12 outubro 2015
24 junho 2012
Reeleição do Grão Mestre
José Ruah
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06 agosto 2011
Niny Sequeira - Maçon de corpo inteiro
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10 novembro 2010
O quarto Grão-Mestre
Antes disso, tinha sido, em 2001, com José Manuel Anes, candidato ao exercício do ofício. Então, foi este quem foi eleito terceiro Grão-Mestre. Mas a divulgação das candidaturas a que então se procedeu mostrou a elevada qualidade de ambos os candidatos e José Manuel Anes soube interpretar bem o desejo que então se formou e designou Alberto Trovão do Rosário para o exercício do ofício de Vice-Grão-Mestre.
Trovão do Rosário colaborou assim no trabalho de normalização da vida da Grande Loja levado a cabo por José Manuel Anes e recebeu uma Grande Loja pacificada, em velocidade de cruzeiro, com a normalidade restabelecida.
Preocupado em preservar o rumo readquirido, Trovão do Rosário dirigiu a Grande Loja com particular prudência. Cada passo, cada iniciativa, era analisado e reanalisado, estudado e ponderado antes de ser dado ou de ser levado a cabo, por forma a garantir-se que não fosse um passo em falso, uma iniciativa falhada ou erradamente controversa. Esta prudência não foi bem vista pelos mais impacientes, que, com algum humor, não isento de carinho e respeito, brincavam com o nome do Grão-Mestre, apelidando-o de Travão do Rosário...
Mas provavelmente o quarto Grão-Mestre tinha e teve razão: há que deixar o tempo fazer o seu trabalho, que consolidar o que anteriormente foi abalado e reparado. A impaciência é generosa, o desejo de fazer é positivo, mas há um tempo para avançar e um para consolidar o progresso alcançado. O quarto Grão-Mestre considerou que o seu tempo era de consolidação - e a evolução futura deu-lhe razão! A melhor prova disso é o percurso bonançoso que a Grande Loja tem trilhado desde então.
Alberto Trovão do Rosário, professor universitário, foi e é um homem ponderado, de estudo, de organização e exposição do saber adquirido. Foi talvez esta a linha de força que deixou marcada na organização que dirigiu. O seu tempo foi de aprofundamento do que é, para que serve, a Maçonaria, foi de organização das nossas ideias. Para fazer este trabalho, é preciso sossego. Que não deve ser confundido com inércia...
Este blogue, em devido tempo, registou o pensamento do quarto Grão-Mestre, quando publicou, entre 30 de outubro e 20 de novembro de 2006, na íntegra, mas dividido em nove excertos, o seu artigo "A Actualidade da Maçonaria", originalmente publicado no boletim da Grande Loja, "O Aprendiz". Ainda hoje vale a pena reler este artigo. Ainda hoje tem as marcas da atualidade e da qualidade.
Alberto Trovão do Rosário não foi travão. Foi pausa, foi estudo, foi prudência. Foi o que era necessário na altura. E o seu trabalho possibilitou que o seu sucessor estabelecesse o seu rumo, sem receio de que o terreno da partida estivesse em falso. O vigor dos passos que se dá também depende da consolidação do terreno em que esses passos se dão... Hoje, quando o seu sucessor deu já por terminada a sua tarefa e novo elemento tomou as rédeas da Grande Loja, podemos com justiça afirmar que o tempo de consolidação proporcionado pelo quarto Grão-Mestre foi precioso.
Eis um excerto, retirado do sítio da Grande Loja, do percurso maçónico do quarto Grão-Mestre que, na vida profana, é Licenciado pelo Instituto Nacional de Educação Física, Doutorado, com Distinção, pela Universidade Técnica de Lisboa (Faculdade de Motricidade Humana) e assegurou uma bem sucedida carreira universitária.
Percurso Maçónico
- Ex-Obreiro da RL Bocage, Obreiro da RL Santiago, Obreiro da RL Fraternidade, Obreiro da RL Pisani Burnay.
- Nestas RRLL desempenhou todas as funções do quadro de Loja tendo sido VM da RL Santiago por duas vezes e sido VM da RL Pisani Burnay.
- Ex-Grande Inspector (Rito de York).
- Assistente do MR Grão-Mestre da GLLP/GLRP. Por inerência, foi membro do Grão-Mestrado.
- Capelão do Capítulo «Mosteiro dos Jerónimos» (Arco Real).
- Ilustre Mestre do Conselho da «Ordem de Santiago» (Graus Crípticos).
- Generalíssimo da Comenda «D. Henrique o Navegador», integrada na Grande Comenda dos Cavaleiros Templários de Portugal, juntamente com as Ordens da Cruz Vermelha e de Malta.
- Grande Prelado do Conclave «Henrique de Bourgogne» da Ordem Maçónica e Militar da Cruz Vermelha de Constantino e das Ordens anexas do Santo Sepulcro e de S. João Evangelista.
- Supremo Magnus substituto da Societas Rosacruciana in Lusitania.
- Membro do Shrine (Europa)
- Membro do Shrine (Internacional).
- Representante do GC dos MC do Arizona junto do GC de MR e E de Portugal.
- Representante do GC dos GC do RAM do Arizona junto do Supremo Grande Capítulo do Arco Real de Portugal.
- Foi Presidente da Comissão Científica do Iº Congresso da Maçonaria Regular.
- Foi Vice-Presidente e Presidente da Direcção da associação profana Grande Loja Legal de Portugal.
- Criador, com outros obreiros, da colecção «Cadernos Maçónicos», na RL Santiago, em 1997. Posteriormente, a publicação desta colecção prosseguiu na RL Astrolábio.
- Autor de dezenas de pranchas, artigos e comunicações sobre temas maçónicos.
- Autor, com NN Fernandes, do livro «Mozart e a Flauta Mágica - Espiritualidade, Música e Maçonaria.
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03 novembro 2010
Vencedor e... vencedor!
José Manuel Anes era bem conhecido. Fora um prestimoso colaborador de Luís Nandin de Carvalho e em boa parte também a ele se devera a manutenção do reconhecimento internacional, após a cisão. Alberto Trovão do Rosário, professor universitário, obreiro de uma Loja no distrito de Setúbal, era então menos conhecido, mas era-lhe reconhecida grande capacidade, profunda estatura cívica e intelectual e era ardentemente apoiado por alguns Irmãos que suportavam a sua candidatura.
Recentemente cicatrizada de uma cisão, a GLLP/GLRP e os seus obreiros não pretendiam propiciar condições para que uma outra viesse a ocorrer. As duas candidaturas preocuparam-se assim em atuar de forma a que nenhuma fagulha ativasse indesejável braseiro. Pela primeira vez havia disputa eleitoral, importava demonstrar que esse facto integrava a normalidade da vida institucional da Obediência. Sabia-se que alguém havia de vencer e alguém haveria de perder a eleição. Isso era normal e fazia parte do processo eleitoral. Importava que a aceitação do resultado eleitoral fosse consensual e não criasse risco de perturbações - já tínhamos tido a nossa conta delas!
A divulgação das candidaturas e seus projetos - aquilo a que vulgarmente se designa por campanha eleitoral... - decorreu de forma exemplar: cada candidatura elaborou os seus documentos, que foram divulgados e distribuídos pela estrutura da GLLP /GLRP, com rigorosa imparcialidade. Ambos os candidatos se deslocaram às Lojas para se apresentarem e com os obreiros das Lojas debater os respetivos projetos. Mas essas deslocações tiveram a particularidade de terem sido feitas em conjunto. Não houve campanhas eleitorais, houve a apresentação de projetos, em sadio confronto.
Dificilmente se poderia ter tomado melhor opção! O processo eleitoral decorreu em harmonia, sem incidentes, cada um apresentando as suas ideias e assistindo à apresentação das ideias do seu opositor. Tudo decorreu com elevação, em verdadeira fraternidade.
No decorrer desse processo, verificou-se que as bases, as Lojas e seus obreiros, apreciaram a forma como ambos os candidatos divulgaram os seus propósitos. Verificaram que tinham perante si dois verdadeiros potenciais Grão-Mestres. Sabiam que só um seria eleito. Mas demonstravam o seu apreço por ambos. Consensualmente, a ideia surgiu, a sugestão foi verbalizada, o apelo foi feito, a opinião, Loja a Loja, coletivamente foi formada: um dos dois candidatos seria eleito, mas ambos eram merecedores de o ser. Então, sendo inevitável que houvesse um eleito e um não eleito, havia que proceder da forma que melhor se pudesse reconhecer esse mérito de ambos os candidatos. Loja a Loja, a mensagem que os candidatos ouviram afinava pelo mesmo diapasão: o candidato eleito Grão-Mestre deveria designar o outro candidato Vice-Grão-Mestre!
Talvez inicialmente não fosse essa a ideia dos candidatos. Mas o pulsar da Obediência era inequívoco.
E assim foi feito! Apurados os resultados da eleição, verificou-se que fora eleito para terceiro Grão-Mestre José Manuel Anes. Não se soube - está definido que não se saiba! - se a sua eleição ocorreu com grande ou pequena vantagem. Não houve elementos quantitativos a deslustrar a valia qualitativa de ambos os candidatos. E o Grão-Mestre eleito designou como Vice-Grão-Mestre o seu opositor na eleição!
Alberto Trovão do Rosário foi assim designado Vice-Grão-Mestre, com toda a legitimidade, com todo o peso institucional que a exemplar atuação de ambos os candidatos na eleição permitiram que lhe fosse conferido.
E foi assim que, de uma assentada, a GLLP/GLRP, recentemente cicatrizada a ferida da cisão, elegeu, não um, mas dois Grão-Mestres! Porque logo então se percebeu que, salvo qualquer anormalidade, não se tinha eleito apenas o terceiro Grão-Mestre: também se tinha escolhido o seu sucessor!
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 4 comments
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25 agosto 2010
O terceiro Grão-Mestre
Também na frente interna o mote do trabalho do Grão-Mestre José Manuel Anes foi a retomada e consolidação da normalidade. Paulatina mas firmemente, deixou bem claro que o passado era passado e que, mais do que recordar eventos, o que interessava era que cada um prosseguisse o seu trabalho de aperfeiçoamento pessoal, que cada Loja exercesse a sua função de enquadramento e catalisador do trabalho dos seus elementos.
Bem-disposto, bonacheirão, sempre com um sorriso na cara, José Manuel Anes transmitiu a todos a sua confiança. E o seu mandato foi um percurso em crescendo para a normalidade...
O Grão-Mestre José Manuel Anes recebeu uma Grande Loja ainda marcada pelos eventos que ofuscaram o mandato do seu antecessor e transmitiu ao seu sucessor uma Grande Loja estabilizada, confiante e em velocidade de cruzeiro. Podemos e devemos, sem dúvida alguma, considerar, com toda a justiça, que foi o homem certo a segurar na altura certa o leme da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP.
Eis o seu currículo, reunindo informação registada no sítio da GLLP/GLRP e na página a ele dedicada na Wikipédia:
Residente na Costa da Caparica.
Licenciado em Química, pela Faculdade de Ciências de Lisboa, em 1975 (Bacharel em 1973).
Nos anos 70 foi assistente de Biomatemática na Faculdade de Medecina de Lisboa (HSM) - 1976-77 e 1977-78 - e, tendo sido equiparado a bolseiro, frequentou um curso de pós-graduação em Química-Física Inorgânica na Fac. de Ciências da Universidade Complutense de Madrid e estagiou em Catálise e Catalisadores no Instituto de Química-Física do Conselho Superior de Investigações Científicas de Madrid. Foi durante vinte anos Perito Superior de Criminalística do Laboratório de Polícia Científica da P.J.; actualmente está na situação de aposentado.
Desde 1986,é docente convidado de Matemáticas para as Ciências Humanas do Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Faculdade onde tem lecionado também Métodos Quantitativos no Departamento de História, Estatística e no de Ciência Política; desde o ano de 2000-2001, leccionou também, na FCSH da UNL, a cadeira de Antropologia da Religião no Departamento de Antropologia, nos anos de 2000-2001 e 2001-2002. Tem dado, desde 1998, Cursos livres sobre História das Correntes Esotéricas, Novos Movimentos Religiosos e "New Age", no Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões da mesma Faculdade, e também no Centro Nacional de Cultura, os último dos quais se intitularam "Violência e Novos Movimentos Religiosos" e "Esoterismo e Política". Foi Assessor Cultural da Fundação Cultursintra, em 1996 e 1997, sendo Medalha de Prata da C.M. de Sintra em virtude da sua iniciativa pessoal que conduziu à classificação da Quinta da Regaleira pelo IPPAR como imóvel de interesse público e também pelos estudos realizados (um dos quais foi apresentado em Londres na Cornerstone Society - ver o resumo da conferência em www.workingtools.org) e pela divulgação da mesma Quinta. Foi Presidente da Academia de Estudos Ibero-árabes (1995/97) e Vice-Presidente da Associação Fernando Pessoa (1999-2000).
É membro correspondente em Portugal da Associação "ARIES" (de Estudos e Informações sobre Esoterismo) dirigida pelo Prof. Antoine Faivre da EPHE (Sorbonne), do CIRET (Centro de Estudos sobre Transdisciplinaridade) dirigido por Basarab Nicolescu (Paris) e das seguintes Associações de estudos dos Novos Movimentos Religiosos: a francesa AEIMR dirigida por Bernard Blandre e a italiana CESNUR (Torino) dirigida pelo Doutor Massimo Introvigne (Torino). Foi Director da "Biblioteca Hermética" da Hugin Editores, onde publicou obras de diversos autores, entre os quais Lima de Freitas, Gilbert Durand, Adalberto Alves, Carlos Calvet, etc.
É um especialista de Correntes Esotéricas Ocidentais, sendo membro da ESSWE- European Society for the Study of Western Esotericism, dirigida pelos Profs. Wouter Hanegraaff (Univ. Amsterdão) e Antoine Faivre (Jubilado da EPHE-Sorbonne).
Organizou, em 2000, a pedido da Câmara Municipal de Cascais/Pelouro de Cultura, o Colóquio internacional "Fernando Pessoa, o Esoterismo e Aleister Crowley" que contou com as participações, entre outros, dos grandes especialistas universitários de esoterismo e de "novos movimentos religiosos", Antoine Faivre, Massimo Introvigne e Gordon Melton e dos pessoanos Maria Aliette Galhós, Manuela Parreira da Silva e Luis Filipe Teixeira.
Escreveu prefácios para vários livros, os últimos dos quais para “O Pensamento Maçónico de Fernando Pessoa” de Jorge de Matos (Sete Caminhos, Lisboa, 2006) e “La Franc-Maçonnerie comme Voie d’Éveil” de Rémi Boyer (Rafael de Surtis/Éditinter, Monts, França, 2006).
Para além da sua formação em Criminalística, desde 1999, tem-se dedicado também, no quadro da Socio-Antropologia, particularmente no domínio do estudo da Violência em “Seitas” e grupos religiosos radicais, tem sido Docente de cursos sobre Violência Religiosa e Terrorismo Religioso, quer no ISER, a partir de 2001, quer em 2006, na Reitoria da Universidade (Clássica) de Lisboa, na Universidade Autónoma de Lisboa e na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, num curso de Pós-graduação e Mestrado em Estudos Avançados de Segurança e Direito, onde lecciona as cadeiras de Violência Religiosa e de Criminalística. É co-autor no livro “As Teias do Terror” (Ésquilo, 2006).
Foi (desde 2004) Vice-Presidente do OSCOT- Observatório de Segurança, Crime Organizado e Terrorismo e é, desde o início de 2010, o seu Presidente. É Director da revista para o grande público intitulada “Segurança e Defesa”.
Bibliografia publicada:
"Re-creações Herméticas", Hugin, Lisboa, 1ª. ed. 1996, 2ª. ed. 1997; "O Esoterismo da Quinta da Regaleira", Hugin, Lisboa, 1ª. ed.1998, 2ª ed. 2000, 3ª ed. 2003. "Maçonaria Regular - Maçonaria Universal" - Hugin, Lisboa, 2003. "Re-creações Herméticas - II" - Lisboa, Hugin; “Fernando Pessoa e os Mundos Esotéricos” – Lisboa, Ésquilo, 1ª. E 2ª. Eds., 2004;“Os Jardins Iniciáticos da Quinta da Regaleira” – Lisboa, Ésquilo, 2005.Com outros autores: "As Tentações de Bosh e o Eterno Retorno", Lisboa, Museu de Arte Antiga, 1994; "Poesia e Ciência", Lisboa, Cosmos/GUELF, 1994; "Caos e Meta-Psicologia", Lisboa, Fenda/ISPA, 1994; "Religião e ideal maçónico", Lisboa, ISER, 1990); "Seminário sobre Newton", Évora, Universidade de Évora/CEHFC, 1995; "Masoneria y religión", Madrid, Ed. Complutense, 1996; "A Vivência do Sagrado", Lisboa, Hugin, 1998, "A Quinta da Regaleira: história, símbolo e mito", Fundação Cultursintra, 1998; "Portugal Misterioso", Lisboa, SRD, 1998; "L'Âme secrète du Portugal", Paris, L'Originel, nº 9, 2000; "L'Homme à venir - Mémoire du XXe.siècle - nº.2", Paris, Rocher, 2000; "Discursos e práticas alquímicas - I", Lisboa, Hugin/CICTSUL, 2001; "Esoterismo e Humanidades" -Colibri/Faculdade de Letras de Lisboa, 2001; "Discursos e práticas alquímicas - II" - Lisboa, Hugin/CICTSUL, 2002; "O Homem do futuro - um ser em construção" - São Paulo -Br., Triom/USP, 2002; "A Creação - La Création" - Lisboa, Atalaia/Intermundos, 2003; "Le Sacré aujourd'hui" - Paris, Rocher, 2003; “Templiers: les yeux du Baphomet” – Monts (Fr.), Rafael de Surtis/Editinter, 2004.
Percurso Maçónico
Foi iniciado Maçon no Grande Oriente Lusitano, em 1988, tendo saído em 1990, para constituir a Grande Loja Regular de Portugal-GLRP, onde fundou a Loja "Quinto Império" e onde foi sucessivamente, até finais de 1996, Grande Inspector, Assistente de Grão-Mestre e Vice Grão-Mestre. A partir de 1997, continuou a integrar a Grande Loja Legal de Portugal/GLRP - potência regular internacionalmente reconhecida pela Maçonaria Universal - de que foi, a partir dos começos de 2001, Grão Mestre, até Março de 2004.
Foi de 1995 a 2000, Grão Prior do Grande Priorado Independente da Lusitânia da Ordem dos CBCS (Altos Graus do Rito Escocês Retificado).
É CBCS-Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa (armado na Prefeitura de Genève do Grande Priorado Independente da Helvécia, de que é Membro de Honra), Cavaleiro maçónico de Malta - KM (armado no Grande Priorado da Gálias, em Paris), do Grande Priorado de Inglaterra e Gales) e 33º., Grau honorário do Rito Escocês Antigo e Aceite (Supremo Conselho para Portugal).
É membro do Supremo Grande Capítulo do Arco Real de Portugal e do Conselho Críptico para Portugal (Mestres Reais e Escolhidos) - altos graus do Rito de York. É ainda Cavaleiro do Conclave "Henrique de Borgonha" do Grande Conclave Imperial para a França da Ordem Maçónica e Militar da Cruz Vermelha de Constantino e das Ordens do Santo Sepulcro e de S. João Evangelista. É IXº. Grau e membro honorário do Colégio dos "Supreme Magus" da Sociedade Rosacruciana dos EUA ("Societas Rosacruciana in Civitatibus Foederatis" e ainda membro da "Societas Rosacruciana in Lusitania (SRIL).
É membro de honra da Loja "Oldest Ally" da Grande Loja Unida de Inglaterra, Companheiro do Arco Real inglês (Capítulo "Benaventa" de Northamptomshire), Cavaleiro Templário - KT de Honra (Capítulo "Holy Cross" de Northamptonshire, "Supreme Ruler" da Ordem inglesa do "Secret Monitor" e do Conclave "Olissipus Fidelis" (a Oriente de Lisboa) da OSM, Cavaleiro Rosa Cruz da Ordem Real da Escócia (Grande Loja de Edimburgo), Maçon de Marca e do "Royal Ark Mariner" da Loja "Rose and Lilly" de Londres e membro (em Inglaterra, do Conselho do Grão-Mestre) dos 5 Ordens que constituem os Allied Masonic Degrees: St. Laurence the Martyr, Knight of Constantinople, Grand Tiler of Salomon, Red Cross of Babilon e Grand High Priest. É Knight Templar Priest do Tabernáculo «London Freemen» e membro da Sociedade «Operatives».
É detentor das mais altas distinções do Grande Oriente do Brasil - GOB, entre as quais, a Condecoração da "Estrela da Distinção Maçónica" (Conferida pelo Grão Mestre Geral do GOB), Diploma e Medalha de Honra ao Mérito "Gonçalves Ledo" (Conferida pelo Grão Mestre do Grande Oriente do Estado de São Paulo, federado ao GOB), Medalha do Mérito "Presidente Ivo Ramos de Mattos" (Conferida pela Assembleia Estadual Legislativa do Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro, federado ao GOB) e Medalha "Jubileu de Prata do GOERJ- 2003" (Conferida pelo Grão Mestre do Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro, federado ao GOB). É ainda detentor da Medalha do "Mérito Montezuma" do Supremo Conselho para o Brasil do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA (atribuída pelo Soberano Grande Comendador).
É Grande Representante da Grande Loja do Estado de Nova Jersey (EUA) , junto da GLLP/GLRP, da Grande Loja da Suécia junto do Grande Priorado Independente da Lusitânia e Grande Oficial de Honra da GL Real de Marrocos.
É membro correspondente das seguintes sociedades de investigação maçónica: «Ars Quotur Coronati» (Inglaterra), «Villart de Honnecourt» (França) e «Scottish Rite Research Society» (EUA).
Rui BandeiraPublicado por Rui Bandeira às 12:00 14 comments
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28 maio 2009
Maçonaria Entreaberta - III
Maçonaria Entreaberta - 3ª e ultima parte
A Sociedade, a Humanidade, só progride se conseguirem condições generalizadas de Paz, de Harmonia, de Fraternidade, de Solidariedade e de Tolerância entre aqueles que partilhem destes valores. As sociedades e a Humanidade serão tanto mais justas quanto menos excluídos sociais houver... só que a exclusão e a marginalidade social não afecta só os pobres de bens materiais, afecta, e de que maneira, os pobres de espírito.
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27 maio 2009
Maçonaria Entreaberta - II
Maçonaria Entreaberta - 2ª parte
Neste conceito de seitas, aparecem como elementos caracterizadores e indiciadores da existência da marginalidade do grupo, os atentados ou ameaças à integridade física... o discurso com características anti-sociais... perturbações da ordem pública... tentativas de infiltração dos poderes públicos... etc.
Publicado por Jose Ruah às 18:00 1 comments
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26 maio 2009
Maçonaria Entreaberta - I
Por natureza, o maçon é pois solidário na sua espiritualidade, o que resulta da sublimação da sua dimensão meramente terrena e materialista.
Quer isto dizer, que não se pode ser maçon sem se respeitar a ordem democrática e da moral vigente, que aliás devem estar em consonância nas sociedades civilizadas contemporâneas. Um maçon que não se identifique nesses termos com a sociedade em que se integra, dificilmente poderá ser manter a sua condição de Maçon, porquanto nenhum legítimo dever profano deve estar em contradição com o juramento maçónico.
E quanto ao inverso? Um maçon iniciado regularmente, a trabalhar regularmente, integrado numa Grande Loja ou num Grande Oriente que perdeu o seu reconhecimento como regular pela comunidade maçónica universal? A resposta é simples... passa a ser incluído na irregularidade. Este só tem também uma solução à sua disposição, se não quiser permanecer na irregularidade e afastado do convívio maçónico regular universal: é ingressar numa obediência maçónica reconhecida como regular.
Fim da 1ª Parte
Editado por
José Ruah
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24 março 2009
O segundo Grão-Mestre
A empresa já não se afigurava fácil, uma vez que Nandin de Carvalho sucedia ao carismático Grão-Mestre fundador, Fernando Teixeira. Em circunstâncias semelhantes, assegurar a sucessão, trilhar caminhos que necessariamente serão novos ou diversos, nunca é fácil. O peso institucional do líder fundador era muito. A inevitável comparação entre os estilos de quem fundara e de quem assumia as rédeas da liderança não facilitava nada a tarefa do sucessor: se este mantivesse uma linha semelhante ao seu antecessor, seria considerado um mero executante da vontade do fundador, um discípulo sem autonomia e sem real liderança; se alterasse o rumo, arrostaria com todo o peso dos fiéis do fundador, que não aceitariam bem as mudanças. A sucessão de um líder carismático é sempre muito complicada e aceitar assegurá-la é sempre um ato de coragem.
Se Luís Nandin de Carvalho certamente sabia que sair da sombra do seu antecessor seria difícil e doloroso, não teria porventura a noção de quão grandes viriam a ser as dificuldades. Mal tinha tido tempo de aquecer o seu assento na cadeira de Grão-Mestre, menos de três escassos meses após a sua instalação, foi confrontado com uma sublevação de fiéis de Fernando Teixeira. O tempo muito curto que decorrera desde que iniciara funções demonstrava que não era a sua atuação que estava em causa, antes um propósito de retomar um vão poder perdido. No final de 1996, ocorreu o que veio a ficar conhecido pela cisão da Casa do Sino, através da qual uns quantos pretenderam derrubar o Grão-Mestre eleito e recentemente instalado e substitui-lo por um iluminado de sua confiança.
Luís Nandin de Carvalho foi - não poderia deixar de assim ser - reconhecido como o legítimo Grão-Mestre, nacional e internacionalmente. O grupo que se arrogava do iluminado poder de decidir que o Grão-Mestre eleito devia ser derrubado e substituído tentava confundir as coisas e situações, utilizando também a sigla GLRP. Luís Nandin de Carvalho tomou então uma decisão, que, tendo sido na época dolorosa e porventura mal aceite por muitos do que permaneceram fiéis ao Grão-Mestre eleito - incluindo eu próprio -, se revelou acertada: concentrou-se no essencial e nem se preocupou com o acessório. O essencial era manter intocada a prática da Maçonaria segundo os princípios da Regularidade; era recuperar do golpe sofrido, com a ocupação das instalações da Obediência e a cisão; era manter o Reconhecimento das Potências Maçónicas internacionais. O acessório era terçar armas por um nome e por um específico local. Podia recorrer-se aos Tribunais, ao Poder civil, às instituições do Estado, para reclamar para a Obediência a recuperação das instalações de que fora esbulhada e o uso exclusivo do seu nome. Com isso, ter-se-ia, porém, uma longa e desgastante batalha judicial, que em nada prestigiaria a Obediência.
Concluiu que, afinal de contas, espaços para trabalhar há muitos, seria estulto perder tempo e energia a lutar por um específico, ainda por cima nem sequer especialmente adequado para a utilização pretendida, nem tendo propriamente uma localização privilegiada, nem sequer tendo uns custos de utilização baixos. Também entrar numa luta pela designação da Obediência só possibilitaria confusões entre os menos bem informados e no estrangeiro. Decidiu assim, aceitar a solidariedade e disponibilidade do Supremo Conselho dos Altos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceite e, provisoriamente, deslocar a sede da Obediência para instalações cedidas por este Supremo Conselho, num bairro histórico de Lisboa. Ulteriormente, e a seu tempo, a Grande Loja assegurou a utilização das suas atuais instalações, no centro de Lisboa. Quanto ao nome, decidiu frisar bem, interna e externamente, onde residia a legalidade maçónica e alterou o nome da Obediência para Grande Loja Legal de Portugal/GLRP (GLLP/GLRP). Internacionalmente, e por força do espírito prático americano, a Obediência ficou comummente conhecida por "Grande Loja Regular de Portugal (Legal)".
Se a sucessão já era, à partida, difícil, os acontecimentos tornaram a tarefa hercúlea. Havia que recolar todos os pedaços de uma jovem organização que um grupo de ambiciosos de vão e estulto poder escaqueirara. Foi preciso reorganizar, reconstruir, recomeçar. E Luís Nandin de Carvalho dirigiu a reorganização, a reconstrução, o recomeço. Apoiou-se naqueles que permaneceram fiéis ao Grão-Mestre eleito, alguns dos quais nem sequer tinham votado nele, mas reconheciam pertencer-lhe a legitimidade para o exercício do ofício. Limpou a casa. Foi avante. Persistiu. Trabalhou. Insistiu. Debateu. No final, transmitiu o malhete da Regularidade ao seu sucessor, intacto e posto a salvo da borrasca.
Só o ter conseguido fazê-lo já tornaria o seu mandato, que decorreu ente 1996 e 2001, merecedor de encómios. Não era, não foi fácil, levar a bom porto uma barca que arrostou com tão inesperada, como violenta tempestade. O seu mandato - ao contrário do que certamente ele próprio desejaria - foi, em grande medida, um trabalhoso período de limitação e reparação dos estragos provocados pela borrasca. Mas, quando chegou a altura de passar a barca a novo timoneiro, esta estava quase integralmente reparada. Todas as Lojas laboravam com normalidade. Internacionalmente, todas as Obediências da Maçonaria Regular reconheciam a GLLP/GLRP como a única e legítima representante da Maçonaria Regular em Portugal, com uma única e temporária exceção, uma das Grandes Lojas americanas, que, no entanto, logo do início do mandato do seu sucessor, retomou o reconhecimento da GLLP/GLRP. Esse é um mérito que ninguém de boa fé pode retirar ao segundo Grão-Mestre.
Mas não foi só no navegar em mar alteroso e na resistência ao infortúnio e más opções alheias que se esgotou o mandato de Luís Nandin de Carvalho. A sua marca mais perene, o essencial da sua maneira de ver a Maçonaria, foi o compromisso que defendeu entre Tradição e Modernidade, o equilíbrio entre recolhimento e abertura que promoveu. Nandin de Carvalho prezava e preza, como todos nós, o valioso espólio de Tradição que constitui um verdadeiro tesouro da Maçonaria. Tradição que se mantém, se deve manter e transmitir: princípios, ensinamentos, práticas ancestrais, hábitos de trabalho individuais e coletivos, enfim, tudo aquilo que faz a Maçonaria ter razão de ser. Mas intuiu e insistiu que, no século XXI, que no seu mandato se iniciou, a forma de a Maçonaria interagir com a Sociedade tinha de acompanhar a evolução desta e dos meios resultantes da Modernidade. Parafraseando o título de um dos seus livros, esta é a época d'A Maçonaria Entreaberta. Não se pense que esta noção teve um caminho fácil. Alterar, modificar, atualizar, arrasta sempre um coro de receios de que se vá depressa demais ou longe demais. E é, obviamente, preciso saber dar tempo ao tempo e dar passos seguros. Mas este compromisso apontado por Nandin de Carvalho fez e vai fazendo o seu caminho. Este blogue é um exemplo disso mesmo...
Rui Bandeira
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26 novembro 2007
O Grão-Mestre Fundador
Curriculum Vitae maçónico
- Grau 33 do Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceite.
- Membro Honorário do Grande Priorado de Helvetia.
- Cavaleiro Benfeitor Honorário da Cidade Santa, do Grande Priorado Lusitano.
- Grande Prior do Capítulo Português do Arco Real.
- Membro de Honra da Grande Loja de Washington D.C.
- Membro de Honra da Loja "Atlântida" da Grande Loja de Espanha.
- Grande Oficial Honorário do Grande Oriente de Itália.
- Membro Honorário (Venerável de Honra) da Loja "Oldest Ally" da Grande Loja Unida de Inglaterra.
- Grande Oficial Honorário da Grande Loja de Porto Rico.
- Grão Mestre Honorário "Ad Vitam" da Grande Loja da Roménia.
- Medalha de ouro da Grande Loja Nacional Francesa.
Em 1984, Fernando Teixeira sai do Grande Oriente Lusitano e funda a Grande Loja de Portugal.
Em 1989, é designado Grão Mestre do Distrito de Portugal da Grande Loja Nacional Francesa.
Em 29 de Junho de 1991, a Grande Loja Regular de Portugal é constituída e reconhecida internacionalmente como Obediência Regular em Portugal, tendo Fernando Teixeira sido nomeado o seu primeiro Grão Mestre.
Reeleito em Setembro de 1994, é substituído em Setembro de 1996, a seu pedido e por motivos de saúde, tendo sido nomeado Grão Mestre Jubilado.
Quando relembro na minha memória Fernando Teixeira, a expressão que assoma ao espírito para definir a marca que deixou em mim é a de Príncipe da Renascença. Fernando Teixeira possuía um carisma invulgar, sabia que o tinha e utilizava-o sem tibiezas. Como Grão-Mestre, governou a Grande Loja com mão de ferro envolta em luva de pelica e sorriso cúmplice. Impunha a sua vontade como um rei absoluto, mas ouvia todos os obreiros, desde os mais próximos colaboradores ao mais recente e imberbe Aprendiz com interesse, agrado e atenção. E não se coibia de elogiar uma boa ideia, um ponto de vista interessante, vindo de um obscuro obreiro e de ordenar (é o termo: Fernando Teixeira, mesmo quando pedia, ordenava...) aos seus mais íntimos colaboradores, aos que asseguravam os mais altos ofícios na Grande Loja, que executassem a boa ideia, que atentassem no ponto de vista interessante.
A imagem que guardo de Fernando Teixeira é a de um homem com uma notória superioridade intelectual, uma cultura enciclopédica, que impressionava os demais e os predispunha para seguirem as suas orientações. Daí o seu carisma. Mas também era um homem perfeitamente consciente desse seu carisma e que o utilizava, sem qualquer hesitação, para garantir que a sua vontade imperasse. Fernando Teixeira foi, sem dúvida, um homem brilhante, que era óptimo ter como amigo, mas que era temível ter como inimigo...
A Grande Loja muito deve a Fernando Teixeira, à sua enorme inteligência, à sua habilidade no trato, à sua capacidade diplomática. Tendo sido criada na esfera de influência da Grande Loja Nacional Francesa, obteve, em tempo recorde, o reconhecimento das Grandes Lojas da esfera de influência anglo-saxónicas, as Grandes Lojas americanas e a Grande Loja Unida de Inglaterra e, com ele, o reconhecimento em todo o Mundo, como a Potência Maçónica Regular em Portugal. Conseguiu, em escassos dois anos, o que outros, mais ricos, fortes e poderosos, em outras paragens levaram anos e anos a obter.
Criou a Obediência a partir quase do nada, com espartana administração dos escassos recursos disponíveis. Sabia e fez saber que a afirmação da Obediência passava também pelo seu apuro ritual. Ensinou e exigiu que se aprendesse.
Fernando Teixeira foi, sobretudo, um grande líder. Com todas as características de um líder. Com todas as virtudes de um líder. Também com os defeitos que o hábito da liderança cria. Era uma vedeta e comportava-se como tal - mas todos gostavam dele assim mesmo e todos esperavam que fosse precisamente assim que se comportasse. Era autoritário e proclamava o seu orgulho em o ser - mas todos se sentiam confiantes no seu exercício da autoridade.
Os cinco anos de exercício do ofício de Grão-Mestre por Fernando Teixeira foram muito frutuosos. Do nada, ou quase, a Obediência cresceu, implantou-se, estruturou-se, organizou-se.
Fernando Teixeira apreciava as boas coisas da vida e afirmava-o sem tibiezas. E gostava de pompa e circunstância, sobretudo nas cerimónias em que recebíamos dignitários estrangeiros. Misturava a solenidade com a humanidade e singeleza com a naturalidade só acessível aos eleitos. Recordo-me de, ainda Companheiro, o ver entrar com pomposa solenidade, usando um riquíssimo avental e o seu Colar de Grão-Mestre, numa sessão de Grande Loja. A dada altura, essa sessão de Grande Loja ficou restrita aos Mestres - o que impôs que os Aprendizes e Companheiros aguardassem no exterior o desenrolar dos trabalhos até à altura em que podiam reentrar. Mas os trabalhos eram demorados e o tempo passava... De repente, no hall do hotel onde os mais novos procuravam consolar o seu aborrecimento, a caminho do tédio, aparece Fernando Teixeira, com todos os seus paramentos. "Fiz um intervalo nos trabalhos, para vir cá fora fumar uma cigarrilha e fazer-vos um pouco de companhia, que já estão há muito tempo à espera..." E cavaqueou durante dez minutos com os Aprendizes e Companheiros, após o que reentrou para recomeçar a sessão. E claro que deixou cá fora umas dezenas de incondicionais, resgatados do tédio da espera por dez minutos de atenção do Grão-Mestre...
Foi assim Fernando Teixeira, príncipe da Renascença, homem brilhante e carismático, que gerou incomensuráveis fidelidades.
Fernando Teixeira gostava do Poder - e assumia-o. Mas a saúde começou a traí-lo e resignou-se a deixar o ofício de Grão-mestre. Mas o perfume do Poder não deixou de o atrair. Conviveu mal com a saída do ofício. Não deixou respirar o seu sucessor. Estava então, também rodeado de alguns próximos que eram mais lata brilhante do que metal precioso. Não se apercebeu que o brilho que estes mostravam mais não era do que o pálido reflexo do brilho que ele próprio emanava. Ainda o seu sucessor não tinha aquecido o lugar, desentendeu-se com ele e quis impor a sua exoneração. Acabou por integrar a cisão da Casa do Sino.
Do meu ponto de vista, errou então. Mas não é esse erro, por muito dolorosas que tenham sido as situações então vividas, que deslustra, a meus olhos e aos olhos de todos quantos com ele privaram naqueles anos gloriosos de implantação da Maçonaria Regular em Portugal, tudo o que anteriormente, com brilhantismo, ele fez em benefício desta.
Tenho - temos, todos nós nesta Casa - muito orgulho, muita honra no Grão-Mestre Fundador, Fernando Teixeira.
E muita gratidão pelo que lhe devemos. E alguma saudade.
Outros haverá que também homenageiam a sua memória. Pela minha parte, em nada isso me incomoda. Poderemos ter, porventura, outras divergências. Ainda bem que convergimos na boa recordação de Fernando Teixeira. E, lá no Oriente Eterno a que, chegada a sua hora, Fernando Teixeira passou, estas tricas dos pobres humanos nada significam...
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 19:57 0 comments
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