Não o conheci pessoalmente. Nunca falei com ele de viva voz. Trocámos algumas mensagens de correio eletrónico e acompanhávamos mutuamente os respetivos trabalhos publicados em relação à Maçonaria. Tanto bastou para que nutrisse por ele um grande respeito e consideração. Partiu ontem para o Oriente Eterno. É mais um insubstituível que teremos de aprender a substituir!
Jerônimo Borges, brasileiro de Santa Catarina, não perdia uma oportunidade de gabar a sua Florianópolis. Foi juiz e foi maçom. Quando se aposentou da magistratura, entendeu por bem passar a aproveitar o tempo que passara a ter disponível para criar e manter, durante anos, o que será, durante muito tempo, um marco da imprensa maçónica em língua portuguesa, o informativo maçónico JB News. Durante anos, diariamente caía nas caixas de correio eletrónico de todos os que se tinham inscrito para receber, o número dessa jornada do JB News. Dia após dia. De inverno e de verão. Em época de trabalho e em período de férias. Em dias de trabalho e em dias de descanso. O JB News, durante anos, era algo que todos os seus subscritores tinham por certo.
Nas colunas do JB News se publicou, em língua portuguesa, muito do que de bom se produziu relativamente à Arte Real. Foi através do JB News que alguns maçons europeus tomaram conhecimento do muito que, com qualidade, se estudava e escrevia sobre Maçonaria no Brasil. Foi através do JB News que muitos Irmãos brasileiros conheceram algo do que sobre Maçonaria se produz em Portugal.
Como editor do JB News, Jerônimo Borges foi um exemplo de qualidade e persistência. Notável como, durante anos a fio assegurou, sozinho com o seu teclado e o seu computador, a edição e difusão diária do informativo. Mesmo em férias, não folgava: estivesse onde estivesse, só precisava de uma ligação à Internet para enviar o exemplar do dia... Quando viajava, providenciava pelo envio antes de partir ou depois de chegar. Quando, apesar de tudo, não conseguia a diária publicação, no dia seguinte enviava dois números, um do dia em atraso e outro do próprio dia.
O JB News foi claramente uma paixão, um projeto concebido e executado com gosto. Há uns anos, anunciou que ia deixar de publicar o JB News. Nada que me admirasse. Editar e enviar o informativo, dia após dia dia, ano após ano, só podia esgotar o mais pintado... E a família deveria formular crescentes protestos... E a idade certamente começaria a pesar... E a saúde a dar sinais de fraquejar... Mas o anúncio causou um clamor tal, um tão grande coro de pedidos de reconsideração, que voltou atrás. A paixão continuou ainda a vencer a razão. Por mais algum tempo, não muito, que a realidade impõe-se sempre ao desejo. Um ou dois anos depois, teve de reconhecer que era tempo de parar. Ainda terá tido a ilusão de que o seu JB News poderia ser continuado por outros, em frequência diária ou semanal. Debalde: Jerônimo Borges só havia um... E desfrutar do JB News ers fácil. Editá-lo e distribuí-lo era mais difícil...
Tive a honra de ser convidado por Jerônimo Borges para ser um dos "cronistas residentes" do JB News, na fase final deste. Uma breve troca de mensagens bastou. Combinámos até quando lhe deveria enviar os textos e tudo ficou acertado, Semanalmente, enviava o meu texto. Dois dias depois, no dia acertado lá estava ele publicado. Assim foi até que o Irmão Jerônimo teve de pôr um ponto final no JB News.
Esta publicação ficará como um repositório de muito do que de bom se publicou sobre Maçonaria em língua portuguesa. Alguns - muitos - contribuíram com os seus textos. Um, o Irmão Jerônimo Borges, concebeu, executou e manteve todo o projeto!
Com a cessação da publicação do JB News, parecia que o Irmão Jerônimo se retirara destas lides. Pura ilusão! Poucas semanas volvidas, apareceu, sob sua edição, o ACML News, informativo da Academia Catarinense Maçônica de Letras, que integrava. Sem periodicidade fixa, com um conteúdo mais específico, foi, nitidamente, o alimentar do bichinho do Irmão Jerônimo e a oportunidade de mantermos algum contacto com ele. Há algum, não muito, tempo, dei conta que passara já um anormalmente longo período sem receber o ACML News. Pelos vistos, agora sei porquê...
Jerônimo Borges integrou a Loja Alferes Tiradentes, n.º 20 da Grande Loja de Santa Catarina. Foi também, pelo menos, membro correspondente da Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas, a Chico da Botica. Foi, sobretudo, um eminente maçom e um excelente ser humano!
Nesta hora em que se consumou a saída deste plano de existência do Irmão Jerônimo Borges, deste lado europeu do Atlântico deixo-lhe a minha homenagem de admirador da sua obra. À sua família, dedico uma palavra de conforto. A todos os maçons, formulo uma exortação de que tenham bem presente o seu exemplo!
Após o final das sessões rituais em Loja, segue-se habitualmente o
ágape, no qual se bebe vinho, e com ele se fazem brindes, sendo que o
vinho na Maçonaria tem um valor simbólico, que varia em função de cada
rito ou ritual.
Tradicionalmente, os maçons designam os copos usados nestes brindes como “canhões” e há exemplos históricos de peças de vidro ou cristal criadas especificamente para este fim, que são autênticas obras de arte.
“Canhões” usados pelos Maçons
Os brindes maçónicos são sempre feitos com vinho tinto, (pólvora negra) e de pé. Os copos (canhões)
são levados à boca de forma pausada. Com excepção dos dois últimos
brindes, a resposta ao brinde é dada pelos maçons presentes, de pé,
empunhando os seus canhões e proferindo, antes de beberem um pouco: “Fogo“. No brinde às senhoras e no 7º brinde, as expressões utilizadas são respectivamente “ás Senhoras” e “A todos os maçons”.
Qualquer das sessões de Loja ou de Grande Loja, é realizada em
espaços privativos ou reservados. Os ágapes maçónicos decorrem em locais
recatados e discretos, utilizando terminologia ritual, embora também
possam efectuar-se em restaurantes públicos.
O momento em que é feito cada brinde é estabelecido por quem dirige o
ágape e é dirigido pelo Mestre de Cerimónias, se estiver designado.
Quem dirige o ágape convida irmãos para efectuarem cada um dos brindes,
que são iniciados por “Meus II:., convido-vos a carregar os canhões e a levantarem-se para o “..º” brinde. Por ordem do V:. M:. (se for ele a presidir), meus II:. juntem-se a mim para brindar…“:
A Sua Excelência o Presidente da República, (o nome de quem, no momento, exerce a função).
A todos os Soberanos e Chefes de Estado que protegem a Maçonaria
(isto é, de todos os países em que é legal e lícita a prática da
Maçonaria, pois a única protecção que a Maçonaria reclama dos poderes
públicos é a da Lei).
Ao Muito Respeitável Grão-Mestre.
Aos Grandes Oficiais.
Ao Venerável Mestre.
Às Senhoras.
A todos os maçons.
NOTA: Quando não estiverem presentes Grandes
Oficiais em funções, mas participarem visitantes no ágape, o quarto
brinde é dedicado ao Venerável Mestre da Loja e o quinto aos visitantes.
Quando nem Grande Oficiais em funções nem visitantes participem no
ágape, o quarto brinde é dedicado ao Venerável Mestre e o quinto aos
Oficiais da Loja.
O sétimo brinde é por vezes denominado de brinde das 11 horas,
que evidencia pela posição dos ponteiros, o aspecto de um compasso
prestes a fechar-se, o que ocorre à meia-noite pela sobreposição dos
ponteiros.
Neste brinde, o Grão-Mestre (ou Venerável Mestre) permanece sentado, e
o maçon mais jovem (ou o aprendiz mais recente) coloca-se de pé
imediatamente por detrás, coloca a sua mão esquerda no ombro direito
daquele, ergue a sua taça e profere a saudação: “A todos os Maçons
espalhados pelo Globo, na Terra, no Mar ou no Ar, desejamos uma rápido
restabelecimento para os seus sofrimentos e um pronto regresso a suas
casas, se esse for o seu desejo”.
Todos os maçons presentes, de pé, erguem então os seus “canhões” com vinho, e respondem em uníssono: “A todos os maçons”.
Em algumas ocasiões, quem preside ao banquete maçónico pode retribuir
este brinde. Levanta-se, e de frente para o aprendiz, estando este com a
taça erguida, toca-a com a sua, e declara: “meu irmão, eu não sou mais do que tu”; de seguida tocam-se outra vez as taças, e declara: “meu irmão , tu não és menos do que eu”; depois, pela terceira vez, tocam-se as taças, e declara: “meu irmão, tu e eu somos iguais, bebamos juntos”. De seguida, entrelaçam os braços e bebem simultaneamente.
Os maçons presentes saúdam este final com uma salva de palmas.
Compilado de diversas origens, incluindo este Blog.
António Jorge
Ao longo dos últimos 300 anos a maçonaria passou por perseguições de toda a ordem. Políticas, religiosas, culturais e étnicas. Assim, resolvi apresentar uma breve reflexão sobre a perseguição á maçonaria antes da II Guerra Mundial, e durante a mesma, sumarizando os tempos difíceis pela qual a maçonaria passou nos meados do século XX.
O rol de perseguições á nossa augusta ordem foi enorme e de toda a espécie. Durante as primeiras décadas do século XX essa perseguição atingiu uma particular violência um pouco por toda a Europa.
Começando no primeiro regime Fascista da Europa, na Hungria em 1919 com Bella Kun, e prosseguindo com o regime Fascista de Mussolini em 1923, esses tempos difíceis na maçonaria propagaram-se também a Portugal e a Espanha.
Por exemplo, mesmo aqui ao lado durante, e após, o termo da Guerra Civil Espanhola, o Generalíssimo Franco promulgou em 1940 a Lei de Repressão contra a Maçonaria e o Comunismo. Aliás, Franco atribuía frequentemente todos os males que padecia Espanha ao complot Judaico Maçónico, como se pode testemunhar ainda no seu último discurso feito em Madrid em 10 de Janeiro de 1975.
Das muitas perseguições que a maçonaria sofreu no último século, posso destacar a perseguição sobre o jugo nazi e as coincidências temporais pela qual a maçonaria foi também perseguida em Portugal.
Quando Hitler chegou ao poder em 1933, a sua política estava bem definida, pois já no seu livro "Minha Luta", Hitler dizia que “a maçonaria sucumbiu aos judeus e converteu-se num excelente instrumento para combater pelos seus interesses […]”.
No entanto os esforços para eliminar a maçonaria não eram a sua primeira prioridade. Mas, e após o estabelecimento e fortalecimento das bases do regime nacional-socialista, a perseguição chegou às portas das lojas. Primeiramente, as lojas que defendiam a tolerância, a igualdade, e que de algum modo estavam ligadas aos sociais-democratas ou liberais, foram sujeitas a perseguições e eram pressionadas para abater colunas "voluntariamente".
Nessa primeira fase, durante o ano de 1933 aquelas lojas mais conservadoras, e que estavam dispostas a acomodar-se ao regime, ainda puderam funcionar durante mais algum tempo.
No entanto, os nacionais socialistas desde bem cedo pretenderam excluir de cargos públicos todos aqueles mações que se recusavam a renunciar á maçonaria.
A situação mudaria radicalmente no início de 1934 quando Roland Freisler (Juiz Nazi e Ministro da Justiça do Terceiro Reich) criou o "Volksgerichtshof" (Tribunal do Povo), que não era nem mais nem menos que um tribunal político pelo qual os nacionais socialistas tentavam controlar a população através de penas desproporcionadas e brutais.
Roland Freisler decidiu em Janeiro de 1934 que os maçons que não deixassem as suas lojas até 30 de janeiro desse ano, não se poderiam filiar no Partido Nacional Socialista. Ainda no mesmo mês, Hermann Goering na altura ministro do Interior da Prússia emitiu um decreto ordenando que as lojas se dissolvessem "voluntariamente", e exigindo que essas acções "voluntárias" lhe fossem submetidas para a sua aprovação.
Além disso, as lojas foram atacadas em toda a Alemanha por unidades locais da S.A., que destruíram os templos, e seus recheios. Isto tudo somado á crescente pressão, sobre os funcionários públicos suspeitos de pertencerem á maçonaria (Magistrados, Professores, Militares), levou a que fosse desferido um duro golpe na nossa Ordem.
Ainda em Maio de 1934, o Ministério da Defesa Alemão proibiu a maçonaria, a todo o seu pessoal militar, e civil. Os funcionários estavam proibidos de aderir ou pertencer a qualquer loja maçónica. Nesse Outono de 1934, depois de Himmler e Reinhard Heydrich tomarem as rédeas da Gestapo, a polícia Alemã fechou muitas lojas e confiscou os seus bens.
Entretanto em 28 de Outubro de 1934, o Ministro do Interior do Reich, Wilhelm Frick, emitiu um decreto em que considera as lojas como "hostis ao Estado". Ao serem declaradas hostis ao Estado as lojas sujeitavam-se a ficar com os seus bens apreendidos.
Só por curiosidade, em Portugal o então deputado José Cabral, Director-Geral dos Serviços Prisionais, apresenta, em 19 de Janeiro de 1935, na Assembleia Nacional, o projecto de lei n.º 2, visando a extinção das associações secretas. O projecto adoptava uma definição de associação secreta que tinha em vista atingir a maçonaria. Enfim coincidências...
Finalmente, em 17 de Agosto de 1935, citando a autoridade de "O Decreto do Fogo do Reichstag (Reichstagsbrandverordnung)*”, Frick ordenou que todas as Lojas restantes fossem dissolvidas e seus bens confiscados.
Também em Portugal em 27 de Março de 1935 a Câmara Corporativa emite um parecer favorável à aprovação do projecto de lei, nº 2 num extenso parecer subscrito por Domingos Fezas Vital, Afonso de Melo, e Gustavo Cordeiro Ramos. A 21 de Janeiro de 1937 foi emitida uma portaria (baseada na lei nº 1901), que dissolve o Grémio Lusitano (Associação profana que suporta o Grande Oriente), e a lei nº 1950 que entrega todos os bens do Grémio Lusitano á Legião Portuguesa.
Ainda em 1935 Reinhard Heydrich Chefe da Polícia de Segurança e do S.D.** dizia que os Maçons, os Judeus, e o Clero, eram os "inimigos mais implacáveis da raça alemã". Afirmava convictamente que era necessário erradicar de todos os Alemães a "influência indirecta do espírito judaico", pois para ele essa influência, "era um resíduo infeccioso Judeu, Liberal e Maçónico, que contaminava acima de tudo o mundo académico e intelectual".
Heydrich criou uma secção especial do Serviço de Segurança SS, Secção II /111, para enfrentar e exterminar especificamente a Maçonaria. O S.D. estava muito interessado neste tema, pois acreditava, que a maçonaria exercia um poder político real, e que controlava a opinião pública através da Imprensa, o que significava que a maçonaria, estaria em condições de fomentar a subversão e a revolução.
Mais tarde a RSHA*** uma mistura de S.D. e de Policia de Segurança formada em 1939 assumiu a secção dedicada á investigação da maçonaria.
No entanto a seguir aos anos tempestuosos de 1934, a 1936 e com a Alemanha a preparar-se para a guerra nota-se em 1937 e 1938, um alívio sobre a maçonaria.
Hitler amnistia alguns membros que renunciaram á maçonaria em Abril de 1938, e foram decididas algumas reintegrações nos serviços do Estado caso a caso. Após a II Guerra Mundial começar em 1939, muitos ex-maçons que tinham sido obrigados a aposentarem-se regressaram ao serviço público, sendo levantada a proibição de ex-maçons servirem na Wehrmacht (Forças Armadas Alemães), inclusivamente como oficiais. No entanto o Partido Nacional Socialista continuou a proibir os ex-maçons a aderirem às suas fileiras embora tenham havido algumas excepções depois de 1938.
Após conquistarem a Europa em 1940, e nos países aonde estabeleceram um regime de ocupação, os Alemães dissolveram as organizações maçónicas e confiscaram os seus bens e documentos.
Assim, alguns dos parceiros Alemães do Eixo decretaram medidas policiais e de segregação desfavoráveis aos maçons. Um exemplo claro desta política é o decreto proferido em agosto de 1940, pelo regime Francês de Vichy. Esse decreto afirmava que os maçons eram inimigos do estado e permitiam a vigilância policial a todo e qualquer maçon. Isso levou a que as autoridades Francesas do Regime de Vichy criassem um arquivo onde estavam identificados todos os membros do Grande Oriente da França, uma das principais organizações Maçónicas francesas;
Quanto ao modo de actuar dos Alemães nas zonas ocupadas, era o seguinte:
Depois de fecharem uma Obediência apreendiam a lista de membros, bibliotecas, mobiliário e outros artefactos culturais. Os itens apreendidos eram enviados para a agência alemã apropriada, principalmente o S.D. e mais tarde, o RSHA.
Também, como parte de sua campanha de propaganda contra a maçonaria, os nazistas e outras organizações de direita locais, montaram exposições antimaçónicas em toda a Europa ocupada. Assim, um pouco por toda a Europa a Alemanha, montou várias exposições, como a de Paris em outubro de 1940, e a de Bruxelas em fevereiro de 1941. Exibindo rituais maçónicos e artefactos culturais roubados de lojas, essas exposições visavam ridicularizar e dirigir o ódio contra os maçons e aumentar os temores de uma Conspiração Judaico-Maçónica.
Além disso a propaganda Alemã durante e guerra, sempre acusou os judeus e os maçons de terem provocado a Segunda Guerra Mundial e serem responsáveis pelas políticas do presidente dos EUA Franklin Delano Roosevelt, que foi identificado como maçon.
Em 1942, Alfred Rosenberg**** foi autorizado por um decreto de Hitler a realizar uma "guerra intelectual" contra os judeus e os maçons. Assim, Hitler concedeu uma autorização a Rosenberg, de livre acesso a todos os arquivos e bibliotecas maçónicas, de modo a ter informação e conhecimentos suficientes para continuar "a luta intelectual e metódica", que era necessária para vencer a guerra.
Aquando do fim da Segunda Guerra Mundial, foram capturados aos Alemães enormes quantidades de arquivos e bibliografia maçónica que tinham sido apreendidas pelas autoridades Alemãs. Esse material foi capturado pelos aliados e enviado quer para Moscovo (importante arquivo capturado na Silésia), quer para Washington e Londres.
Desde o fim da Guerra Fria, muitas colecções relacionadas com a maçonaria foram restituídas aos países de origem, enquanto outras continuam a ser mantidas em armazéns no estrangeiro.
Honestamente é difícil determinar quantos Irmãos morreram durante o regime nacional-socialista apenas por serem maçons, mas uma estimativa conservadora aponta que os números de maçons Alemães que foram executados ou morreram em campos de concentração foram cerca de 80 000. Já, em todos os países ocupados estima-se que tenham morrido há volta de 200 000 maçons.
Por incrível que pareça a II Guerra Mundial além de derrotar o nacional-socialismo veio dar um novo sopro de vida á maçonaria principalmente nos Estados Unidos como explica William J. Jones de Villa Grove, (quinquagésimo terceiro Grão-Mestre do Estado de Illinois, 2000-2003). Segundo ele, "Após o final da guerra muitos dos homens que combateram além-mar juntaram-se á maçonaria. Eu penso que os veteranos experimentaram uma grande comunhão de objectivos e princípios com os seus camaradas quando estavam no serviço além-mar. Na Guerra eles estavam juntos, com outros homens, e sentiam um parentesco próximo, uma verdadeira irmandade. Quando chegaram aos Estados Unidos, não encontraram esse mesmo sentimento de irmandade que sentiam quando estavam além-mar, e reflectindo chegaram á conclusão que gostariam de se juntar a uma fraternidade, a uma organização masculina, para que pudessem ter uma comunhão semelhante ao que tinham tido quando estavam em serviço além-mar."
O exemplo disso é o do Estado de Illinois. Entre 1940 e 1950 a maçonaria ganhou 55751 novos Irmãos. É caso para dizer que o nacional-socialismo e o fascismo perderam em todos os sentidos para a maçonaria.
JBO M:. M:. da R:. L:. Mestre Affonso Domingues em Fevereiro 2016
“Freemasonry, its world view and organization and policies”
Dieter Schwarz Weltanschauung
NOTAS:
* Ordem do Império Presidente para a Proteção de Pessoas e EstadoCom base no artigo 48, parágrafo 2, da Constituição do Reich, prescreve-se o seguinte para a defesa contra os actos de violência comunistas que prejudicam o estado: com base em actos de violência comunistas que acabam com o estado: § 1º. Os artigos 114, 115, 117, 118, 123, 124 e 153 da Constituição do Reich alemão serão suspensos até novo aviso. É, portanto, restrições à liberdade pessoal, ao direito à liberdade de expressão, incluindo liberdade de imprensa, direitos de associação e reunião, intervenções no segredo postal, postal, telegráfico e telefónico, ordens de busca e apreensão de casas e restrições de propriedade, mesmo fora dela de outra maneira permitida por lei. § 1. Os artigos 114, 115, 117, 118, 123, 124 e 153 da Constituição do Reich são suspensos até novo aviso. [Habeas corpus], liberdade de opinião, incluindo a liberdade de imprensa, a liberdade de organizar e reunir, a privacidade das comunicações posta, telegráficas e telefónicas. Os mandados para pesquisas domiciliares, ordens de confisco e restrições de propriedade são, portanto, permitidos além dos limites legais prescritos de outra forma.
**Sicherheitsdienst (alemão: [zɪçɐhaɪtsˌdiːnst], Serviço de Segurança), o título completo Sicherheitsdienst des Reichsführers-SS (Serviço de Segurança do Reichsführer-SS), ou SD, foi a agência de inteligência das SS e o Partido Nazista na Alemanha nazista. A organização foi a primeira organização de inteligência nazista a ser estabelecida e foi considerada uma organização irmã com a Gestapo, que a SS se infiltrava muito depois de 1934. Entre 1933 e 1939, o SD foi administrado como um escritório SS independente, após o qual foi transferido para a autoridade do Reich Main Security Office (Reichssicherheitshauptamt; RSHA), como um dos seus sete departamentos / escritórios. O Seu primeiro diretor, Reinhard Heydrich, destinado ao SD a trazer cada indivíduo dentro do alcance do Terceiro Reich sob "supervisão contínua".
*** O Reichssicherheitshauptamt, (em português Gabinete Central de Segurança do Reich) abreviado como RSHA, era o órgão do Partido Nazista que controlava as polícias, segurança alemãs e administração das mesmas no período de 1939, quando foi criada, até 1945.
**** Alfred Rosenberg (Reval, 12 de janeiro de 1893 — Nuremberg, 16 de Outubro de 1946) foi um político e escritor alemão, sendo o principal teórico do nacional-socialismo, sintetizado na obra O Mito do Século XX (Der Mythus des zwanzigsten Jahrhunderts, 1930). Conselheiro de Adolf Hitler, chegando a ser ministro encarregado dos territórios da Europa Oriental, em 1941, onde deportou e exterminou centenas de milhares de pessoas, principalmente judeus. O Tribunal de Nuremberg (ou Nuremberga) condenou-o à morte por enforcamento, pelos crimes de guerra.
O Governo da chamada Segunda República, que funcionou entre 9 de Julho de 1926 e 18 de Abril de 1928, foi dirigido por António Óscar de Fragoso Carmona, no período que muitos designam por Ditadura Militar.
Este período da nossa história que integra a Segunda República Portuguesa, iniciou-se com o golpe militar de 28 de Maio de 1926 e a entrada em vigor da Constituição portuguesa de 1933, que institucionalizou o Estado Novo.
Em Julho de 1927, foi emitida uma carta de título "A' Mocidade" que claramente condena a Maçonaria, apelando até "Ás armas contra a Maçonaria" e recordando o artigo 283 do Código Penal como fundamento para esta "luta". Esta carta foi aparentemente dirigida ao mundo académico, dado que todos os signatários são membros das diversas academias.
O General António Óscar de Fragoso Carmona, terá sido maçon, iniciado no triângulo Nº 1, de Chaves, entre 1894 e 1906, não tendo ultrapassado o grau de aprendiz. Abandonou a maçonaria, tendo, em 1935, assinado a lei que a ilegalizou em Portugal. (conforme MARQUES, A. H. de Oliveira. Dicionário de Maçonaria Portuguesa. Lisboa: Editorial Delta, 1986, vol I, col. 272-273).
A libertação da América espanhola teve o seu
epílogo com a batalha de Ayacucho no dia 9 de Dezembro de 1824, e teve
actos de fraternidade e generosidade que nunca serão esquecidos pelos
maçons e que claramente os definem. Deveriam também constituir um exemplo para todos.
Na noite anterior à batalha, as Lojas que funcionavam em ambos os
exércitos foram chamadas separadamente para uma reunião visando
encontrar uma solução que evitasse o derramamento de sangue, mas essa
solução não foi possível de ser encontrada.
Foi feita em seguida uma reunião em conjunto, mas também com o mesmo resultado negativo.
No dia seguinte um maçon espanhol solicitou permissão para que
familiares e maçons que militavam em diferentes exércitos fossem
autorizados a abraçar-se pela última vez.
Uma centena de soldados sul-americanos e espanhóis avançaram para se
cumprimentar; no lado esquerdo ficaram os maçons, que após se abraçarem
por três vezes, participaram de uma fraternal reunião que durou quase
uma hora e foi emocionante.
Encontraram-se, entre outros, os irmãos Rodil, Espartero, Vergara,
Virrey José de la Serna, Venerável Mestre General Canterac, Past Master
Marechal Jerónimo Valdez, General Monet, Antonio Tur e General
Ballesteros, no lado espanhol, e os irmãos José Faustino Sanchéz
Carrión, General Antonio José de Sucre, General José Maria Córdova,
Tenente Coronel Vicente Tur (espanhol, mas pertencente ao exército
patriota e irmão de Antonio Tur) e o General Antonio Valero de Bernabé,
no lado sul-americano.
Ficou o exemplo da fraternidade maçónica, que não reconhece nem raças
nem nacionalidades, ainda que nas circunstâncias mais dramáticas.
Terminou a batalha com a vitória do exército Sul-americano e quando o
chefe espanhol, o maçon La Serna, ferido seis vezes, entregou sua espada
ao General maçon, Sucre, este não a aceitou, solicitando que
continuasse nas mãos do bravo militar.
As atenções que os prisioneiros e, especialmente os feridos,
receberam, foi outra amostra de fraternidade extrema, como igualmente a
Acta de Capitulação, em que a generosidade do vencedor ultrapassou os
pedidos do vencido.
Hesitámos durante muito tempo. Chegámos a ter, por duas vezes, projetos de páginas preparados. Das duas vezes não os ativámos publicamente. A rede social Facebook tinha (e tem) vantagens, mas também inconvenientes. Um deles o de parecer, por vezes, "território" em que as normas de boa educação e de convívio social são facilmente menosprezadas, com frequentes comentários em que o insulto soez e a provocação gratuita são moeda corrente. O que não deixa de ser curioso, para além de lamentável, numa... rede social...
Decidimos, portanto, aguardar e ser prudentes. Fizemos experiências. Por exemplo, desde há vários anos que coloco na minha página do Facebook ligação para os textos que escrevo e publico no A Partir Pedra. Verifiquei que, felizmente, o número de comentários malcriados ou provocatórios foi baixo e com tendência decrescente ao longo do tempo e que uma política firme de não complacência com violações das normas sociais de respeito e consideração pelos outros - normas essas que também devem vigorar no espaço cibernético e nas redes sociais - dissuadiu os poucos abusos que ocorreram.
Verificou-se também que a evolução da utilização da comunicação através dos meios virtuais, com o explosivo crescimento das redes sociais, alterou o perfil de busca e consumo de informação por parte da generalidade das pessoas. Os blogues, por si só, perderam alguma relevância. O utilizador habitual da Internet agora vai muito menos diretamente a um blogue - a não ser quando lhe interessa especificamente seguir o mesmo - e acede a sítios e blogues principalmente no âmbito de buscas temáticas ou através de palavras-chave nos motores de busca, mas também através de ligações de textos no Facebook. Este blogue, por exemplo, tem a esmagadora maioria dos acessos aos seus conteúdos através dos motores de busca (o Google, em primeiro lugar), do Facebook (das ligações a textos aí inseridas) e do sítio na Internet da Loja. Os acessos diretos são claramente minoritários, Bem sei que o endereço do blogue, algo complicado com os seus hífens (a-partir-pedra.blogspot.com (ou .pt, ou .br, ou .fr, etc.) não ajuda, sendo mais prático inserir apenas a partir pedra no Google,. Também sei que o inabitual endereço do sítio (www.rlmad.net) leva a que muitos acedam ao sítio utilizando os termos de busca Loja Mestre Affonso Domigues no Google. Mas, mesmo assim, a tendência é evidente.
Portanto, pesadas as vantagens e inconvenientes, é agora chegado o momento de a Loja Mestre Affonso Domingues estar também representada por uma página no Facebook.Está já ativa, no endereço https://www.facebook.com/mestre.affonsodomingues (atenção ao ponto entre mestre e affonso e aos dois ff de affonso...) a página no Facebook da Loja Mestre Affonso Domingues.
Essencialmente, terá aí publicados os textos do sítio da Loja que, pelo seu tema, pela sua estrutura, pela sua dimensão, o gestor da página considere adequados para inserção em rede social. Só excecionalmente terá, porventura, textos adicionais, pois a página no Facebook é - ao menos por agora - encarada como mais um ponto de acesso aos textos do sítio. O seu grafismo, dentro das especificades proporcionadas pela rede social, remete para os grafismos do sítio e do blogue, procurando ilustrar essa essencial unidade entre página do Facebook, sítio - e também blogue..
No fundo, este passo procura corresponder à tendência verificada de utilização de busca de informação no espaço cibernético e, afinal, facilitar ainda mais o acesso aos conteúdos produzidos e publicados pela Loja e seus obreiros.
O New York Review of Books publicou uma notícia sobre uma exposição de arte sobre Maçonaria na Ilha de Haiti, a decorrer este mês. Pode ser vista no Clemente Center, localizado em 107 Suffolk Street, New York City, estado disponível até dia 23.
O website do Clemente Center explica a exposição desta forma:
" No Haiti, durante a era colonial, a Maçonaria era uma das poucas instituições europeias que permitiam a adesão de negros. A Maçonaria ainda prospera no Haiti contemporâneo, e seu mundo visual permeia o imaginário haitiano. Os símbolos que se repetem ao longo desta exposição, estão ligados a uma teia de ideias que se estendiam através do Atlântico, reflectindo os valores mais preciosos do Iluminismo.
Esta exposição ambiciona visualizar a mistura entre magia e razão; alquimia e ciência; troca comercial e metafísica que se estendeu até o século XXI. Ao centrar-se no Haiti, esta exposição lança luz sobre a relação entre os povos colonizados e o Iluminismo. Isso sugere que, para alguns, a Maçonaria oferecia um caminho para se tornar um agente da modernidade. Esta exposição será uma contribuição oportuna e significativa para uma compreensão da Maçonaria através das lentes do Atlântico Negro.
A exposição é compilada por Leah Gordon e ultrapassa as fronteiras entre ficção e não-ficção; realidade e imaginação e contará com obras de artistas haitianos, americanos e europeus Yves Delva, Ernest Dominique, Marg Duston, André Eugene, Leah Gordon, Lazaros, Michel Lafleur e Molej Zamour. A associação entre documento e artefacto espelha a ligação entre Magia e Modernidade inerentes à Maçonaria Haitiana."
A ilha de Hispaniola, onde Cristóvão Colombo fez o primeiro desembarque nas Caraíbas, teve um curioso passado maçónico. Controlada pela Espanha católica durante o início do período colonial, a metade ocidental da ilha foi cedida à França em 1697 como San Domingue - para se tornar mais tarde, no Haiti. Quando a Maçonaria se fez ao mar e se começou a espalhar pelo mundo na década de 1730 e posterior, veio também para Hispaniola. Demorou mais tempo nesta ilha do que noutros lugares por causa das políticas antimaçónicas da Igreja Católica.
Em 1749, o Grande Oriente da França fundou duas lojas em San Domingue, e cerca de mais dez foram estabelecidas em toda a Hispaniola até 1789. Enquanto isso, os maçons na Pensilvânia não perderam tempo após a independência americana e estabeleceram sete lojas a na ilha entre 1786 e 1806. As lojas abriam e fechavam em rápida sucessão naqueles dias, enquanto as nações colonizadoras da Europa lutavam entre si. quer em seus territórios das caraíbas, quer em casa. A Revolução Francesa e uma década de revoltas de escravos e lutas na ilha trouxeram finalmente a independência ao Haiti depois de 1804. A maçonaria existente na ilha não conseguiria resistir à turbulência combinada da revolução e dos anos de Napoleão.
Hispaniola foi dividida em dois países depois de 1800, Haiti e San Domingo (a República Dominicana em 1844), e o Haiti tornou-se a primeira nação independente nas Caraíbas e na América Latina em 1804.
Entre 1809 e 1817, quatro novas lojas inglesas foram fundadas no Haiti, tornando-se primeiro uma Grande Loja Provincial e posteriormente declarando-se independente como Grande Loja do Haiti em 1824. Apenas seis anos depois, o Grande Oriente da França voltou à ilha, trazendo consigo os hauts grades - os Altos Gruas. Em 1836, foi estabelecido um Conselho Supremo do Rito Escocês e o Grande Oriente do Haiti, e os grupos competidores lutaram pelo controle dos graus azuis. Efeitos dessa luta continuam ainda hoje. Enquanto isso, no lado dominicano da ilha, a Grande Loja da República Dominicana foi formada em 1865.
" Quando o Haiti conquistou sua independência e aboliu totalmente a escravidão no final da Revolução Haitiana de 1791-1804, a Maçonaria estava tão inserida na cultura local que o governo revolucionário totalmente negro herdou a Arte entre os seus espólios de guerra.
François-Dominique Toussaint Louverture, o ex-escravo que liderou as forças revolucionárias contra os franceses, tinha a reputação de ser um Maçon devoto. A sua própria assinatura parece atestar este facto, com a sua combinação de duas linhas e três pontos que imitam um símbolo maçónico da época. Na verdade, algumas fontes afirmam que a Maçonaria era tão essencial à cultura e à liderança haitianas, que qualquer presidente do país que não fosse maçon antes de tomar posse era iniciado após.
Enquanto isso, outro dos fundadores do Haiti, Jean-Jacques Dessalines - o autoproclamado Imperador Jacques I do Haiti -foi também iniciado na Ordem. O Museu Nacional de História, no centro de Porto Príncipe, contém artefactos, como a própria espada e bainha do escravo que virou imperador, claramente gravada com motivos quadrados e de bússola..."
A Maçonaria hoje prospera no Haiti. O Grand Orient d'Haiti é actualmente constituído por 50 lojas com cerca de 9.700 membros nas suas fileiras, e é amplamente reconhecida em todo o mundo como regular. É actualmente reconhecida por todas as grandes lojas dos EUA e Canadá, e pela Grande Loja Unida de Inglaterra.