14 outubro 2014

O trabalho da Coluna da Harmonia...

(imagem proveniente de Google Images)
Durante o decorrer de uma sessão ritual maçónica existe o hábito generalizado de existir música ambiente. Música essa que deverá criar certos estados de espírito aos seus ouvintes para possibilitar uma certa harmonia entre todos os presentes na sessão.
A responsabilidade da condução musical numa loja maçónica é do Mestre da Harmonia, o qual também é designado por Coluna da Harmonia.
A seleção musical a ser utilizada deverá ser preferencialmente escrita e/ou musicada por autores maçónicos, nomeadamente Ludwig van Beethoven, Frédéric Chopin, Wolfgang Amadeus Mozart entre outros,  mas também pode ser utilizada música de qualquer tipo de autor sem prejuízo para os anteriormente citados. O género musical a ser utilizado também dependerá daquilo a que se proponha fazer o Mestre da Harmonia em consonância direta com o programa da respetiva sessão maçónica; sendo que ao conjunto de músicas que integram o seu trabalho se designar por Prancha Musical.
E para a elaboração desta prancha geralmente são utilizadas sonoridades mais clássicas na maioria das lojas, mas na Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº5, os gostos são muito ecléticos pelo que é habitual, dependendo de quem ocupe a Coluna da Harmonia, se ouvir desde música clássica, passando pelo Rock ao Ambient Lounge ou ChillOut e também às sonoridades new age. Daqui se poderá depreender que tal como ao nível da utilização das novas tecnologias, também ao nível da seleção musical, a Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº5 é também uma loja que se poderá assumir como p’rá frentex
No entanto, e apesar da liberdade de escolha musical propiciada pela loja ao Mestre da Harmonia, a este apenas lhe é pedido ( aliás, exigido por assim dizer…) que com a sua música proporcione o ambiente ideal ao desenrolar dos trabalhos maçónicos a serem efetuados.
Mas apesar da vasta e ampla seleção musical que pode ser utilizada numa sessão maçónica, não pode a mesma ser usada de qualquer forma nem em qualquer tempo. Existe uma temporização adequada e um tipo de  sonoridade específica que se espera escutar  em determinados momentos da sessão maçónica, sejam eles a Abertura ou o Encerramento dos Trabalhos, seja no momento da execução da Cadeia de União ou na circulação do Tronco da Viúva; a música deverá criar uma sensação própria a cada um que a ouvir em relação ao momento maçónico em concreto. Não devendo o estado de espírito dos maçons se encontrar contrário ao disposto, senão resultaria numa possível quebra da egrégora criada pela harmonia experimentada pelo conjunto dos irmãos presentes na respetiva sessão.
E se no decorrer de uma sessão maçónica existir um momento ritual relevante para a vida de um maçom, tal como uma Iniciação ou um aumento de salário, a música a ser utilizada deverá ser alvo de uma especial atenção pelo Mestre da Harmonia para que esses momentos fiquem marcados na memória de quem por eles passa, pois mesmo aqueles que apenas assistem e não têm uma intervenção direta no cumprimento do ritual, também estes acabam por rever esta mesma situação que anteriormente vivenciaram. E isto também faz parte da formação maçónica, o rever e meditar sobre o que se já viveu e retirar de aí a devida reflexão.
Pelo que aqui expus, já deu para perceber que o trabalho efetuado pela Coluna da Harmonia não é de somenos importância, porque apesar de não ter um papel ritual importante durante a sessão, este é um dos cargos mais ativos da loja; é ele que tem o dever de criar os ambientes específicos e respetivos estados de alma e isso não é tão fácil como se poderia imaginar à primeira vista. E é mesmo um trabalho demorado que ocupa algum do tempo disponível que o Mestre da Harmonia tem na sua vida pessoal, pois ele terá de ouvir bastantes músicas para poder selecionar aquelas que considere como as mais apropriadas para serem utilizadas no decorrer de uma sessão maçónica. Se este mestre for um apaixonado pela música ou inclusivé um melómano até, a sua loja só terá a ganhar dada a riqueza dos conhecimentos que ele terá e que poderá propiciar aos seus irmãos.
Nem todos poderão gostar dos temas musicais que ouviram no decorrer da sessão, fruto das mais variadas preferências musicais de cada um, mas se a energia que brotou da sessão for a ideal, a melhor crítica que o Mestre da Harmonia poderá ouvir dos seus irmãos é que eles sairam contentes e satisfeitos da sessão e que o trabalho que ele desempenhou contribuiu para esse facto.
A Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº5 sempre teve excelentes responsáveis por "darem música" aos seus irmãos, pelo que se espera que assim o continue a ser...


07 outubro 2014

VER MAIS


Refletindo sobre a frase "Não sabemos o que se passa e precisamente é isso o que se passa" de Ortega Y Gasset...

(imagem proveniente de Google Images)
 
Nesta simples frase proferida pelo filósofo espanhol José Ortega Y Gasset (09/05/1883-18/10/1955) e que se encontra na sua obra “ A Revolta das Massas” escrita em 1930, encontro um paralelismo com a postura que o mundo profano tem em relação à Maçonaria.
O atrás designado  mundo profano, a sociedade em geral, pouco conhece ou entende dos segredos e mistérios maçónicos, podendo apenas especular sobre o que farão os maçons nas suas reuniões e sessões de loja bem como qual a sua ação na sociedade civil. E, uma vez que os profanos pouco ou nada conhecem, muitos porque nem sequer se dão ao trabalho de tentar conhecer, especulam e especulam mal!
Várias vezes foi dito neste blogue, que tanto na internet como nas livrarias e bibliotecas espalhadas por esse mundo fora, existe um rol de informações fidedignas efetuadas tanto por maçons como por autores não maçónicos credíveis, tanto pela sua cultura como pela sua  idoneidade, que atestam a conduta da Maçonaria e o que ela representa nos vários países onde está inserida.
Este espaço tal como outros, é acessado por milhares de pessoas, sejam elas iniciadas ou não, que buscam conhecimento ou mera informação, outras quiçá algo mais… Algumas inclusivé, por mais que se lhes tente explicar o que é de facto a Maçonaria, para elas a sua intenção é meramente desestabilizar e nada aprender com o que lhes é transmitido, demonstrando apenas os seus preconceitos contra a Ordem Maçónica no geral, repudiando qualquer explicação que lhes seja oferecida. Há de tudo como na vida, “para todos os gostos e tamanhos”…
Todavia, tal como se pode depreender do que Ortega Y Gasset afirma,  o facto de não se ter conhecimento de algo, não significa necessáriamente que tal não exista. E se é usual os maçons  dizerem que a Maçonaria não é uma instituição secreta, é porque efetivamente todo o mundo a conhece e dela fala! Aquilo que é secreto nunca é abordado em lado algum. Quanto muito, esta Augusta Ordem terá uma postura discreta no que faz ou deixa fazer…
Mas por muito confuso que aparente a afirmação que fiz anteriormente, não cabe à Maçonaria fazer algo, caberá sim aos maçons o fazer!
Seja através de uma visão mais ortodoxa , seja por uma vivência mais liberal, o maçom tem o dever de intervir na sociedade, seja como alguém que vislumbrou  a luz ou seja como uma individualidade apenas. Uns (maçons) preferem fornecer as “ferramentas sociais e filosóficas” para uma evolução e aprimoramento da Sociedade, outros preferem serem eles mesmos, os “agentes de transformação” em prol do progresso da generalidade dos povos.
Não me compete a mim e nem me proponho a tal, decidir quem está mais certo ou menos correto na sua postura maçónica de intervenção social, acredito que há espaço para todos e isso para mim é de menor importância, porque acredito que um maçom nunca deverá baixar os braços,  pois se ele é uma centelha de luz, tem a obrigação de iluminar os demais…
E é fundamentalmente por este tipo de atitude que se encontra no ADN de um maçom que a Maçonaria não é aceite nem tolerada nos locais onde reine a anarquia ou a ditadura, seja esta ao nível governamental (países ditatoriais ou absolutistas), seja ao nível laboral (locais onde o “quero, posso e mando” são a lei patronal) ou até mesmo em lugares onde a religião assim o assuma e determine. Logo, a consequência mais direta de tais factos é a Maçonaria ser anatemizada socialmente e os seus membros,  alvos de constante estigmatização apenas por serem maçons.
Por isso deixo a seguinte reflexão:
Será que quem constantemente ataca  a Maçonaria, quem constantemente especula negativamente sobre a Ordem Maçónica na sua generalidade, saberá o que se passará no interior das lojas maçónicas?
Parece-me que não! E tal como Ortega Y Gasset bem  dizia e que eu  transponho para a Maçonaria, é isso o que precisamente se passa!

01 outubro 2014

O enigmático Segredo Maçónico...

  (imagem proveniente de Google Images)
 
O Segredo Maçónico será mito, será verdade?
Mas o que é um segredo?
Não será algo que apenas um conhece ou que poucos o saibam…?
Sempre ouvi dizer que quando mais que um o conheça, deixará de ser segredo…
E qual será então o segredo maçónico?
Não falo no segredo que seja o conhecimento de vários rituais maçónicos ou a identificação de membros de alguma Obediência, falo mesmo no tal segredo que muitos ambicionam alcançar.
Já o virtuoso poeta Fernando Pessoa o celebrou em poema e o mesmo pode ser consultado também  neste blogue AQUI.
Mas guardará este segredo uma mensagem?
Um caminho a seguir?
Uma conduta de vida?
Ou será algo indizível e inexplicável e que será apenas sensorial tal como muitos maçons o afirmam?!
Em alguns dos vários textos elaborados por vários autores, sejam maçónicos ou não, que se encontram tanto nas livrarias como na própria internet, é habitual se encontrar definições de que este segredo será “algo que estará para além da compreensão humana”, noutros “ que estará para além do descritível e apenas observável”…
De facto, o segredo maçónico é algo que é somente sentido e compreendido por quem o experimenta.
Passando por uma Iniciação, em que  tal é o véu que cobre os olhos e ainda nos limita a visão, também o segredo maçónico tem as suas veleidades e somente com a constante presença em Loja, na prática do ritual maçónico e no relacionamento fraternal com os demais Irmãos, se pode alcançar esta sensação, o conhecimento de tal segredo.
Mas será que esse segredo é tão relevante  assim para o mundo?
Não será esse segredo, somente algo que deverá ser exclusivo apenas da propriedade dos maçons? Pois será o seu segredo?
Fica a reflexão...
Geralmente quando existe ou se fala em segredo/os, chega-se sempre à conclusão de que afinal não há segredo algum ou se houver, já seria do domínio e conhecimento público; quando não é mesmo, algo fruto da imaginação coletiva da generalidade da população. E o segredo maçónico encontra-se neste contexto.
Muito se poderia elucuburar sobre ele, tantas páginas foram e mais ainda serão escritas sobre este segredo, e mesmo que um dia alguém o consiga descrever, nunca o fará na sua efetiva plenitude, pois quem nunca passou pela porta baixa dificilmente lhe terá acesso… Porque nem tudo é possível ser pronunciado e nem tudo é passível de ser soletrado. Ou não fosse a carne despreender-se dos ossos…
Assim, tal como as experiências que vamos passando ao longo da nossa vida que para nós ficam, também as sensações que alguém sentiu apenas para ela ficarão…
E será que ficou algo por explicar, no que consistirá o tal segredo?
É possível, mas não serei eu a pronunciá-lo. Por mim, o enigma persistirá…


25 setembro 2014

Campanha VER MAIS


Já precisou de mudar de óculos, por alteração da graduação das lentes?

Já substituiu os óculos do seu filho ou da sua filha porque ele ou ela cresceu e os óculos antigos já não lhe serviam?

Tem os óculos substituídos guardados lá em casa? Para quê? Não vai voltar a usar a graduação antiga... E os seus filhos não vão encolher... E a probabilidade de a criança mais nova vir a ter exatamente a mesma necessidade de óculos com a precisamente mesma graduação que foi necessária para a sua mais velha é ínfima... Então tem os óculos lá em casa apenas para (a) ocupar espaço; (b) um dia qualquer fartar-se disso e deitá-los fora.

Pois bem, foi lançada e está em curso até 15 de dezembro a campanha VER MAIS. 

A ideia surgiu na sequência de um comentário de um amigo de que, lá em Moçambique, onde agora se encontra por razões profissionais, é frequente pedirem-lhe que empreste os seus óculos para que alguém os utilize brevemente para uma comezinha tarefa (enfiar uma linha numa agulha, por exemplo) e logo os devolva, agradecido e aliviado, porque, pura e simplesmente, a generalidade da população não tem efetivo acesso a coisas para nós tão vulgares como óculos e oftalmologistas. Pura e simplesmente, quem vê mal, mal vê. É assim e será assim por, infelizmente, ainda bastante tempo...

Portanto, parece lógico que é muito mais útil utilizar os nossos já inúteis óculos, que já só nos servem para ganhar pó e ocupar espaço, para os enviar para onde não há e são precisos para que outras pessoas possam VER MAIS.

Não nos preocupemos com o acerto das dioptrias. Quem precisaria de lentes com duas dioptrias, se tiver à sua disposição óculos com uma dioptria e meia, não fica a ver perfeitamente, mas seguramente que consegue VER MAIS do que com nenhuma...

Portanto, o apelo fica feito: pegue nos seus óculos antigos e já sem uso e envie-os por favor (já agora deixe-me abusar: se puder mandar também a caixa ou o estojo, ajuda muito a mantê-los inteiros e em bom estado no transporte...) envie-os para 

ASSOCIAÇÃO MESTRE AFFONSO DOMINGUES
Estrada de Telheiras, 102
1600-771 LISBOA

Se não puder ou quiser ter a despesa ou o incómodo de proceder ao envio, não seja por isso: mande uma mensagem de correio eletrónico indicando o número de pares de óculos que oferece, a sua morada e o seu número de telefone de contacto para


 e, em Portugal, nós arranjaremos maneira de providenciar que alguém vá buscá-los.

O armazenamento, o envio para Moçambique e a distribuição a quem necessita lá em Moçambique fica por nossa conta... Uma garantia damos: os óculos assim obtidos serão DADOS ou disponibilizados GRATUITAMENTE em centros comunitários, para serem usados por quem e quando necessite. Ninguém obterá um cêntimo de receita com eles. Fazemos ponto de honra disso!

Quem tem óculos já em desuso, mãos à obra, que podem ainda ser de novo úteis a quem precisa!

Quem não tem, também pode ajudar: use a função corta e cola do seu computador, copie este texto para uma mensagem de correio eletrónico, e envie-a para todos os seus contactos, com pedido para que façam o mesmo. É spam, reconheço-o, mas é por uma boa causa: é para que alguns bem menos privilegiados na vida do que nós, possam VER MAIS.

Rui Bandeira

22 setembro 2014

A importância da Família na Maçonaria...

 (imagem proveniente de Google Images)
 
 
Para um maçom é muito importante o apoio que lhe é prestado pela sua família face à quantidade de ausências do seu ambiente familiar  que vão sucedendo ao longo dos anos para cumprimento dos seus deveres maçónicos. Deveres estes que, na maioria dos casos, serão a frequência das sessões da Respeitável Loja a que pertença, as assembleias gerais da sua Obediência, atividades que sejam promovidas pela sua Respeitável Loja tanto no mundo profano como internamente; bem como para a assistência de cursos, debates, tertúlias e palestras que lhe interessem tanto nas várias áreas do Esoterismo como no âmbito da Maçonaria em geral.
 
Digo que é necessário este apoio,  porque com o passar do tempo é normal existir sempre algum desgaste natural nas relações familiares e por vezes as sistemáticas ausências que levam o maçom a sair do seu lar, poderão criar brechas no seu relacionamento marital se estas saídas não forem entendidas ou bem compreendidas pela sua esposa e família. Por isso é necessário também existir uma certa maturidade e confiança entre ambos para que continue acesa a tal “chama” que nos aquece o coração e que nos alimenta a alma.
Se a vida familiar de um maçom não se encontrar com a estabilidade necessária a este tipo de relacionamento, o elevado absentismo que vai existir no seu quotidiano será sempre uma fonte de crítica por parte de uma esposa ou família que se sentirão colocadas à margem da vida do casal em detrimento da vida e família maçónica.
Mas porventura o que nunca deverá acontecer (!!!) será o maçom se desculpar com as suas atividades maçónicas para justificar as suas constantes ausências para ter um comportamente menos lícito e incorreto com a sua cara-metade. - Quando um maçom disser à sua família que “vai à Loja”, é para ir mesmo! - Pois a mentira não faz parte da conduta que se espera de um maçom; o qual deverá nunca esquecer que é um homem de “bons costumes” e que deverá ser naturalmente um bom “chefe de família”.
Todavia, durante o processo de candidatura de um profano a maçom, é usual existir um contato entre os inquiridores instruídos desse processo com a família do candidato para se aferir qual o nível de aceitação que a família terá em relação à proposição do seu familiar. Pois se a família discordar, a candidatura estará “ferida de morte” logo no seu início. Pois possivelmente se for deferida esta proposição, as presenças deste novo membro em loja serão fortuitamente escassas para o que se esperaria dele. E a frequência das sessões da sua Respeitável Loja é obrigatória a todos os seus membros salvo motivo que seja atendível e aceite pelo seu Venerável Mestre (o responsável da Loja).
No âmbito desse contato, também é informada a família de algumas das obrigações do candidato nomeadamente na questão da sua presença nas sessões de loja bem como das obrigações pecuniárias que terá de cumprir, ou seja, a joia e quota mensal/anual de loja.
O que demonstra que a opinião da família é sempre deveras importante, ou não fosse a família a base estrutural da nossa sociedade. E este contato possibilita ainda à família saber o quanto é relevante também, para a futura loja que cooptará o seu familiar.
Algumas das mais valias que a família dos maçons terão/têm à sua disposição, são a possibilidade de conhecer gente que doutra forma não conheceria e que estaria fora do seu círculo habitual de amizades ou o estreitamento dos laços de amizades com outras pessoas com quem já se relacionaria num âmbito mais superficial para além de puder  confraternizar nos vários eventos que vão sendo organizados tanto pela Loja como noutros organizados a “descoberto”… Cimentando  assim, os laços que unem os maçons entre si e que se estendem às suas respetivas famílias. Sendo que na generalidade da sociedade civil mas principalmente em “meios pequenos”, as amizades e famílias maçónicas/profanas  quase se confundem, pois é sempre mais fácil o relacionamento entre Irmãos e/ou com gente que comungue dos mesmos príncipios de vida.
Existem vários tipos de família, umas grandes, outras pequenas, mas a família maçónica será sempre singular e bastante eclética…
Seja em Portugal ou no mundo inteiro, um Irmão será sempre um irmão… e isto para mim será sempre o mais importante. Ou não fosse esta  a família que escolhi, a nossa Família!


15 setembro 2014

Ser reconhecido Maçom...


(imagem retirada de Google Images)

Para alguém ser considerado maçom, primeiramente terá de ser reconhecido por outro como tal. Depois terá de passar por uma conjunto de processos após os quais será aceite ( ou não) por uma Respeitável Loja e a sua consequente Iniciação.

Mas não é tão fácil como o parágrafo anterior se apresenta, mas também não será tão difícil como se poderá supor.
Nas Maçonarias tipicamente anglo-saxónicas é usual a célebre afirmação “2B1ASK1” ou seja “ To Be One, ask One” ( Para ser Um, Pergunte a Um; numa tradução literal), o que permitirá mais facilmente atrair mais gente a esta Augusta Ordem.
Mas por norma, qualquer Obediência (Potência Maçónica) tem um domicílio físico, isto é, uma porta onde se poderá bater no caso de que algum potencial candidato que se interesse ou identifique com os princípios e causas maçónicas se puderá dirigir caso não tenha nenhum conhecido que seja maçom na sua lista de contatos ou esfera de influência. Ou também, o que sucede bastantes vezes, não tenha sido reconhecido ainda por algum outro maçom.

Mas que “reconhecimento” é esse que acabei de falar?!
Nada mais nada menos que tal como os maçons afirmam, que se reconheça em alguém que seja uma pessoa “livre e de bons costumes”, com um comportamento probo e honesto; que seja alguém considerado com bom “pai de família” e um bom colega de trabalho pelos seus pares; que esteja inserido na sociedade onde viva e que tenha vontade em aprender e partilhar o que sabe com outrem; bem como ter também a vontade em auxiliar o seu semelhante.

Todavia, e aqui algo que poderá criar confusão na mente de algumas pessoas, o candidato terá de ser alguém com defeitos, ou seja, alguém que identifique e reconheça os seus defeitos pessoais e tenha a vontade e ambição de mudar o seu comportamento para melhor - “vencer os seus vícios e paixões”… - evoluindo como pessoa e ser humano que é, através de uma via espiritual e iniciática que neste caso preciso é a Maçonaria.

Em geral, na minha opinião, não é a simples pertença na Maçonaria que tornará “homens bons” em “homens melhores”, antes pelo contrário, serão os homens que poderão tornar a instituição maçónica em algo melhor; pois as suas atitudes estarão sob o escrutíno da Sociedade. Os maçons são os seus próprios “juízes e carrascos”, o resto é conversa…

A Maçonaria através das suas “ferramentas filosóficas e espirituais” é que pode auxiliar na evolução pessoal de cada um em direção a um aperfeiçoamento moral e comportamental. Por isso é que é hábito em maçonaria se afirmar que “ a Ordem não procura homens perfeitos”, pois esses já trilharam o seu caminho… 
À Maçonaria interessa sim, quem deseja mudar, mas mudar para melhor…
Somente atuando assim, é que alguém pode um dia esperar ser reconhecido como maçom. Mas não lhe bastará apenas ter sido reconhecido, há que continuar nesta senda de perfeição, caso contrário, as palavras, as atitudes, os comportamentos serão vãos e apenas tudo culminará numa perda de tempo para ambas as partes, tanto para a Respeitável Loja e Obediência que o acolha, quanto para o próprio, que será passível de perder um reconhecimento que por regra não é atribuído a qualquer um!
Tanto que por isso, sempre após uma possível “identificação maçónica” num profano ou após a submissão de um pedido de candidatura de adesão a uma Respeitável Loja, é desencadeado um conjunto de diligências, nomeadamente um processo de inquirição, para que se possa averiguar qual a conduta do suposto candidato a iniciar. Seja através de conversas com o próprio ou com seus familiares e/ou amigos, para que se possa aferir quais as reais intenções de quem deseja que “a porta lhe seja aberta”… 

É que fortuitamente e como em qualquer instituição ou associação onde entre o bicho-homem, também por vezes a Maçonaria tem alguns erros de casting que acabam por manchar a reputação dos demais maçons e influenciar negativamente a opinião profana sobre a Maçonaria e os seus membros. E geralmente são estes casos que vêm a público, pois o bem que a Maçonaria faz, apenas fica resguardado para ela…
E, mesmo depois de ter terminado o processo de inquirição respeitante a um candidato, o mesmo ainda terá de ser sufragado pela Respeitável Loja que o irá cooptar no futuro. E somente após essa decisão da loja, será ou não iniciado.

Por isto tudo, é que afirmei no início que não seria difícil entrar na Maçonaria, mas que por sua vez também, não será tão fácil assim como se poderia supor.


Finalizando e em jeito de conclusão, tenho para mim que antes de se entrar na Maçonaria e se obter qualquer tipo de reconhecimento, já a Maçonaria “entrou dentro de nós”…