo da mesma, das épocas mais distantes para as mais recentes e à medida que a narrativa se aproxima do lugar da sua criação, a Inglaterra.

É assim que, no início da narrativa, dedicado aos tempos antediluvianos, Maçonaria é sinónimo de Geometria, e assim continua até à narrativa de Euclides. Quando se chega à narrativa da edificação do Templo de Salomão, o termo Maçonaria começa a ser utilizado com o significado de Arquitetura e construção. E, com a entrada da narrativa pela Europa, cada vez mais o termo se refere a Construção, pura e dura e já nem sequer tanto a Arquitetura. Quando a narrativa desagua em Inglaterra, é já, claramente, este o uso do termo, detendo-se então a Lenda na descrição da criação da organização das regras da arte de construir, da organização do agrupamento profissional dos construtores "oficiais", regras e deveres que deviam cumprir.

A Lenda evoluiu da Antiguidade mais longínqua para os tempos mais recentes, com um similar movimento de evolução da utilização do termo Maçonaria do geral para o particular do ofício da construção propriamente dito.

Finalmente, ressalta de toda a narrativa o Orgulho que constituía para os construtores em pedra o estarem integrados num grupo profissional organizado, com regras, com princípios, com conhecimentos recebidos e acrescentados e aperfeiçoados desde tempos imemoriais.

A Lenda do Ofício foi a narrativa de exaltação de uma associação de profissionais e da sua atividade. Com a evolução da Maçonaria Operativa para a Maçonaria Especulativa, deixando as Lojas de serem locais de trabalho, ou de regulação do trabalho ou das respetivas regras, e passando a ser locais de convívio fraterno e de trabalho, já não de construção de coisas, mas de construção e aperfeiçoamento dos autores das coisas, de Homens, esse legítimo Orgulho dos maçons operativos não é esquecido.

E a Lenda do Ofício continua a ser lembrada pelos Maçons modernos, especulativos, como narrativa respeitante a um ofício que foi, mas sobretudo como símbolo da evolução humana. Na Lenda fala-se de conhecimentos para construir palácios e templos, castelos e cidades, muralhas e torres. E com ela aprendemos que também similar evolução existiu, ao longo dos tempos, na ética dos Homens, que idênticos princípios de cooperação e organização podem inspirar o trabalho de aperfeiçoamento de cada Homem, que também a construção do Templo dentro de cada um de nós se faz, embora sem pedras nem ferramentas para as aparelhar e pousar, com regras, com o cumprimento dos deveres que aprendemos e apreendemos serem imanentes aos homens justos e leais e de bons costumes.

O Ofício será porventura já de outra natureza; mas a Lenda, essa, permanece e continua a ser motivo de Orgulho para todos nós, maçons, como lembrança do que a Humanidade foi e do que cresceu, e do que evoluiu e esperança do que, melhorando cada um de nós a si próprio, a Humanidade melhorará e evoluirá.

A Cadeia de União entre os maçons é constituída pelos elos existentes em todo o globo, mas vem sendo forjada e aperfeiçoada desde tempos imemoriais - desde os tempos em que analfabetos trabalhadores construíam, por suas mãos, incríveis edifícios, que hoje nos espantam como puderam ser construídos sem os meios técnicos hoje conhecidos.

Nós, os maçons, orgulhamo-nos de descender desses construtores de antanho. De todos, desde os mais sabedores aos mais rudes e incultos.

Rui Bandeira

01 novembro 2009

A Água

Apenas os votos de bom fim de semana, sem mais.

Está tudo aí. É só ver !

JPSetúbal