29 maio 2011
25 maio 2011
Maçonaria e Filosofia Pitagórica - o CINCO
A resposta a esta perplexidade encontra-se se não esquecermos e tivermos presente que os pitagóricos encaram os números como a essência de tudo o que existe. O UM (a mónade, o ponto) é a essência do Princípio Criador; o DOIS (a díade, a linha) é a essência da atividade concretizadora do Princípio Criador; o TRÊS (a tríade, o triângulo regular, a superfície) a essência do resultado da união do Principio Criador e da sua atividade, a Criação; o QUATRO (a tétrade, o quadrado, o volume da pirâmide quadrangular de base quadrada) é a essência do resultado do ato da Criação, o Universo. O CINCO (a pêntade, o pentagrama estrelado) é a essência de quê? Basta pensarmos um pouco para vermos claramente a sequência lógica, o que se segue: a Vida!
A Vida é complexa, ilógica, imprevisível; no entanto, profundamente lógica e harmónica. É bela como o pentagrama estrelado, complexa como a sua emergência geométrica, livre, nascendo fora dos cânones antecedentes, singularmente harmónica como a imagem da pêntade.
O CINCO pitagórico simboliza a VIDA, passo seguinte após a Criação do Universo.
Na Natureza, o pentagrama estrelado aparece por toda a parte: repare-se na estrela-do-mar; na disposição das sementes no interior de uma maçã. O valor CINCO aparece também com frequência na Natureza, desde as simples cinco pétalas de uma flor à quantidade de dedos que temos em cada mão e em cada pé e ao número dos nossos sentidos.
Na Antiguidade, a pêntade era reverenciada e a sua construção geométrica mantida secreta (o hábito do secretismo vem de longe...). Os pitagóricos usaram a pêntade como um sinal secreto para se reconhecerem uns aos outros (onde é que eu também já vi isto...?). A construção desta forma geométrica foi mantida secreta e oralmente transmitida muito depois de a Escola Pitagórica ter desaparecido: as guildas de artesãos que usavam o seu simbolismo nas catedrais góticas não escreviam acerca dela. O método de construção do pentagrama estrelado só veio a ser publicamente revelado a artistas e filósofos pelo professor de Leonardo da Vinci, Luca Pacioli, no seu livro Divina proportione.
A Maçonaria herdou diretamente esta simbologia da pêntade e aplica-a particularmente no grau de Companheiro, o tempo em que o maçom se deve especialmente dedicar ao estudo da Natureza e sua leis, de tudo o que é construído, de tudo o que o homem aprendeu. Em Maçonaria, o CINCO é assim associado ao Companheiro maçom.
Fonte:
O Código Secreto, Priya Hemenway, ed. Evergreen, 2010.
Rui Bandeira
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22 maio 2011
Perceção, verdade e tolerância - II
O conceito de "verdade" não é universal, ainda hoje sendo debatido. Os pensadores da antiguidade clássica, como Sócrates, Platão e Aristóteles, consideravam ser a "verdade" a correspondência entre ideias (ou pensamentos) e coisas (ou objetos). Se a ideia correspondia à coisa, a ideia era verdadeira. A perceção da essência da coisa não era questionada; confiava-se nos sentidos. Este pensamento foi o dominante até ao século XIII, em que Tomás de Aquino afirmava ser "a verdade é a (ad)equação entre as coisas e o intelecto", e que "Um juízo é verdadeiro quanto está conforme com uma realidade exterior". A verdade era atingida, nesta perspetiva, sempre que se fazia corresponder à realidade objetiva uma representação em pensamentos, palavras ou outros símbolos.
Todavia, a expressão verbal não é inteiramente inequívoca. As línguas não são absolutamente tradutíveis entre si; há conceitos que se perdem sempre que se procura exprimir certa ideia numa língua distinta que não possua, no que concerne certa palavra, o mesmo campo semântico. Essas palavras "difíceis" são aquelas que, por essa mesma razão, tendem a surgir na sua expressão original nos textos traduzidos. A razão é simples: conceitos subtis ou extremamente complexos podem carecer de uma extrema precisão para que sejam adequadamente expressos, transmitidos e entendidos, e a linguagem pode ser - e frequentemente é - um obstáculo a esse processo.
Recapitulemos então: os nossos sentidos, para além de incompletos, são imperfeitos. A nossa visão só se apercebe de um estreitíssimo espetro eletromagnético a que chamamos "luz visível"; só conseguimos aperceber-nos de certos sons cuja intensidade ultrapasse um certo limiar; e há muitas coisas no mundo de que não nos apercebemos de todo. Por outro lado, o nosso cérebro pode interpretar de forma inadequada os estímulos que recebe nos nossos órgãos sensoriais. As ilusões de ótica são um exemplo clássico, bem como o exemplo do efeito McGurk. A razão na sua manifestação mais objetiva - a matemática e a lógica - vêm a revelar-se igualmente incapazes de constituir sistemas absolutamente coerentes e à prova de quaisquer ataques. Por fim, quando queremos transmitir aquilo de que nos inteirámos sobre o mundo que nos rodeia, não somos capazes de o fazer senão através de meios igualmente imperfeitos e passíveis de introdução de novas imprecisões, novas discrepâncias e novos erros, decorrentes do recurso a linguagens e a símbolos.
Cientes destas limitações, surgem novas ideias em torno do conceito de verdade. Surge, por exemplo, a ideia de que a "verdade" é algo de construído, decorrente de cada contexto histórico, social e cultural, refletindo somente as convenções interpretativas dominantes em cada um desses contextos. Ou a ideia de que a verdade é passível de plebiscito ou a consenso, correspondendo a visão "verdadeira" àquela com que todos - ou aqueles que estão em maioria - concordam. Esta interpretação levou a que chegasse a haver tentativas de decretar novos valores para o "pi" e para a raiz quadrada de 2 - felizmente postas de parte.
Hoje em dia a "verdade", numa perspetiva quer pragmática quer científica, é considerada algo de incompleto, parcial e falível. É um limite para que se tende, algo de que nos conseguimos aproximar, mas sempre sob escrutínio, continuamente posta em causa, e passível de vir a ser contrariada e substituída por uma "verdade mais verdadeira". Perdida pelo caminho fica a inocência da busca da "verdade objetiva", da "verdade absoluta", e a ilusão de se poder conhecer as coisas tais como elas são.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Truth
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18 maio 2011
Maçonaria e Filosofia Pitagórica - o QUATRO
Recordemos que o UM (que determina o ponto) e o DOIS (que determina a linha) são facetas do Princípio Criador, aquele estático, potencial, este dinâmico, a concretização da potência original, e que os pitagóricos entendiam que estes dois números eram os progenitores de todos os demais números básicos (até DEZ). O "filho" primogénito era o TRÊS, que determina o triângulo equilátero, primeiro polígono regular. O QUATRO determina o quadrado.
A forma mais simples de o desenhar, partindo doa intersecção dos dois círculos (a vesica piscis) é traçar uma linha horizontal unindo os centros dos dois círculos (figura do DOIS) e uma linha vertical ligando os dois pontos de interseção dos dois círculos. Seguidamente, com centro no ponto de interseção destas duas linhas, traça~se um círculo unindo os dois centros dos dois círculos iniciais. Finalmente, ligam-se os quatro pontos de interseção entre o círculo menor e as linhas horizontal e vertical previamente traçadas, desenhando-se um quadrado perfeito, inscrito nesse círculo menor.
QUATRO é o primeiro número formado, quer pela adição, quer pela multiplicação de iguais (DOIS mais DOIS e também DOIS vezes DOIS). Assim, os pitagóricos consideravam o QUATRO o primeiro número par e o primeiro número "feminino". O quadrado de lado par, segundo eles, representava a Justiça, pois é o primeiro número divisível de qualquer maneira em partes iguais (Quatro é igual a DOIS mais DOIS e também a UM mais Um mais Um mais UM).
Mas, se observarmos com atenção a imagem, vemos que o quadrado, combinado com os dois segmentos de reta que o cruzam diagonalmente, nos dão a perceção de volume, figurando uma pirâmide quadrangular. O QUATRO, para os pitagóricos, prossegue a evolução dos conceitos geométricos, espelho da Criação: ponto, linha, superfície, agora volume. Neste sentido, o QUATRO pitagórico representa o Universo resultante do ato criador, que tudo conteve, contém e irá conter.
Em termos de Maçonaria, não conheço qualquer referência particular ao número QUATRO. Porventura pela complexidade doa sua representação gráfica, pela reduzida relevância do quadrado na simbologia maçónica ou pela simbologia "feminina"atribuída pelos pitagóricos ao QUATRO, este valor não mereceu particular interesse na Maçonaria.
Na minha opinião, este facto (que se repetirá em relação a outros dos números básicos dos pitagóricos) não afasta - e, mesmo, corrobora - a tese que venho explanando de que os ensinamentos maçónicos, no que toca aos números, derivam e são uma corruptela da filosofia pitagórica. Mas reconheço que, à míngua de comprovação documental histórica, esta tese vale o que vale. Pode ser bene trovata, mas não tenho meios nem conhecimentos bastantes para poder provar ser vera...
Fonte:
O Código Secreto, Priya Hemenway, ed. Evergreen, 2010.
Rui Bandeira
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15 maio 2011
Perceção, verdade e tolerância - I
Paulo M.
Fontes:
http://donn.wordpress.com/2003/10/07/truth/
http://www.youtube.com/watch?v=G-lN8vWm3m0
http://taoism.about.com/b/2009/08/24/truth-perception.htm
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11 maio 2011
Maçonaria e Filosofia Pitagórica - o TRÊS
Considerando os pitagóricos o UM e o DOIS como os progenitores de todos os restantes números, atribuíam ao TRÊS a condição de primogénito, o número mais velho. A sua forma geométrica, o triângulo equilátero, o primeiro dos polígonos é a forma inicial que emerge da vesica piscis; é a primeira de muitas. O UM determina o ponto; o DOIS a linha; o TRÊS o primeiro polígono regular.
O TRÊS é o único número igual à soma dos termos anteriores a ele (TRÊS é igual à soma de UM mais DOIS). É também o único número que, somado, aos seus anteriores, dá um resultado igual à sua multiplicação pelos números anteriores (UM mais DOIS mais TRÊS dá um resultado igual a UM vezes DOIS vezes TRÊS).
O TRÊS significa equilíbrio, harmonia. O Princípio Criador em potência (o UM) e a concretização dessa potência (o DOIS) geram a harmonia e equilíbrio do TRÊS, pois que, como os dois centros dos dois círculos da díade simultaneamente se repelem e atraem, o terceiro ponto, reconciliador das duas forças opostas, ocorre no local superior onde os dois círculos se intercetam. A tríade, assim, constitui uma relação entre opostos que os une e os traz para um novo nível. Daí o seu significado de harmonia, que nos transmite, aliás, uma importante lição de vida: não é possível qualquer resolução duradoura de um conflito entre dois opostos sem um terceiro fator neutro, que equilibre, arbitre e, por essa via, transforme o conflito em relação estabilizada. A escolha do terceiro elemento significa a diferença entre a resolução e a perpetuação do conflito, consoante este seja efetivamente mediador e equilibrador ou não.
As três linhas do triângulo equilátero são iguais, ou seja, são as "três como um", ou seja, são uma tri-unidade, de onde deriva a palavra trindade. Os antigos deuses da religião hindu são chamados trimurti, em sânscrito "um todo que tem três formas". A religião cristã enfatiza a Trindade Divina. Um antigo símbolo cristão (o Olho da Providência) é constituído por um triângulo inscrito num esplendor.
Resumindo, o TRÊS é o resultado, em equilíbrio e harmonia, da união do UM com o DOIS, a forma de resolução harmónica do conflito entre a potência e a ação do Princípio Criador, o resultado dessa resolução harmoniosa: a Criação. O TRÊS, primogénito do UM e do DOIS, constitui assim o primeiro resultado do Criador e da sua ação, a primeva Criação, o equilíbrio e a harmonia primordiais.
Em Maçonaria, e particularmente no Rito Escocês Antigo e Aceite, ensina-se, relativamente ao TRÊS, que simboliza o ser, a realidade e a verdade - ou seja, o produto da Criação - e que o binário se devolve à unidade por meio do TRÊS - isto é, ele é o ponto de harmonia, reconciliação e equilíbrio entre o UM e o DOIS. Mais uma vez, qualquer discípulo de Pitágoras poderia ter escrito isto...
Fontes:
Rito Escocês Antigo e Aceite, Ritual de Aprendiz, GLLP/GLRP, junho de 6007
O Código Secreto, Priya Hemenway, ed. Evergreen, 2010.
Rui Bandeira
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09 maio 2011
No coração de Cracóvia
Paulo M.
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04 maio 2011
Maçonaria e Filosofia Pitagórica - o DOIS
Segundo a Filosofia Pitagórica, o UM transforma-se em DOIS refletindo-se a si próprio e separando-se, original e reflexo, através do movimento ilustrado pela imagem acima. Note-se que, com esse movimento, o centro do círculo define uma linha reta. Atente-se na ligação, que os pitagóricos faziam, da essência dos números à Geometria. Através da essência do UM apreendemos o ponto. Com a essência do DOIS deparamos com a linha reta.
À figura acima reproduzida, e que, para os pitagóricos, correspondia à representação gráfica do DOIS, chamavam estes a díade e esta representava o princípio da dualidade ou da diversidade. Essencial à díade era a polaridade, que ocorre em toda a parte e que está na origem da nossa noção de separação um do outro, da natureza e da nossa própria divindade.
A díade ilustra a divisão, logo, a separação da unidade, mas os seus polos opostos (os centros de cada um dos círculos) atraem-se um ao outro, numa tentativa de se fundirem e regressarem à unidade. A díade simultaneamente divide e une, repele e atrai. A díade é o meio de passagem entre o UM e muitos. Se o UM é o Princípio Criador estático, o DOIS ilustra a dinâmica da criação. Se nada existia, como criar a partir do nada? Utilizando o único "material" disponível: o próprio Criador, que se divide e separa, Dele próprio criando o Tudo. A Criação é o reflexo do Criador. O DOIS representa a ação do Criador a ponte, a ligação entre este e o que foi criado. O DOIS é assim a representação da dualidade que em tudo no Universo existe, a dupla natureza do criado que provém do Criador, Dele separado, mas para Ele sempre irremediavelmente atraído.
O UM é o Princípio Criador e simboliza o Masculino, a força ativa que gera a Criação. O DOIS simboliza o Feminino, a força passiva resultante do ato de criação e simultaneamente condição indispensável a esta e à vida. Note-se que, na imagem gerada pela sobreposição dos dois círculos, o espaço comum destes tem a forma de uma vulva. O DOIS é assim também associado à fertilidade e ao Feminino Divino.
O UM é a Força Criadora em potência; o DOIS é o ato concretizador dessa potência. O UM é imóvel; o DOIS é movimento. O UM é absoluto, o DOIS é relativo. O UM é o Tudo sincrético; o DOIS é o Tudo analítico, dotado de diversidade. É através do DOIS que o UM gera os demais números. Assim, para os pitagóricos, o UM e o DOIS eram considerados os pais de todos os outros números.
A imagem que simboliza o DOIS pitagórico não é exclusiva destes. Esta forma de dois círculos que se sobrepõem aparece desde tempos imemoriais. É também designada por vesica piscis (bexiga de peixe, em latim). Na Índia chamam-lhe mandorla (amêndoa). Esta imagem aparece em várias civilizações antigas da Mesopotâmia, África e Ásia, sempre associada ao processo da Criação.
A Maçonaria, mais especificamente o Rito Escocês Antigo e Aceite, ensina, relativamente ao número DOIS, que a razão humana divide e confina artificialmente o que é UM e não tem limites. Assim, a unidade é repartida entre dois extremos, aos quais só as palavras prestam uma certa aparência de realidade.
O conceito abstrato de DOIS dos pitagóricos, enquanto manifestação atual (em ato) do Princípio Criador, dualidade fecunda que da potência do UM gera o Tudo, que, assim, se reveste das características da dualidade e da polaridade (dia/noite; bem/mal; masculino/feminino; luz/escuridão; branco/negro; repouso/movimento) evolui, na conceção maçónica, no meu entender, e tal como sucedeu com o UM para uma corruptela mais concreta: a perceção humana da Criação; a separação artificial, imprescindível à compreensão pelo Homem do Incompreensível Mistério da Criação, em contraposição ao ilimitado e total UM; a dualidade como degradação, separação, divisão artificial do que é real, mas incompreensivelmente, único e uno.
Afigura-se-me, pois, que, tal como sucedeu em relação ao UM, a interpretação maçónica do DOIS é uma corruptela, uma simplificação, uma visão parcial e limitada, do ensinamento pitagórico, decorrente das alterações, perdas, usuras do tempo, decorridas desde o tempo dos pitagóricos e o século XVIII. Mas o princípio de base está lá: os pitagóricos viam o UM e o DOIS como os pais de todos os números; os maçons vêem-nos como geradores do número que se lhes segue.
Fontes:
Rito Escocês Antigo e Aceite, Ritual de Aprendiz, GLLP/GLRP, junho de 6007
O Código Secreto, Priya Hemenway, ed. Evergreen, 2010.
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 4 comments
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01 maio 2011
O café: motor do Iluminismo
O consumo do café rapidamente se tornou num hábito cada vez mais vulgarizado e, com o vício da cafeína, começou a procura frenética de fontes desta maravilhosa droga, o que originou o aparecimento de comércio externo em larga escala, com todas as inerentes consequências para o desenvolvimento social.
O café, por outro lado, mantinha as pessoas suficientemente sóbrias para darem asas à criatividade e inventarem toda uma gama de pequenos melhoramentos do seu bem-estar diário, concedendo ao cidadão comum uma comodidade como nunca antes tinha experimentado.
Fontes:
http://www.stephenhicks.org/2010/01/18/coffee-and-the-enlightenment/
http://solohq.solopassion.com/Articles/Cresswell/Making_the_Genius_Quicker_A_Complete_Hiftory_of_Man_According_to_Hif_Divers_Delightf_%28Part_Two%29.shtml
http://en.wikipedia.org/wiki/Alcoholic_beverage
Publicado por Paulo M. às 22:44 4 comments
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