19 março 2014
11 setembro 2007
Três comentários a quatro colunas
O primeiro comentário esclarece:
O capitel da Coluna Jónica (Sabedoria) é caracterizado por uma dupla espiral ou volutas (é o capitel que aparece a ilustrar o belíssimo texto “A quarta Coluna”).
Crê-se que a origem das volutas presentes no capitel devem-se ao facto de quando as colunas eram simples troncos de árvore, bem ou mal desbastados, e postas de modo a suportar o peso da trave que aguentava o telhado, costumavam rematá-las com um pedaço de cortiça destinado a evitar a infiltração de água. Sobre a cortiça assentava um tijolo quadrado, e sobre este último a trave. Com o passar do tempo e sujeita à intempérie, esta cortiça ia contornando-se dando a forma da referida voluta.
Como é bom de ver, este comentário completa com a-propósito o texto Sabedoria.
O segundo comentário informa:
Só a título de curiosidade e como complemento.
Segundo o arquitecto Romano Marcus Vitruvius, do séc. I a.C., este atribui a invenção da Coluna Dórica (Força) a Doros, filho de Heleno, dizendo que os primeiros que empregaram tal medida “mediram o pé de um homem e, vendo que era a sexta parte do corpo, aplicaram às colunas esta proporção: qualquer que fosse o diâmetro da coluna no seu pé, dava-se ao fuste, compreendido o capitel, uma altura igual a seis vezes este diâmetro”.
Este comentário complementa o texto Força.
Por sua vez, o terceiro comentário elucida:
Conta a lenda que: - “Os antigos gregos tinham o costume de depositar sobre as sepulturas das virgens os objectos do seu uso e afeição. Morrendo uma donzela em vésperas de casar, a sua ama depositou sobre a sepultura um cesto contendo vários objectos e adereços da falecida, cobrindo-o a seguir com um tijolo quadrado.
Na primavera, um pé de acanto, sobre o qual, inicialmente, tinha sido colocado o cesto, rebentou de novo. Revestindo as paredes exteriores do cesto pelas quais treparam chegando ao tijolo, as folhas começaram a dobrar-se em formas de voluta. Diz-se que o arquitecto coríntio Calímaco, ao passar pelo lugar da sepultura, notou este fato, desenhando o cesto e as folhas.”
Este comentário ensina assim a origem do capitel da coluna Coríntia, a coluna que simboliza a Beleza.
Hélio / Apolo só não conseguiu imaginar como será o capitel da invisível, porque imaterial, coluna do Espírito, a que se refere o texto A quarta coluna...
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 00:28 0 comments
Marcadores: coluna
21 novembro 2006
A quarta coluna
Publicado por Rui Bandeira às 10:15 0 comments
26 outubro 2006
Beleza
Publicado por Rui Bandeira às 09:28 3 comments
24 outubro 2006
Força
A obra humana, para ter valia, deve estar dotada de Força. A acção do maçon deve beneficiar da Força.
Não é de força física que aqui se trata. Ao mencionar esta característica de que devem estar dotados os maçons e o comportamento e as obras destes, quer-se, em primeiro lugar, fazer referência à Força de Carácter que deve ser apanágio do maçon. Força de carácter para seguir o, por vezes estreito e acidentado, caminho da virtude.
Publicado por Rui Bandeira às 10:39 1 comments
23 outubro 2006
Sabedoria
Não é também Cultura. Há por aí muito intelectual superculto que, apesar da pose, destila muita erudição, mas demonstra muito pouca sabedoria.
Não é ainda Inteligência. Há à nossa volta muito bem dotado de células cinzentas que esbanja as suas capacidades com uma ingenuidade arrepiante.
Sabedoria é um pouco de tudo isso, com um nada de aquilo e um pó de aqueloutro, para ser muito mais do que tudo isso.
Sabedoria é a capacidade de fazer o que se deve, quando se deve. A virtude de tomar a decisão certa, na hora adequada, para a situação asada.
Sabedoria é intuir quando é hora de aguardar e quando é o momento de agir.
Sabedoria é sentir quando se deve elogiar e quando se impõe criticar.
Sabedoria é concordar com naturalidade e discordar com elegância.
Sabedoria é prudência corajosa temperada com arrojo medido, misturada com acerto racional envolvido em intuição educada.
O objectivo do maçon é pautar todos os seus actos, dotar todas as suas obras, da virtude da Sabedoria. É um equilíbrio difícil de atingir, para o timorato e para o arrojado, para o novo e para o velho, para o intelectual e para o prático.
Para conseguirmos dotar as nossas decisões de Sabedoria, temos de estar constantemente alerta e no uso de todas as nossas capacidades. Em cada momento é mister temperarmos o nosso impulso com a razão, mas não abafando a nossa intuição, antes completando-a com o resultado de nossa análise.
Agir com Sabedoria não é ganhar sempre; é, por vezes, saber perder, porque a nossa derrota é menos prejudicial do que a vitória sobre outrem; é entender que é preciso conceder a vitória a outrem hoje para vencer amanhã.
Actuar de modo sabedor é lograr atingir, em cada situação, o maior Bem possível, causando o menor Mal que se puder.
Procurar praticar a Sabedoria é uma tarefa de hoje, sempre e durante toda a vida.
Não se é sabedor. Procura-se conseguir agir sabiamente em cada instante.
É uma tarefa de vida. Mas quando se consegue executá-la com êxito, vislumbra-se uma poalha do brilho da Divina Perfeição.
Só procurando utilizar todas as nossas capacidades e todo o nosso esforço no sentido de agir com Sabedoria somos dignos da nossa Humanidade.
Eis porque a Sabedoria é uma das colunas de suporte do nosso Templo Interior!
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 09:52 1 comments