Simbolismo: da Loja à Vida
A Loja maçónica é constituída por um conjunto de obreiros que, em diversos estádios da sua evolução individual, buscam aperfeiçoar-se e contribuir para o aperfeiçoamento dos demais, com o auxílio de símbolos e alegorias, que representam lições morais, comportamentais e espirituais.
A Loja maçónica reúne-se num espaço fechado, de acesso restrito aos obreiros da Loja e respectivos visitantes, necessariamente também maçons, organizado de forma específica e decorado por símbolos.
Tudo em Maçonaria gira à volta de símbolos. Símbolo é aquilo que representa algo. Um algarismo é um símbolo que representa uma determinada quantidade. O método maçónico de evolução individual recorre à exposição e apresentação de símbolos, da mais variada natureza e composição, destinados a serem estudados e compreendidos no seu significado. Cada maçon estuda cada símbolo, medita sobre ele, busca compreender o que significa, intenta alcançar a lição que disponibiliza. Porque o conhecimento de cada lição é individual e arduamente obtido por cada um, e não simplesmente exposto a ouvintes quiçá desatentos, esse conhecimento, essa lição, adquirem maior valia para quem os obteve. É da natureza humana valorizar mais o que mais esforço lhe custou a obter do que aquilo, porventura intrinsecamente mais dispendioso, que sem esforço lhe é proporcionado. E ainda bem que assim é!
A Maçonaria, como sistema e método de transmissão de conhecimentos de natureza moral e espiritual, como meio de crescimento, de evolução, de aperfeiçoamento, dos seus membros, não utiliza o método escolar e escolástico da exposição de conhecimentos, para serem absorvidos por alunos, mais interessados ou desatentos. A Maçonaria propõe um método de disponibilização de meios, de ferramentas, que propiciem e aliciem à descoberta dos ensinamentos que os seus membros se propõem obter. Exige dos seus obreiros um maior esforço. Uns, incapazes de seguir jornada muito prolongada, ficam-se por lições básicas. Outros, mais interessados ou mais perseverantes, vão mais além. Uns e outros, porém, o que aprendem, aprendem a sério, interiorizam-no. Não se limitaram a ouvir discursos e belas palavras. Eles próprios investigaram, meditaram, sopesaram, erraram e emendaram os seus erros, experimentaram caminhos que a lado nenhum foram dar, voltaram atrás e desbravaram caminho para a algo chegarem. O que obtiveram, muito ou pouco, não o esquecem jamais. E valorizam-no. E praticam-no.
A Loja, enquanto conjunto de obreiros, simboliza também a Sociedade, uma Sociedade de homens interessados no bem-estar comum e global, preocupados com Justiça e a Igualdade. Mas uma Sociedade em que, tal como vemos todos os dias nas nossas actividades comuns, campeiam as divergências de pontos de vista, existem concordâncias e discordâncias, aspectos e posições e declarações que nos agradam e que nos desagradam. Uma Loja maçónica é constituída por homens bons que procuram tornar-se melhores - não por homens perfeitos.
Uma Loja maçónica é uma pequena sociedade de homens, com interesses comuns, mas também com divergências, baseada na igualdade, mas reflectindo a natural diferença de evolução de cada um. Porque pequena, os seus elementos rapidamente se conhecem bem. Não vale a pena procurar convencer através de artifícios, de truques de linguagem, de cosméticas de comportamentos. O grupo é pequeno, coeso, atento, e facilmente detecta qualquer artifício. Pura e simplesmente, a muito breve prazo cada um se apercebe que a sua influência dentro do grupo resulta apenas da sua autenticidade, da sua valia intrínseca, da sua capacidade de oferecer soluções substantivamente apropriadas, da valia dos seus argumentos - não de imagem que cultive, de penas de pavão com que se enfeite, de aparências bacocas e de apreciações sobre os autores de ideias, em detrimento da análise destas.
Neste sentido, as lições comportamentais, os ensinamentos sobre a forma de agir, de falar, de defender as suas opiniões e de refutar, respeitando-as, as opiniões de que discordamos, que cada maçon naturalmente recebe e aprende em Loja, são preciosas para o seu dia-a-dia, fora de Loja. O maçon, praticando no seu dia-a-dia o que aprende em Loja, ganha em autenticidade, em capacidade, em poder de argumentação lógica e racional. E é, portanto, melhor. Destacar-se-á, naturalmente.
O espaço em que a Loja se reúne, por sua vez, simboliza o Universo. Por isso dizemos que a Loja, enquanto espaço, vai de Este a Oeste, de Norte a Sul e do Zénite ao Nadir. Todos os símbolos que encontramos em Loja se encontram na Natureza. O significado que cada um conseguir reconhecer em cada símbolo com que depara em Loja é-lhe naturalmente útil na Vida. O que se aprende no espaço da Loja aplica-se, com vantagem, onde quer que nos encontremos.
O trabalho do maçon é, pois, realizado em Loja, mas projecta-se muito para além dela, para a Vida, para a Sociedade, para o Universo. O que se aprende em Loja pratica-se fora dela.
Rui Bandeira
A Loja maçónica reúne-se num espaço fechado, de acesso restrito aos obreiros da Loja e respectivos visitantes, necessariamente também maçons, organizado de forma específica e decorado por símbolos.
Tudo em Maçonaria gira à volta de símbolos. Símbolo é aquilo que representa algo. Um algarismo é um símbolo que representa uma determinada quantidade. O método maçónico de evolução individual recorre à exposição e apresentação de símbolos, da mais variada natureza e composição, destinados a serem estudados e compreendidos no seu significado. Cada maçon estuda cada símbolo, medita sobre ele, busca compreender o que significa, intenta alcançar a lição que disponibiliza. Porque o conhecimento de cada lição é individual e arduamente obtido por cada um, e não simplesmente exposto a ouvintes quiçá desatentos, esse conhecimento, essa lição, adquirem maior valia para quem os obteve. É da natureza humana valorizar mais o que mais esforço lhe custou a obter do que aquilo, porventura intrinsecamente mais dispendioso, que sem esforço lhe é proporcionado. E ainda bem que assim é!
A Maçonaria, como sistema e método de transmissão de conhecimentos de natureza moral e espiritual, como meio de crescimento, de evolução, de aperfeiçoamento, dos seus membros, não utiliza o método escolar e escolástico da exposição de conhecimentos, para serem absorvidos por alunos, mais interessados ou desatentos. A Maçonaria propõe um método de disponibilização de meios, de ferramentas, que propiciem e aliciem à descoberta dos ensinamentos que os seus membros se propõem obter. Exige dos seus obreiros um maior esforço. Uns, incapazes de seguir jornada muito prolongada, ficam-se por lições básicas. Outros, mais interessados ou mais perseverantes, vão mais além. Uns e outros, porém, o que aprendem, aprendem a sério, interiorizam-no. Não se limitaram a ouvir discursos e belas palavras. Eles próprios investigaram, meditaram, sopesaram, erraram e emendaram os seus erros, experimentaram caminhos que a lado nenhum foram dar, voltaram atrás e desbravaram caminho para a algo chegarem. O que obtiveram, muito ou pouco, não o esquecem jamais. E valorizam-no. E praticam-no.
A Loja, enquanto conjunto de obreiros, simboliza também a Sociedade, uma Sociedade de homens interessados no bem-estar comum e global, preocupados com Justiça e a Igualdade. Mas uma Sociedade em que, tal como vemos todos os dias nas nossas actividades comuns, campeiam as divergências de pontos de vista, existem concordâncias e discordâncias, aspectos e posições e declarações que nos agradam e que nos desagradam. Uma Loja maçónica é constituída por homens bons que procuram tornar-se melhores - não por homens perfeitos.
Uma Loja maçónica é uma pequena sociedade de homens, com interesses comuns, mas também com divergências, baseada na igualdade, mas reflectindo a natural diferença de evolução de cada um. Porque pequena, os seus elementos rapidamente se conhecem bem. Não vale a pena procurar convencer através de artifícios, de truques de linguagem, de cosméticas de comportamentos. O grupo é pequeno, coeso, atento, e facilmente detecta qualquer artifício. Pura e simplesmente, a muito breve prazo cada um se apercebe que a sua influência dentro do grupo resulta apenas da sua autenticidade, da sua valia intrínseca, da sua capacidade de oferecer soluções substantivamente apropriadas, da valia dos seus argumentos - não de imagem que cultive, de penas de pavão com que se enfeite, de aparências bacocas e de apreciações sobre os autores de ideias, em detrimento da análise destas.
Neste sentido, as lições comportamentais, os ensinamentos sobre a forma de agir, de falar, de defender as suas opiniões e de refutar, respeitando-as, as opiniões de que discordamos, que cada maçon naturalmente recebe e aprende em Loja, são preciosas para o seu dia-a-dia, fora de Loja. O maçon, praticando no seu dia-a-dia o que aprende em Loja, ganha em autenticidade, em capacidade, em poder de argumentação lógica e racional. E é, portanto, melhor. Destacar-se-á, naturalmente.
O espaço em que a Loja se reúne, por sua vez, simboliza o Universo. Por isso dizemos que a Loja, enquanto espaço, vai de Este a Oeste, de Norte a Sul e do Zénite ao Nadir. Todos os símbolos que encontramos em Loja se encontram na Natureza. O significado que cada um conseguir reconhecer em cada símbolo com que depara em Loja é-lhe naturalmente útil na Vida. O que se aprende no espaço da Loja aplica-se, com vantagem, onde quer que nos encontremos.
O trabalho do maçon é, pois, realizado em Loja, mas projecta-se muito para além dela, para a Vida, para a Sociedade, para o Universo. O que se aprende em Loja pratica-se fora dela.
Rui Bandeira
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