27 novembro 2009

O Gato


Todas as noites, quando o guru se sentava para fazer as preces, o gato do ashram entrava e perturbava os presentes.
Por isso, o guru mandou que o gato ficasse amarrado durante o serviço da noite.
Depois de o guru morrer, o gato continuou a ser amarrado durante o serviço da noite.
E, quando o gato morreu, foi trazido outro gato para o ashram, para que pudesse ser devidamente amarrado durante o serviço da noite.
Séculos depois, eruditos tratados foram escritos pelos discípulos do guru sobre o significado liturgico de se amarrar um gato durante a realização do serviço religioso.

3 comentários:

Nuno Raimundo disse...

Boas...

é o caso tipico do "fazer-se por se fazer", sem haver lugar a "questionamento" do porquÊ de se fazer...

parece confuso mas não é.
:)

abr...prof...

Marcos Valério Cabeludo disse...

É um dito muito antigo: O hábito faz o monge. Mas quem é o monge? Tradições, é preciso muito cuidado com elas.

Francis More disse...

Excelente!!! Lembro-me da história daquela senhora, excelente cozinheira. Fazia um peru, cortado a meio, delicioso. Perguntada porque cortava o peru, respondeu que a mãe a tinha ensinado assim. Perguntaram à mãe que respondeu que tinha aprendido da sua mãe também. A avó ainda era viva. Perguntaram-lhe porque cortava o peru a meio. A anciã respondeu que o forno era pequeno e não cabia inteiro. A sua neta, apesar de ter um forno suficientemente grande, "cumpria" a tradição desconhecendo a sua origem! Um TAF