26 outubro 2006

Beleza

O maçon procura revestir-se da característica da beleza. Não é, obviamente, a física que importa. Até porque essa não depende de si, antes da carga genética que lhe foi transmitida por seus ascendentes. A beleza de que o maçon se procura revestir é a interior, resultante da pureza de princípios, da firmeza de carácter, do aprumo moral e da tolerância para com os os outros que deve ser seu apanágio.

Pureza de princípios que constitui o pano de fundo de toda a actuação do Homem. Quem tiver adquirido e os viver como integrantes do seu ser os princípios básicos do respeito para com o Outro, que constituem os fundamentos da Civilização não cometerá agressões contra o seu semelhante. O respeito pela Vida, pela Integridade, pela Liberdade, pela Democracia, pela Igualdade são meros e naturais corolários desses princípios básicos, tão naturais como a faculdade de respirar!

Firmeza de carácter para moldar sua personalidade, combatendo suas fraquezas, mas também para arrostar com as inevitáveis dificuldades que a vida sempre coloca, sem nunca pôr em causa nem incumprir os princípios básicos que devem nortear sua conduta.

Aprumo moral como ferramenta para distinção entre o Bem e o Mal, em todas as suas manifestações e circunstâncias, em especial quando umas ou outras os tornam de difícil destrinça.

Tolerância para com os outros como contrapartida da necessidade de dos outros vermos toleradas nossas próprias imperfeições.

Quem interiorizar estas simples, mas tão exigentes, regras, poderá ser fisicamente horrível, mas acabará por ser reconhecido como Belo por todos aqueles que sabem ver para além das meras e efémeras aparências.

Mas o maçon não procura apenas ter a Beleza em si, procura que as suas obras sejam dotadas dessa característica. Isto é, suas acções, suas criações, suas obras, não basta que sejam sábias e fortes, devem também ser belas. É a beleza que aproxima da perfeição o que se construiu com Sabedoria e Força. Entre dois edifícios, ambos igualmente perfeitamente projectados e edificados, com o recurso a todos os conhecimentos da arte de construir, ambos firmes, fortes e duráveis, qualquer de nós preferirá o que é esteticamente bonito, agradável ao que não possua essa característica.

Buscar dotar as nossas obras de Beleza não é uma futilidade. É uma procura da perfeição possível na actividade humana.

O Belo é divino!

O Templo do maçon é assim sustentado também por esta terceira coluna, a da Beleza.

E assim, buscando nós próprios dotar-nos e dotar nossas acções de Sabedoria, de Força e de Beleza nos aproximamos tanto quanto ao Homem é possível, da Divina Perfeição.

Rui Bandeira

3 comentários:

"Fernando Pessoa" disse...

Agora compreendo melhor o sentido de cada coluna

:)

Unknown disse...

MM.’.QQ.’.II.’.

Mais uma viagem às origens (ou talvez não!...).

Conta a lenda que: - “Os antigos gregos tinham o costume de depositar sobre as sepulturas das virgens os objectos do seu uso e afeição. Morrendo uma donzela em vésperas de casar, a sua ama depositou sobre a sepultura um cesto contendo vários objectos e adereços da falecida, cobrindo-o a seguir com um tijolo quadrado.
Na primavera, um pé de acanto, sobre o qual, inicialmente, tinha sido colocado o cesto, rebentou de novo. Revestindo as paredes exteriores do cesto pelas quais treparam chegando ao tijolo, as folhas começaram a dobrar-se em formas de voluta. Diz-se que o arquitecto coríntio Calímaco, ao passar pelo lugar da sepultura, notou este fato, desenhando o cesto e as folhas.”

TAF

Apolo

Izzy Tech Informática disse...

moro no Brasil em MAnaus no Amazonas, e gostei muito de sua contribuição às colunas que estou pesquisando. saudações fraternas... Eraldo Boechat