27 fevereiro 2007

ANTIGOS DEVERES: Do Poder Político


O segundo tema dos Antigos Deveres respeita ao relacionamento que o maçon deve ter com o Poder Político e respectivas autoridades.

Eis o seu teor:

Um Maçon é sempre um súbdito pacífico, respeitador do poder civil, em qualquer lugar que resida ou trabalhe. Jamais está implicado em conspirações ou conluios contra a paz e a felicidade da nação, nem se há-de rebelar contra a autoridade, porque a guerra, os derramamentos de sangue e as perturbações, têm sido sempre funestas à Maçonaria. Assim, os antigos Reis e Príncipes sempre estiveram dispostos a proteger os membros da corporação posto que sua tranquilidade e fidelidade, que refutavam praticamente as calúnias de seus adversários, realçavam a Honra da Fraternidade, que sempre prosperou em tempos de paz. De modo que, se um Irmão se rebelasse contra o Estado, não deveria ser sustentado em seus actos. Todavia, poderia ser confortado, como um infeliz, e se não for reconhecido culpado de nenhum outro crime, embora a fiel Confraria deva desaprovar sua rebelião para não dar ao governo motivo de descontentamento e para evitar que alimente suspeitas, não se pode excluí-lo da Loja, suas relações com ela permanecendo invioláveis.

A Tradição Maçónica, mantida pela Maçonaria Regular, enfatiza, assim, o respeito da maçonaria e dos Maçons pelo Poder constituído. É no quadro da organização social existente e da Legalidade vigente que a Maçonaria se move e que os maçons se procuram aperfeiçoar e, pelo seu exemplo, contribuir para a melhoria da sociedade. Mas a Maçonaria não tem intervenção directa na Política.

Como sabemos, esta não é a orientação da Maçonaria Liberal, que entende poder e dever intervir politicamente e, mesmo, se necessário, activamente contribuir para mudanças revolucionárias na estrutura do Poder, na linha da orientação assumida pelo Grande Oriente de França na época da Revolução Francesa.

A observância estrita ou o entendimento de que caiu em desuso este Antigo Dever constitui uma das linhas de fractura entre as duas grandes tendências da Maçonaria.

Rui Bandeira

26 fevereiro 2007

ANTIGOS DEVERES: De Deus e da Religião

Já anteriormente, a propósito do Segundo Landmark, aqui referenciei os Antigos Deveres (Ancient Charges), que devem ser respeitados pelos maçons. Tendo sido compilados nas Constituições de Anderson de 1723, estão divididos em seis temas, o primeiro dos quais o respeitante a Deus e à Religião e que é do seguinte teor:

Um Maçon é obrigado, pela sua condição, a obedecer à lei moral. E, se compreende correctamente a Arte, nunca será um ateu estúpido nem um libertino irreligioso. Mas, embora, nos tempos antigos, os maçons fossem obrigados, em cada país, a ser da religião desse país ou nação, qualquer que ela fosse, julga-se agora mais adequado obrigá-los apenas àquela religião na qual todos os homens concordam, deixando a cada um as suas convicções próprias: isto é, a serem homens bons e leais ou homens honrados e honestos, quaisquer que sejam as denominações ou crenças que os possam distinguir. Por consequência, a Maçonaria converte-se no Centro de União e no meio de conciliar uma amizade verdadeira entre pessoas que poderiam permanecer sempre distanciadas.

Desde os tempos da Maçonaria Operativa que este princípio é seguido. Pode, assim, dizer-se que integra o núcleo verdadeiramente essencial do ideário maçónico.

A Maçonaria regular, deísta, costuma fundar a sua recusa de admissão de ateus ou agnósticos, só admitindo quem seja crente num Criador (independentemente da religião professada ou da forma como essa crença é vivida) na frase de que o maçon, se "compreende correctamente a Arte, nunca será um ateu estúpido nem um libertino irreligioso".

A Maçonaria Liberal, que admite ateus e agnósticos, preferirá enfatizar que "um Maçon é obrigado, pela sua condição, a obedecer à lei moral" e que o ideário maçónico apenas obriga os maçons "a serem homens bons e leais ou homens honrados e honestos, quaisquer que sejam as denominações ou crenças que os possam distinguir".

Dois caminhos, dois estilos, uma mesma raiz comum, uma similar exigência de rigor e elevação.

Rui Bandeira

25 fevereiro 2007

Homens de bons costumes !


Tenho estado afastado do "A Partir Pedra" por causa do tempo.
Não tem a ver com a chuva... não, tem a ver com uns diazitos fora do sítio (Carnaval) em que andei com o Rui por aí... e depois uma quantidade de coisas que estavam por fazer e era necessário dar-lhes solução.
Sei que tem sido um intervalo muito util, porque assim dei oportunidades ao Rui e ao José de abrilhantarem este espaço, mas não me parece bem deixá-Los sózinhos e hoje, que é Domingo, está a chover e o Benfica não joga, cá estou a chutar umas bolas para canto...
Já "postei" o Zeca e agora pego noutro assunto, assaz importante para todos nós... bem, pelo menos para 6 milhões de nós !

Uma das razões dos nossos, chamados, bons costumes está relacionada, sem dúvida, com o facto de sermos os 3 (eu, o Rui e o José) indefectiveis do Benfica (é, òbviamente, um bom costume !)
Pois ontem aconteceu algo importante que quero partilhar com todos.
O meu sogro, simpático velhote com 91 anos de idade, recebeu o anel dos 75 anos de sócio dos "lampiões".

E isto é caso para festejo (!) familiar, mas também dos que (eu estou aí) não acreditando nem um bocadinho neste "restling" vêm que ainda resta uma migalhinha de atenção para quem passou 75 anos a pagar quotas, mas muito mais do que isso, a viver um ideal que desapareceu, vendido a patacos e nem sequer a quem desse mais.

Como nada é completamente bom, este festejado acabou sentado lado a lado com "uma espécie de personagem importante", Manuel Damásio de seu nome, e que segundo parece mereceu também ser homenageado.

Parece-me bem.

Poucos como ele fizeram tanto mal em tão pouco tempo, coitado, vivendo com o ordenado mínimo nacional e desfazendo o Benfica tão desinteressadamente.

Mereceu ser homenageado, claro.

Como dizem os Felinos Fedurentos, foi... "uma espécie de homenagem" a "uma espécie de gajo importante", mas foi uma cerimónia fedurenta !

Valha-me o meu Velhote com os Seus 75 anos de esperança (91 de idade) e teimosia em tornar o mundo melhor e mais limpo, e se o Benfica pudesse ser incluido seria bom ! Mas é crer demais.

JPSetúbal

Andam á procura de um Português GRANDE ?

Com o atraso de 2 dias, isto de disponibilidade de tempo tem andado algo atrapalhado, trago-Vos a recordação de um Português GRANDE.
Fez 20 anos que passou ao Oriente Eterno (anteontem, 23) e Portugal recordou José Afonso, quem foi, o que nos legou, o que é ainda hoje, 20 anos após ter deixado o mundo que o insultou e a humanidade que Ele defendeu como muito poucos.
Para os da geração de "40" o "Zeca" foi, em determinado momento da vida de Portugal, verdadeiramente "a luz ao fundo do tunel" teimando em brilhar contra quase tudo.
Na sua preocupação central de defender a Liberdade, de espalhar Fraternidade, de promover Igualdade, "Zeca" foi único em dimensão, em sentido de futuro, em projecto de vida para a humanidade, na forma que adoptou para o fazer.
Há 20 anos "Zeca" Afonso deixou o mundo, mas não deixou a humanidade.
Ele continua vivo na recordação dos que Lhe devem "enormes" momentos de abertura de esperança e, tal a Sua dimensão, em muita juventude actual, que havendo nascido muito após a Sua morte retomou os seus temas e os seus motivos.
Parte importante da música de intervenção urbana actual, hip-hop tão em voga, foi confessadamente buscar ao "Zeca" muita da inspiração com que combate a descriminação e aponta um rumo de esperança, particularmente aos jovens, ensinando que há saídas possiveis e que vale a pena lutar por elas.
Em muito dessa música é evidente o grito solidário e o protesto pelo mundo fraterno que devia estar instituido... e não está !
Esse foi o tema do "Zeca", e foi a Sua luta, e foi a Sua prisão, e foi a Sua alegria, finalmente, quando em 25 de Abril de 1974 viu o dia amanhecer ao som da Sua música e o Sol a brilhar na esperança da luta que tinha travado durante toda a vida.
Recordo-me que a primeira edição do "Vampiros" (... eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada...") tive de a pedir ao meu cunhado que estava em medicina em Coimbra, para me arranjar um exemplar (vinil e 45 r.p.m. ...), só possível no circuito clandestino das Academias e das Associações de Estudantes (numa tarde qualquer do início dos 70's entrei na Sasseti, na altura ficava numa esquina da R. do Carmo, para comprar um disco do José Mário Branco. A cara do jovem, tão jovem quanto eu próprio, desconfiado a olhar para mim assim como que "é desta que vou dentro..." ficou-me inesquecível, e lá me vendeu o disquinho, "long play 33 r.p.m.", metendo-o num saco de papel debaixo do balcão e pedindo-me para não o abrir na rua !).
Era assim a vida portuguesa e devemos ao Zeca muito do que foi feito para a alterar.
Azeitão 1979-1987
"Curioso é que nós passamos 40 ou 50 anos de uma vida a fazer determinadas coisas e um dia mais ou menos de repente, sem que renunciemos a nada do que fizemos, apercebemo-nos de que tudo deveria ter sido diferente. É apenas uma vaga sensação que se instala, sem que saibamos defini-la muito bem. No fundo sou muito mais contraditório e supersticioso do que quis admitir ao longo dos anos."
"Eu sempre disse que a música é comprometida quando o músico, como cidadão é um homem comprometido. Não é o produto saído desse cantor que define o compromisso mas o conjunto de circunstâncias que o envolve com o momento histórico e político que se vive e as pessoas com quem ele priva e com quem ele canta.
"Não me arrependo de nada do que fiz. Mais: eu sou aquilo que fiz. Embora com reservas acreditava o suficiente no que estava a fazer, e isso é o que fica. Quando as pessoas param há como que um pacto implícito com o inimigo, tanto no campo político como no campo estético e cultural. E, por vezes, o inimigo somos nós próprios, a nossa própria consciência e os alibis de que nos servimos para justificar a modorra e o abandono dos campos de luta."
" Admito que a revolução seja uma utopia, mas no meu dia a dia procuro comportar-me como se ela fosse tangível. Continuo a pensar que devemos lutar onde exista opressão, seja a que nível for."

José Afonso

José Afonso está vivo e continua a cantar para todos nós ! (http://www.aja.pt/biografia.htm)



JPSetúbal


23 fevereiro 2007

O maçon Mozart

Wolfgang Amadeus Mozart é talvez o maçon mais famoso. Para se ter uma ideia, se se fizer uma busca no Google utilizando a palavra chave Mozart, encontra-se nada mais nada menos do que 42 milhões de páginas referenciadas; pesquisando nestes resultados com a palavra chave maçon, obtém-se, para o conjunto Mozart maçon o número de 213.000 páginas referenciadas; se, em vez de maçon, efectuarmos, nos resultados obtidos com a pesquisa Mozart, outra pesquisa, agora com a palavra chave mason, em inglês, para este conjunto Mozart mason o número de páginas referenciadas sobe para 1.030.000!

Em resumo, não é segredo para ninguém que Mozart foi maçon e mesmo os mais distraídos podem facilmente tropeçar com essa informação na Rede. É assim evidente que uma galeria de Maçons célebres não pode deixar de conter um texto sobre o mais célebre dos célebres maçons! Eis então um breve retrato do maçon W. A. Mozart.

Mozart tinha onze anos quando, atingido pela varíola, foi tratado por um médico vienense de apelido Wolff, que era um conhecido maçon. Em agradecimento pela sua cura, Mozart compôs uma melodia que ofereceu ao Dr. Wolff, que intitulou An die Freude (À alegria). O texto musicado era claramente de inspiração maçónica e o jovem Mozart não poderia ter composto a melodia sem conhecer o seu sentido.

Um ano mais tarde, Mozart travou conhecimento com o célebre Dr. Messmer, também maçon.

Aos dezasseis anos de idade, Mozart compôs O heiliges Band (Ó Sagrada Escritura), sobre um texto de Lens existente num conjunto de textos maçónicos, reservado apenas aos maçons e a que, naturalmente, era suposto nenhum profano ter acesso...

Um ano mais tarde, um maçon importante, von Gebler, encomendou a Mozart dois coros e cinco entreactos para acompanhar um drama heróico, Thamos, rei do Egipto (prefigurando o que mais tarde virá a ser uma ópera intitulada A Flauta Mágica).

Ou seja, entre os 11 e os 17 anos o contacto de Mozart com maçons e a sua forma de pensar e ver o Mundo foi frequente.

Em 1783, tinha então Mozart 27 anos de idade, o famoso Gemmingen, que conhecia o compositor, instala a sua própria Loja Maçónica em Viena e convida Mozart para se juntar a ela e aí exercer o ofício de Mestre da Harmonia. Mozart reflecte. Em Novembro do ano seguinte, apresenta a sua candidatura à Loja Zur Wohlthätigkeit (Beneficência). Foi aí iniciado em 14 de Dezembro de 1784.

A 7 de Janeiro de 1785 (apenas 24 dias depois da sua iniciação!), Mozart é, na Loja Zur wahren Eintracht (Verdadeira Concórdia), passado ao grau de Companheiro. A 10 de Janeiro, termina o Quarteto de Cordas em Lá Maior (K 464), no qual o movimento Andante se refere ao ritual de Iniciação Maçónica. A 13 de Janeiro (6 dias depois da passagem a Companheiro, 30 dias depois da sua Iniciação!), Mozart é elevado ao grau de Mestre. Quatro dias mais tarde, compõe um Quarteto de cordas em Dó Maior (K 465), que se refere ao grau de Companheiro. Em Março de 1785, termina o Concerto em Dó Maior (K 467), cujo Andante faz claramente alusão ao terceiro grau, o de Mestre.

A 6 de Abril de 1785, participa na cerimónia de Iniciação do seu próprio pai, Leopold Mozart.

Mozart participa em inúmeras reuniões de Loja e compõe numerosas obras destinadas a serem tocadas em sessão. Visita as Lojas Zu den drei Adlern (Três Águias) e Zur gekrönten Hoffnung (Esperança Coroada).

Entretanto, a doença que lhe virá a ser fatal (o síndroma de Schönlein-Henoch) progride. Mozart compõe as suas três grandes obras com simbologia maçónica: A Clemência de Tito, a Flauta Mágica e o Requiem.

A morte de Mozart origina uma reunião de exéquias fúnebres de seus Irmãos. Uma oração fúnebre proferida na ocasião foi impressa. Hoje, dela resta apenas um exemplar. Eis a sua tradução:

O Grande Arquitecto do Universo acaba de retirar à nossa Cadeia Fraternal um dos elos que nos era mais caro e mais valioso. Quem não o conhecia? Quem não amou o nosso tão notável Irmão Mozart? Há poucas semanas ainda, ele encontrava-se entre nós, glorificando com a sua encantadora música a inauguração deste Templo. Quem de nós imaginaria que seria tão rapidamente arrancado do nosso seio? Quem poderia saber que três semanas depois choraríamos a sua morte? É o triste destino imposto ao homem, de deixar a vida deixando a sua obra inacabada, e tão excelente ela é. Mesmo os réis morrem deixando à posteridade as suas intenções inacabadas. Os artistas morrem depois de terem devotado as suas vidas a melhorar a sua arte para atingirem a perfeição. A admiração de todos acompanha-os ao túmulo.No entanto, se os povos choram, os seus admiradores não tardam, muito frequentemente, a esquecer-se deles. Os seus admiradores talvez, mas não nós, seus Irmãos! A morte de Mozart é para a arte uma perda irreparável. Os seus dons, reconhecidos desde a infância, tinham feito dele uma das maravilhas deste tempo. A Europa soube-o e admirou-o. Os príncipes gostaram dele e nós, nós poderíamos chamá-lo: “meu irmão”. Mas se é óbvio honrar o seu génio, não nos devemos esquecer de comemorar a nobreza do seu coração. Foi um membro assíduo da nossa Ordem. O seu amor fraternal, a sua natureza inteira e devotada, a sua caridade, a alegria que mostrava quando beneficiava um de seus irmãos com a sua bondade e o seu talento, tais eram as suas imensas qualidades, que nós louvamos neste dia de luto. Era simultaneamente um marido, um pai, o amigo de seus amigos e o irmão de seus irmãos. Se tivesse tido fortuna, faria todos tão felizes como ele desejaria.

As informações para elaborar este texto foram recolhidas aqui.

Rui Bandeira

22 fevereiro 2007

Loge Nationale de Recherche Villard de Honnecourt

Já foi referenciada neste blogue a principal Loja de Investigação da Grande Loja Unida de Inglaterra (UGLE), a Loja Quatuor Coronati.


Agora é a vez de dar conta da principal Loja de Investigação da Grande Loja Nacional Francesa, a Loge Nationale de Recherche Villard de Honnecourt, n.º 81 daquela Obediência Regular.

A Loge Villard de Honnecourt foi fundada em 1964, entre outros por Jean Baylot (1897-1976), autor de diversas obras de História da Maçonaria, e é reconhecida em todo o Mundo maçónico pela qualidade das suas conferências e dos seus trabalhos, constituindo as obras que publica referências da Maçonaria e da investigação espiritual contemporânea.

Publica a colecção CAHIERS DE VILLARD DE HONNECOURT, na qual se inserem os volumes, semestralmente publicados, dos TRAVAUX DE LA LOGE NATIONALE DE RECHERCHE VILLARD DE HONNECOURT.

A designação da Loja homenageia o Mestre de Obras Villard de Honnecourt, que viveu e trabalhou no século XIII, célebre por ter deixado documentos repletos de projectos arquitectónicos, actualmente guardados na Biblioteca Nacional de França.

As duas últimas iniciativas públicas da Loja tiveram lugar, respectivamente, em 12 de Dezembro e 13 de Fevereiro últimos e consistiram em conferências, a primeira sobre o tema A LEI E O SAGRADO (conferencista: Christian Charrière-Bournazel, Bastonário da Ordem dos Advogados de Paris) e a última subordinada ao tema A NATUREZA E O SAGRADO (conferencista: Jean-Marie Pelt, Presidente do Instituto Europeu de Ecologia).

Rui Bandeira

21 fevereiro 2007

Medalhas de identificação maçónicas

Aqueles que, nos últimos dias, têm visitado este blogue, ter-se-ão, porventura, interrogado: então agora que dizem que "isto está a ficar mesmo a sério" é que deixaram de actualizar o blogue? Não se tratou de um súbito ataque de pânico. Apenas e tão só o aproveitar coincidente, por todos os autores habituais de textos, de uns dias de férias, por ocasião do Carnaval. O JPSetúbal e eu fomos até à Serra da Estrela verificar a temperatura da neve. O JoséSR também aproveitou para descansar. Mas o bem-bom acabou e hoje já se volta a actualizar o blogue.

Após um período de descanso, nada como um recomeço ligeirinho. Vamos lá então a mais uma curiosidade maçónica.

Todos certamente se recordam de ter visto em filmes de guerra a utilização por soldados de fios com umas medalhas de identificação. Tais medalhas destinam-se a facilitar a identificação dos militares tombados no eufemisticamente chamado "campo da honra".

Pois os nossos Irmãos do continente americano vão mais longe e utilizam tais medalhas de identificação também para afirmarem a sua condição de maçons. A imagem de uma delas está reproduzida no início deste texto. Há mais modelos, todos custando 10,99 dólares americanos. Os fabricantes informam poder fornecer, mediante encomenda, outros modelos, com individualização da Loja ou da Unidade do cliente.

Mas não são só medalhas de identificação de combatentes que aquele fabricante fornece.

Fazendo jus à denominação deste produto em inglês (dogtag, literalmente, etiqueta de cão), o mesmo anuncia também uma medalha destinada a ser colocada ao pescoço do melhor amigo do Homem, igualmente demonstrativa do orgulho de ser maçon: uma medalha com o esquadro, o compasso e a letra "G" e, no verso, a inscrição O meu dono é maçon. Note-se que, no original em inglês, a inscrição permite um trocadilho, já que a palavra Master significa "dono", mas também "Mestre" (Maçon, obviamente).

Onde encontrei eu isto? Aqui!

Rui Bandeira