Sabedoria
Não é também Cultura. Há por aí muito intelectual superculto que, apesar da pose, destila muita erudição, mas demonstra muito pouca sabedoria.
Não é ainda Inteligência. Há à nossa volta muito bem dotado de células cinzentas que esbanja as suas capacidades com uma ingenuidade arrepiante.
Sabedoria é um pouco de tudo isso, com um nada de aquilo e um pó de aqueloutro, para ser muito mais do que tudo isso.
Sabedoria é a capacidade de fazer o que se deve, quando se deve. A virtude de tomar a decisão certa, na hora adequada, para a situação asada.
Sabedoria é intuir quando é hora de aguardar e quando é o momento de agir.
Sabedoria é sentir quando se deve elogiar e quando se impõe criticar.
Sabedoria é concordar com naturalidade e discordar com elegância.
Sabedoria é prudência corajosa temperada com arrojo medido, misturada com acerto racional envolvido em intuição educada.
O objectivo do maçon é pautar todos os seus actos, dotar todas as suas obras, da virtude da Sabedoria. É um equilíbrio difícil de atingir, para o timorato e para o arrojado, para o novo e para o velho, para o intelectual e para o prático.
Para conseguirmos dotar as nossas decisões de Sabedoria, temos de estar constantemente alerta e no uso de todas as nossas capacidades. Em cada momento é mister temperarmos o nosso impulso com a razão, mas não abafando a nossa intuição, antes completando-a com o resultado de nossa análise.
Agir com Sabedoria não é ganhar sempre; é, por vezes, saber perder, porque a nossa derrota é menos prejudicial do que a vitória sobre outrem; é entender que é preciso conceder a vitória a outrem hoje para vencer amanhã.
Actuar de modo sabedor é lograr atingir, em cada situação, o maior Bem possível, causando o menor Mal que se puder.
Procurar praticar a Sabedoria é uma tarefa de hoje, sempre e durante toda a vida.
Não se é sabedor. Procura-se conseguir agir sabiamente em cada instante.
É uma tarefa de vida. Mas quando se consegue executá-la com êxito, vislumbra-se uma poalha do brilho da Divina Perfeição.
Só procurando utilizar todas as nossas capacidades e todo o nosso esforço no sentido de agir com Sabedoria somos dignos da nossa Humanidade.
Eis porque a Sabedoria é uma das colunas de suporte do nosso Templo Interior!
Rui Bandeira
1 comentário:
MM.’.QQ.’.II.’.
Esta então é deliciosa!...
O capitel da Coluna Jónica (Sabedoria) é caracterizado por uma dupla espiral ou volutas (é o capitel que aparece a ilustrar o belíssimo texto “A quarta Coluna”).
Crê-se que a origem das volutas presentes no capitel devem-se ao facto de quando as colunas eram simples troncos de árvore, bem ou mal desbastados, e postas de modo a suportar o peso da trave que aguentava o telhado, costumavam rematá-las com um pedaço de cortiça destinado a evitar a infiltração de água. Sobre a cortiça assentava um tijolo quadrado, e sobre este último a trave. Com o passar do tempo e sujeita à intempérie, esta cortiça ia contornando-se dando a forma da referida voluta.
TAF
Apolo
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