Meter o bedelho
Procurava eu uma boa razão para trazer ao blog algumas imagens que tenho em reserva, e eis que o nosso bom Amigo “Simple Aureole” a proporciona com o comentário que nos deixou à última intervenção do Rui.
E aqui estou eu a meter o bedelho no post/comentário do Rui/Simple !
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Caro “Simple”, o seu pensamento final, deixou-me com uma certa “comichão” espiritual.
Indiscutivelmente parece haver falta de muita coisa (de tudo, diz o “Simple”) só que interessa analisar se de facto as coisas faltam ou se apenas estão mal distribuídas.
Uma coisa é haver falta de muita coisa e outra é haver falta de muita coisa (tudo ?)… a alguns !
E estou de acordo que esta questão é, absolutamente, uma questão de ambiente.
Meu Caro, ambiente é tudo, tudo o que produzimos e não produzimos, aproveitamos e não aproveitamos, usamos ou não usamos.
Tudo isso é ambiente porque é disso tudo que o ambiente é feito.
E não só da chuva, do vento ou do Sol.
Mesmo mais, a influência (boa hoje, má amanhã) da chuva, do vento e do sol até está condicionada exactamente pela maneira como utilizamos as tais coisas que “parece” faltarem.
Ora bem, acontece que não acredito que resolvamos o problema produzindo menos filhos.
Se há zonas do globo onde a população é excedentária, a verdade é que noutras zonas a população é fortemente deficitária.
E acredito que há meios mais que suficientes para alimentar e vestir toda a gente.
Teremos certamente que rever toda a distribuição da riqueza mundial, mas seguramente chega para todos.
Não há falta de tudo… o que há é uma péssima distribuição de tudo.
E pouca vontade de resolver esta questão.
O egoísmo individual impede-nos de deitar mãos à obra da distribuição.
A questão é que teríamos de dispensar também algumas das nossas próprias “coisas” e isso é uma chatice.
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Mas garanto-lhe meu Amigo que o que há chega para todos, e talvez sobre.
JPSetúbal
3 comentários:
Fico satisfeito por o meu "pensamento provocador" ter "feito comichão"; a ideia era mesmo essa.
A meu ver, a má distribuição e a escassez de recursos são questões autónomas, se bem que se potenciem mutuamente. Menos gente implicaria maior abundância per capita, e é mais fácil gerir a abundância do que a escassez. É mais fácil prescindir de um pouco para ajudar uns poucos do que prescindir de muito para auxiliar muitos milhões.
No fundo, é tudo uma questão de escolher onde queremos atingir o equilíbrio: num planeta super-povoado, ou num planeta em que teríamos que andar um quilómetro (de preferência a pé) para encontrar um vizinho. Por mim sei qual escolheria...
Quanto às zonas do globo com população deficitária, os nossos "imãos" camelos e as nossas "irmãs" focas também agradecem um cantinho...
Mas concordo no essencial com a sua conclusão: "A questão é que teríamos de dispensar também algumas das nossas próprias “coisas” e isso é uma chatice." Não poderia tê-lo dito melhor.
Um abraço,
Simple Aureole
Percebo o ponto de vista de ambos. O que o planeta produz chega (ainda) para todos - ponto é que seja mais bem distribuído.
Mas, se, enquanto espécie, não tivermos cuidado com os níveis da nossa reprodução, daqui a algum tempo (e temo que mais cedo do que mais arde...) poderá já não chegar.
O comentário do Simple e o texto do JPS, em conjunto, têm o grande mérito de acertar no alvo quanto a algo que não vou vendo ser chamado à atenção: a questão demográfica também tem a ver com o Meio Ambiente, sua gestão, manutebção e protecção. Mais, estará mesmo a montante da questão ambiental.
E pensava eu que ia descobrir a Pedra Filosofal no meu próximo texto sobre o assunto...
BoAS...
No dia em que o Homem realmente parar para pensar e se preocupar com o Ambiente, das duas uma, ou o Mundo está no seu Apocalipse e será tarde ou então será altura de prescindir de tudo o que lhe é cómodo mas prejudicial ao Ambiente, logo a Sí próprio.
E já começamos a atingir a segunda resposta.
Mas ainda falta muito para acabarmos com atitudes já de há muitos séculos.
Cabe é ás gerações actuais e vindouras o debate e a tomada de atitudes mais "verdes", senão qualquer dia não têm sítio para morar nem comida para comer...
E em jeito de "brincadeira" com o Rui; talvez o próximo texto não seja uma "pedra filosofal", mas será com certeza uma "pedra bem polida"...
abr...prof...
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