07 outubro 2014
(imagem proveniente de Google Images)
Nesta
simples frase proferida pelo filósofo espanhol José Ortega Y Gasset (09/05/1883-18/10/1955) e que se
encontra na sua obra “ A Revolta das Massas” escrita em 1930, encontro um
paralelismo com a postura que o mundo profano tem em relação à Maçonaria.
O
atrás designado mundo profano, a sociedade em geral, pouco conhece ou entende dos segredos e mistérios maçónicos, podendo apenas especular sobre o que farão os
maçons nas suas reuniões e sessões de loja bem como qual a sua ação na sociedade
civil. E, uma vez que os profanos pouco ou nada conhecem, muitos porque nem
sequer se dão ao trabalho de tentar conhecer, especulam e especulam mal!
Várias
vezes foi dito neste blogue, que tanto na internet como nas livrarias e
bibliotecas espalhadas por esse mundo fora, existe um rol de informações
fidedignas efetuadas tanto por maçons como por autores não maçónicos credíveis,
tanto pela sua cultura como pela sua idoneidade,
que atestam a conduta da Maçonaria e o que ela representa nos vários países
onde está inserida.
Este
espaço tal como outros, é acessado por milhares de pessoas, sejam elas iniciadas ou não, que buscam
conhecimento ou mera informação, outras quiçá algo mais… Algumas inclusivé, por
mais que se lhes tente explicar o que é de facto a Maçonaria, para elas a sua
intenção é meramente desestabilizar e nada aprender com o que lhes é transmitido,
demonstrando apenas os seus preconceitos contra a Ordem Maçónica no geral,
repudiando qualquer explicação que lhes seja oferecida. Há de tudo como na
vida, “para todos os gostos e tamanhos”…
Todavia,
tal como se pode depreender do que Ortega Y Gasset afirma, o facto de não se ter conhecimento de algo,
não significa necessáriamente que tal não exista. E se é usual os maçons dizerem que a Maçonaria não é uma instituição
secreta, é porque efetivamente todo o mundo a conhece e dela fala! Aquilo
que é secreto nunca é abordado em lado algum. Quanto muito, esta Augusta
Ordem terá uma postura discreta no
que faz ou deixa fazer…
Mas
por muito confuso que aparente a afirmação que fiz anteriormente, não cabe à
Maçonaria fazer algo, caberá sim aos maçons o fazer!
Seja
através de uma visão mais ortodoxa , seja por uma vivência mais liberal, o
maçom tem o dever de intervir na sociedade, seja como alguém que vislumbrou a luz ou seja como uma individualidade
apenas. Uns (maçons) preferem fornecer as “ferramentas
sociais e filosóficas” para uma evolução e aprimoramento da Sociedade,
outros preferem serem eles mesmos, os “agentes
de transformação” em prol do progresso da generalidade dos povos.
Não
me compete a mim e nem me proponho a tal, decidir quem está mais certo ou menos
correto na sua postura maçónica de intervenção social, acredito que há espaço
para todos e isso para mim é de menor importância, porque acredito que um maçom
nunca deverá baixar os braços, pois se
ele é uma centelha de luz, tem a
obrigação de iluminar os demais…
E
é fundamentalmente por este tipo de atitude que se encontra no ADN de um maçom
que a Maçonaria não é aceite nem tolerada nos locais onde reine a anarquia ou a
ditadura, seja esta ao nível governamental (países ditatoriais ou
absolutistas), seja ao nível laboral (locais onde o “quero, posso e mando” são
a lei patronal) ou até mesmo em lugares onde a religião assim o assuma e
determine. Logo, a consequência mais direta de tais factos é a Maçonaria ser
anatemizada socialmente e os seus membros, alvos de constante estigmatização apenas por
serem maçons.
Por
isso deixo a seguinte reflexão:
Será
que quem constantemente ataca a Maçonaria, quem constantemente especula
negativamente sobre a Ordem Maçónica na sua generalidade, saberá o que se
passará no interior das lojas maçónicas?
Parece-me
que não! E tal como Ortega Y Gasset bem dizia e que eu transponho para a Maçonaria, é isso o que precisamente se
passa!
01 outubro 2014
O enigmático Segredo Maçónico...
(imagem proveniente de Google Images)
O Segredo
Maçónico será mito, será verdade?
Mas o que é um segredo?
Não será algo que apenas um conhece ou que poucos o
saibam…?
Sempre ouvi dizer que quando mais que um o conheça,
deixará de ser segredo…
E qual será então o segredo
maçónico?
Não falo no segredo que seja o conhecimento de
vários rituais maçónicos ou a identificação de membros de alguma Obediência,
falo mesmo no tal segredo que muitos
ambicionam alcançar.
Já o virtuoso poeta Fernando Pessoa o celebrou em
poema e o mesmo pode ser consultado também neste blogue AQUI.
Mas guardará este segredo uma mensagem?
Um caminho a seguir?
Uma conduta de vida?
Ou será algo indizível e inexplicável e que será
apenas sensorial tal como muitos maçons o afirmam?!
Em alguns dos vários textos elaborados por vários
autores, sejam maçónicos ou não, que se encontram tanto nas livrarias como na
própria internet, é habitual se encontrar definições de que este segredo será
“algo que estará para além da compreensão humana”, noutros “ que estará para
além do descritível e apenas observável”…
De facto, o segredo
maçónico é algo que é somente sentido e compreendido por quem o experimenta.
Passando por uma Iniciação, em que tal é o véu
que cobre os olhos e ainda nos limita a visão, também o segredo maçónico tem as suas veleidades
e somente com a constante presença em Loja, na prática do ritual maçónico e no
relacionamento fraternal com os demais Irmãos, se pode alcançar esta sensação,
o conhecimento de tal segredo.
Mas será que esse segredo é tão relevante assim para o mundo?
Não será esse segredo, somente algo que deverá ser
exclusivo apenas da propriedade dos maçons? Pois será o seu segredo?
Fica a reflexão...
Geralmente quando existe ou se fala em segredo/os,
chega-se sempre à conclusão de que afinal não há segredo algum ou se houver, já
seria do domínio e conhecimento público; quando não é mesmo, algo fruto da
imaginação coletiva da generalidade da população. E o segredo maçónico encontra-se neste contexto.
Muito se poderia elucuburar sobre ele, tantas
páginas foram e mais ainda serão escritas sobre este segredo, e mesmo que um dia alguém o consiga descrever, nunca o
fará na sua efetiva plenitude, pois quem nunca passou pela porta baixa dificilmente lhe terá acesso… Porque nem tudo é
possível ser pronunciado e nem tudo é passível de ser soletrado. Ou não fosse a
carne despreender-se dos ossos…
Assim, tal como as experiências que vamos passando
ao longo da nossa vida que para nós ficam, também as sensações que alguém
sentiu apenas para ela ficarão…
E será que ficou algo por explicar, no que consistirá
o tal segredo?
É possível, mas não serei eu a pronunciá-lo. Por
mim, o enigma persistirá…
Publicado por Nuno Raimundo às 12:07 0 comments
Marcadores: segredo maçónico
25 setembro 2014
Campanha VER MAIS
Já precisou de mudar de óculos, por alteração da graduação das lentes?
Já substituiu os óculos do seu filho ou da sua filha porque ele ou ela cresceu e os óculos antigos já não lhe serviam?
Tem os óculos substituídos guardados lá em casa? Para quê? Não vai voltar a usar a graduação antiga... E os seus filhos não vão encolher... E a probabilidade de a criança mais nova vir a ter exatamente a mesma necessidade de óculos com a precisamente mesma graduação que foi necessária para a sua mais velha é ínfima... Então tem os óculos lá em casa apenas para (a) ocupar espaço; (b) um dia qualquer fartar-se disso e deitá-los fora.
Pois bem, foi lançada e está em curso até 15 de dezembro a campanha VER MAIS.
A ideia surgiu na sequência de um comentário de um amigo de que, lá em Moçambique, onde agora se encontra por razões profissionais, é frequente pedirem-lhe que empreste os seus óculos para que alguém os utilize brevemente para uma comezinha tarefa (enfiar uma linha numa agulha, por exemplo) e logo os devolva, agradecido e aliviado, porque, pura e simplesmente, a generalidade da população não tem efetivo acesso a coisas para nós tão vulgares como óculos e oftalmologistas. Pura e simplesmente, quem vê mal, mal vê. É assim e será assim por, infelizmente, ainda bastante tempo...
Portanto, parece lógico que é muito mais útil utilizar os nossos já inúteis óculos, que já só nos servem para ganhar pó e ocupar espaço, para os enviar para onde não há e são precisos para que outras pessoas possam VER MAIS.
Não nos preocupemos com o acerto das dioptrias. Quem precisaria de lentes com duas dioptrias, se tiver à sua disposição óculos com uma dioptria e meia, não fica a ver perfeitamente, mas seguramente que consegue VER MAIS do que com nenhuma...
Portanto, o apelo fica feito: pegue nos seus óculos antigos e já sem uso e envie-os por favor (já agora deixe-me abusar: se puder mandar também a caixa ou o estojo, ajuda muito a mantê-los inteiros e em bom estado no transporte...) envie-os para
ASSOCIAÇÃO MESTRE AFFONSO DOMINGUES
Estrada de Telheiras, 102
1600-771 LISBOA
Se não puder ou quiser ter a despesa ou o incómodo de proceder ao envio, não seja por isso: mande uma mensagem de correio eletrónico indicando o número de pares de óculos que oferece, a sua morada e o seu número de telefone de contacto para
e, em Portugal, nós arranjaremos maneira de providenciar que alguém vá buscá-los.
O armazenamento, o envio para Moçambique e a distribuição a quem necessita lá em Moçambique fica por nossa conta... Uma garantia damos: os óculos assim obtidos serão DADOS ou disponibilizados GRATUITAMENTE em centros comunitários, para serem usados por quem e quando necessite. Ninguém obterá um cêntimo de receita com eles. Fazemos ponto de honra disso!
Quem tem óculos já em desuso, mãos à obra, que podem ainda ser de novo úteis a quem precisa!
Quem não tem, também pode ajudar: use a função corta e cola do seu computador, copie este texto para uma mensagem de correio eletrónico, e envie-a para todos os seus contactos, com pedido para que façam o mesmo. É spam, reconheço-o, mas é por uma boa causa: é para que alguns bem menos privilegiados na vida do que nós, possam VER MAIS.
Rui Bandeira
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Marcadores: solidariedade, VER MAIS
22 setembro 2014
A importância da Família na Maçonaria...
(imagem proveniente de Google Images)
Para
um maçom é muito importante o apoio que lhe é prestado pela sua família face à
quantidade de ausências do seu ambiente familiar que vão sucedendo ao longo
dos anos para cumprimento dos seus deveres
maçónicos. Deveres estes que, na maioria dos casos, serão a frequência das
sessões da Respeitável Loja a que pertença, as assembleias gerais da sua
Obediência, atividades que sejam promovidas pela sua Respeitável Loja tanto no mundo profano como internamente; bem como para a assistência de cursos, debates,
tertúlias e palestras que lhe interessem tanto nas várias áreas do Esoterismo
como no âmbito da Maçonaria em geral.
Digo
que é necessário este apoio, porque com
o passar do tempo é normal existir sempre algum desgaste natural nas relações
familiares e por vezes as sistemáticas ausências que levam o maçom a sair do
seu lar, poderão criar brechas no seu
relacionamento marital se estas saídas não forem entendidas ou bem
compreendidas pela sua esposa e família. Por isso é necessário também existir uma certa
maturidade e confiança entre ambos para que continue acesa a tal “chama” que
nos aquece o coração e que nos alimenta a
alma.
Se
a vida familiar de um maçom não se encontrar com a estabilidade necessária a
este tipo de relacionamento, o elevado absentismo que vai existir no seu
quotidiano será sempre uma fonte de crítica por parte de uma esposa ou família
que se sentirão colocadas à margem da vida do casal em detrimento da vida e família maçónica.
Mas
porventura o que nunca deverá acontecer (!!!) será o maçom se desculpar com as
suas atividades maçónicas para justificar as suas constantes ausências para ter
um comportamente menos lícito e incorreto com a sua cara-metade. - Quando um
maçom disser à sua família que “vai à
Loja”, é para ir mesmo! - Pois a mentira não faz parte da conduta que se
espera de um maçom; o qual deverá nunca esquecer que é um homem de “bons
costumes” e que deverá ser naturalmente um bom “chefe de família”.
Todavia,
durante o processo de candidatura de um profano a maçom, é usual existir um
contato entre os inquiridores instruídos desse processo com a família do candidato
para se aferir qual o nível de aceitação que a família terá em relação à
proposição do seu familiar. Pois se a família discordar, a candidatura estará
“ferida de morte” logo no seu início. Pois possivelmente se for deferida esta proposição,
as presenças deste novo membro em loja serão fortuitamente escassas para o que
se esperaria dele. E a frequência das sessões da sua Respeitável Loja é obrigatória a todos os seus membros
salvo motivo que seja atendível e aceite pelo seu Venerável Mestre (o
responsável da Loja).
No âmbito desse
contato, também é informada a família de algumas das obrigações do candidato
nomeadamente na questão da sua presença nas sessões de loja bem como das obrigações pecuniárias que terá de cumprir, ou seja, a joia e quota
mensal/anual de loja.
O
que demonstra que a opinião da família é sempre deveras importante, ou não
fosse a família a base estrutural da nossa sociedade. E este contato possibilita ainda à
família saber o quanto é relevante também, para a futura loja que cooptará o
seu familiar.
Algumas
das mais valias que a família dos maçons terão/têm à sua disposição, são a
possibilidade de conhecer gente que doutra forma não conheceria e que estaria
fora do seu círculo habitual de amizades ou o estreitamento dos laços de amizades com
outras pessoas com quem já se relacionaria num âmbito mais superficial para além de puder confraternizar nos vários eventos que vão
sendo organizados tanto pela Loja como noutros organizados a “descoberto”…
Cimentando assim, os laços que unem os
maçons entre si e que se estendem às suas respetivas famílias. Sendo que na
generalidade da sociedade civil mas principalmente em “meios pequenos”, as
amizades e famílias maçónicas/profanas quase se confundem, pois é sempre mais fácil
o relacionamento entre Irmãos e/ou com gente que comungue dos mesmos príncipios de vida.
Existem
vários tipos de família, umas grandes, outras pequenas, mas a família maçónica será sempre singular e
bastante eclética…
Seja em Portugal ou no mundo inteiro, um Irmão será sempre
um irmão… e isto para mim será sempre o mais importante. Ou não fosse esta a família que escolhi, a nossa Família!
Publicado por Nuno Raimundo às 12:05 7 comments
Marcadores: amor fraternal, Família, Maçonaria explicada, Processo de candidatura
15 setembro 2014
Ser reconhecido Maçom...
(imagem retirada de Google Images)
Para
alguém ser considerado maçom, primeiramente terá de ser reconhecido por outro
como tal. Depois terá de passar por uma conjunto de processos após os quais
será aceite ( ou não) por uma Respeitável Loja e a sua consequente Iniciação.
Mas não é tão fácil como o parágrafo anterior se apresenta, mas também não será tão difícil como se poderá supor.
Nas
Maçonarias tipicamente anglo-saxónicas é usual a célebre afirmação “2B1ASK1”
ou seja “ To Be One, ask One”
( Para ser Um, Pergunte a Um; numa tradução literal), o que permitirá mais
facilmente atrair mais gente a esta Augusta Ordem.
Mas por
norma, qualquer Obediência (Potência Maçónica) tem um domicílio físico, isto é,
uma porta onde se poderá bater no caso de que algum potencial candidato que se
interesse ou identifique com os princípios e causas maçónicas se puderá dirigir
caso não tenha nenhum conhecido que seja maçom na sua lista de contatos ou
esfera de influência. Ou também, o que sucede bastantes vezes, não tenha sido reconhecido ainda por algum outro maçom.
Mas que
“reconhecimento”
é esse que acabei de falar?!
Nada
mais nada menos que tal como os maçons afirmam, que se reconheça em alguém que
seja uma pessoa “livre e de bons costumes”, com um comportamento probo e
honesto; que seja alguém considerado com bom “pai de família” e um bom colega
de trabalho pelos seus pares; que esteja inserido na sociedade onde viva e que
tenha vontade em aprender e partilhar o que sabe com outrem; bem como ter
também a vontade em auxiliar o seu semelhante.
Todavia,
e aqui algo que poderá criar confusão na mente de algumas pessoas, o candidato
terá de ser alguém com defeitos, ou
seja, alguém que identifique e reconheça os seus defeitos pessoais e tenha a
vontade e ambição de mudar o seu comportamento para melhor - “vencer os seus
vícios e paixões”… - evoluindo como pessoa e ser humano que é, através de
uma via espiritual e iniciática que neste caso preciso é a Maçonaria.
Em
geral, na minha opinião, não é a simples pertença na Maçonaria que tornará
“homens bons” em “homens melhores”, antes pelo contrário, serão os homens que
poderão tornar a instituição maçónica em algo melhor; pois as suas atitudes
estarão sob o escrutíno da Sociedade. Os maçons são os seus próprios “juízes e
carrascos”, o resto é conversa…
A
Maçonaria através das suas “ferramentas filosóficas e espirituais” é que pode
auxiliar na evolução pessoal de cada um em direção a um aperfeiçoamento moral e
comportamental. Por isso é que é hábito em maçonaria se afirmar que “ a Ordem
não procura homens perfeitos”, pois esses já trilharam o seu caminho…
À
Maçonaria interessa sim, quem deseja mudar, mas mudar para melhor…
Somente
atuando assim, é que alguém pode um dia esperar ser reconhecido como maçom. Mas
não lhe bastará apenas ter sido reconhecido, há
que continuar nesta senda de perfeição,
caso contrário, as palavras, as atitudes, os comportamentos serão vãos e apenas
tudo culminará numa perda de tempo para ambas as partes, tanto para a
Respeitável Loja e Obediência que o acolha, quanto para o próprio, que será
passível de perder um reconhecimento que por regra não é atribuído a qualquer
um!
Tanto
que por isso, sempre após uma possível “identificação maçónica” num profano ou
após a submissão de um pedido de candidatura de adesão a uma Respeitável Loja,
é desencadeado um conjunto de diligências, nomeadamente um processo de
inquirição, para que se possa averiguar qual a conduta do suposto candidato a
iniciar. Seja através de conversas com o próprio ou com seus familiares e/ou
amigos, para que se possa aferir quais as reais intenções de quem deseja que “a
porta lhe seja aberta”…
É que fortuitamente e como em qualquer instituição ou associação onde entre o bicho-homem, também por vezes a Maçonaria tem alguns erros de casting que acabam por manchar a reputação dos demais maçons e influenciar negativamente a opinião profana sobre a Maçonaria e os seus membros. E geralmente são estes casos que vêm a público, pois o bem que a Maçonaria faz, apenas fica resguardado para ela…
E, mesmo
depois de ter terminado o processo de inquirição respeitante a um candidato, o
mesmo ainda terá de ser sufragado pela Respeitável Loja que o irá cooptar no
futuro. E somente após essa decisão da loja, será ou não iniciado.
Por isto
tudo, é que afirmei no início que não seria difícil entrar na Maçonaria, mas
que por sua vez também, não será tão fácil assim como se poderia supor.
Finalizando
e em jeito de conclusão, tenho para mim que antes de se entrar na Maçonaria e
se obter qualquer tipo de reconhecimento, já a Maçonaria
“entrou dentro de nós”…
Publicado por Nuno Raimundo às 12:01 4 comments
Marcadores: espiritualidade, Iniciação, Loja, Maçonaria explicada, Processo de candidatura, Profano, reconhecimento
11 setembro 2014
O Maçom, Homem Fraternal...
(imagem retirada de Google Images)
Este
é o primeiro texto de muitos, assim o espero, que irei publicar neste honorável
espaço de escrita para uns, leitura para os demais.
Espero
que com o que eu irei partilhar convosco, Vos ajude a compreender qual a “missão”
da Maçonaria no mundo que nos rodeia e um pouco mais sobre a vasta simbólica
maçónica que existe, sendo que os meus textos demonstrarão a minha visão
pessoal sobre qualquer tema que seja versado por mim.
Sendo assim, este meu
primeiro texto teria de ser naturalmente, um texto muito pessoal.
Assim,
hoje venho falar-Vos de como o maçom é alguém com um elevado sentido fraterno, logo irei falar de Fraternidade, algo que para
mim não é apenas sentimento, mas antes sentido.
Não
no sentido dos outros cinco sentidos que
dispomos, nos quais eu qualificaria a Fraternidade como um sexto sentido, um “sentido espiritual”; mas trato deste sentido/sentimento como o “sentido” do
verbo “sentir”, de sensação…
A
Fraternidade é algo que se sente e se partilha, uma vez que a mesma tende a
vivificar no nosso interior, algo que se reflete posteriormente nas nossas
ações.
Por
isso é tão habitual entre os maçons se afirmar que a “Maçonaria também se vivencia,
praticando a fraternidade!”.
E
como Fraternidade que é, na Ordem Maçónica, o amor ao próximo, ao nosso Irmão, encontra-se presente e em
permanência. Concordemos ou não com as suas opiniões, aceitemos ou não a sua
forma de estar na vida, mas amamo-lo!!!
E amar
está muito além de apenas se tolerar…
A
Tolerância implica Respeito, um respeito pelo “outro” em toda a aceção da
palavra, senão seria apenas mais uma palavra vã nos nossos dicionários, tal
como outras que pela sua quantidade, mais me parecem ser tantas como as espigas
que existem nos campos…
No
entanto, Fraternidade também é muito
diferente de Benevolência ou Caridade, pois se tanto uma como outra podem
suscitar sentimentos ditos “menores”, uma forma de auxílio em que se age assim
apenas porque é moralmente aceitável ou simplesmente porque socialmente fica
bem ou parece bem a quem o assim faz.
Tanto que por isso, a Fraternidade também
é sinónimo de Solidariedade, algo que se encontra mais além que a Caridade ou a Benevolência; a Solidariedade é para mim
um sentimento ainda mais nobre, uma vez que é suposto advir diretamente do coração.
E
ser solidário nivela-nos como Homens, pois quem o pratica e quem recebe a nossa
solidariedade, encontrar-se-á num mesmo patamar moral, apesar de que
socialmente seja muito diferente. E
essa humildade que é necessária para quem é solidário e fraterno, deverá fazer parte
integrante da nossa natureza humana como maçons. Isto
sim, é o “core”, o cerne dos tais “bons costumes” com que habitualmente
nos reconhecem ou nos quais nos revemos…
Não
deveriam os valores que defendemos, tais como a Igualdade, a Liberdade e
principalmente a Fraternidade, serem a base da Sociedade humana?!
Todavia,
tenho para mim que a Fraternidade também é uma alavanca, um apoio que está
subaproveitado na sociedade em que vivemos e que a ser usada como “ferramenta
social”, muito contribuiria para o progresso humano.
Cada
vez mais o Homem olha apenas para si próprio, não retribuindo o mesmo valor ao
seu igual. E nesse contexto, nós como maçons que somos reconhecidos, poderíamos
fazer mais… e melhor.
O
maçom é um livre-pensador; logo de
que nos valerá sermos intelectualmente ou moralmente mais instruídos ou como
tal considerados, sermos formados nas
ditas “artes liberais”, as mesmas artes que libertaram os homens do obscurantismo
e do jugo da Ignorância, se depois de adquirirmos estas valências, não agirmos
no mundo à nossa volta também para o melhorar e o fazer evoluir no
comportamento e relacionamento entre os seres?!
Não
fosse a minha Iniciação na Augusta Ordem Maçónica e eu não privaria com muitos dos
meus Irmãos. E
digo isto porque na sua maioria temos percursos profissionais distintos, não
pertencemos às mesmas agremiações profanas e o nosso percurso de vida é muito
díspar. Mas
por partilharmos os mesmos desígnios, em Loja nos encontramos. E afirmo, se a
Loja me acolheu, eu também acolhi a (nossa)
Loja na minha vida.
A Loja passou a fazer parte
integrante da minha Família.
E
esta fraternidade e esta sensação de amor fraterno que nos une
vale muito mais do que aquilo que à primeira vista possa aparentar…
De
facto, esta sensação não é imediata, e ainda bem que tal assim acontece. Pois
se assim o fosse, seria uma sensação falsa e carente de sentido. Ninguém
ama ninguém de um momento para o outro ou somente apenas pelo trocar de um
olhar ou um sorriso.
Os
amores platónicos ficam para a nossa
vida profana.
E
refletindo, questiono-me:
- Como poderei eu amar alguém que não me conhece e que também eu não conheço?!
- Como poderei eu amar alguém quando apenas o tolero?
- Como poderei eu respeitar alguém com quem eu frequentemente esteja em desacordo?
Na
Maçonaria encontro a resposta a estas questões.
A
Maçonaria é fraternidade e, como tal, o seu espírito fraterno depende unicamente da união de todos os que a integram.
A
nossa fraternidade só o é e somente o pode ser, se for construída dia após
dia e cimentada sessão após sessão. E é aí que reside a nossa força!
Os
maçons, tal como os “irmãos de sangue” não podem nem devem estar sempre em sintonia,
pois as diferenças também propiciam à formação/evolução pessoal, de modo que na
Maçonaria é-nos permitido discordar,
concordando; e concordar, discordando;
isto é, o respeito salutar que deve existir entre todos, permite aos maçons não
se travarem de razões tal como quiçá o fariam no mundo profano, mas antes,
ouvindo e interiorizando as opiniões contrárias à sua forma de pensar,
permite-lhes que possam aprender e conviver com as diferenças e divergências que naturalmente possam existir. Somos
Homens e como tal não podemos ser todos iguais.
O que seria do azul ou do amarelo,
se todos fossemos vermelhos…
E
tal como bagos de uvas que com a sua própria identidade estão ligados entre si,
ou como as sementes de romã que se agregam no interior deste fruto, que podemos
encontrar sobre os capitéis das colunas de entrada no nosso Templo, também a
união e ligação dos nossos pensamentos em prol de algo melhor, a energia e
sentimentos que aplicamos na Cadeia de União aumentam a coesão do nosso grupo e
potenciam o nosso espírito de corpo.
Assim,
na formação da Cadeia de União, um dos momentos “altos” da ritualística
maçónica em sessão de Loja, o encadeamento dos Irmãos que é formado e a oração
que é proferida, permite-me também sentir que aquilo que nos une é mais do que
aquilo que nos poderá afastar e que
os laços não-sanguíneos que nos unem, ligam-nos por um cordão umbilical ainda maior
e que nos juntam numa caminhada através
da Virtude e em prol de todos Nós.
Pois
se a egrégora acontece, é porque
todos o assim desejamos e fazemos para que assim tal aconteça!
Para
mim, no estrito cumprimento do ritual em Loja, se demonstra que aí reside o espírito
fraternal que devemos vivenciar e transmitir também para o mundo profano.
Eu vivo e sinto assim a nossa fraternidade.
Outros o farão à sua maneira pessoal. Podemos
não ser todos iguais, mas posso afirmar que somos todos muito semelhantes…
Publicado por Nuno Raimundo às 12:03 0 comments
Marcadores: amor fraternal, Cadeia de união, fraternidade
10 setembro 2014
Auxílio
O segundo termo da trilogia utilizada pela maçonaria anglossaxónica, Relief, é correntemente traduzido para português como Alívio, mas considero mais correto fazê-lo pela palavra Auxílio. Sendo ambas as hipóteses possíveis, a tradução por auxílio tem a vantagem de enfatizar a ação, enquanto que alívio é meramente a consequência ou o objetivo. É do auxílio que resulta ou se procura que resulte o alívio.
O auxílio que aqui se refere é o necessário ou conveniente para afastar ou minorar a dor, o sofrimento ou a dificuldade. Não a excluindo, não se contém apenas na vertente material. A ideia é que, identificada uma dificuldade, se venha a agir de forma a possibilitar que essa seja aliviada. A ação a empreender necessariamente que se contém dentro dos limites das possibilidades daquele ou daqueles que a levam a cabo, sem colocar em risco a sua própria vida ou integridade, família e estabilidade.
O auxílio deve ser prestado, em primeira linha, aos Irmãos maçons e às viúvas e filhos menores dos maçons já falecidos, mas, havendo possibilidades, deve ser igualmente efetuado em prol de quem quer que seja que esteja necessitado.
O auxílio a prestar é o apto a dissipar ou minorar o sofrimento ou dificuldade de quem dele beneficia, não um ato de favoritismo ou nepotismo. Há uma evidente diferença moral entre auxiliar alguém que passa por uma situação de dificuldade e favorecer alguém em ordem a que este obtenha uma situação de privilégio ou de vantagem injustificada. O auxílio destina-se a dar alívio, não a endossar vantagem...
O auxílio a prestar deve respeitar sempre as normas legais e sociais. Auxiliar alguém a cometer uma infração, não é alívio, é cumplicidade. Auxiliar alguém a escapar ás consequências dos seus atos não é virtude, é encobrimento.
O auxílio maçónico tem, inderrogavelmente, uma caraterística de solidariedade e beneficência, mas estas não são a essência de se ser maçom, antes mera consequência de tal.
O auxílio é algo que todos os maçons devem prestar a quem e quando necessário, na medida das suas possibilidades, tal como inevitavelmente todos, em algum ou alguns momentos da sua vida - por mais afortunada ou realizada que esta seja - necessitaram ou virão a necessitar de auxílio, seja para superar ou minorar padecimentos, seja para consolar e ultrapassar desgostos e perdas, seja, enfim, para enfrentar dignamente a Grande Passagem que cada um de nós inexoravelmente fará.
O auxílio maçónico não é mais do que o exemplo do que todos os que vivem em sociedade devem praticar, pois viver em sociedade é dar e receber, ajudar e ser ajudado, cooperar para atingir objetivos, por vezes nossos, por vezes alheios, outras vezes comuns.
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 0 comments
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