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26 dezembro 2016

Os Valores vencerão os medos e o terror


Quis o calendário deste ano que este texto se publique a 26 de dezembro, logo após o feriado do Natal. Espero que todos os que o leem tenham tido umas Boas Festas, em paz, sossego e junto de sua família, se assim foi o seu desejo.

Quer o calendário e a programação deste blogue que o próximo texto que convosco partilhe seja publicado já no início da segunda semana de janeiro de 2017, quando os festejos da Passagem de Ano já mais não forem do que recordação.

Esta é altura de balanço do ano que está prestes a findar e de expectativa em relação ao ano que aí vem. Abalanço-me ao balanço e à expectativa.

Vivemos tempos complicados e que nos impõem a necessidade de serenidade nas análises que fazemos.

O ano que finda não foi, seguramente, dos melhores anos da nossa vida coletiva. Em termos económicos, em Portugal começou-se a ver um ainda muito leve, e esperemos que não tão frágil como alguns o pintam, desanuviamento. Mas no Brasil a coisa parece estar feia e a instabilidade política e a desconfiança que se adensa sobre muitos dos atores políticos não vai ajudar nada. Receio que no País-Continente a situação vá piorar antes de melhorar... Desejo que piore pouco e por pouco tempo e que melhore muito e consistentemente. Nos demais países lusófonos, alguns vivem tempos de dificuldade, outros procuram diminuir as dificuldades que vêm de trás. Que paulatinamente todo o espaço que compartilha a nossa língua consiga evoluir, melhorar e, sobretudo, manter-se em Paz!

A nível global, o ano prestes a findar foi um tempo de crescimento da insegurança, da prática de atrocidades, de crescimento de nacionalismos e paroquialismos, de retrocesso da racionalidade e de cedência ao medo irracional, à fúria destemperada, à recusa do outro que é diferente, que só pode preocupar quem acredita que o Homem é mais do que bicho e instintos. Atentados, xenofobia. regresso de nacionalismos retrógados e, sobretudo, muito perigosos, populismos aproveitando-se dos medos de gentes desorientadas, senhores do mundo e de guerra em braços-de-ferro cujas consequências não recaem (nunca recaem...) sobre eles, mas sobre uma amálgama de pobre, desprezada e indefesa gente que, no mínimo, passa à condição de refugiada, no máximo perde a vida e no meio sofre um horroroso cortejo de violências, fome, estropiações e barbaridades, a tudo isso assistimos durante este ano e, pior, não temos razões para ser otimistas e antecipar que deixaremos de assistir no próximo ano.

Vivemos tempos difíceis, de medo, de insegurança, de misérias, mas também de egoísmos, demagogias e fundamentalismos.

A luta pelas armas e pelas medidas policiais e judiciais contra os fundamentalismos e suas expressões de terror é necessária, mas é insuficiente. 

O Mundo vive hoje uma guerra que é diferente das que anteriormente houve. Agora já não se trata de embates de exércitos clássicos, nem sequer de guerrilhas em busca da erosão de poderes confiando no apoio de populações. Agora assiste-se à tentativa de estabelecimento, por qualquer meio, de uma conceção fundamentalista de vida, utilizando o terror para tentar quebrar quem é diferente, com o fito de o sujeitar ao modo de vida que julgam dever ser o único com direito a existir. 

Essa guerra tem, obviamente, de ser combatida pela força das armas e da imposição das normas de sã convivência social, mas só pode ser ganha com a vitória das ideias de Liberdade, de Democracia, de Respeito pelas Identidades de Todos sobre a estreita e mesquinha mentalidade de quem se acha o detentor da única verdade admissível.

Não é cedendo a medos e endossando populismos que vamos lá. Não é fechando fronteiras que obtemos segurança. Não é rejeitando os outros por serem diferentes de nós e parecidos com a matilha fundamentalista, mas também dela vítimas, e quantas vezes mais direta, grave e profundamente vítimas dos raivosos de pensamento único, que extirpamos o cancro que ataca o corpo da nossa sociedade global.

Temos de ter a sensatez e a força de compreender que religião não tem nada a ver com fundamentalismo terrorista, designadamente que muitos muçulmanos sofrem também ataques ferozes por parte de pretensos guardiães das pretensas purezas de uma fé que distorcem, enfim que distinguir a religião islâmica da caricatura nojenta que dela fazem os que usam o terror e o fundamentalismo para desvirtuar o que é uma crença tão respeitável como as demais.

Deus, Jeovah, Allah, são apenas designações diveras do mesmo e único Criador. É estúpido - sobretudo profundamnete estúpido! - que se trucidem pessoas apenas em função e em nome de uma alegada pureza e superioridade de que se arrogam uns quantos - afinal seres de vistas curtas e horizontes muitíssimo limitados! - que não só se arrogam detentores de pretensa verdade absoluta como buscam impô-la pela força e pelo terror a quem dessa pretensa verdade absoluta se desvie um milímetro que seja.

A longo prazo, a vitória sobre estes ignorantes e canhestros fundamentalistas obter-se-á, não pela rejeição ou medo do diferente, mas pela inclusão e diálogo aberto entre os diferentes, inclusão e diálogo que inevitavelmente mostrarão a todos que, afinal, os aparentemente diferentes são essencialmente iguais! Essa será a forma como isolaremos os tumores e os extirparemos do seio da Humanidade! 

Há umas centenas de anos, a Europa dilacerava-se em nome de diferentes conceções religiosas. Um espaço houve onde se podiam juntar todos os que tinham diferentes conceções, desde que de boa vontade, coração puro e espírito de fraternidade para o seu semelhante. Foram as Lojas maçónicas. Aí germinaram as sementes da Tolerância, da Liberdade, da Igualdade, da Fraternidade, do Respeito pelos Direitos Humanos, que conduzirama Humanidade a tempos de Paz e de Progresso.

Hoje, perante a ameaça de fundamentalismos, de extremismos, de populismos, a Maçonaria continua a ser um espaço de diálogo, de fraternidade, de debate entre iguais, ainda que aparentemente diferentes. Aqui se continuam a deitar as sementes, e a cuidar para que germinem e cresçam, da Tolerância, da Paz e da Concórdia.

À bruta força dos extremismos, a Maçonaria contrapõe a Sabedoria, a sã Força e a Beleza das ideias da Tolerância, da Liberdade, da Igualdade, da Fraternidade, do Respeito pelos Direitos Humanos. A Maçonaria, as suas Lojas, os seus debates serenos, a sua Fraternidade, estão na linha de combate ao obscurantismo. E, no final, serão os nossos Valores que vencerão. Porque são as ideias que vencem o terror!

Rui Bandeira 

27 janeiro 2007

Revoando...

Meu Caro José, estou desapontado !
Cheguei a convencer-me que o meu Irmão se preocupava deveras com a minha pontaria e quando chego ao fim o que constato ? Que o meu Irmão José só teve aquela preocupação pelo interesse próprio ! O que Ele quer, mesmo, é a Abetarda com os Trimolletes… e está com medo que eu não acerte ! José, convenhamos que não é bonito.
Desta vez não desculpo.

Agora a sério, apenas pretendo acrescentar o seguinte:
Como em muitos casos a evolução da acção adoça as arestas rígidas do conceito estabelecido teòricamente.
No meu ponto de vista Tu tens razão na exposição dos conceitos e sua diferenciação. Do ponto de vista teórico é como dizes, tal qual.
Penso que a prática da guerra tem aproximado os dois conceitos, guerrilha e terrorismo, sendo este uma arma a ser usada por aquela, numa dependência que acaba por os misturar.
Considero extremamente difícil, actualmente, definir onde começa uma e acaba outro.
Talvez seja possível mas, para mim, a fronteira está esbatida com tendência para o esbatimento total.
Se calhar o Rui diria que é o principio dos vasos comunicantes…
Outro aspecto tem a ver com os que combatem o terrorismo e com o “tino de não criticar os que o estão a fazer por nós”.
Bem, estou a milhas de pretender atrapalhar a luta contra o terrorismo, mais e como penso que sabes, também lutei directamente contra o “terrorismo” e, à minha maneira e ao meu nível, tento fazê-lo permanentemente.
Ora há aqui vários aspectos a ponderar.
Um – Não consigo justificar os meios com os fins;
Dois – O conceito de terrorista não é definitivo. Os terroristas que eu combati, erradamente mas honestamente, acabaram por ser os heróis e nacionalistas das suas próprias nações (e muito bem, penso eu agora);
Três – Entendo que as sociedades organizadas como Nações, precisam absolutamente de uma entidade que deve permanecer secreta e que deve ter como finalidade a obtenção de informações sobre tudo o que possa pôr em risco e identidade da Nação e a segurança dos nacionais respectivos. Parece-me não haver aqui qualquer desacordo entre nós. Eu talvez mantenha algumas raivinhas antigas, se calhar incorrectamente, mas mantenho. Garanto-te que iria aos arames se alguém se lembrasse de voltar a dar o nome de PIDE a qualquer serviço de informações que exista ou venha a existir ! Ainda que as pessoas, a época, o enquadramento legal, o sistema de controlo e tudo o resto seja completamente outro. Não perdoaria a quem se lembrasse dessa. É uma das minhas raivinhas, só que ainda restam mais umas tantas.
Quatro – A CIA continuará obviamente a fazer o seu trabalho, pretensamente de protecção do mundo ocidental (?), só que seria bem melhor que o fizesse bem e com métodos que a consciência humana não possa condenar. Eu estou convencido que é possível fazê-lo, não estou convencido que ela o faça.

Mas podes ter a certeza que, conscientemente, não serei eu a prejudicar esse trabalho, e se as regras forem as minhas, até me alisto na CIA …
Nota: Espero que ainda possas vir a ter uma surpresa antes dos Trimollete.

JPSetúbal

25 janeiro 2007

Dos Voos

Com o devido respeito e vénia, permite-me trazer uma subtil mas importante noção que te permitirá corrigir o azimute, e assim acertares melhor na Abetarda.
O Terrorismo não é a transposição para a malha urbana da guerra de guerrilha. Essa é a noção que os terroristas gostariam que fosse.
A guerra de guerrilha, de facto antiga como o Matusalem ou mesmo mais, é uma forma de guerra combatida por forças militares regulares ou para-regulares, contra forças militares regulares ou para-regulares.
A Guerrilha é uma táctica de guerra usada por forças de numero inferior, mas de versatilidade e mobilidade superior, para combater exercitos convencionais. Uma especie de Toca e Foge. Todavia os alvos são sempre ( ou tendencialmente sempre) militares.Nas Guerras há sempre vitimas civis, mas não são elas os alvos primários.
O Terrorismo não é uma táctica de guerra, é uma forma de intimidaçao através do assassinato indiscriminado de civis em que estes são os alvos primários.
Se a táctica de guerrilha é ja muito dificil de combater, e pela historia podemos já entender que salvo raras excepçoes, nunca um exercito regular ganhou a um exercito que usa a guerrilha, o terrorismo é muito mais dificil de combater, porque não tem estruturas visiveis. Porque nao precisa de grandes meios.
Um pouco de Adubo ( Nitrato) e mais umas coisitas que se compram no supermercado e é possivel fazer cair um prédio.
Por isso digo que o terrorismo é um fenomemo novo para o Mundo Ocidental. Fenomeno novo porque adquiriu uma dimensão mundial. Ontem mesmo por ameaças de atentado o aeroporto de Edimburgo na Escocia esteve fechado durante umas horas.
Bem ou mal a CIA tenta combater o terrorismo, e de facto ao acordarem tarde poderão a estar a cometer alguns erros de principiante, mas tentam. Acho que é obrigaçao de todos nós combater o terrorismo, e se não podemos faze-lo activamente pelo menos tenhamos o tino de nao criticar quem o está a fazer por nós. Sendo que neste caso estão também envolvidos outros Serviços Secretos e muitos governantes.

JoseSR

PS: Olha lá e isso da Abetarda ficará bom com trimolletes ?

OS VOOS DA ABETARDA






Não gosto da CIA ! Prefiro a abetarda, a cegonha, o periquito e todos os outros com asas moveis… A CIA tem asas fixas, não gosto, é deselegante, não “faz o meu género”.
O JoséSR falhou neste “pormaior”, na minha opinião, tirando isso há uma data de aspectos razoáveis (portanto com razão !) no Seu texto.

Porque de facto a CIA (bicho feio) faz aquelas coisas todas que o JoséSR refere;
Porque de facto o terrorismo não é uma forma de combate convencional, tradicional e leal;
Porque de facto as (as, não, algumas !) formas de combate ao terrorismo, poderão não ser compatíveis com todas as leis e legislações democráticas ocidentais, excepto os “Estados Unidos da América” que é geralmente considerado um país democrático e ocidental;
Porque de facto o Terrorismo não se combate só com força, mas essencialmente com informação e contra informação;
Porque de facto não é preciso ser um génio para perceber que nestas coisas da informação e contra informação é absolutamente necessário manter confidencialidade e muitas vezes dar acordos tácitos sem saber a totalidade da informação;

Ora bem, algumas precisões, cá do meu “Voo da Abetarda”…
O terrorismo não é nenhuma novidade !
O terrorismo só é novidade para os americanos que, vivendo num mundo só deles, se auto convenceram que seriam inatingíveis por qualquer que fosse o “mal” que os restantes “plebeus” mundiais inventassem.
Eles, americanos, não aprenderam rigorosamente nada com o Vietnam, (nem antes ainda com os Franceses e com o paralelo 38) são a nova “nobreza” mundial e os restantes viventes ao cimo da Terra são os plebeus, escravos, bôbos da corte…que nunca teriam capacidade, nem coragem, nem a ousadia de ...

De resto, o conceito de terrorismo é, tão somente, a guerra de guerrilhas passada ao tecido urbano, e a guerra de guerrilhas “é velha como o Matusalém”, com a utilização de todos os meios possíveis para matar e destruir.
É por causa da enorme componente de “informação” e “desinformação” (as baixas do inimigo são sempre, pelo menos, multiplicadas por 2 e as “nossas” divididas por 3) que qualquer opinião sobre esta matéria tem uma altíssima probabilidade de estar muito longe da realidade e sendo assim:

Há alguma certeza de que os aviões das “Torres Gémeas” tenham sido enviados pelos “Al-Qaedas” ?
Como sabes é um assunto que não está definitivamente pacífico.
Eu parto do princípio que sim, mas há várias teorias, as chamadas teorias da conspiração, que apontam muitos pormenores “desengonçados” no relato oficial (em especial aquela do avião no Pentágono parece estar longe de estar provada).

Por outro lado foi com base na desinformação (quero dizer, na mentira) que os americanos invadiram um País soberano (são eles que decidem quem são os maus e quem são os bons ?), que estão a causar um morticínio de lesa humanidade (já morreram muitos mais americanos no Iraque do que no tal terrível ataque em N.Y.), e os mortos são todos, todos, civis !

O facto de terem fardas vestidas não lhes altera a condição de civis. É uma falácia corrente a pretensa distinção entre civis e militares. Todos somos civis !

É por esta razão que, à semelhança do julgamento que fizeram ao Sadam (que foi um pirata da pior espécie), façam o julgamento do Bush (que é um pirata da mesma espécie), esperando eu que este não fique impune como ficou o responsável pela invasão e pelos milhares de mortos em Timor, que morreu há umas semanas e foi enterrado (salvo seja, claro) com a bandeira americana em cima.

Agora quanto à parte do “portuga” não tenho nada a dizer, para além de concordar que esta conversa dos “Voos da CIA” é uma treta para entreter quem não tem nada de mais útil para fazer.
A deputada Ana Gomes está a ser uma desilusão completa.
Depois da actuação que teve em Timor, esperava bem mais da sua actividade, e estou de acordo contigo que estas cenas não acrescentam nadinha à luta contra o terrorismo.
Nem contra nada !

Relativamente aos deputados portugueses apetece-me dizer uma coisa muito importante:
- Ora ainda bem que me fez essa pergunta, pois, portantes !


Atenção, não vale aquela do “anti-americanismo” !

JPSetubal

24 janeiro 2007

Os Voos da CIA

Bem cá vou eu “largadinho” para mais um tema polémico. Mas que posso eu fazer é mais forte que eu. Deve ser por isso que me vou mantendo no caminho do aperfeiçoamento.

Estou farto, já não consigo ouvir falar do assunto, e sobretudo como diz o JPSetubal não há pachorra para ouvir tanta baboseira e tanta asneira proferida por uns pretensos paladinos da moral.

Refiro-me ao assunto VOOS DA CIA, ou melhor dos aviões supostamente ao serviço da CIA porque esta propriamente dita não voa.

Os argumentos que vou ouvindo são que a CIA viola os direitos humanos, que os passageiros vão acorrentados, que os aviões passaram no espaço aéreo português, que aterraram na base americana das Lajes, e que tudo isto é inadmissível num estado de direito ou melhor numa Europa de Direito.

Vamos dar por dados adquiridos e certos, os seguintes:

A CIA transportou por avião entre origens mais ou menos conhecidas e destinos mais ou menos revelados, pessoas que deteve para averiguações sobre questões relacionadas com a segurança dos USA.

Que os Aviões voando de Oriente para Ocidente, passaram por espaço aéreo Português.

Que alguns aviões aterraram na base das Lajes para reabastecimento, ou mesmo em qualquer outro aeroporto nacional.

Que os passageiros que viajavam nesses voos, estavam acorrentados ou pelo menos presos aos seus lugares.

Que esses passageiros foram ou estavam a ser, ou iriam ser sujeitos a tortura e tratamento menos digno.

Postos estes dados em cima da mesa, e se bem percebi são estas as acusações que são feitas, sendo que o Estado português é acusado de compactuar e de não prestar informação competente ao Parlamento Europeu.


Por outro lado também me parece de elementar justiça dar como adquiridos e verdadeiros os seguintes factos

A CIA é uma agência de informações e de combate ao terrorismo. Por definição é um organismo que actua de forma secreta e que responde apenas às instâncias americanas.

A CIA não investiga delito comum, nem questões de violência doméstica, trata de assuntos relativos à segurança do Estado Americano.

Que esses voos foram feitos em aviões particulares, e que provavelmente cumpriram as normas mínimas de informação de voo que, e confesso não ter a certeza, não devem incluir a profissão dos passageiros.

Que o que se passa dentro de um avião mesmo que em escala num aeroporto qualquer continua a ser dirimido pela jurisdição de bandeira do Avião. É sabido que sem as devidas autorizações as autoridades locais não podem entrar a bordo de aviões cuja nacionalidade seja outra que a local.

Que estes passageiros foram aprisionados em países onde a actividade terrorista é intensa e que se foram estes a ser presos e não outros foi porque havia fortes indícios que estariam ligados a actividades terroristas.

Que o terrorismo não é uma forma de combate convencional, tradicional e leal.

Que as formas de combate ao terrorismo, poderão não ser compatíveis com todas as leis e legislações democráticas ocidentais.

Que os dirigentes da CIA não são todos mentecaptos e que sabem o que andam a fazer.

Que existem acordos entre os Estados que pela sua natureza não são para ser do domínio publico

Que o Parlamento Europeu não é o Grande Pai da Europa e que por muito que a Comissão queira não se pode sobrepor as politicas bilaterais dos Estados Soberanos.

O Mundo ocidental acordou para o fenómeno do Terrorismo há muito pouco tempo. Acordou quando numa acção sem precedentes os USA foram atacados de forma hiper mediática e hiper violenta. Seguiram-se Madrid e depois Londres.

Os ataques a que me refiro são sobejamente conhecidos, e sobre eles não vale a pena falar muito. Tiveram no entanto como consequência mediata o incremento de medidas de segurança, e o investimento em formas de combate e prevenção. O Mundo Ocidental não concebe ser mais atacado. E de forma clara Portugal faz parte desse Mundo Ocidental.

Portugal é membro fundador da NATO. São forças da Nato que estão no Afeganistão, incluindo Soldados portugueses.

Portugal contribuiu para o esforço de guerra no Iraque, e contribui para a força de interposição colocada no Sul do Líbano.

Que o Mundo ocidental está neste momento em guerra. Não a guerra no sentido batalhas com muitos homens no terreno, mas guerra no sentido de tentar evitar ataques terroristas, ou seja guerra contra o Terrorismo.


Pegando apenas no argumento sobre a questão da soberania e jurisdição a bordo de aviões, e este argumento seria suficiente para responder a todas as acusações.

Ou seja, dado que a CIA não terá dado mais que as normais informações de voo, que garantissem a atribuição de um corredor aéreo, e eventualmente uma lista de passageiros que podem ser quaisquer, que responsabilidade pode ser assacada ao Governo português. Apenas e só a de deixar sobrevoar o espaço aéreo nacional por um avião registado num país amigo e que cumpriu as formalidades da aeronáutica civil.

Como estes passam no espaço aéreo português centenas por dia, e alguns deles se calhar são de países com os quais não temos relações diplomáticas, e eventualmente transportam terroristas à solta.

Esta soberania aplica-se em todas as escalas, e por maioria de razão nas feitas nas bases americanas existentes em território nacional.

Mas continuando, e mesmo que esta justificação não fosse suficiente, pergunto-me eu – como transportar prisioneiros num avião?

De acordo com estes paladinos do Parlamento Europeu deveria ser com poltronas de primeira, refeição de “ Chez ….”, talheres de prata, copos de cristal e com total liberdade para visitarem a cabine de pilotagem. Pois mas não é.

As normas de transporte de presos em avião estão bem definidas, e posso dizer-vos que há muitos anos, mais de 15, atrás no mesmo voo que eu entre Paris e Lisboa vinha um sujeito sentadito entre outros dois. Posso dizer-vos que nem para o jantar lhe tiraram as algemas.

Ora se num voo comercial em que um sujeito vem acompanhado de outros dois (estes agentes da policia Judiciaria) vem algemado e bem preso, num voo especificamente dedicado ao transporte de prisioneiros acho que o sensato é que venham presos aos seus lugares.

A não ser que se pretenda dar-lhes uma oportunidade de estatelarem o avião contra um prédio em Lisboa.

Abreviando, o que vos quero dizer é que numa guerra global contra o terrorismo, sabendo nós que o terrorismo ataca indiscriminadamente os cidadãos pacatos e cumpridores apenas, as tácticas têm forçosamente que ser diferentes.

O Terrorismo não se combate só com força, mas essencialmente com informação e contra informação. Com golpes baixos iguais ou parecidos com os que são usados pelos próprios terroristas. Todavia há uma diferença. Se os métodos fossem absolutamente iguais então a CIA teria por e simplesmente abatido os ditos prisioneiros e não gastaria recursos em faze-los viajar para o outro lado do mundo.

Ora não é preciso ser um génio para perceber que nestas coisas da informação e contra informação é absolutamente necessário manter confidencialidade e muitas vezes dar acordos tácitos sem saber a totalidade da informação.

Relembro que o objectivo é ganhar a guerra aos terroristas, não é retaliar (esta é a parte visível da coisa).

Com estas acções o Parlamento Europeu está, na minha opinião, a prestar um péssimo serviço ao Mundo Ocidental e os deputados portugueses assanhados com uma fúria de vingança contra qualquer coisa (mas seguramente pessoal) estão a causar embaraços ao Pais.

Espero que o Governo Português continue a dar o mínimo de informação sobre o assunto pois essa é a única atitude que no longo prazo permitirá a todos nós (incluindo as Anas deste mundo) dormir em sossego.

JoseSR

16 agosto 2006

Avioes e Segurança

Nos dias que passaram Londres e o resto da Europa entraram num frenesim de segurança nos aeroportos.

As razões são mais que justificadas, a descoberta pela policia Inglesa de um atentado em preparaçao.

Vai o proverbio e diz " Casa Roubada Trancas à Porta ".

E foi o que esta gente fez. Todos vimos os resultados. Horas infindaveis de espera, vistorias aos pertences, exageros no rigor.

O mesmo aconteceu depois do 11 de Setembro, e passado alguns meses voltou tudo ao normal.

Pergunto-me para que serve este exagero se daqui a uns meses está tudo " relaxado" como antes.

Os terroristas se forem espertos, só precisam de esperar que passe este alarmismo e depois com calma fazerem o seu atentado.

Uma companhia aerea, a ELAL, tem um sistema de segurança montado desde a decada de 60.

Quem já viajou sabe que é preciso chegar muito mais cedo, que cada passageiro é interrogado por um funcionario da companhia que só faz isso, que se for preciso abrem as malas mesmo as que vao para o porão, etc.

Estes, os da ELAL, ja perceberam que a luta contra o terrorismo é interminavel e que no dia em que estivermos distraidos sofremos um ataque.

As demais companhias, sempre e só por razoes financeiras, não implementam sistemas de segurança.

Como curiosidade depois do 11/09 quando todas as companhias aereas tinham taxas de desistencia de passageiros, a ELAL tinha lista de espera para todos os voos.

Alguma coisa quer dizer.


Abraços

JoséSR

20 julho 2006

Da Polémica

Este post será breve porque estou com pouco tempo para o escrever, o que quer dizer que talvez volte ao assunto.

Caro Rui

Não sei o fazes mas fico cá pensando deves ser advogado, ou qualquer coisa dessas.

Na verdade caracterizar esta pequena troca de posts como uma polémica é generosidade tua, pois na verdade nada do que eu disse foi efectivamente contestado, foram apenas atiradas para a discussão algumas ideias na generalidade generalistas e imprecisas numa tentativa de criar uma polémica.

Aceitar o desafio para a polémica foi coisa que fiz, mas para ser derimido em privado. Nunca entraria em confronto directo neste blog.

Quando acima digo imprecisas refiro-me entre outras ao Hezbollah.

Erato diz que a UE reconhece como terrorista o Hezbollah. É uma pequena verdade, pois apenas implicitamente como se pode ler no boletim de 10 março cujo link aqui fica
http://europa.eu/bulletin/en/200503/p106031.htm

Esta pequena verdade é consubstanciada numa outra declararção da UE feita sobre o mesmo tema ( o Assassinato do 1º Min Rafiq Hariri), na qual se fala de ala terrorista do Hezbollah, e cujo link aqui vai
http://europa.eu/bulletin/en/200501/p106053.htm

Ao falar-se de ala terrorista pressupõe-se que exista a ala não terrorista. Ora o Movimento Hezbollah é todo dirigido pela mesma pessoa. ( deve ser o Nasrallah sopeira, O Nasrallah Dona de casa, O Nasrallah mordomo, etc.....)

Todavia no documento de fundo sobre organizaçoes terroristas, actualizado em 29/6/2006 o Hezbollah não é explicitamente mencionado.
http://europa.eu/scadplus/leg/en/lvb/l33208.htm

Ou seja a Uniao Europeia navega em meias tintas, para asssim poder ter um grau de liberdade maior.

Como vez, e acho que já sabias, os factos que levam a escrever são fundamentados, não são fantasiados.

E neste blog terei ( como tenho tido ) o cuidado de verificar as minhas fontes, que posso ou não por logo de inicio.

Podes tambem ter certeza que a expressão das minhas opinões não foi, nem será feita de forma ligeira.

E Pronto, se quiseres continuar com o Epiteto de Polémica pois que seja.

Um Abraço

JoseSR