20 março 2009

O lenhador e a raposa

Hoje é dia de historieta,como de costume selecionada de entre o que me chega por correio eletrónico, de autor desconhecido e com texto editado por mim.

Existiu um Lenhador que acordava as 6 da manhã e trabalhava o dia todo cortando lenha, e só parava tarde da noite.

Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.

Todos os dias, o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando do seu filho.

Todas as noites ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos do Lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem, e portando não era confiável. Quando ela sentisse fome comeria a criança.

O Lenhador, sempre discordando dos vizinhos, dizia que isso era um disparate: a raposa era sua amiga e nunca faria isso.

Os vizinhos insistiam:

- Lenhador abre os olhos ! A Raposa vai comer o teu filho.

- Quando sentir fome, comerá o teu filho!

Um dia, o Lenhador, muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários, ao chegar a casa, viu a raposa sorrindo como sempre,mas com a boca totalmente ensanguentada ... O Lenhador pensou o pior e, sem pensar duas vezes, deu com o machado na cabeça da raposa, matando-a...

Ao entrar no quarto, desesperado, encontrou o seu filho no berço dormindo tranquilamente - e, ao lado do berço, uma serpente morta ...

O Lenhador enterrou o Machado e a Raposa juntos!!!

Quando confiar em alguém, não importa o que os outros pensem a esse respeito: siga sempre o que diz o seu coração e a sua cabeça. Não se deixe influenciar ...


Desculpem a expressão, mas desde criança que ouvi o meu pai dizer que uma das piores coisas que se podia fazer era emprenhar pelos ouvidos...

Pensemos pela nossa cabeça. Ouçamos e atentemos nos conselhos que nos dão, mas reservemo-nos o direito de os ponderar e decidirmos segundo o nosso juízo e a nossa análise. Decidamos sempre o mais ponderadamente possível,sabendo sempre que não podemos evitar de todo o erro- só podemos diminuir a sua frequência e gravidade.

E, sobretudo, em momentos de indecisão ou aflição, nunca nos demitamos de pensar e de agir segundo o nosso juízo, só porque nos encheram os ouvidos de desconfianças ou medos. Um ato realizado sem pensar, influenciado pelo que "ouvimos dizer" pode anular e contrariar centenas de horas de reflexão...

Rui Bandeira

17 comentários:

Diogo disse...

Rui: «Pensemos pela nossa cabeça. Ouçamos e atentemos nos conselhos que nos dão, mas reservemo-nos o direito de os ponderar e decidirmos segundo o nosso juízo e a nossa análise.»


Absolutamente de acordo e excelente alegoria.

Diogo disse...

Os blogues têm a vantagem de actualizar a informação mas o debate tende a perder-se em caixas de comentários que vão continuamente ficando mais para baixo. Acabei de colocar este comentário no post anterior, mas não se importam que o repita aqui? Se não, ei-lo:


Rui,

Gostei do seu comentário. Reconheço que entrei neste blogue um bocado à «bruta». Mas não se pense que o meu objectivo é «derrubar» o adversário. O meu propósito é o esclarecimento, meu e dos meus interlocutores. Cada um terá sempre algo mais a acrescentar.

Mas repare, sobre o vídeo que propus, o seu comentário foi o seguinte:

«Sobre o vídeo que, por duas vezes, sugeriu, só espreitei uns excertos, porque é demasiado longo (quase 2 horas). Mas do que vi, não me parece nada de especial. É a corriqueira colagem de temas, especulações, meias verdades misturadas com meias mentiras, verdades interpretadas abusivamente, etc. Enfim, o costume da teoria da conspiração, em que (alguns) americanos se comprazem... Também já tive o meu período de curiosidade por esse tipo de material, mas curei-me...»


Ou seja, em duas penadas, o Rui rejeitou liminarmente o vídeo sem explicar quais eram as meias verdades e as meias mentiras que lá encontrou. Arrumou-o simplesmente na prateleira das «teorias da conspiração».

Julgo que vale a pena discutir o significado dessa expressão. Existe uma conspiração quando duas ou mais pessoas se juntam para fazer algo ilegal ou imoral. Portanto, conspirações, infelizmente não faltam.

Por outro lado, uma teoria é uma explicação consistente de todos os factos de um determinado acontecimento. A Teoria da Gravitação Universal de Newton é, como o nome indica, uma teoria.

Portanto, o que é uma teoria da conspiração?

A CIA e o KGB não conspiraram para executar golpes de estado por esse mundo fora? Será absurdo conjecturar sobre isso?

Rui Bandeira disse...

@ Diogo:

OK. É sempre tempo para um novo recomeço.

Quanto ao filme, de wue confessadamente só vi alguns excertos, a minha opinião do que vi é que se insere no género de documentários que, partindo de alguns factos´, que podem ou não ser inócuos, que podem ou não relacionar-se, encadeiam uma progressiva teia de especulações, do género "se a CIA fez isto em 1970, se em 1995 sucedeu aquilo, então a Cia tamb+em fez aquilo, Como aquilo beneficiou o dono da lavandaria, o dono da lavandaria é da CIA, e por aí fora.

Do que vi do filme, é, por exemplo, o caso da acusação de que os Rockefeller prepararam e estão a executar um plano de domínio do mundo, com a utilização dos media, que controlam, e incluindo a conceção, preparação e execução dos atentados do 11 de setembro, em que a Al-Caeda é uma simples manipulação e criação do núcleo de tomada do Poder Mundial, em ordem a, pelo receio do terrorismo, a que as populações aceitem restrições cada vez mais sérias aos seus direitos e liberdades.

Repare, Diogo, que esta última frase é um pequeno resumo do que recordo de uma parte do filme. O "efeito hipnótico" das imagens em movimento poderá facilitar uma certa credulidade. Mas convenhamos que, vendo agora esta frase escrita, tudo parece muito mais forçado, não parece?

A expressão "teoria da conspiração" foi por mim usada, não no significado semântico, mas como um classificante desse género de filmes, que é algo comum nos EUA.

Não discuto que estes filmes, sobretudo quando bem feitos, nos "embalam", quase que hipnotizam, nos diminuem o nosso natural espírito crítico. Mas, pensando depois mais calma e racionalmente, podemos ver as falhas lógicas, as conclusões forçadas, os exageros escondidos.

Mas não nego que, quando bem feitos, são filmes apelativos. Por isso escrevi que tive uma época em que me atriam... mas depois curei-me, isto é, afinei o meu espírito crítico e deixei de me fascinar com o género.

Se o Diogo river o tempo e paciência para rever o filme, estando com especial atenção a não considerar assente tudo o que ali é dito, maas só que comprovada e logicamente o deva considerar, verá que começa a descortinar os saltos lógicos, as conclusões infundamentadas.

Note: nesses filmeds há sempre uma parte de verdade. O problema é que os espetadores são induzidoos a, por causa dessa parte de verdade, tomarem como verdadeiro tudo o resto...

Portanto, e tomando o exemplo que deu, do é verdade que a CIA e o KGB conspiraram e executaram golpes de Estado por eese mundo fora. Esse facto verdadeiro não torna verdadeiras todas as especulações construídas a partir daí...

Acho que não haverá grande dificuldade em concordarmos que este género de filmes é apelativo, mas que têm de ser vistos com o nosso espírito crítico bem alerta. A partir daí, se o meu espírito crítico aceitar como verosímil A e como inverosímil B, e o seu aceitar como verosímil B, dividar de A e rejeitar em absoluto C, isso já não é importante, cada um tem direito às suas próprias conclusões e estas provavelmente serão diferentes, porque cada um de nós tem diferentes percursos e experiências de vida...

Que achadeste ponto de vista?

Rui Bandeira disse...

Diogo,
a propósito daquela sua citação alegadamente de Albert Pike e da minha referência de que já dei para esse peditório, também proponho um novo recomeço.

Já que estamos falando de espírito crítico, proponho~lhe que verifique este endereço:

http://achristianmason.blogspot.com/2009/03/what-did-pike-say.html

Se depois quiser conhecer Morals and Dogma (aviso já que é uma obra muito extensa e densa), posso indicar~lhe um site onde o livro está publicado na íntegra, em capítulos.

José Carlos Soares disse...

Lenços de papel, quero lenços de papel para limpar as lágrimas que me escorrem sem parar...
Oh vai-me à loja e alguém que me traga o troco.
Maçon tem que ser tolerante mas não tem que ser parvo, abre a pestana Rui porque qualquer dia estão à porta de tua casa de cacete à espera, com cabelos cortados à escovinha e a defender que o Adolfo não deve ter sido tão mau como dizem e que não deve ter mandado matar 6 milhões de judeus mas apenas uns 4 milhões.
Temos é que reactivar os "primos lenhadores" e responder à porrada com porrada na lombeira deles.
Vou tomar os comprimidos e tomar o chá de tília...

Paulo M. disse...

Caro Diogo:

Não me parece inocente o facto de, pela terceira ou quarta vez, inserir nos seus comentários links para o mesmo filme. O que está a fazer chama-se blog spamming. Se foi um erro inocente da sua parte, peço-lhe já desculpa - depois de ver os posts com links removidos e substituídos por posts sem links.

Tolerantes, sim, mas parvos é que nem por isso.

Simple

A. Jorge disse...

"Lenços de papel, quero lenços de papel para limpar as lágrimas que me escorrem sem parar...
Oh vai-me à loja e alguém que me traga o troco. Maçon tem que ser tolerante mas não tem que ser parvo, abre a pestana Rui porque qualquer dia estão à porta de tua casa de cacete à espera, com cabelos cortados à escovinha e a defender que o Adolfo ..."


Diogo,

Como sabe, a responsabilidade por cada comentário é do seu próprio autor. Há contudo alguns com o qual nos identificamos mais do que outros e eu não me identifico com o que reproduzo acima.

Assim como dizer mal e estar contra é muitas vezes "uma forma de competência", também ser "casca grossa" parece sê-lo; não é contudo uma forma muito maçónica de abordar problemas...

Unknown disse...

A Primavera chegou e o calor aperta. O Diogo tirou alguma roupa, mas não parece desarmado. Se o S. Pedro me ouvisse, pedia-lhe que para a semana apertasse o frio só para ver se ele se agasalhava outra vez. Vamos ver.

Diogo disse...

Caro Rui, estou satisfeito por termos acordado uma plataforma de diálogo. Que seja um novo recomeço mais proveitoso para ambos.

Eu já vi este filme mais de dez vezes: Zeitgeist - Official Release (Portuguese).

Este filme tem um preâmbulo de cerca de 9:30m e depois entra na primeira parte: Religião (com cerca de 25 minutos).

Vou-lhe pedir um favor: veja esta parte com toda a atenção e depois discutamo-la, ponto por ponto, se for necessário. Vamos à procura dos «saltos lógicos e das conclusões infundamentadas e com o nosso espírito crítico bem alerta».

De acordo?

Só no Domingo regresso ao computador. Gostava muito de debater este aspecto consigo.


Acabei de ver o vídeo do Albert Pike que me indicou. Tenho de o rever com mais calma.

Paulo M. disse...

Diogo:

Os recomeços implicam sempre uma certa perda de inocência - o que não é forçosamente mau. A espontaneidade é, nos dias que correm, sobrevalorizada, em detrimento da ponderação.

Foram patentes os gestos de aproximação - e provas de boa vontade - de parte a parte. É um bom recomeço; a viagem é longa; assim até pode ser - quem sabe? - que a façamos na mesma carruagem ou, pelo menos, que troquemos descontraidamente uns dedos de conversa no bar à hora do café...

Simple

Lindemann disse...

Sugiro um novo quadro no blogue para debates, para que os comentários sejam tratados sobre o texto em questão. Poderiam até lançar um chat para tratar destes assuntos, que diga-se de passagem, estão dando o que falar.
Abraços!
Josiel Lindemann

Rui Bandeira disse...

@josé carlos soares:

Meu caro, este não foi realmente dos teus comentários mais felizes... No melhor pano cai a nódoa... e eu sei que o teu pano é de categoria 5 estrelas!

Neste caso, recordo-te a última frase do texto:

"Um ato realizado sem pensar, influenciado pelo que "ouvimos dizer" pode anular e contrariar centenas de horas de reflexão..."

@Diogo:

Sou muito avesso a discussões sobre religião. De qualquer forma, e assumindo que o objetivo não é esse, prometo que vou ver os cerca de 35 minutos que indica, Só não sei é quando... Quando o tiver feito, fá-lo-ei saber e retomaremos a troca de ideias sobre este assunto.

@ lindemann:

Obrigado pela sugestão. Pessoalmente, não gosto de chats, mas... De qualquer forma, este será o primeiro caso em que o debate passou de um texto para outro. E talvez tenha valido a pena...

Nuno Raimundo disse...

Boas...

Não querendo entrar nesta discussão, até porque nem é minha, mas como vi ambos os documentários do Zeitgeist.com seja o primeiro e o segundo, apenas posso afirmar: Cada um acredita no que quer.
Se quer acreditar sem procurar mais informação sobre o assunto, que fique como está. Se por contrário, acha que existe ali alguma ponta de verdade, acho normal que se pesquise e pegunte sobre o tema. Agora o que não é aceitável para a discussão, é apenas se discutir com argumentos tomados com fontes em sites anti-maçónicos ou aproveitando frases/citações menos felizes de algum maçon independentemente do seu valor/papel na Ordem.

E se as pesquisas forem feitas em sites maçónicos? Porque não?

Não será uma "lavagem cerebral" mas apenas constatação e comparação de fatctos/temas.


Este é o conselho que posso dar a "profanos" como eu.
Não existe apenas uma Verdade, existem várias.
Aquelas em que queremos acreditar e as em que não nos revemos...


abraços profanos

Paulo M. disse...

@ Diogo:

Vi os tais 35 minutos de que falou. Cada um tem o direito de acreditar no que quiser. Contudo, para um filme que pretende apresentar factos (e não ser, por sua vez, matéria de fé), não me pareceu ter sido elaborado de acordo com o método científico, que é, de todas as que conhecemos, a mais correcta para a demonstração de verdades factuais.

Porém, se o filme pretende dar apenas uma possível interpretação, melhor teria feito em prescindir do tom jocoso, categórico, insultuoso e arrogante com que foi elaborado.

As gargalhadas que do mesmo constam quando se faz analogias são perfeitamente sintomáticas disto mesmo. Muito se poderia dizer destes artifícios enquanto forma de reforço da convicção pessoal e de manipulação do espectador, fazendo-o sentir-se desconfortável (com um sentimento de não-pertença) se não se rir também - e forçando-o a aceitar assim uma afirmação controversa. O recurso a estas técnicas não abona a favor da seriedade do filme - nem da inteligência dos seus propaladores. Dei-lhe a pista; descubra mais a este respeito, se quiser.

Creio que é inútil discutir este filme consigo. O mero facto de lhe dar crédito coloca-nos a uma tal distância, numa perspectiva intelectual, que dificulta enormemente, senão mesmo impossibilita, qualquer diálogo proveitoso.

Dizia um dos comentários ao filme que encontrei na Internet: "seria precisa uma biblioteca inteira para provar de fio a pavio a falsidade do conteúdo do filme". De facto, vejo-me tão impotente para discutir isto consigo como me sentiria ao tentar explicar a alguém a inutilidade do uso de amuletos para a cura da SIDA. A distância de premissas é tão grande que se torna intransponível.

Se este filme lhe suscita dúvidas, sugiro que visite este forum exclusivamente dedicado a discuti-lo. Parece-me ser um local mais apropriado para o fazer do que este blog.

Contudo, se as não tem, óptimo. Eu também não. Ficamos assim.

Simple

Diogo disse...

Caro Simple,

Concordo que há «momentos jocosos» no vídeo que poderiam e deveriam ter sido evitados. Há-de ter reparado que esses momentos são «metidos» no filme principal que trata dos deuses solares. Quanto ao filme principal ainda não lhe encontrei um erro, e tenho pesquisado bastante.

Esse comentário que encontrou na Internet - "seria precisa uma biblioteca inteira para provar de fio a pavio a falsidade do conteúdo do filme", pode significar exactamente o contrário: Não existe prova nenhuma da existência de Cristo, de Buda, de Hórus ou dos outros.

paco disse...

Interessante "historieta".
Bloue pouco actualizado, merece novos sabores, não acha?

Rui Bandeira disse...

@ Paco:

BLOGUE POUCO ATUALIZADO?

Está completamente enganado! Este blogue continua a ser atualizado até hoje, presentemente com um mínimo de dois textos por semana.

Ora confira lá...