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18 maio 2007

Gastronomia Maçónica – 8

Ontem à noite cumpriu-se mais uma etapa do “ritual” sobre “Gastronomia Maçónica” !
Em Setembro do ano passado foram “postados” vários textos discorrendo, em lume brando, sobre uma possível, eventual, talvez haja, não… não há, afinal sempre apareceu…, …, …, gastronomia maçónica.
Estas dúvidas terríveis, existenciais e gastronómicais constituíram uma boa desculpa (desculpa, não… ”razão”, uma boa razão era o que eu queria escrever !) para que logo, logo, surgisse uma comissão de estudiosos (os 3 blogueiros mais usuais destas letras e mais o PauloR que também tem ajudado), assim como que uma espécie de um grupo de reflexão, que se atiraram…(“atiraram” parece-me pouco delicado, talvez mais propriamente se dedicaram…, é, parece-me mais apropriado), bem que se dedicaram ao estudo desta matéria com afinco, denodo, esforçadamente, estudando analisando, procurando, … e mais 24 coisas destas assim terminadas em “ando”, concluindo (esta é em “indo” para evitar versos) que, mais uma vez, é no Oriente que se deve ir buscar a sabedoria.
Verdadeiramente, assim !
E como da conhecida e muito divulgada sabedoria oriental vem uma máxima chinesa que diz que:

- Todo o conhecimento genuíno tem origem na experiência directa

pois não teve esse grupo de trabalho (trabalho, sim, não julguem que o pessoal brinca em serviço…) outra solução senão esforçar-se por experimentar, “in loco”, (quero dizer, no prato !) os espécimes gastronómicos que a história medieval (alguma é medieval de anteontem, mas a gente não liga a esses pormenores) trouxe até aos nossos tempos.
Quem leu os textos publicados em Setembro de 2006 (vá, confessem que já não se lembram de nada… seus distraídos, sempre de costas para a cultura do povo !) sabe que foram ali referidas algumas preciosidades, entre elas, “Gigot D'agneau de 7 Heures”, “Pavão com aipo”, “Perdiz trimolette”, “Capão em caldo de canela”, “Pombos estufados” … bem, um nunca mais acabar de pitéus que a curiosidade da “comissão” quer estudar até ao fim, custe o que custar, doa a quem doer.
Estas matérias são muito sérias e chega de deixar comida no prato… ah, não é nada disso, desculpem, estava distraído, chega de deixar os inquéritos em meio, para que o tempo os leve até ao arquivo da impunidade.
Somos responsáveis ! Não queremos ficar impunes !
Prometemos que connosco as coisas irão até às últimas consequências !!!

E assim, depois de um primeiro ensaio, experiência que o JoséSR orientou sabiamente em seu laboratório, por sinal magnificamente apetrechado não ficando nada a dever às cantinas dos nossos laboratórios de investigação, óh…, vejam que disparate de confusão, não fica a dever nada ao equipamento laboratorial, quem se lembrou de falar em cantinas… que confusão imperdoável (!), então ia eu dizendo que num 1º ensaio experimentámos uma tal “sopinha de melão” que óh… óh… parecia saltar sozinha das “bases de ensaio” (designação científica para os vulgares pratos que o povo menos preparado utiliza) para os locais pessoais de experimentação e saboreamento (também designados por “goelas”).

Em segundo lugar procurámos reconhecer os segredos da constituição subcutânea de um belo borrego assado/estufado acompanhado com os preparados químicos batatais convenientemente dispostos de forma a auxiliar o fácil reconhecimento dos constituintes interiores do animal que tivemos de dissecar.
Esta primeira experiência constituiu um êxito científico que superou de tal forma as exigências das revistas científicas mundiais que estas se sentiram incapazes de publicar o relatório respectivo por clara falta de capacidade de entendimento dos seus leitores !!!

Ontem cumpriu-se então o segundo ensaio, desta feita em laboratório independente, e que serviu para esclarecer várias dúvidas que perduravam há vários meses sobre alguns detalhes constituintes de algumas peças de “caca” que se diziam mal encaradas.
Preparado que foi o balcão laboratorial foram-nos entregues as peças para estudo.

Primeiro um “coelhinho medievo” que se anunciava como bravo mas que não pareceu nada, antes pelo contrário, comportou-se com uma mansidão só alterada pelos procedimentos relativos à dissecação que se seguiu.
Pudemos separar da sua estrutura alguns chumbos que atribuímos a alterações químicas de diagnosticadas “pedras no rim” de que, provavelmente, o animal sofreu em vida.
Enfim, é uma explicação possível… atendendo a que estávamos perante uma “caca” !
Finalmente foram-nos entregues as supostas “perdizes trimoletes” (“caca” também !).
A comissão mantinha fundadas dúvidas sobre a origem, datação e percurso histórico destas tais perdizes e, de facto pudemos constatar alterações significativas entre a expectativa histórica e a realidade contemporânea.
Digamos que da expectativa restou apenas… o tacho !!! Não foi mau. Tudo o resto pois… foi outra música, ou por outra forma, foi outro tempero.
Áh … mas eram magníficas, com um enquadramento inesperado.
Correu bem porque os instrumentos de análise têm-se mantido ao longo das épocas, o que quer dizer que já na época “trimolete” se utilizavam os garfos e as facas !.

E assim passámos esta segunda experiência, melhorando significativamente a nossa aprendizagem “maçónico-gastronómica”, dedicados como estamos ao estudo dos hábitos de muitos séculos passados.

A Maçonaria não tem tempo.
Desde sempre… até sempre…
Não há pois pressa na conclusão destes estudos nem na elaboração do respectivo relatório final.
Deixemos estas tarefas em lume brando (ou em “banho-maria” como se usa em algumas regiões).

Nota: Para que se não pense que este texto foi descuidadamente preparado, aqui ficam três “ ,,, “ cedilhas que sobraram.
Devem faltar em algum lugar aí para cima.




JPSetúbal

19 setembro 2006

Gastronomia Maçónica - 7

Ao Setimo POST ( sera acaso) posso dizer que

AFINAL EXISTE GASTRONOMIA MAÇONICA - eu sabia !!!!!!

Descobri este blog de um Maçon Frances.

http://latelier.rmcinfo.fr/


E para prova imediata aqui fica uma das receitas do dito, que poderá ser a do jantar mencionado no post anterior


Le Gigot D'agneau de 7 Heures dit du ( Maitre Maçon). (RECETTES)
posté le vendredi 28 juillet 2006 14:10

INGREDIENTS : 1 GIGOT DE "KG, 3 CAROTTES, 3 BRANCHES DE THYM , 3 PETITES TETES D'AIL , 3X5CL DE VIN BLANC , 3X5X7 GR DE BEURRE, 3X5X7 CL DE BOUILLON DE BOEUF , 5 FEUILLES DE LAURIER , 7 TOMATES , 7 OIGNONS , 7X3 CL D'HUILE D'OLIVE.
TEMPS DE PREPARATION: Apprentissage : 3° , Compagnonnage : 5 ° , Maitrise 7 °
TEMPS DE CUISSON : 7 heures
PREPARATION : Desosser et garder l'os pour la réalisation du fond . Piquer le gigot de languettes d'ail . Faire chauffer le beurre et l'huile dans une braisiére , bien dorer le gigot sur toutes les faces ,puis l'envelopper dans un chiffon humide et bien le ficeler.Dans la braisiére , faire revenir les os du gigot et les parures. Ajouter les oignons et les carottes en gros dés . Quand les légumes sont dorés , ajouter 3 verres de vin blanc et 7verres de bouillon. Placer le gigot dans une grande cocotte ovale puis verser dessus le contenu de la braisiére .Ajouter les tomates concassées, 3 brins de thym , 5 feuilles de laurier , 3 cuilléres à café de gros sel , 3 puis 5 puis 7 grains de poivre.Porter à ébullition, puis ajouter suffisament d'eau bouillante pour couvrir le gigot. Poser le couvercle sur la cocotte et le lutter avec de la farine malaxée avec un peu d'eau afin de le rendre hermétique


JoseSR

Gastronomia Maçónica - 6

Certo concordamos que não Há.

Mas quero que venha a haver é essa a diferença. Quanto aos pratos talvez nao tao sofisticados, mas para os dois Co-blogueiros Rui Bandeira e JPSetubal e só mesmo para eles porque o trabalho de escrita deve ser recompensado, ( e vai ter que ser so para eles porque na minha mesa so cabem 4 pessoas) eu proponho-me a preparar um jantar, durante o qual discuteremos o Inicio da Gastronomia Maçonica.

JoseSR

Gastronomia maçónica - 5

Meu caro JPSetúbal, não quero que te falte nada! A cunhada Patrícia certamente que explicaria melhor, mas não quis deixar de procurar esclarecer as tuas dúvidas e... fui procurar na Net!

Quanto ao "pavão com aipo", presumo que não tenhas qualquer dúvida quanto ao pavão, simpático bichinho que nos acostumámos a ver, com a sua bela plumagem, e que nos esquecemos que ... também é comestível e que, na Idade Média, não estavam para esquisitices...

Admito então que a tua dúvida esteja no aipo, pelo que transcrevo este texto, que encontrei aqui, acompanhado de imagem do dito cujo:

As pessoas em regime alimentar (dieta) geralmente comem bastante aipo, uma vez que ele contém baixas calorias até mesmo para os padrões geralmente verificados em vegetais. Dois talos contêm menos de 10 calorias. No entanto, seu alto teor de fibras dá a sensação de saciedade.
O aipo ainda é uma boa fonte de potássio, contribui também com pequenas quantidades de vitamina C e uma boa quantidade de folato e vitamina A. Embora não contenha muitos nutrientes, o aipo acrescenta um sabor especial a uma variado número de receitas - desde sopas e guisados a saladas e recheios de aves.
As folhas de aipo não são geralmente aproveitadas, embora constituam a parte mais nutritiva da planta, pois contêm mais cálcio, ferro, potássio e vitaminas A e C do que os talos. As folhas devem ser utilizadas em sopas e saladas por seu sabor.


Passando agora à "perdiz trimolette", aprendi aqui que se trata de um prato medieval (pois...!), e que a receita é a seguinte (tradução minha do inglês, desculpem lá...):

Preparar as perdizes, assá-las no espeto até estarem quase prontas, retirá-las do espeto, parti-las ou deixá-las inteiras (a gosto) e colocá-las num tacho, em lume brando. Cortar cebolas tão finas quanto se conseguir, fritá-las num pouco de gordura, colocá-las sobre as perdizes, mexendo o tacho frequentemente. Pegar em alguns fígados de frango e num pouco de pão, assá-los bem na grelha, embebê-los num caldo de carne, depois filtrar através de uma gaze de algodão, e colocar no tacho das perdizes. Seguidamente, pegar em pó de canela, um pouco de gengibre, alguns dentes de alho inteiros, grãos de pimenta (em quantidade um pouco mais generosa) e pimenta em pó e empapar tudo em bom vinho. Feito isto, colocar tudo no tacho, polvilhar com um pouco de acúcar e tapar o tacho muito bem, para que nenhum vapor escape. Quando quiser retirar o tacho do lume, juntar apenas um pouco de vinagre, mas não o deixe ferver.

E pronto, estamos todos esclarecidos! Só falta saber quem é o voluntário para cozinhar o petisco...

Para terminar: interessante como se vai no quinto texto acerca de uma coisa que todos concordam não existir...

Rui Bandeira

18 setembro 2006

Gastronomia Maçónica - 3

Pois é !!

Estou de acordo com quase tudo o que o Rui diz. Também creio que não há gastronomia Maçonica, que para comer uns petiscos com uns gajos porreiros não é preciso grande coisa, etc.

Mas só estou de acordo com quase tudo. Não espirito que aguente um estomago vazio.

Mas um estomago não se deve encher sem preceito. E é aqui que penso que entra a Maçonaria. Criar um preceito para que os estomagos nos agapes se encham com a mesura do comedimento que deve ter um Maçon.

Não estou aqui a dizer que temos que ter um repasto frugal, tipo uma folha de alface , meio rabanete, um tomate Cherry com uma azeitona espetada num palito. ( com um pouco de vinagre balsamico, azeite de qualidade uma pitada de sal e uma volta de moinho de pimenta fica um "amuse bouche" simpatico)

Mas um repasto após uma sessão em que tentamos elevar a nossa espiritualidade, tem que permitir que no final quando vamos para casa sobre alguma coisa (dessa espiritualidade). Não é por acaso que existem Brindes rituais e sobretudo não é por acaso que o ultimo "brinde" ( nao tanto brinde mas reflexão ou mesmo talvez desejo) nos alerta para os nossos Irmaos por esse mundo fora.

Ora chegar a um restaurante, abancar e comer sem mais ( é bom claro que sim ) mas acaba com qualquer espiritualidade.

Lembro-me que nos idos de sei lá quando no Seculo passado, quando jantavamos naquele restaurante no beco dos passarinhos, o jantar era quase invariavelmente Bacalhau à Bras e Entrecosto no Tacho . Todos comiam a mesma coisa ( ou quase todos porque o Entrecosto por razoes varias não era de aceitaçao Universal), e não eramos menos felizes por isso.

Acho que se compartia mais o Agape.

Talvez seja impressao minha mas os nossos agapes nos " Pregos" são bem mais simpaticos que os outros, talvez porque todos comam a mesma coisa ( bem ha sempre uns que querem a carne mal passada e outros que a querem para la de muito passada mas....) e bebam a mesma coisa.

Aliás no nosso almoço do Solsticio de Inverno ha sempre o cuidado de ter um Menu que seja igual para todos.

A Gastronomia MAçonica pode nao existir, admito que apresentar um bife em esquadro com um Ovo em compasso pode ser dificil, mas poderemos fazer com que exista.

E com isso passar aos agapes ( talvez nao todos porque entendo que é dificil arranjar espaço) uma espiritualidade diferente, estabelecendo preceito de Agape.

Bem sei que este assunto não para tratamento geral.

Agora umas receitinhas !!!!

E se para mais nada servirem, serviram para aguçar o vosso engenho criativo.

JoseSR

Gastronomia Maçónica - 2


No seu texto sobre este tema, que nos deixou aqui há dias, o JoséSR mencionou que, na Net, apenas encontrara, a propósito de gastronomia maçónica, a referência a um livro em espanhol. Provavelmente será "La cocina masónica", de Jose Juan Iglesias del Castillo, referenciado aqui.

Posso ainda mencionar um outro livro, este em francês: "La cuisine des francs maçons", de Edmond Outin, editora Dervy, 205 páginas, custo em França, € 25,00, mencionado neste local.
Posto isto, devo frisar que, na minha modesta opinião, "gastronomia maçónica" é coisa que não existe. Não existem, que eu saiba, pratos especificamente maçónicos. Aliás, parece-me que o livro em espanhol será uma tentativa de "construir" algo em torno do tema, mais do que recensão de algo que exista...
Há cerca de dois milénios, alguém proferiu uma frase que ainda hoje é frequentemente utilizada: "a César o que é de César, a Deus o que é de Deus". Parece-me que podemos lembrar esta frase a propósito deste tema: Maçonaria respeita ao espírito, gastronomia respeita, claramente, à matéria...
É claro que os maçons sabem a importância do ágape (refeição tomada em conjunto por maçons, em regra depois, ou imediatamente antes, das reuniões de Loja) no cimentar das relações fraternais. Mas o que importa é, não o que se come, mas o convívio, o contacto, entre maçons.
De resto, tenho para mim que a internacionalmente sublinhada grande importância do ágape em maçonaria é particularmente acutilante na cultura anglo-saxónica, de matriz individualista e em que cada um foi educado a meter-se só nos seus assuntos e a deixar em paz os outros. Cá pelas nossas bandas, com o nosso gregarismo de matriz mediterrânica, o problema é conseguir que não se metam nos nossos assuntos.
Ou dito de outra forma: para os anglo-saxões, é importante estimular o convívio e levar os maçons a estabelecê-lo, sentando-se em conjunto à mesa; cá pelos nossos lados (e felizmente!), o problema nunca será sentar à mesa, será o de conseguir que o pessoal se levante dela!
Por aqui, não há cá "gastronomia maçónica", há "gastronomia" e ponto final.
No nosso canto, não é preciso ser maçon para apreciar uns bons petiscos e uns bons copos (na conta certa...), na companhia de uns tipos porreiros...

Rui Bandeira

14 setembro 2006

Gastronomia Maçónica

Procurei na net em varias linguas e nao encontrei nada, excepto uma referencia a um livro em espanhol.

Ja mandei um mail para ver se o consigo.

Mas deixo aqui um repto

Criar um receituário próprio.

A Ideia é cada um de vós e eu proprio ir propondo receitas que achem que possam ter a ver com a MAçonaria ou pelo menos com um bom repasto.

Depois poderemos marcar um dia para uma prova das ditas ( a ser organizado com alguma antecedencia) e finalmente criar uns menus tipo.

Abraços

JoseSR

28 agosto 2006

Vinhos maçónicos


A Grande Loja da Pensilvânia está a comercializar um vinho branco de 2004 com a marca Jachin, um vinho tinto do mesmo ano com a marca Boaz, cada um deles ao preço de 9,99 dólares a garrafa, e ainda um vinho de castas italianas do ano de 2002, ao preço de 14,99 dólares a garrafa, com a marca Regius Master's Blend.

Do preço de cada garrafa, um dólar destina-se a ser entregue a um programa de solidariedade.

Mais informações e possibilidade de encomendar aqui.

Rui Bandeira