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26 janeiro 2015

Sugestão Musical para a Coluna da Harmonia “Los Hermanos” de Atahualpa Yupanqui...


A música que hoje publico, “Los Hermanos”, e que em relação à qual poderia ter feito a sua respetiva análise quanto à simbólica maçónica que se pode encontrar nela, não a farei.
E não a farei apenas porque o simbolismo intrincado nela é bastante explícito, bem como quero deixar ao critério de quem a ouve ou mais abaixo lê a sua letra, fazer esse tipo de exercício.

Esta canção pertence a um autor, compositor e músico argentino que nunca foi membro da Maçonaria, tendo sido  inclusive perseguido e encarcerado pelo regime de Juan Domingo Péron (que era maçom) por ter pertencido durante algum tempo ao Partido Comunista Argentino.
O autor desta canção, o argentino Héctor Roberto Chavero (31/01/1908-23/05/1992), mais popularmente conhecido por “Atahualpa Yupanqui”, legou-nos uma música que eu não poderia deixar de salientar neste espaço e também de a enaltecer, dada a beleza e o sentido fraterno contidos  nela.

(Para quem afirmou acima que não faria qualquer análise, expresso aqui uma dica quanto a algum simbolismo que se possa encontrar implícito na canção).

A letra da canção que mais abaixo se encontra publicada, está no seu castelhano original e dada a familiaridade entre a língua portuguesa e a língua espanhola, creio que também será fácil a quem ler a respetiva letra, efetuar a sua tradução e compreender o que está escrito, caso contrário,  tem a possibilidade de aceder a uma tradução desta canção aqui .

Assim, deixo-vos uma das mais bonitas composições que já tive a oportunidade de conhecer e que encerra em si algum tipo de simbolismo maçónico:

“Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
En el valle, la montaña
En la pampa y en el mar
Cada cual con sus trabajos
Con sus sueños, cada cual
Con la esperanza adelante
Con los recuerdos detrás
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Gente de mano caliente
Por eso de la amistad
Con uno lloro, pa llorarlo
Con un rezo pa rezar
Con un horizonte abierto
Que siempre está más allá
Y esa fuerza pa buscarlo
Con tesón y voluntad
Cuando parece más cerca
Es cuando se aleja más
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Y así seguimos andando
Curtidos de soledad
Nos perdemos por el mundo
Nos volvemos a encontrar
Y así nos reconocemos
Por el lejano mirar
Por la copla que mordemos
Semilla de inmensidad
Y así, seguimos andando
Curtidos de soledad
Y en nosotros nuestros muertos
Pa que nadie quede atrás
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Y una novia muy hermosa
Que se llama ¡libertad!”
Também eu, tal como Héctor Roberto Chavero, tenho tantos irmãos que não os conseguirei contar, cada um com o seu trabalho, com o seu feitio, com as suas singularidades pessoais, guardando na lembrança os que já partiram e auxiliando os que ainda por cá se encontram; semeando a fraternidade, caminhamos juntos e livres, alimentados pela esperança de um dia podermos vir a criar um mundo que seja melhor…para todos!