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25 julho 2016

"A Irmandade Maçónica"



A forma habitual de tratamento entre maçons é por "Irmãos". Irmão porque a Maçonaria é uma fraternidade, logo traduzido literalmente "fraternidade" por "irmandade", sendo os "fraters", "irmãos" entre si.

Todavia, mesmo não sendo irmãos de sangue - que os há! - e inclusive de não fazerem parte da mesma família sanguínea ou por adopção, os maçons sentem-se como tal, como membros integrantes e plenos de uma "família universal". E daqui vem o seu espírito de corpo (de corporação, de corporativismo). 
E aproveitando este termo também, porque a Maçonaria atual tem as suas origens nas corporações medievais de pedreiros e artificies que trabalhavam na construção civil à época onde nas quais os seus membros se sentiam também como irmãos por partilharem o mesmo ofício e os seus mistérios...

Enquanto os "construtores de catedrais" trabalhavam efetivamente a pedra em si, os atuais maçons laboram a "pedra" de uma forma espiritual, ou seja, trabalham no sentido de aprimorar a sua conduta e forma de estar, tentando modificar o seu "íntimo", por forma a que consigam honrar o seu templo interno, o seu corpo, a sua "alma", tentando ao mesmo tempo e através da sua ação na sociedade, promover a evolução desta.

Este tipo de tratamento "de irmãos" feito pelos maçons, facilita o relacionamento e o seu contato entre si, porque como a Maçonaria está presente por todo o globo terrestre, esta forma de tratamento quebra "barreiras" que não têm de existir entre irmãos, membros de uma mesma "família/grémio/fraternidade".

Este sentimento fraterno que é sentido pelos membros da Maçonaria é uma espécie de cimento que os une, independentemente da sua idade, das suas origens, estratos sociais e económicos.
O facto de se considerarem como "irmãos" menospreza determinados pormenores, mesmo que profanos, que habitualmente poderiam suscitar algum tipo de divisão ou de querela entre pessoas de bem, no que toca a temas fraturantes na Sociedade, nomeadamente no que à Política e à Religião dizem respeito. 
Cada um respeita e faz por respeitar as ideias e convicções do seu semelhante, mesmo que adversas ou contrárias às suas ideias pessoais.
A própria Maçonaria Regular no seio das suas sessões proíbe a discussão de temas onde a política partidária ou o proselitismo religioso sejam por demais evidentes.

No entanto e importa ressalvar que, mesmo apesar de se considerarem Irmãos, infelizmente nem sempre as coisas decorrem às "mil maravilhas", pois se até nas "melhores famílias" existem desavenças, a Maçonaria também não é imune a tal.
Por mais que se tentem dar todos bem, por vezes o ego de alguns se sobrepõe ao sentido de fraternidade e ao espírito de corpo que abordei anteriormente, e quando isso acontece, na maioria das vezes acontece uma separação, uma divisão, que não trará nada de bom para ninguém. Porque uns rumarão a "novas paragens" com as dificuldades que se sabem existir quando se tenta recomeçar do zero, e os que ficam, acabam por ter de "limpar os cacos" e prosseguir no seu labor constante, de forma perseverante e altruísta.
Quando existem cisões na Maçonaria, elas deixam marcas por muito tempo, cabendo ao Tempo as sanar, porque aquilo que deve estar junto, nunca deveria estar disperso...
-Um Irmão será sempre um irmão, independentemente do caminho que decida seguir...-.

Concluindo, quando existe um sentimento de amor fraternal que una alguém a alguém, esta sensação modifica os seus interlocutores, amenizando a maioria dos potenciais conflitos que poderão existir, facilitando o seu relacionamento (entre iguais) e impele a um auxílio ao próximo que de outra  forma não seria, porventura, feito.
Enfim, tudo aquilo que se espera sentir e vivenciar entre irmãos "normais" é sentido e vivido entre maçons; mesmo que se tenham conhecido no próprio dia ou que já tenham uma relação de vários anos.
 - Um mano é sempre um mano ! -

20 abril 2015

Relacionamento “inter-frates”

O texto que hoje publico é motivado por um agradável convívio entre pessoas que observam os mesmos princípios e costumes de vida em que tive o prazer de participar e para o qual fui amavelmente convidado. Aliás, pelas presenças neste encontro quase que me apraz dizer que se tratou de um “almoço de família”…

Fica assim desta forma aqui explicitado publicamente o meu agradecimento a quem organizou tal refeição.

Posto isto, vou "aflorar" um pouco acerca do relacionamento maçónico entre irmãos.

Noutra ocasião – noutro texto – já tive  a oportunidade de abordar o relacionamento entre maçons e suas famílias particulares, por isso venho agora focar-me noutro ponto deste mesmo tipo de relacionamento.
Os maçons consideram-se irmãos entre si, logo dessa forma, como partes integrantes de uma “grande família”, que também é assumidamente universal.

É habitual após a realização das reuniões/sessões maçónicas existir uma refeição – ágape – entre quem esteve presente durante a realização dessas reuniões/sessões onde habitualmente se convive e se tratam assuntos que nada (em geral) tenham a haver com os assuntos tratados em maçonaria. Os irmãos conversam, debatem, abordam temas variados sem ter a preocupação ou a obrigação de cumprir com os preceitos que são obrigados a respeitar no interior da sua Respeitável Loja.

Também é habitual que membros de uma mesma Obediência visitem outras Respeitáveis Lojas filiadas nessa mesma Obediência e assim conhecerem outros irmãos e poderem conviver com eles, mas principalmente também conhecer os trabalhos realizados por essas Respeitáveis Lojas, algo que é fulcral para a aprendizagem e caminhada maçónica que o maçom se propõe a fazer.

Quanto a visitas a outras Obediências, o mesmo já dependerá do reconhecimento que exista entre elas. Estando vetada a visita de membros de Respeitáveis Lojas que não sejam reconhecidas pela sua Obediência de origem,  e o mesmo reciprocamente. Sendo que se tal proibição não for observada, esse comportamento poderá ser passível disciplinarmente mediante o regulamento que exista em vigor na Obediência em questão.

Mas apesar do que afirmei nos dois parágrafos anteriores, isso somente se aplica de forma ritualista. Uma vez que nada proíbe ou impede o convívio entre pessoas fora do “mundo da Maçonaria”. Fora das Respeitáveis Lojas é habitual irmãos da mesma Obediência ou de Obediências “diferentes” se cruzarem e manterem relações de amizade ou cordiais entre si.

Algo que eu considero que seja até “saudável” que aconteça, porque muitos até são colegas académicos ou de trabalho, vizinhos e/ou até mesmo familiares na sua vida profana, e como tal não haveria outra forma de ser. Teriam sempre de se relacionar entre si. - Não há volta a dar -.
Assim e como o Homem é um “animal social” logo faria todo o sentido que pessoas que vivem mediante determinados princípios se relacionassem entre si no “mundo profano”. 
Não será nada de estranho nem é algo que possa ser considerado como anormal ou bizarro sequer!

Aliás é mesmo habitual serem organizados “eventos brancos” – eventos abertos a profanos – onde os intervenientes são membros das mais variadas organizações maçónicas que existem bem como outras pessoas que nada têm a haver com a Maçonaria na sua generalidade e que se calhar também nunca terão alguma ligação a ela. 
Numa larga maioria das vezes, quem frequenta este tipo de eventos é gente que apenas gosta do tema "Maçonaria" e que o estuda, investiga, mas que depois não se interessa por dar o respetivo "passo".

Normalmente este tipo de eventos são debates, tertúlias ou simpósios onde habitualmente a Maçonaria é o tema principal, mas onde pode qualquer outro tema ser abordado ou designado como foco ou temática a ser abordada. 

Na prática o que é de interesse é o salutar debate e trocas de ideias pelas partes presentes nesses encontros, para além do convívio e o relacionamento fraternal que possa decorrer entre maçons, demonstrando dessa maneira que na realidade “existe algo mais que nos aproxima do que aquilo que nos separa ”.

Estes convívios que por vezes ocorrem, permitem também a existência de um diálogo aberto e franco sem quaisquer preconceitos que possam existir entre pessoas com origens diferentes.

- É através do debate de diferentes pontos de vista e de determinados conceitos que possam ser divergentes, que a evolução na e da Maçonaria pode ser concretizada bem como o progresso da sociedade em geral -.

No entanto, não é obrigatório que tal aconteça a curto trecho nem a médio prazo sequer, ou se alguma vez tal sucederá.

O que importa reter é que os princípios que todos dizem subscrever se tornem os pontos fulcrais da forma de viver de cada um, seja na sua vida profana, seja na sua vida maçónica.  

E se caminharem todos lado a lado, tanto melhor… a Sociedade só terá a ganhar.

26 janeiro 2015

Sugestão Musical para a Coluna da Harmonia “Los Hermanos” de Atahualpa Yupanqui...


A música que hoje publico, “Los Hermanos”, e que em relação à qual poderia ter feito a sua respetiva análise quanto à simbólica maçónica que se pode encontrar nela, não a farei.
E não a farei apenas porque o simbolismo intrincado nela é bastante explícito, bem como quero deixar ao critério de quem a ouve ou mais abaixo lê a sua letra, fazer esse tipo de exercício.

Esta canção pertence a um autor, compositor e músico argentino que nunca foi membro da Maçonaria, tendo sido  inclusive perseguido e encarcerado pelo regime de Juan Domingo Péron (que era maçom) por ter pertencido durante algum tempo ao Partido Comunista Argentino.
O autor desta canção, o argentino Héctor Roberto Chavero (31/01/1908-23/05/1992), mais popularmente conhecido por “Atahualpa Yupanqui”, legou-nos uma música que eu não poderia deixar de salientar neste espaço e também de a enaltecer, dada a beleza e o sentido fraterno contidos  nela.

(Para quem afirmou acima que não faria qualquer análise, expresso aqui uma dica quanto a algum simbolismo que se possa encontrar implícito na canção).

A letra da canção que mais abaixo se encontra publicada, está no seu castelhano original e dada a familiaridade entre a língua portuguesa e a língua espanhola, creio que também será fácil a quem ler a respetiva letra, efetuar a sua tradução e compreender o que está escrito, caso contrário,  tem a possibilidade de aceder a uma tradução desta canção aqui .

Assim, deixo-vos uma das mais bonitas composições que já tive a oportunidade de conhecer e que encerra em si algum tipo de simbolismo maçónico:

“Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
En el valle, la montaña
En la pampa y en el mar
Cada cual con sus trabajos
Con sus sueños, cada cual
Con la esperanza adelante
Con los recuerdos detrás
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Gente de mano caliente
Por eso de la amistad
Con uno lloro, pa llorarlo
Con un rezo pa rezar
Con un horizonte abierto
Que siempre está más allá
Y esa fuerza pa buscarlo
Con tesón y voluntad
Cuando parece más cerca
Es cuando se aleja más
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Y así seguimos andando
Curtidos de soledad
Nos perdemos por el mundo
Nos volvemos a encontrar
Y así nos reconocemos
Por el lejano mirar
Por la copla que mordemos
Semilla de inmensidad
Y así, seguimos andando
Curtidos de soledad
Y en nosotros nuestros muertos
Pa que nadie quede atrás
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Y una novia muy hermosa
Que se llama ¡libertad!”
Também eu, tal como Héctor Roberto Chavero, tenho tantos irmãos que não os conseguirei contar, cada um com o seu trabalho, com o seu feitio, com as suas singularidades pessoais, guardando na lembrança os que já partiram e auxiliando os que ainda por cá se encontram; semeando a fraternidade, caminhamos juntos e livres, alimentados pela esperança de um dia podermos vir a criar um mundo que seja melhor…para todos!

01 dezembro 2014

Sugestão musical para a Coluna da Harmonia: "You’ve got a friend in me" de Randy Newman ...



Hoje venho fazer uma sugestão musical para ser utilizada pela Coluna da Harmonia num momento de descontração em sessão de Loja. E uma vez que estes momentos também existem, penso que esta canção é apropriada para ser ouvida durante a sua ocorrência. E como de vez em quando encontramos a presença da Arte Real onde menos esperamos, decidi partilhar convosco uma canção que apesar de ser bastante simples não o é na realidade, pois exprime alguns dos melhores sentimentos que se pode sentir e partilhar com outrém. E falo-vos da Amizade e do sentimento fraterno que sentimos por quem decidimos que faça parte da nossa “vida ativa”…
Assim, a sugestão musical que tenho o prazer de partilhar com os leitores deste blogue é uma canção que encontrei num filme de animação para crianças.
O que poderá causar alguma estranheza a quem lê este texto.
Uma sugestão musical “maçónica” e logo encontrada numa animação infantil?!
 Pois, não é habitual se encontrar a presença de princípios morais maçónicos em animações feitas para crianças (preferencialmente)  apesar de existirem vários contos infantis e bandas desenhadas onde os mesmos se podem encontrar. Dou como exemplos as “fábulas de La Fontaine”, as estórias protagonizadas por “Corto Maltese” ou o conto infantil “O Pequeno Príncipe” de Saint Exupery, entre outros… Mas numa produção Disney, o que é o caso nesta publicação, e uma vez que o fundador desta empresa, Walter Disney (05/12/1901-15/12/1966) foi maçom, a possibilidade de se encontrarem princípios morais maçónicos nos seus filmes e contos infantis nunca pode ser descartada.
A canção que hoje faço referência, integra a banda sonora original do filme de animação infantil "Toy Story" co-produzido pela Disney e pela Pixar. 
Aqui pode encontrar mais informação sobre este filme infantil. E também durante o visionamento do referido videoclip é  possível encontrar a sua letra original. Mas se preferir uma tradução ligeira desta letra, pode-a encontrar aqui também, apesar de eu traduzir a respetiva letra na análise que irei efetuar a esta música.
O título desta canção é “You’ve got a friend in me - Tú encontras um amigo em mim -“ e foi produzida pelo compositor musical Randy Newman e a sua letra é:
"You've got a friend in me
You've got a friend in me
When the road looks rough ahead
And you're miles and miles from your nice and warm bed.
You just remember what your old pal said
Boy, you've got a friend in me
Yeah, you've got a friend in me
You've got a friend in me
You've got a friend in me
You got troubles, then I got 'em too
There isn't anything I wouldn't do for you
If we stick together we can see it through
'Cause you've got a friend in me
You've got a friend in me
Now some other folks might
Be a little bit smarter than I am
Bigger and stronger too. Maybe
But none of them will ever love you
The way I do
Just me and you, boy
And as the years go by
Our friendship will never die
You're gonna see, it's our destiny
You've got a friend in me
You've got a friend in me
You've got a friend in me"
Assim numa primeira impressão criada pela leitura do título da canção, pudemos reter no imediato é que esta canção trata de Amizade, e por inerência, de Fraternidade; dois dos princípios morais de excelência da Maçonaria. Mas tal como na sugestão musical anterior onde pudémos encontrar também valores morais tais como o “Amor Fraternal” e o “Dever de Auxílio”, também na canção  You’ve got a friend in me” os vamos encontrar apesar de num contexto um pouco diferente.
Enquanto na sugestão musical anterior dava-se ênfase ao auxílio que deve existir entre irmãos, nesta canção a amizade é enfatizada em relação aos restantes valores morais que encontramos. E apesar de não se falar em fraternalismos e nem mesmo em fraternidade de forma explícita, subliminarmente os mesmos estão bem implícitos na letra desta canção. E a frase “you’ve got a friend in meencontras um amigo em mim” é a prova disso.
Quantas vezes existem e conhecemos casos de famílias desavindas onde os seus familiares nem se falam sequer? E nas quais, os seus membros se relacionam apenas com os seus amigos?
Quantas vezes nós preferimos o apoio, o abraço ou o carinho de um amigo em detrimento dos mesmos, efetuados por familiares nossos?
Uma das grandes conquistas que provém da liberdade que nos oferecida pela vida é a liberdade de escolha. A liberdade de escolher com quem queremos conviver e de nos intimamente relacionarmos. A liberdade de decidir com quem queremos partilhar a nossa vida e desejamos fazer o bem. Por certo a nossa  família de sangue não a podemos escolher, é algo que é natural. Mas quanto às nossas amizades e famílias fraternais, a escolha só dependerá da nossa vontade e do desejo dos outros em nos acolherem nas suas vidas.
E voltando à análise desta canção nas frases seguintes, When the road looks rough ahead And you're miles and miles from your nice and warm bed. You just remember what your old pal said Boy, you've got a friend in me”E quando o caminho em frente te parecer difícil e estiveres milhas e milhas longe da tua cama quente. Só tens de te lembrar do que o teu velho amigo disse, Rapaz tú tens um amigo em mim-. Isto bem o percebem, os maçons. Que mesmo longe do seu lar, seja no ar, na terra ou no mar, terão sempre um amigo ao seu dispor, um irmão que os poderão apoiar e auxiliar no que necessitem. Aliás um bom maçom e membro da Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº5 afirma e bem que “na Maçonaria, a amizade é prêt-à-porter”, isto é, a amizade encontra-se e faz-se em qualquer parte do mundo.
No entanto, também o auxílio mútuo que é devido entre irmãos e amigos se encontra bem patente em “You got troubles, then I got 'em too There isn't anything I wouldn't do for you If we stick together we can see it through 'Cause you've got a friend in me”Tú tens problemas, então eu também os tenho, não haverá nada que eu não farei por ti e se nos mantivermos juntos nós conseguiremos ultrapassar isso porque tens um amigo em mim -. Isto é na verdade, o tal "ombro amigo" de que por vezes tanto se fala no mundo profano. É alguém sentir que deve "estar lá" para todas as ocasiões e não  estar presente apenas nos bons momentos  que a vida proporciona aos seus amigos e irmãos. Geralmente é nos momentos adversos da nossa vida que encontramos ou descobrimos quem realmente são os nossos amigos. O apoio que nos poderão dar nesses momentos menos positivos da nossa vida é crucial para que estes possam ser ultrapassados ou esquecidos.

 E, uma vez mais, a amizade é salientada nesta música novamente em “Now some other folks might Be a little bit smarter than I am Bigger and stronger too. Maybe But none of them will ever love you The way I do”- Agora outros rapazes poderão ser um pouco mais espertos que eu para além de serem maiores e mais fortes. Talvez, mas nenhum deles gostará de ti da maneira como eu o sinto -. Aqui encontra-se representada a pureza e a intemporalidade de uma grande amizade. A qual deverá permanecer inabalada seja pelo tempo ou pela distância que por vezes e por vários motivos pode separar os amigos e irmãos.

Nomeadamente encontramos o eco destas palavras e deste sentimento  na frase “And as the years go by Our friendship will never die You're gonna see, it's our destiny”- E à medida que o tempo passa, a nossa amizade não perecerá, e tú o assim irás observar, é o nosso destino -. E é mesmo esse o nosso destino; pois tal como encontramos no  mote maçónico latino “Virtus junxit mors non separabitAquilo que a Virtude juntou, a morte não o separará…” também assim tal ficou demonstrado nesta última estrofe da canção. Seja neste oriente ou no Grande Oriente Eterno, juntos uma vez, juntos para sempre
Mais uma vez, de algo que inicialmente nada de maçónico poderia conter, mostrou-se que afinal existe muito para refletir e principalmente, para sentir

22 setembro 2014

A importância da Família na Maçonaria...

 (imagem proveniente de Google Images)
 
 
Para um maçom é muito importante o apoio que lhe é prestado pela sua família face à quantidade de ausências do seu ambiente familiar  que vão sucedendo ao longo dos anos para cumprimento dos seus deveres maçónicos. Deveres estes que, na maioria dos casos, serão a frequência das sessões da Respeitável Loja a que pertença, as assembleias gerais da sua Obediência, atividades que sejam promovidas pela sua Respeitável Loja tanto no mundo profano como internamente; bem como para a assistência de cursos, debates, tertúlias e palestras que lhe interessem tanto nas várias áreas do Esoterismo como no âmbito da Maçonaria em geral.
 
Digo que é necessário este apoio,  porque com o passar do tempo é normal existir sempre algum desgaste natural nas relações familiares e por vezes as sistemáticas ausências que levam o maçom a sair do seu lar, poderão criar brechas no seu relacionamento marital se estas saídas não forem entendidas ou bem compreendidas pela sua esposa e família. Por isso é necessário também existir uma certa maturidade e confiança entre ambos para que continue acesa a tal “chama” que nos aquece o coração e que nos alimenta a alma.
Se a vida familiar de um maçom não se encontrar com a estabilidade necessária a este tipo de relacionamento, o elevado absentismo que vai existir no seu quotidiano será sempre uma fonte de crítica por parte de uma esposa ou família que se sentirão colocadas à margem da vida do casal em detrimento da vida e família maçónica.
Mas porventura o que nunca deverá acontecer (!!!) será o maçom se desculpar com as suas atividades maçónicas para justificar as suas constantes ausências para ter um comportamente menos lícito e incorreto com a sua cara-metade. - Quando um maçom disser à sua família que “vai à Loja”, é para ir mesmo! - Pois a mentira não faz parte da conduta que se espera de um maçom; o qual deverá nunca esquecer que é um homem de “bons costumes” e que deverá ser naturalmente um bom “chefe de família”.
Todavia, durante o processo de candidatura de um profano a maçom, é usual existir um contato entre os inquiridores instruídos desse processo com a família do candidato para se aferir qual o nível de aceitação que a família terá em relação à proposição do seu familiar. Pois se a família discordar, a candidatura estará “ferida de morte” logo no seu início. Pois possivelmente se for deferida esta proposição, as presenças deste novo membro em loja serão fortuitamente escassas para o que se esperaria dele. E a frequência das sessões da sua Respeitável Loja é obrigatória a todos os seus membros salvo motivo que seja atendível e aceite pelo seu Venerável Mestre (o responsável da Loja).
No âmbito desse contato, também é informada a família de algumas das obrigações do candidato nomeadamente na questão da sua presença nas sessões de loja bem como das obrigações pecuniárias que terá de cumprir, ou seja, a joia e quota mensal/anual de loja.
O que demonstra que a opinião da família é sempre deveras importante, ou não fosse a família a base estrutural da nossa sociedade. E este contato possibilita ainda à família saber o quanto é relevante também, para a futura loja que cooptará o seu familiar.
Algumas das mais valias que a família dos maçons terão/têm à sua disposição, são a possibilidade de conhecer gente que doutra forma não conheceria e que estaria fora do seu círculo habitual de amizades ou o estreitamento dos laços de amizades com outras pessoas com quem já se relacionaria num âmbito mais superficial para além de puder  confraternizar nos vários eventos que vão sendo organizados tanto pela Loja como noutros organizados a “descoberto”… Cimentando  assim, os laços que unem os maçons entre si e que se estendem às suas respetivas famílias. Sendo que na generalidade da sociedade civil mas principalmente em “meios pequenos”, as amizades e famílias maçónicas/profanas  quase se confundem, pois é sempre mais fácil o relacionamento entre Irmãos e/ou com gente que comungue dos mesmos príncipios de vida.
Existem vários tipos de família, umas grandes, outras pequenas, mas a família maçónica será sempre singular e bastante eclética…
Seja em Portugal ou no mundo inteiro, um Irmão será sempre um irmão… e isto para mim será sempre o mais importante. Ou não fosse esta  a família que escolhi, a nossa Família!


11 setembro 2014

O Maçom, Homem Fraternal...


                                          (imagem retirada de Google Images)                                          
Este é o primeiro texto de muitos, assim o espero, que irei publicar neste honorável espaço de escrita para uns, leitura para os demais.  
Espero que com o que eu irei partilhar convosco, Vos ajude a compreender qual a “missão” da Maçonaria no mundo que nos rodeia e um pouco mais sobre a vasta simbólica maçónica que existe, sendo que os meus textos demonstrarão a minha visão pessoal sobre qualquer tema que seja versado por mim.
Sendo assim, este meu primeiro texto teria de ser naturalmente, um texto muito pessoal.
Assim, hoje venho falar-Vos de como o maçom é alguém com um elevado sentido fraterno, logo irei falar de Fraternidade, algo que para mim não é apenas sentimento, mas antes sentido.
Não no sentido dos outros cinco sentidos que dispomos, nos quais eu qualificaria a Fraternidade como um sexto sentido, um “sentido espiritual”; mas trato deste sentido/sentimento como o “sentido” do verbo “sentir”, de sensação…
A Fraternidade é algo que se sente e se partilha, uma vez que a mesma tende a vivificar no nosso interior, algo que se reflete posteriormente nas nossas ações.
Por isso é tão habitual entre os maçons se afirmar que a “Maçonaria também se vivencia,  praticando a fraternidade!”.
E como Fraternidade que é, na Ordem Maçónica, o amor ao próximo, ao nosso Irmão, encontra-se presente e em permanência. Concordemos ou não com as suas opiniões, aceitemos ou não a sua forma de estar na vida, mas amamo-lo!!!
E  amar está muito além de apenas se tolerar
A Tolerância implica Respeito, um respeito pelo “outro” em toda a aceção da palavra, senão seria apenas mais uma palavra vã nos nossos dicionários, tal como outras que pela sua quantidade, mais me parecem ser tantas como as espigas que existem nos campos…
No entanto,  Fraternidade também é muito diferente de Benevolência ou Caridade, pois se tanto uma como outra podem suscitar sentimentos ditos “menores”, uma forma de auxílio em que se age assim apenas porque é moralmente aceitável ou simplesmente porque socialmente fica bem ou parece bem a quem o assim faz.
Tanto que por isso, a Fraternidade também é sinónimo de Solidariedade, algo que se encontra mais além que a Caridade ou a Benevolência; a Solidariedade é para mim um sentimento ainda mais nobre, uma vez que é suposto advir diretamente do coração. 
E ser solidário nivela-nos como Homens, pois quem o pratica e quem recebe a nossa solidariedade, encontrar-se-á num mesmo patamar moral, apesar de que socialmente seja muito diferente. E essa humildade que é necessária para quem é solidário e fraterno, deverá fazer parte integrante da nossa natureza humana como maçons. Isto sim, é o “core”, o cerne  dos tais “bons costumes” com que habitualmente nos reconhecem ou nos quais nos revemos…
Não deveriam os valores que defendemos, tais como a Igualdade, a Liberdade e principalmente a Fraternidade, serem a base da Sociedade humana?!
Todavia, tenho para mim que a Fraternidade também é uma alavanca, um apoio que está subaproveitado na sociedade em que vivemos e que a ser usada como “ferramenta social”, muito contribuiria para o progresso humano.
Cada vez mais o Homem olha apenas para si próprio, não retribuindo o mesmo valor ao seu igual. E nesse contexto, nós como maçons que somos reconhecidos, poderíamos fazer mais… e melhor.
O maçom é um livre-pensador; logo de que nos valerá sermos intelectualmente ou moralmente mais instruídos ou como tal considerados, sermos formados nas ditas “artes liberais”, as mesmas artes que libertaram os homens do obscurantismo e do jugo da Ignorância, se depois de adquirirmos estas valências, não agirmos no mundo à nossa volta também para o melhorar e o fazer evoluir no comportamento e relacionamento entre os seres?!
Não fosse a minha Iniciação na Augusta Ordem Maçónica e eu não privaria com muitos dos meus Irmãos. E digo isto porque na sua maioria temos percursos profissionais distintos, não pertencemos às mesmas agremiações profanas e o nosso percurso de vida é muito díspar. Mas por partilharmos os mesmos desígnios, em Loja nos encontramos. E afirmo, se a Loja me acolheu, eu também acolhi a (nossa) Loja na minha vida.
A Loja passou a fazer parte integrante da minha Família.
E esta fraternidade e esta sensação de amor fraterno que nos une vale muito mais do que aquilo que à primeira vista possa aparentar…
De facto, esta sensação não é imediata, e ainda bem que tal assim acontece. Pois se assim o fosse, seria uma sensação falsa e carente de sentido. Ninguém ama ninguém de um momento para o outro ou somente apenas pelo trocar de um olhar ou um sorriso.
Os amores platónicos ficam para a nossa vida profana.
E refletindo, questiono-me:
  • Como poderei eu amar alguém que não me conhece e que também eu não conheço?!
  • Como poderei eu amar alguém quando apenas o tolero?
  • Como poderei eu respeitar alguém com quem eu frequentemente esteja em desacordo?
Na Maçonaria encontro a resposta a estas questões.
A Maçonaria é fraternidade e, como tal, o seu espírito fraterno depende unicamente da união de todos os que a integram.
A nossa fraternidade só o é e somente o pode ser, se for construída dia após dia e cimentada sessão após sessão. E é aí que reside a nossa força!
Os maçons, tal como os “irmãos de sangue” não podem nem devem estar sempre em sintonia, pois as diferenças também propiciam à formação/evolução pessoal, de modo que na Maçonaria é-nos permitido discordar, concordando; e concordar, discordando; isto é, o respeito salutar que deve existir entre todos, permite aos maçons não se travarem de razões tal como quiçá o fariam no mundo profano, mas antes, ouvindo e interiorizando as opiniões contrárias à sua forma de pensar, permite-lhes que possam aprender e conviver com as diferenças e divergências que naturalmente possam existir. Somos Homens e como tal não podemos ser todos iguais.
O que seria do azul ou do amarelo, se todos fossemos vermelhos…
E tal como bagos de uvas que com a sua própria identidade estão ligados entre si, ou como as sementes de romã que se agregam no interior deste fruto, que podemos encontrar sobre os capitéis das colunas de entrada no nosso Templo, também a união e ligação dos nossos pensamentos em prol de algo melhor, a energia e sentimentos que aplicamos na Cadeia de União aumentam a coesão do nosso grupo e potenciam o nosso espírito de corpo.
Assim, na formação da Cadeia de União, um dos momentos “altos” da ritualística maçónica em sessão de Loja, o encadeamento dos Irmãos que é formado e a oração que é proferida, permite-me também sentir que aquilo que nos une é mais do que aquilo que nos poderá afastar e que os laços não-sanguíneos que nos unem, ligam-nos por um cordão umbilical ainda maior e que nos juntam numa caminhada  através da Virtude e em prol de todos Nós.
Pois se a egrégora acontece, é porque todos o assim desejamos e fazemos para que assim tal aconteça!
Para mim,  no estrito cumprimento do ritual em Loja, se demonstra  que aí reside o espírito fraternal que devemos vivenciar e transmitir também  para o mundo profano.
 Eu vivo e sinto assim a nossa fraternidade. Outros o farão à sua maneira pessoal. Podemos não ser todos iguais, mas posso afirmar que somos todos muito semelhantes

03 setembro 2014

Amor Fratenal


A divisa utilizada pela maçonaria de língua inglesa (Brotherly Love - Relief - Truth; Amor Fraternal - Auxílio - Verdade) elenca as caraterísticas indispensáveis à Instituição Maçónica.

O primeiro termo dessa divisa é o Amor Fraternal. Daí a corrente referência a que a Maçonaria é uma Fraternidade. Os maçons consideram-se unidos entre si por laços afetivos similares aos que se tecem entre os irmãos de sangue.

O amor fraternal de alguma forma tem caraterísticas distintas dos outros tipos de afeição, incluindo uma natural componente de emulação entre irmãos que, bem vistas as coisas, é essencial para o desenvolvimento dos jovens seres e consolidação da espécie. 

Os forte laços afetivos entre irmãos coexistem com brigas, desacordos, marcações de território e de posições. O irmão mais velho tem que aprender a partilhar com o mais novo a atenção, cuidados, carinho e amor dos pais. Onde antes era rei e senhor vê depois um imberbe e indefeso ser, com a sua simples presença, a intrometer-se no seu espaço e - pior! - a usurpar a maior parte da atenção e cuidados que antes eram só seus. No entanto, essa constatação e a aprendizagem a ela inerente não impedem o nascimento e desenvolvimento do laço afetivo fraternal. E, a seu tempo, o irmão mais velho assegura a função de desbravador dos caminhos do mais novo e transmissor das experiências e descobertas por si vividas.

Por sua vez, o irmão mais novo cresce lutando para se igualar ao mais velho, para ser capaz de fazer o que ele faz, de conseguir o que ele consegue. Menos alto, menos forte, menos ágil, porque mais novo, procura compensar a sua inferioridade determinando nichos onde consegue ser melhor ou ter mais habilidade que o seu parceiro/adversário, o seu irmão.

A relação afetiva fraterna inclui uma mescla de cooperação, auxílio e cumplicidade com confronto e desafio. É assim que a Natureza propicia que os jovens seres simultaneamente criem as suas identidades e aprendam a viver e a cooperar em sociedade.

A relação afetiva fraterna, precisamente pela sua componente de emulação, é muito produtiva e eficiente no crescimento e aperfeiçoamento de todos os intervenientes. A emulação presente nessa relação afetiva faz com que cada um dos intervenientes queira ser melhor, enquanto simultaneamente auxilia o outro também a melhorar. A competição na cooperação propicia o avanço.

Quando um maçom trata um outro maçom por Irmão também se mostra presente essa componente da ligação afetiva fraternal. Ambos se auxiliam mutuamente a melhorar. Cada um procura ser melhor. E, ao sê-lo, constitui exemplo para que os demais também o procurem ser, em sucessivo e permanente ciclo de motivação. 

O amor fraternal entre os maçons não é só - diria que nem sequer é principalmente - um conceito de origem religiosa, no sentido de que todos somos criados por uma entidade superior. O amor fraternal dos maçons - tal como o que une os irmãos de sangue - é tecido de amizade, de cooperação, de auxílio mútuo, de cumplicidade, mas também de emulação, cada um procurando mostrar aos demais a sua evolução, o que aprendeu, o que conseguiu melhorar, ao mesmo tempo que contribui para a melhoria dos demais. E cada um progride mais em conjunto e por causa do conjunto. E cada um aprende que, quanto mais contribuir para o progresso de seu Irmão, mais ele próprio avançará.

Rui Bandeira