13 março 2009

O tesouro

Para meditar este fim de semana, hoje não deixo propriamente uma história, mas um texto que recebi por correio eletrónico e que aqui deixo, muito pouco editado por mim. Leiam-no e, no fim, atentem na pequena nota que acrescento.

Há uma história muito interessante, chamada "O Tesouro de Bresa", onde uma pessoa pobre compra um livro com o segredo de um tesouro.

Para descobrir o segredo, a pessoa tem que decifrar todos os idiomas escritos no livro. Ao estudar e aprender estes idiomas, começam a surgir oportunidades na vida do indivíduo, e ele lentamente (de forma segura) começa a prosperar.

Depois ele precisa de decifrar os cálculos matemáticos do livro. É obrigado a continuar a estudar e a desenvolver-se e a sua prosperidade aumenta. No final da história, não existe tesouro algum - na busca do segredo, a pessoa desenvolveu-se tanto que ela mesma passou a ser o tesouro.

O processo de aperfeiçoamento não deve nunca acabar. A acomodação é o maior inimigo do sucesso!!! Por isso se diz que a viagem é mais importante que o destino. O que cada um é acaba por ser muito mais importante do que o que cada um tem.

A pergunta importante não é "quanto vou ter?", mas sim "no que vou me transformar?". Não é "quanto vou ganhar?", mas sim "quanto vou aprender?".

Pense bem e notará que tudo o que tem é fruto direto da pessoa que você é hoje. Se não tem o suficiente, ou se acha o mundo injusto, talvez seja hora de rever os seus conceitos.

Existe um porteiro de um prédio que o é desde há longos anos. Passa 8 horas por dia na sua sala, sentado atrás da mesa. Nunca ninguém o viu a ler um livro. Está sempre a ver televisão ou a queixar-se do governo, do salário, do tempo. É um bom porteiro, mas em todos estes anos poderia ter-se desenvolvido e hoje ser muito melhor do que é. Continua porteiro, sabendo (e fazendo) exatamente as mesmas coisas que sabia (e fazia) há dez ou vinte anos. Mas queixa-se que não tem o aumento de salário que gostaria de ter. As pessoas não merecem ganhar mais só porque o tempo passou. Ou se aprende e melhora, ou merece-se continuar recebendo exatamente a mesma coisa.

Produz mais, vale mais? Ganha mais. Produz a mesma coisa? Ganha a mesma coisa. É simples. Os rendimentos de uma pessoa raramente excedem o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Às vezes alguns têm um pouco mais de sorte, mas isso é muito raro.

Alguém certa vez comentou que se todo o dinheiro do mundo fosse repartido igualmente, em pouco tempo estaria de volta ao bolso de uns poucos. Porque a verdade é que é difícil receber mais do que se é.

Como diz Jim Rohn, no que ele chama do grande axioma da vida, "Para ter mais amanhã, é preciso ser mais do que se é hoje".

Mas, de acordo com Rohn, existe também um outro axioma, o de não mudar: "Se não mudar quem é, continuará a ter o que sempre teve".


Todos aqueles que se interrogam sobre o que fazem os maçons e duvidam quando se lhes diz que procuram aperfeiçoar-se, meditem e revejam as suas dúvidas.

Todos aqueles que se inquietam com o segredo maçónico e a influência que os maçons alegadamente têm podem, com este pequeno texto, entender como é afinal simples esse segredo e de onde deriva tudo o que os maçons têm. Aperfeiçoamento, melhoria, sempre. Esta é a chave. Tudo o resto vem por acréscimo.

Rui Bandeira

12 março 2009

Loja ao ar livre

As Lojas maçónicas costumam reunir em local "a coberto da indiscrição dos profanos", isto é, em instalações onde só maçons têm acesso.

Mas a Maçonaria americana - já o disse várias vezes - tem caraterísticas distintas da europeia. Nos Estados Unidos, ser maçon é integrar um dos pilares da comunidade local. Os maçons americanos gostam de proclamar publicamente a sua condição de maçons. É usual que o Mestre maçon americano use um anel com o esquadro e o compasso, muitas vezes o mesmo anel que pertenceu a seu pai, seu avô e seu bisavô. É também frequente verem-se veículos automóveis com autocolantes anunciando que o proprietário da viatura é maçon. Enfim, outra mentalidade e outra abertura da sociedade americana, em relação à maior parte das europeias.

Ao contrário do que por aí por vezes se clama, os maçons não se escondem nem assumem posturas de discrição, por se considerarem elite ou por conspirarem contra a sociedade ou o que quer que seja. Muitas vezes, os maçons são obrigados por prudente cautela a não divulgarem a sua condição, porque têm razões para temer que, aberta ou subrepticiamente, sofram represálias pela sua condição. Efeitos de uma antiga e ainda subsistente antipatia por parte da hierarquia da Igreja Católica... Nada que me preocupe especialmente. Na minha opinião, tudo evolui, as antipatias hão de acabar por se dissipar e tudo há de ficar no são. É só uma questão de tempo. Mais duzentos, menos duzentos anos, a coisa resolve-se...

Da parte da Maçonaria, a postura é de abertura e esclarecimento. Todos aqueles que concluem poder, sem receios de maior, identificar-se publicamente como maçons, fazem-no. É o caso, por exemplo, do José Ruah, de mim próprio e de já um apreciável número de muitos outros. A melhor prova de que a Maçonaria se abre à sociedade é este blogue. Aqui se discute, abertamente e com acesso livre de todos os interessados, sejam ou não maçons, todos os temas maçónicos. Aqui se regista e divulga, abertamente e sem pruridos, o que reservamos para nós próprios e porque o fazemos (conferir os textos A propósito do segredo maçónico, Porque se guarda o segredo maçónico, Reserva de identidade, Reserva sobre as formas de reconhecimento, Reserva sobre rituais e cerimónias, Reserva sobre trabalhos de Loja e O segredo maçónico esotérico). Acusar-nos de secretismo, hoje e por hoje, só tem cabimento no âmbito de desonestidade ou cegueira intelectual. Porque o pior cego é aquele que não quer ver.

Também nos Estados Unidos as Lojas maçónicas se reúnem em privado. Mas toda a regra tem exceção! A fotografia que encima este texto ilustra uma reunião, ocorrida em 14 de maio de 2005, da Plymouth Lodge - A. F. & A. M. (Maçons Livres, Antigos e Aceites). E a fotografia é elucidativa. A reunião não ocorreu no interior das paredes de um Templo maçónico. Pelo contrário, trouxeram-se os artefatos do Templo maçónico para o exterior e aí, ao ar livre, em campo aberto, os maçons orgulhosa e fraternalmente se reuniram, em Camp Squanto, Miles Standish State Forest!

Para ver mais fotografias do evento, seguir este atalho.

Com o glorioso clima de que desfrutamos a maior parte do ano no nosso País, esperemos que não esteja longe o dia em que a Loja Mestre Affonso Domingues possa reunir-se sem ser necessariamente em local a coberto da indiscrição dos profanos, mas possa fazê-lo num campo aberto à curiosidade de todos!

Rui Bandeira

11 março 2009

O décimo sétimo Venerável Mestre

O décimo sétimo Venerável Mestre da Loja Mestre Afonso Domingues foi PauloFR, que exerceu o seu ofício de direção da Loja entre o segundo sábado de Setembro de 2006 e o segundo sábado de Setembro de 2007.

Conheci PauloFR na ocasião em que este, apadrinhado pelo José Ruah, solicitou a sua admissão entre os maçons. Recordo-me ainda da ocasião em que o Ruah me falou de um tipo "porreiro" e certinho que era seu colega de trabalho e que ele achava que seria uma boa aquisição para a Loja. Não me lembro já, mas possivelmente terei, como segundo proponente, coapadrinhado a sua candidatura.

PauloFR fez o seu percurso na Loja quando esta recuperava da grave crise subsequente à cisão da Casa do Sino e reconstruía e reforçava a sua identidade. Em certa medida, considero que o seu mandato configura o início do período de direção da Loja pela sua segunda geração, aquela que não integrou o grupo daquelas que fundaram ou se integraram no esforço de construção da Loja Mestre Affonso Domingues. PauloFR juntou-se a nós depois desse período de implantação. Viveu o esforço de reconstrução após o escaqueirar resultante da dolorosa cisão. Assumiu os destinos da Loja já com ela estabilizada, entrada na idade adulta, sem problemas de maior.

Não sendo um homem particularmente expansivo, antes manifestando uma prudente reserva, que só abranda após se estabelecer alguma confiança e, sobretudo, saudável companheirismo, mas sendo essencialmente um gestor, um organizador, do trabalho de PauloFR à frente da Loja resultou, a meu ver, um reforço e melhoria das capacidades desta a três níveis: organização administrativa, relacionamento com a Grande Loja e ouras Lojas da GLLP/GLRP, e consolidação da atividade de dação de sangue.

A nível administrativo, deixou a Loja completamente organizada, em especial na sua Tesouraria e obrigações financeiras perante a Grande Loja. A situação não seria problemática quando ele assumiu funções - até porque, não muito tempo antes, ele assumira o ofício de Tesoureiro e implantara os procedimentos que ainda hoje são seguidos - mas, quando ele passou o malhete ao seu sucessor, estava exemplarmente organizada e absolutamente em dia.

A nível do relacionamento com a Grande Loja e com as demais Lojas da Obediência, o mínimo que se pode dizer é que o trabalho foi cuidado, diligente e perseverante. A Loja esteve sempre exemplarmente representada em Grande Loja, com as posições ali assumidas previamente estudadas, trabalhadas e discutidas. Procurou sempre constituir um ponto de referência em relação a qualquer questão em causa, não pelo improviso, mas pelo apresentar de posições ponderadas, estudadas, equilibradas. Também como consequência disso, paulatinamente vários obreiros da Loja vieram a merecer a confiança do Grão-Mestre para o exercício de vários ofícios na Grande Loja. Quanto ao relacionamento com as demais Lojas, foi ele sempre acarinhado, acalentado e estimulado. Multiplicaram-se contactos e visitas de obreiros da Loja Mestre Affonso Domingues a outras Lojas da Obediência. Recrudesceram visitas de obreiros de outras Lojas à Mestre Affonso Domingues. A Loja foi convidada e esteve representada em diversos eventos organizados por outras Lojas. Com todas as Lojas se manteve a melhor das relações. Com algumas, estreitaram-se profundamente laços.

As ações de dação de sangue foram objeto de especial atenção por parte de PauloFR. Foi no seu mandato que a Loja, até hoje, organizou ou co-organizou maior número dessas ações, três, em 11 de novembro de 2006, 31 de março e 21 de julho de 2007.

A atividade normal de formação e aperfeiçoamento dos obreiros da Loja prosseguiu, nos moldes já implantados e característicos da Loja. PauloFR encontrara já um quadro maduro e transmitiu-o mais apurado ao seu sucessor.

Constituíram marcos do ano maçónico sob a direção de Paulo FR as visitas à Sinagoga de Lisboa e à Loja Rigor, no Oriente de Bragança. Nesta última, ficou acordada a geminação entre a Loja Mestre Affonso Domingues e a Rigor, a qual viria a ser formalizada no decorrer do mandato do sucessor de PauloFR.

Em resumo, o ano em que PauloFR dirigiu a Loja foi um ano produtivo, bonançoso, de aprofundamento e melhoria dos caminhos trilhados pela Loja e seus obreiros.

Correu tudo bem? Não - nunca corre tudo como se deseja! No caso do mandato do PauloFR, verificou-se alguma falha em parte do Quadro de Oficiais. Designadamente, um dos elementos em formação para, a seu tempo, vir a assumir a direção da Loja, começou a fraquejar, a mostrar-se psicologicamente impreparado para o progressivo assumir de responsabilidades na Loja. PauloFR tentou segurá-lo, tentar que ultrapassasse esse seu receio. Veio a verificar-se mais tarde que inutilmente. No mandato seguinte, confirmou-se que esse obreiro não se sentia preparado para as responsabilidades que antevia e veio a pedir escusa das suas funções. Por efeito dessa fraqueza e de menor auxílio de um ou outro Oficial, PauloFR, sempre zeloso de que as coisas se fizessem o melhor possível, assumiu ele próprio a realização de tarefas que deviam ser executadas por outros e que ele apenas devia coordenar. Conseguiu que as coisas se fizessem bem feitas. Mas à custa de um injustamente redobrado esforço pessoal. Disto resulta, a meu ver, uma lição que a Loja e os seus responsáveis futuros devem ter sempre presente: O Venerável Mestre coordena uma equipa, não deve executar os trabalhos em substituição de quem falha. Se algum dos Oficiais, transitória ou prolongadamente, não estiver em condições de exercer capazmente a sua tarefa, a solução não é o Venerável Mestre assumi-la; é providenciar que algum outro obreiro disponível ajude e cubra a insuficiência.

Com o seu sentido de organização, o seu esforço, a sua serena postura, mas também com a lição a tirar do sobre-esforço que realizou, PauloFR deixou uma Loja melhor do que a recebeu. E assim cumpriu devidamente o seu papel e é credor de um lugar de destaque na galeria dos Veneráveis Mestres da Loja Mestre Affonso Domingues. É um simples ato de justiça frisar que se conta entre os que melhor exerceram a função.

Rui Bandeira

10 março 2009

Curso para formação de instrutores para o curso de Oficiais eleitos

A dinâmica Grande Secretaria de Cultura e Educação Maçônicas do Grande Oriente de São Paulo, Brasil, conjuntamente com a Grande Secretaria de Orientação Ritualística do mesmo Grande Oriente, quanto ao curso de formadores para Mestre de Cerimónias, vai levar a cabo no próximo sábado, dia 14 de março de 2009, entre as 10 e as 17,30 horas, na sede daquela Obediência, sita na Rua São Joaquim, 457 - Liberdade, um Curso para formação de instrutores para o curso de oficiais eleitos. Para frequentar este curso de formadores, é necessária inscrição prévia, através do endereço de correio eletrónico biblioteca@gosp.org.br ou do telefone de São Paulo 11.3346.7088, ramal (extensão) 150. O curso é gratuito, mas é solicitada a cada participante a doação de um quilo de alimento não perecível, para fins de beneficência.

Providenciando este Grande Oriente cursos de formação para os vários ofícios de Loja, tem necessidade de proceder a formação de formadores, de forma a manter uma estrutura apta à prossecução dos objetivos fixados. O Curso destina-se a Mestres Maçons ativos e regulares do Grande Oriente de São Paulo, preferencialmente que tenham exercido cargos em loja.

Os trabalhos tocarão um vasto leque de temas, relativos a diversos ofícios. Os ofícios tratados serão os de Venerável Mestre, 1o. e 2o. Vigilantes, Orador, Secretário, Tesoureiro e Mestre de Cerimónias (este em parceria com a Grande Secretaria de Orientação Ritualística).

Eis os temas que serão tratados, relativamente a cada ofício:

VENERÁVEL MESTRE E VIGILANTES

a. - Participação do Venerável Mestre nas documentações de iniciações, filiações e regularizações.

b. - Distribuição das sindicâncias.

c. - Importância e acompanhamento das comissões.

d. - Colações de graus: Responsabilidades e funcionamento.

e. - Prerrogativas do Mestre Instalado.

f. - Sessões e ordem dos trabalhos.

g. - Deveres do Venerável Mestre conforme RGF (Regulamento Geral Federal).

h. - Deveres dos Vigilantes conforme RGF.

i. - MOMENTO ADMINISTRATIVO.

j. - Candidatura/Componentes/Falta de Tempo.

l. - Planeamento.

m. - Tempo de Estudos.

n. - Leitura de Rituais.

o. - Atividades sociais, culturais e filantrópicas.

p. - Os cuidados com a ritualística.

ORADOR

a. - Deveres e direitos individuais dos maçons, conforme a Constituição.

b. - Deveres e direitos das lojas.

c. - Fusão e incorporação de lojas.

d. - Mudança de rito.

e. - Mudança de oriente.

f. - Competência do orador conforme RGF.

g. - Datas históricas.

h. - Oratória.

i. - Postura.

SECRETÁRIO

a. - Processamento de admissão.

b. - Função dos livros negro e amarelo.

c. - Sindicâncias.

d. - Estatutos.

e. - Regimento interno.

f. - Imposto de renda.

g. - Competência do Secretário conforme RGF.

h. - Importância das Correspondências e Arquivos.

i. - Arquivo digital.

j. - Internet.

l. - Importância da comunicação virtual.

CHANCELER

a. - Compromisso de frequência.

b. - Filiação e Regularização.

c. - Ingresso de maçons.

d. - Atividade antimaçónica.

e. - Competência do Chanceler conforme RGF.

f. - Identificação e qualificação dos irmãos do quadro.

g. - Controle de aniversários de irmãos, cunhadas, sobrinhos(as) e outras datas importantes para a Loja.

TESOUREIRO

a. - Compromisso de pagamento.

b. - Inadimplência.

c. - Competência do Tesoureiro conforme RGF.

d. - Escrituração contábil.

e. - Balancetes.

f. - Contactos com a Secretaria de Finanças do GOSP/GOB.

Rui Bandeira

09 março 2009

Filme em debate

A Loja Maçônica de Pesquisas Quatuor Coronati Pedro Campos de Miranda, de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, vai apresentar, no próximo dia 11 de março, quarta-feira, no Templo Nobre da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, sito na Avenida do Brasil, n.º 478, Santa Efigênia, Belo Horizonte, o polémico documentário do National Geographic Freemasons on trial, em versão dobrada em português.

Este documentário foi já transmitido, há dois anos, no canal National Geographic de Portugal, então com o título, bem menos exato, de Dentro da maçonaria e foi objeto de um minidebate entre o JPSetúbal e eu próprio sobre o seu teor (ver National Geographic, National Geographic -2 , National Geographic - 3 e National Geographic - 4).

Após a visualização do filme, haverá lugar a um debate entre os presentes. A avaliar pelo minidebate que ocorreu entre nós aqui no A Partir Pedra, não faltará pano para mangas nem animação nesse debate...

A reunião será reservada apenas a Mestres maçons. Não será uma sessão ritual, mas a admissão é condicionada à comprovação do grau maçónico exigido, através da respetiva palavra de passe.

Rui Bandeira

08 março 2009

Eleição do Muito Respeitavel Grão Mestre




O processo eleitoral para a escolha do Grão Mestre da GLLP para os próximos 2 anos ficou hoje concluido com o escrutinio e proclamação do novo titular.

Novo titular, pois não tanto. O Muito Respeitavel Irmão Mário Martin Guia, que havia apresentado a sua candidatura para um 2º mandato consecutivo, foi novamente eleito e consequentemente proclamado como Grão Mestre Eleito.

A sua tomada de posse ocorrerá em futuro próximo e dela daremos aqui nota.

A Muito Respeitavel Irmão Mario Martin Guia desejamos um segundo mandato com, pelo menos, tanto sucesso quanto o primeiro.

José Ruah

06 março 2009

A ADDHU apresenta INOCENTE SILÊNCIO na Comuna Teatro de Pesquisa

Mais uma vez venho ter com todos Vós (hoje já é a segunda...).
A questão é que o Fim de Semana além de dever servir para lavar o "coiro" (veja-se o post anterior) pode muito bem servir igualmente para lavar a cabeça (por dentro...), pelo que depois de me preocupar com o primeiro aqui estou para tratar do segundo.

Então sugiro que aproveitem este Fim de Semana para tratarem do espírito, aproveitando para ajudar quem precisa de ser ajudado.

E há, pelo menos, duas alternativas:

1 - No Centro Cultural da Malaposta, em Odivelas, têm o Festival dos Sentidos

É uma organização da CEDEMA em colaboração com a Malaposta. Para quem não saiba a CEDEMA é uma Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Mentais Adultos, uma IPSS, que de 2 em 2 anos realiza este Festival dos Sentidos (vejam o programa deste ano na Agenda do http://www.odivelas.com/).

Desde 3ªfeira que têm passado pelo Auditório da Malaposta (mas não apenas pelo Auditório), grandes nomes, neste caso correspondendo a grandes momentos que é uma pena perderem-se (Olga Prats, St.Dominic Gospel Choir, Joel Xavier, a Roda do Choro de Lisboa, além de Teatro e Cinema para todos os gostos.
Ainda podem aproveitar hoje para ver e ouvir as Sopranos Isabel Silva Pereira e Glória Saraiva com Mercedes Cabanach ao piano, o Grupo de Danças e Cantares de Goa e o Coro da Assembleia da República (não, não é o que atua durante as sessões no hemiciclo, é mesmo o outro, o que canta bem...) e amanhã uma noite de música com os Raptórica (Rap e Hip-Hop), os Rendimento Mínimo (Rock) e os Nobody's Bizness (Blues).
Pelo que vi até agora (Olga Prats, Joel Xavier e a Roda do Choro de Lisboa) é mesmo de não perder ! É música no seu melhor.

2 - A ADDHU apresenta INOCENTE SILÊNCIO na Comuna Teatro de Pesquisa

















Subiu ontem ao palco da Comuna a peça “Inocente Silêncio” de Laura Vasconcelos numa produção da Associação de Defesa dos Direitos Humanos, com o apoio de João Mota e do Gabinete de produção do Teatro da Comuna.

A ADDHU, ONGD registada pelo IPAD, MNE de Portugal, nasceu do empenho na luta pela libertação da Birmânia e da Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi. A sua fundadora, Laura Vasconcellos, escritora e professora universitária, após uma viagem a esse país em 1997 regressou com a determinação de responder aos apelos que lhe foram feitos aquando da sua visita de “be our voice outside” (sê a nossa voz lá fora).
Para isso começou por escrever um livro baseado na sua experiência pessoal, publicado em 2005 pela Editora Guimarães cujo título é “Do Outro Lado do Mundo – Cartas da Birmânia”.
Foi a partir da publicação desse livro que Laura Vasconcellos intensificou a sua actividade como activista pela defesa dos direitos humanos na Birmânia: a realização de sessões de pedidos de assinatura das carta dirigidas, numa primeira fase, ao Ministro dos Negócios Estrangeiros da Birmânia e, mais recentemente, dirigidas ao Secretário-Geral das Nações Unidas; a participação em entrevistas na RTPN e na TVI onde divulgou a situação desse país e a necessidade de acção, bem como no Jornal de Letras no mês de Agosto de 2006; a participação em Julho de 2006 por convite da organização, no Segundo Fórum Internacional dos Direitos Humanos realizado em Nantes, França e sobretudo trabalho de contacto directo com o cidadão de forma a informá-lo e a sensibilizá-lo para a situação vivida na Birmânia pelo povo e pela Prémio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi têm sido as acções levadas a cabo pela fundadora da agora criada associação ADDHU que espera, assim, poder alargar a sua acção a outros países da Ásia, bem como do resto do mundo.

Por sua vez a ADDHU tem por objecto social a concepção, execução e apoio a programas e projectos de informação, educação e desenvolvimento destinados a promover as liberdades e a protecção dos direitos do cidadão em todos os seus aspectos, no respeito pela Declaração Universal dos Direitos do Homem. (http://www.addhu.org/).

Ficam com muito para se entreterem além de que só Vos fica bem ajudar a quem precisa.
E há muito para ajudar !

Fazem o favor de não me deixar ficar mal.

JPSetúbal

6ª feira X fim de Semana

Hoje é 6ª feira, dia de Euromilhões...

Se fosse a Vocês não falharia, jogava mesmo, e forte, a ver se sai o Euromilhões e se também conseguem ficar "excêntricos".

Eu é o que farei, pois então !!!

E se ficar excêntrico vão ter que me aturar (é uma ameaça, não é uma promessa !)

Bem, excêntrico já eu estou, com o centro de gravidade deslocado para uma zona impensável há uns anos (!), mas não é essa excentricidade que me entusiasma, é a outra, aquela que, a acontecer, me vai permitir comprar este blog e pô-lo só com folclore... de Trás-os-Montes pois claro !

Entretanto, e até porque essas cabecinhas pensadoras andam muito à boa vida, aqui vai um "boneco" para entreter... e pensar.

Já em pequenino me tinham que fazer bonecos para eu perceber, mas não estou só, não. E esse é o mal, porque um só ainda se come, mas começando a ser muitos é uma chatice. E a precisar de bonecos para perceber, de facto, há muitos. Há mesmo muitos... muitos... E se um já é demais, o que acontece quando são muitos ? E se se juntam todos ? É outra chatice muito maior !

Vá lá, vejam o boneco a ver se percebem, e depois vão tomar banho... porcalhões... ao menos no fim de semana !

Grande abraço a todos e façam o favor de ser felizes. Limpinhos, já agora....

JPSetúbal

05 março 2009

Oriente

Em comentário ao ligeirinho texto ESCÂNDALO! A MAÇONARIA VIOLA AS LEIS LABORAIS!, Diogo perguntou o que é o Grande Oriente e porquê Oriente.

Vou procurar esclarecer o melhor que posso e sei. Para tanto, há que inverter a ordem das respostas, isto é, esclarecer primeiro o que, em Maçonaria, é o "Oriente" e seguidamente avançar para a expressão "Grande Oriente".

Tenha-se presente que a Maçonaria, como instituição de natureza especulativa, debruçando-se sobre símbolos(e símbolo é algo que não é, mas que representa o que é), facilmente consolida o uso de expressões em associação livre, sendo corrente (diria até que inevitável) que surja o uso de palavras ou expressões com significado maçónico que é diverso do entendimento comum, embora partindo dele. Entendido isto, é fácil seguir um percurso que, partindo do significado comum de "Oriente", conduz ao seu significado maçónico.

PRIMEIRO PASSO: Oriente é o ponto cardeal onde surge o Sol todas as manhãs. Oriente é, pois, o local onde as trevas da noite são primeiro vencidas pela luz do Astro-Rei. É, assim, o ponto de onde nasce a Luz.

SEGUNDO PASSO: Por sua vez, a Luz natural ou física permite que os nossos olhos vejam as coisas do mundo físico. Então, similarmente, o que permite que a nossa mente, o nosso espírito vejam o que é imaterial, ou simbólico, ou produto do pensamento, é também Luz. Portanto, Luz sinónimo de Conhecimento.

TERCEIRO PASSO: O Oriente é o local onde nasce a Luz do Conhecimento. A Luz do Conhecimento obtém-se em Loja. O local onde reúne a Loja é, pois, o Oriente de onde provém a Luz do Conhecimento que cada obreiro busca, através do seu trabalho e do contributo dos seus Irmãos.

Por estes três passos se entra então na noção de como, partindo-se do significado comum de Oriente, ponto cardeal, se chega à noção maçónica de Oriente, lugar de obtenção de Conhecimento. Daqui resulta que, por exemplo, os maçons da Loja Mestre Affonso Domingues dizem que esta foi fundada ao Oriente de Cascais (local da sua fundação) e reúne presentemente ao Oriente de Lisboa, local onde os seus obreiros se reúnem e buscam aperfeiçoar-se e melhorar os seus conhecimentos, através do método maçónico de estudo de e especulação sobre símbolos.

Já quanto à expressão Grande Oriente, a mesma surge num processo semelhante.

A Maçonaria Moderna ou Especulativa surge nas Ilhas Britânicas, através da evolução de associações locais de profissionais da construção em pedra (Lojas), decorrente da admissão nelas de intelectuais não profissionais da construção, fortemente influenciados pelos então nascentes princípios do Iluminismo. Vão-se, assim, ao longo do século XVII e início do século XVIII transformando várias Lojas operativas em Lojas especulativas, cultivando o ideário Iluminista, fortemente influenciadas pelo Racionalismo e impregnadas da filosofia de Locke, particularmente sobre o conceito de Tolerância. Em 1717, quatro Lojas de Londres agruparam-se numa organização coordenadora das suas atividades, que denominaram Grande Loja de Londres. A partir daí, temos então que um grupo de maçons se organiza em Loja e um grupo de Lojas organiza-se numa Grande Loja.

Em 1725, inicia-se a expansão da Maçonaria para França, com a criação das primeiras Lojas. Em 1737, é criada a Grande Loge de France, que, no entanto, apenas agrupa uma pequena parte das Lojas existentes naquele País. No período de 1755-1766, os Veneráveis Mestres das Lojas de Paris reúnem-se numa "Grande Loja dos Mestres do Oriente de Paris, dito de França". Temos então uma tentativa de criação de uma Grande Loja, com a peculiaridade de associar os conceitos de "Grande Loja" e de "Oriente". Esta tentativa falha e cessa em 1766.

Em 1773, efetua-se uma nova tentativa de dotar a maçonaria francesa de um centro comum e de uma autoridade reconhecida por todas, ou quase, as Lojas então existentes. Realizam-se 17 reuniões de representantes de quase todas as Lojas então existentes, que culminam com a criação do Grand Orient de France. Porquê Grand Orient? Desde logo, porque esta era uma organização diversa da ainda existente, embora de reduzida dimensão, Grande Loge de France. Havia que escolher outra designação. Se tradicionalmente as Lojas se agrupavam numa Grande Loja, parecia natural que, não podendo ou querendo usar-se essa designação, se optasse por designar a organização que pretendia agrupar (quase) todas as Lojas do Oriente (local, país) de França por... Grande Oriente de França.

Muito rapidamente, o Grande Oriente de França, envolvido na Revolução Francesa, evolui para posições de intervenção social e política (ao contrário da Maçonaria de inspiração anglo-saxónica). Napoleão Bonaparte usa os seus exércitos como focos de difusão da maçonaria, sempre na conceção mais interventiva na sociedade. Por onde passam os seus exércitos, mais tarde ou mais cedo criam-se Grandes Orientes locais: Grande Oriente de Itália, de Espanha, de Portugal, etc.. Por sua vez, os Grandes Orientes posteriormente criados por estes também assumem a mesma designação. Temos assim o Grande Oriente do Brasil e os vários Grandes Orientes por toda a América Latina.

De um modo geral , podemos dizer que, onde a Maçonaria se implanta por influência do Grande Oriente de França ou dos Grandes Orientes criados na sequência da expansão bonapartista, a estrutura coordenadora nacional tende a assumir a designação de Grande Oriente. Onde a Maçonaria é introduzida através da influência mais direta da Maçonaria anglo-saxónica (todo o Império britânico, o Norte da Europa e a Europa central, a África não francófona e um pouco por todo o mundo), a estrutura coordenadora nacional local tende a assumir a designação de Grande Loja.

Em Portugal, após uma fase inicial em que reuniram algumas Lojas de inspiração britânica, sem coordenação (reinava então ainda a Santa Inquisição...), a Maçonaria acaba por se implantar sob a influência dos exércitos bonapartistas e dos militares portugueses que integraram os exércitos bonapartistas. Gomes Freire de Andrade foi Grão-Mestre do Grande Oriente português. Entretanto, o mundo maçónico dividira-se entre duas correntes, a Regular e a Liberal (ver, a este respeito, por exemplo, o texto Começo de resposta a outra pergunta). O Grande Oriente Lusitano(GOL) integra-se na tendência Liberal, na esteira do Grande Oriente de França. Muito recentemente, há escassos vinte anos (o que, em Maçonaria, é muito pouco), um grupo de maçons chamou a si o encargo de introduzir em Portugal a Maçonaria Regular, que consideram a vertente original da Maçonaria, e agruparam-se em várias Lojas que, por sua vez, vieram a constituir a então designada Grande Loja Regular de Portugal, hoje Grande Loja Legal de Portugal/GLRP (GLLP/GLRP), único Corpo Maçónico internacionalmente reconhecido como representando a Maçonaria Regular em Portugal. A Loja Mestre Affonso Domingues é loja fundadora desta Grande Loja, sendo a nº 5 do seu registo.

Rui Bandeira

04 março 2009

Retrato caricatural do estado da Justiça

Faço hoje uma pausa na temática habitual deste blogue, para dar conta de um extraordinário documento que mão amiga hoje me fez chegar. Apesar da minha profissão de Advogado, recebi-o a título pessoal e posso por isso divulgá-o, sem estar peado pelo segredo profissional (pois é, a minha vida são só segredos...).

Costumo dizer, em jeito de brincadeira, que, como Advogado, sou especialista em ideias gerais. Sei um pouco de muito e a fundo de quase nada. Tenho de saber um pouco de construção civil, para poder intervir em processos referentes a litígios relacionados com obras, sei um pouco de anatomia e fisiologia humanas, para intervir em processos relacionados com erro ou negligência médica, ou acidentes, e por aí fora... Mas de muito pouco sei verdadeiramente algo a fundo, de A a Z ou, como se diz mais popularmente, de cabo a rabo. Em resumo, muita parra e pouca uva, é o que é... Mas, de uma forma geral, o jurista é suposto ter o que se chama uma cultura eclética, porque o Direito a quase todos os campos abrange e respeita.

A tão falada crise da Justiça já deu origem a variados diagnósticos de dezenas de iluminados. Pena é que, havendo tantos diagnósticos, haja tão poucas soluções ou curas - pelo menos, das que resultem e que vejamos que resultam, antes de o doente morrer de velho... Ele é que a culpa é das leis de processo, que só atrapalham e permitem todos os atrasos e mais alguns, ele é que o problema está nos malandros dos Advogados, que usam e abusam de truques para atrasar os processos em favor dos seus clientes, ele é que a culpa é dos Juízes, que não trabalham, ele é, afinal, que a culpa é de tudo e de todos, que casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.

Tenho para mim que as causas são múltiplas e variadas, que todos os que trabalham na Justiça não estão, nem isentos de culpas,nem angelicalmente puros, enfim, que muitos, das várias profissões jurídicas trabalham muito e bem - e todos vêm o seu esforço prejudicado pela brutal quebra de eficiência que o insuficiente dimensionamento do sistema e as culpas no cartório de uns quantos calaceiros e ou incompetentes causam.

Mas, acima de tudo, tenho para mim que muito do que de deficiente há na Justiça resulta de males que lhe foram transmitidos do exterior. Desde logo, uma assinalável quebra na cultura geral média de quem opera na Justiça (juízes, procuradores, advogados). Que obriga a um esforço acrescido e a mais tempo gasto a estudar o que se não sabe de todo e se devia saber um bocadinho, porque é assunto sobre que se tem de intervir ou decidir. E gera erros escusados, por vezes infantis, com subsequentes perdas de tempo, trabalho e feitio, para serem emendados. Ou então injustiças flagrantes...

O documento que abaixo publico ilustra este meu entendimento. Trata-se de uma cópia de um despacho exarado numa execução (processo pelo qual se dá cumprimento, coativamente, a uma condenação anterior; se uma sentença condenou A a pagar X a B e A não paga, B executa a sentença e o Tribunal coordena as ações necessárias para apreender bens de A, transformá-los em liquidez e entregar a B a quantia a que este tem direito).

Repare-se, antes do mais, que se trata de um despacho de poucas linhas (e sobre questão jurídica não particularmente complexa ou duvidosa...). Mas veja-se que, tendo o processo tido conclusão (isto é, apresentação ao juiz para decisão) em 10 de novembro, só em 12 de dezembro, ou seja, mais de um mês depois, é proferido...

Mas, sobretudo, queiram os caros amigos fazer o favor de verificar o que foi pedido e comparar com o que, candidamente, foi decidido. Santa ignorância!

Assim se demonstra que até se pode ser um eminente conhecedor de direito, saber de cor, de trás para a frente e de frente para trás, todas as leis, decretos-leis, portarias e quejandas minudências, ser um craque na correta interpretação de todas as normas, palavras, vírgulas e pontos finais, mas isso não chega - nem lá perto anda! - para se ser um sofrível jurista. Tudo isso tem de ser acompanhado de cultura geral, conhecimentos, ainda que superficiais (mas que deem para perceber quando é preciso procurar e estudar mais a fundo determinado assunto e que permitam saber onde e como procurar), de tantas matérias quanto possível. E OBRIGATORIAMENTE DE CONHECIMENTOS MÍNIMOS DE MATEMÁTICA!!!!

Este erro porventura já foi emendado. Mais requerimento, menos promoção, lá se deve ter proferido despacho emendando a mão. Não sem mais algum trabalho e tempo perdido, é certo... A divulgação deste erro não é feita para achincalhar ninguém, para apontar o dedo a nenhuma classe. Este erro foi feito por um juiz, mas eu já vi erros iguais ou piores cometidos por procuradores e por advogados. Nem é feita a título de curiosidade ou de humor, que seria bacoco. Esta divulgação é feita para que se perceba que a crise da Justiça cava muito mais fundo do que umas leis de processo complexas, uns magistrados mais lentos ou menos diligentes, uns advogados mais chicaneiros e cheios de truques. A crise da Justiça, como outras da nossa sociedade, também é potenciada por uma quebra de qualidade na formação das nossas gentes, de que agora estamos a sofrer os efeitos, aqui como na falta de médicos ou na dificuldade de encontrar um canalizador de jeito e disponível para vir fazer uma reparação nos canos lá de casa, sem nos levar os olhos da cara por isso. Quero crer que se está já a remediar o erro e que a nova geração já não sofrerá deste mal. Oxalá!

Ah! E, para que não haja dúvidas, isto não tem nada a ver com políticas nem politiquices, nem com velhas ou novas senhoras. Erros, más escolhas, opções deficientes, sempre se fizeram, as velhas senhoras como as novas, os políticos assim como os políticos assado. Isto tem só a ver com tomarmos consciência das causas do que nos aflige, para podermos tentar remediar o que se puder, como se puder e tão depressa quanto se puder. Isto tem a ver, não com culpas ou recriminações ou aproveitamentos, mas com algo simples mas que, por vezes, nos esquecemos de ter em consideração: os erros cometem-se (sempre!); e pagam-se (sempre!); pagamos menos e por menos tempo quando conseguimos detetar o erro e emendá-lo. O passado já passou e nada podemos fazer quanto a ele. O futuro é o que fizermos dele no presente. De preferência, cometendo cada vez menos erros de palmatória!

Clique na imagem para a ampliar, se necessário.
Rui Bandeira

03 março 2009

ESCÂNDALO! A MAÇONARIA VIOLA AS LEIS LABORAIS!

A Maçonaria é uma Fraternidade. Fraternidade pressupõe convívio. Amizade. Vivenciar em conjunto momentos de alegria e boa disposição. E humor!

Desengane-se quem porventura pense que os maçons são um grupo de sisudos, constantemente embrenhados em esotéricos pensamentos e elaborados exercícios de aperfeiçoamento. Os maçons são, acima de tudo, homens normais, que tentam ser bons e buscam ser melhores, mas sempre e só normalíssimos homens, de carne e osso e sangue, com alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, dedicando-se ao trabalho, mas também ao lazer, ao estudo, mas também à descontração. E forjam os seus laços de amizade e união no convívio, em que o respeito mútuo se mistura com a brincadeira. E sabem, e praticam-no, que há alturas em que se trabalha e não se brinca e há momentos em que se brinca e não se trabalha.

O humor também é cultivado e apreciado entre os maçons. As melhore anedotas de maçons que ouvi... foram inventadas por maçons. E, como todos aqueles que são equilibrados sabem, uma muito saudável forma de humor é exercê-lo sobre nós mesmos. Portanto, aqui vai!

ESCÂNDALO! A MAÇONARIA VIOLA AS LEIS LABORAIS!

Estudos feitos por investigadores do fenómeno maçónico, que rejeitaram suspeitas de serem antimaçons, não obstante admitirem integrar o D. I. O. G. O. (Departamento de Investigação da Ordem do Grande Arquiteto e seus Obreiros), trouxeram à luz do dia que a encoberta instituição da Maçonaria afinal não passa de uma sinistra organização, que viola descaradamente as leis laborais e atenta contra os mais elementares direitos dos trabalhadores.

Segundo o A Partir Pedra apurou, da aprofundada investigação resultaram algumas embaraçosas perguntas:
  • Se a lei laboral estipula que o horário de trabalho é de oito horas diárias e 40 horas semanais, porque é que a Maçonaria obriga os seus Obreiros a trabalhar desde o meio-dia até à meia-noite, todos os dias do ano?
  • Sendo proibido o trabalho infantil e estando assente que assim se considera o trabalho de menores de 14 anos, como é possível que a Maçonaria permita em suas Lojas Obreiros com menos de 4 (quatro) anos?
  • Sendo do conhecimento comum que as normas de Higiene e Segurança do Trabalho impõem o uso de equipamento de proteção individual, como se justifica que a Maçonaria permita que os seus Obreiros trabalhem partindo, aparelhando e polindo pedras brutas, usando apenas um avental, sem óculos, máscaras e outros equipamentos de proteção?
  • A Maçonaria paga subsídio de trabalho noturno pelo trabalho realizado após as 22:00 horas?
  • Verificando-se que a Maçonaria não tem representação de classe (sindicato), com que critérios estabelece, sem audição das Centrais Sindicais, o Aumento de Salário de seus Obreiros?
  • Porque a Maçonaria permite um Grande Arquiteto na direção de seus trabalhos que, ao que se saiba, não se encontra inscrito na Ordem dos Arquitetos?
  • O ágape servido aos Irmãos é computado como pagamento de salário em espécie?
  • Como pode o V. M. aceitar a manifestação dos obreiros de que estão satisfeitos, apenas através de um batimento da mão no avental? Por acaso é emitido recibo ou alguma declaração escrita?
  • As Colunas possuem projeto de segurança aprovado e certificado e sinalização de segurança adequada?
Perguntas baseadas em trabalho elaborado por "John Gotheyra" e publicado na página 19 da revista Cultural Maçónica brasileira "Engenho e Arte", nº. 1, de outubro de 1998, complementado pelo Irmão R. B. P., da A.R.L.S. Acácia de Avaré nº 590, G.L.E.S.P. e com adaptação livre para publicação neste blogue efetuada por

Rui Bandeira

02 março 2009

Cornerstone Lodge #178 - Grand Lodge of New York

Imagem retirada do site da GLNY - Renaissance Room




Estive recentemente em Nova York (NY), por motivos pessoais. Sempre que viajo tento conciliar a agenda para encaixar uma sessão de Loja, qualquer que ela seja, no local de destino.

Desta vez não foi excepção. A primeira coisa que tratei foi de pedir a documentação necessária para me poder identificar junto da Grande Loja de Nova York (GLNY) como pertencente a uma obediência reconhecida.

Recorri para tal aos sempre simpáticos, eficientes e eficazes serviços da Milu e da Sandra e obtive assim um passaporte maçónico e uma carta de apresentação dirigida à Grande Loja a visitar. A estes juntei o cartão de Membro da GLLP/GLRP.

Com tudo isto no bolso dirigi-me, num belo dia de sol mas frio (muito frio) pelas 9h00 da manhã à GLNY a fim de tratar da parte burocrática e solicitar que me referenciassem uma Loja que reunisse nessa noite e que estivesse disposta a receber um visitante.

Cumpridas as formalidades e já com a lista de lojas que reuniam essa noite e conhecedor do “modus faciendi” para assistir a uma sessão, cruzei-me já na saída com um dos Irmãos encarregues de mostrar o edifício a visitantes. Assinei o livro de visitantes e comecei a percorrer uma parte dos 19 andares de um dos prédios que compõe a GLNY.

O Irmão guia, ou melhor Right Worshipful Brother A.J.K. (Respeitável Irmão A.J.K. na versão portuguesa) mostrou-me uma parte dos Templos e informando-se das minhas qualidades passou sempre a tratar-me como Right Worshipful Brother e a convidar-me para me sentar na cadeira do Venerável enquanto me mostrava e explicava as particularidades de cada templo. Passamos por uma das salas de reunião do Grão Mestre, e que por especial deferência me foi mostrada por dentro, uma vez que dados os livros aí existentes (raridades) não está incluída nas visitas.
A visita terminou no Grande Templo, com os seus 1200 lugares. Uma sala impressionante não só pelo tamanho mas especialmente pela acústica, pois o mais leve som proferido no Oriente é audível na sala toda.

Poderão ver uma apresentação dos vários templos aqui

Voltei à minha agenda privada passando o resto da manhã e a tarde em NY. Pelas 17h30 recolhi ao hotel, que por uma coincidência (e não fui eu que o escolhi!!) era apenas 2 ruas da GLNY , onde vesti o fato e a camisa branca colocando logo a gravata apropriada. Pus o avental e as luvas numa pequena mochila e ai fui.

Pontualmente às 18h45 apresentei-me ao segurança, a quem expliquei ao que ia. Imediatamente ele decidiu qual a Loja que eu deveria visitar e depois de verificar se estava vestido de fato ou pelo menos de Blazer e calças de fazenda, solicitou a uma empregada que me acompanhasse ao 6 piso, ao Renaissance Room.

Aí fui recebido pelo Venerável da Loja Cornerstone #178, Irmão R., que numa primeira instancia verificou os meus documentos todos, informando-me no entanto que seria o “brother Tyler” (Irmão telhador, ou guarda Externo) que faria a ultima verificação.

Eis que chega este Irmão e que depois de ver todos os documentos novamente, e estando satisfeito com a parte burocrática, me solicitou que o acompanhasse conjuntamente com outro Irmão para uma sala contigua, uma espécie de sala de espera, na qual fui testado ritualmente, sendo-me pedidas todas as palavras e todos os sinais dos 3 primeiros graus.

Satisfeito com as minhas respostas deu-me então as boas vindas e concedeu-me entrada no templo, para que pudesse assistir a toda a sessão.

É hábito na GLNY a sessões decorrerem em Grau de Mestre, e por isso o extenso interrogatório. A Cornerstone Lodge #178 reúne como aliás quase todas as Lojas da GLNY no Rito de York, rito este que não me sendo totalmente estranho, também não me é muito familiar.

Assisti então a uma sessão de Instrução dada por um dos Assistant Grand Lecturer (o Grand Lecturer é um equivalente do Grande Inspector) da GLNY, sobre desempenho ritual em sessões de Iniciação.

Estava deliciado a ouvir a apresentação, pois o método usado era-me muito familiar, tão familiar que até julguei que quem estava a fazer a apresentação era um tal Grande Inspector da GLLP de nome José Ruah. Eis senão quando que sou convidado para ilustrar como se processava uma determinada parte do ritual de iniciação aqui em Portugal e em especial no Rito Escocês Antigo e Aceite (REAA). Lá fui para o centro do templo e comecei a exemplificar e a debitar matéria.

Pensei, coitados já não lhes bastava um e hoje levam com dois Zé Ruah. Mas a coisa não ficou por ali, porque deu entrada em cena o “Rui Bandeira” local e logo a sessão se animou mais um pouco.

É que a Cornerstone Lodge não é muito diferente da Affonso Domingues, ambas têm nas suas fileiras Maçons muito antigos e outros recentes, têm Irmãos com grande conhecimento e outros ainda em fase inicial de aprendizagem, misturando-se assim experiências e pontos de vista, têm ambas o desígnio de ensinar aos seus membros um correcto desempenho do ritual, e das regras maçónicas.

A Cornerstone Lodge também contribui com o seu esforço na campanha de recolha de Sangue da GLNY, e à semelhança das demais organiza refeições de confraternização com as famílias, tal qual a RLMAD o faz.

Terminada a sessão, e com uma sensação de aceitação muito maior que no início fiquei com pena de não os acompanhar na refeição que se seguiu, mas outros compromissos estavam já agendados para o jantar.

Enquanto arrumava as minhas coisas ia respondendo a Irmãos mais novos que inquiriam sobre os costumes em Portugal e no REAA.

Nunca tinha visto aquelas pessoas, mas fui recebido como se fosse um deles e como se o normal fosse estar presente nas sessões daquela loja. E na verdade senti-me em casa, senti-me com os meus. Foi esta mais uma experiência, que me mostrou que aquela coisa da fraternidade Universal não é só um conceito teórico dos livros, é uma prática entre os Maçons.

Da GLNY só guardo boas recordações, tão boas que numa próxima viagem tudo farei para visitar uma loja novamente e não ficaria nada desagradado se fosse a Cornerstone Lodge #178 a Oriente de Nova York.

Dear Brethren, Worshipful Master Brother R.

It was a great pleasure to visit your Lodge. You have made me feel like home, and among brothers. Participating in your lodge and having the possibility to learn about your way and showing a bit of our way here in Portugal, was most interesting and positive. It was an experience that I’ll keep in my heart forever.

Please feel free to call me if ever you are coming this way.

Frats


José Ruah

28 fevereiro 2009

O Orgulho



Certo dia, um casal, ao chegar do trabalho, encontrou algumas pessoas dentro da sua casa. Pensando que eram ladrões, ficaram assustados, mas um homem forte e saudável, com corpo de halterofilista disse:

- Calma, nós somos velhos conhecidos e estamos em toda parte do mundo.

- Mas quem são vocês? - pergunta a mulher.

- Eu sou a Preguiça - responde o homem másculo - Estamos aqui para que vocês escolham um de nós para sair definitivamente das vossas vidas.

- Como pode você ser a preguiça se tem um corpo de atleta que pratica regularmente desporto? - indagou a mulher.

- A preguiça é forte como um touro e pesa toneladas nos ombros dos preguiçosos; com ela ninguém pode chegar a ser um vencedor.

Uma mulher velha curvada, com a pele muito enrugada que mais parecia uma bruxa diz:

- Eu, meus filhos, sou a Luxúria.

- Não é possível! - diz o homem - Você não consegue atrair ninguém sendo tão feia.

- Não há feiura para a luxúria, meus queridos. Sou velha porque existo há muito tempo entre os homens, sou capaz de destruir famílias inteiras, perverter crianças e trazer doenças para todos, até a morte. Sou astuta e posso-me disfarçar na mais bela mulher.

E um homem mal cheiroso, vestindo umas roupas sujas e rasgadas, que mais parecia um mendigo diz:

- Eu sou a Cobiça. Por mim muitos já mataram, por mim muitos abandonaram pátria e família; sou tão antigo quanto a Luxúria, mas eu não dependo dela para existir.

- E eu, sou a Gula - Diz uma lindíssima mulher com um corpo escultural e cintura finíssima. Os seus contornos eram perfeitos e tudo no corpo dela tinha harmonia de forma e movimentos.

Os donos da casa assustaram-se, e a mulher disse:

- Sempre imaginei que a gula seria gorda.

- Isso é o que vocês pensam! - responde ela. - Sou bela e atraente porque se assim não fosse, seria muito fácil livrarem-se de mim. A minha natureza é delicada, normalmente sou discreta, quem me tem, não se apercebe, mostro-me sempre disposta a ajudar na busca da luxúria.

Sentado numa cadeira num canto da casa, um senhor, também velho, mas com o semblante bastante sereno, com voz doce e movimentos suaves, diz:

- Eu sou a Ira. Alguns conhecem-me como cólera. Tenho também muitos milénios. Não sou homem, nem mulher, assim como os meus companheiros que aqui estão.

- Ira? Parece mais o avô que todos gostariam de ter! - diz a dona da casa.

- E a grande maioria tem! - responde o “avô” - Matam com crueldade, provocam brigas horríveis e destroem cidades quando me aproximo. Sou capaz de eliminar qualquer sentimento diferente de mim, posso estar em qualquer lugar e penetrar nas mais protegidas casas. Mostro-me calmo e sereno para lhes mostrar que a Ira pode estar no aparentemente manso. Posso também ficar contido no íntimo das pessoas sem me manifestar, provocando úlceras e as mais temíveis doenças.

- Eu sou a Inveja. Faço parte da história do homem desde a sua criação - Diz uma jovem que ostentava uma coroa de ouro cravada de diamantes, usava braceletes de brilhantes e roupas de fino pano, assemelhando-se a uma princesa rica e poderosa.

- Como pode ser a inveja, Se é rica e bonita e parece ter tudo o que deseja. - diz a mulher da casa.

- Há os que são ricos, os que são poderosos, os que são famosos e os que não são nada disso, mas eu estou entre todos, a inveja surge pelo que não se tem e o que não se tem é a felicidade. Felicidade depende de amor, e isso é o que mais carece na humanidade... Onde eu estou está também a Tristeza.

Enquanto os invasores se explicavam, um garoto que aparentava cerca de cinco a seis anos brincava pela casa. Sorridente e de aparência inocente, característica das crianças, a sua face de delicados traços mostrava a plenitude da jovialidade, olhos vívidos...

E você garoto, o que é que faz junto desses que parecem ser a personificação do mal?

O garoto responde com um sorriso largo e olhar profundo:

- Eu sou o Orgulho.

- Orgulho? Mas você é apenas uma criança! Tão inocente como todas as outras.

O semblante do garoto tomou um ar de seriedade que assustou o casal, e disse:

- O orgulho é como uma criança, mostra-se inocente e inofensivo, mas não se enganem, sou tão destrutível quanto todos aqui; querem brincar comigo?

A Preguiça interrompe a conversa e diz:

- Vocês devem escolher quem de nós sairá definitivamente das vossas vidas. Queremos uma resposta.

O homem da casa responde:

- Por favor, dêem-nos dez minutos para que possamos pensar.

O casal dirige-se para seu quarto e lá fazem várias considerações. Dez minutos depois voltam.

- E então? - pergunta a Gula.

- Queremos que o Orgulho saia de nossas vidas.

O garoto olha com um olhar fulminante para o casal, pois queria continuar ali. Porém, respeitando a decisão, dirige-se para a saída.

Os outros, em silêncio, iam acompanhado o garoto, quando o homem da casa pergunta:

- Vocês também se vão embora?

O menino, agora com ar de severo e com a voz forte de um orador experiente diz:

- Escolheram que o Orgulho saísse de suas vidas e fizeram a melhor escolha. Pois onde não há Orgulho não há preguiça, já que os preguiçosos são aqueles que se orgulham de nada fazer para viver não percebendo que na verdade vegetam.

- Onde não há Orgulho, não há Luxúria, pois os luxuriosos têm orgulho de seus corpos e nas suas riquezas, julgando-se merecedores.

- Onde não há orgulho, não há Cobiça, pois os cobiçosos têm orgulho das migalhas que possuem, juntando tesouros na terra e invejando a felicidade alheia, não percebendo que na verdade são instrumentos do dinheiro.

Onde não há Orgulho, não há Gula, pois os gulosos orgulham-se das suas condições e jamais admitem que o são, arranjam desculpas para justificar a gula, não percebendo que na verdade são marionetas dos desejos.

Onde não há Orgulho, não há Ira, pois as pessoas cheias de ira condenam com facilidade aqueles que, segundo o próprio julgamento, não são perfeitos, não percebendo que na verdade a sua ira é resultado de suas próprias imperfeições. Os irosos não vêem a realidade pois estão cegos pela ira.

Onde não há Orgulho, não há inveja, pois os invejosos sentem o orgulho ferido ao verem o sucesso alheio, seja ele qual for. Os invejosos precisam constantemente de superar os outros nas “conquistas”, não percebendo que na verdade são ferramentas da insegurança.

Texto de Autor Desconhecido

27 fevereiro 2009

AMANHÃ, dar sangue... (conferir na agenda !)

Atenção ao dia de amanhã. Há encontro marcado para o ginásio da escola Melo Falcão, na Pontinha.
Quem queira ir de carro, tem parque a 20 (vinte) metros !
Quem fôr de Metro tem a estação da Pontinha a 5 (cinco) minutos a pé !

Se a V. saúde o permitir então ultrapassem todas as outras possiveis razões e não faltem, vão à Pontinha ou ao INS e façam a V. dádiva.
Alguém, em algum sítio de Portugal, estará à V. espera para continuar a viver.
Não é "fado choradinho", é uma realidade nua e crua.
Recorram aos Vs. ideais solidários, aos Vs. princípios de cidadania ativa, e cumpram esta função fraterna que é também a demonstração do V. interesse para com os restantes cidadãos portugueses.

Lá estaremos. Até amanhã.

JPSetúbal

Ironman ...

Um dia, o filho perguntou ao pai: - Pai, embora fazer a Ironman os dois ?
Ao que o pai respondeu: - Sim.

Para os que não saibam, Ironman é o mais duro dos triatlos.
A corrida conta com três provas de "endurance" de 2.4 milhas (3.86 kilometros) de natação, seguida de 112 milhas (180.2 kilometros) de corrida de bicicleta, e termina com 26.2 milhas (42.195 kilometros) de maratona ao longo da costa da Grande Ilha (Big Island), no Hawaii.
Pai e filho foram completar a corrida juntos.

Vejam a corrida em :

Video - My Redeemer Lives - Team Hoyt - tangle.com

Façam o possível para serem felizes.

JPSetúbal

26 fevereiro 2009

Ritos e rituais

José Restolho, um profano atento a este blogue e que tomou a iniciativa de se corresponder comigo, interessa-se, manifestamente, pelo tema do ritual. Já anteriormente me questionara a propósito deste tema, dando origem ao texto Pergunta de profano. Agora, enviou-me um novo e curto texto, no qual regista a sua visão de profano sobre ritos e rituais, algo que os maçons assumidamente praticam. Ao enviar-me este texto, o meu correspondente pretendia um comentário meu sobre o seu teor. Mais do que me limitar a corresponder a esse pedido, entendi por bem fazê-lo aqui no blogue, para tanto tendo solicitado e obtido autorização para publicar o pequeno texto que segue.

Bom mais uma vez, aproveito para deixar aqui o meu profano testemunho, desta vez sobre os ritos maçónicos.


Um dos aspectos da maçonaria que mais confusão provoca aos profanos é sem sombra de dúvida a existência de ritos “esotéricos”. Muito se tem especulado sobre a sua natureza, desde conspirações políticas, ritos de carácter satânico, etc. Gostaria então de começar com uma pergunta simples:


-O que é afinal um ritual?


Fazendo uma busca simples na auto-estrada da informação, conclui que um ritual é nada mais, nada menos do que “um conjunto de gestos, palavras e formalidades, várias vezes atribuídas de um valor simbólico, cuja performance das quais é usualmente prescrita por uma religião ou pelas tradições da comunidade.” Proponho agora ao leitor que pare para reflectir sobre aquilo que o rodeia. Eu propus-me a fazer o mesmo e apercebi-me que no final de contas estamos rodeados por rituais e não me refiro apenas aos ritos religiosos (baptismo, matrimónio, missa, etc). Por exemplo no meio académico, as tão polémicas praxes, que no fundo figuram um rito iniciático da vida académica (muito se pode escrever sobre a praxe, mas prefiro deixar esse tema para outro texto), ou ainda a queima das fitas, um rito de passagem tão carregado de simbolismo (o fim de uma grande caminhada e o início de uma outra ainda maior). Nas artes marciais, todo o cerimonial de entrada no dojo, de início e de fim de aula.


Muitos mais exemplos poderiam aqui ser descritos mas, com o produto desta minha modesta reflexão, pretendo apenas fazer uma ponte entre o profano e o maçónico e de alguma maneira contribuir para o derrubar dos vastos preconceitos existentes em relação à Maçonaria.


O texto de José Restolho explana, com acuidade, um ponto de vista possível de um profano, designadamente de um profano que procura conhecer e analisar, sem preconceitos, o fenómeno da Maçonaria. Muito acertadamente, regista que ritos e rituais não são realidades exclusivas da maçonaria, Existem em muitas atividades sociais, de diferente natureza. Por regra, tudo o que assume alguma importância para um conjunto de pessoas é ritualizado.
A espécie humana sente-se confortável com rituais. Transmitem-lhe segurança, identificação.

Os rituais maçónicos partilham desses desideratos e acrescentam mais outro: forma de preparação para aquisição de conhecimentos, forma de despertar a atenção para aspetos da vida interior, do Homem, da Sociedade e do Universo que, sem eles, seriam mais dificilmente identificáveis.

O ritual influencia o humano através de algo a que só muito recentemente a Ciência começou a dar atenção: a inteligência emocional, aquele espaço que está entre a Razão e a Emoção, ou, se quisermos, o ponto por onde os sentimentos e emoções influenciam a Razão. E, inversamente, o território onde, através da Razão,se influenciam as emoções. Um ritual, bem elaborado, bem executado, bem dirigido, pode, à pessoa certa e apta, preparada, para tal, influenciar, desenvolver, abrir horizontes mais largos do que todo um curso com longas e trabalhosas horas de estudo. Um ritual bem feito, relevante, é normalmente complexo e pormenorizado. E há aspetos que só se revelam após se ter apreendido noções que previamente se impunham fossem apreendidas.

Executo e assisto a rituais maçónicos há cerca de vinte anos. Alguns rituais já foram por mim presenciados dezenas, centenas de vezes. Não me é incomum, subitamente, uma qualquer passagem, um qualquer gesto ou ato, uma qualquer chamada de atenção, despertar em mim o acesso a um novo significado, uma distinta relação, um inesperado caminho de análise ou especulação. Não porque nas dezenas ou centenas de vezes anteriores tenha estado desatento. Mas porque é então, e só então, que estou preparado para descortinar esse aspeto. Razão e emoção. A sua interligação, a sua mútua influência, a forma como cada uma pode potenciar a outra, só muito recentemente começaram a ser estudadas em conjunto. Os maçons, através dos seus rituais, há muito que, empiricamente, exploram essa relação. Todos os rituais com significado para as pessoas existem e afirmaram-se e são praticados, porque correspondem a uma necessidade humana de os praticar. Porventura sem se saber porquê, quiçá quem os pratica inconsciente do plano de relação entre a Razão e a Emoção que os torna importantes.

Rui Bandeira

25 fevereiro 2009

Curso para Aprendizes e Companheiros (2)

No dia 10, publiquei aqui o texto Curso para Aprendizes e Companheiros. Verifiquei depois que este texto serviu de fonte para um texto informativo idêntico publicado no blogue italiano Arco Reale Rito de York. A Internet é assim, possibilita que uma notícia corra mundo com grande celeridade.

Nas informações incluídas no mencionado texto, constaram apenas os temas dos primeiros módulos de Aprendiz e Companheiro - porque só relativamente a esses obtive informação. Entretanto, posso agora completá-la.

O segundo módulo de Aprendiz será dedicado ao tema Arcabouço legal da Maçonaria, Regulamento Geral Federal, Constituição e Landmarks. O segundo módulo de Companheiro tratará o tema Simbolismo do grau e compreensão do ritual. Estes módulos serão ministrados no dia 7 de março.

No dia 4 de abril, lecionar-se-ão os terceiros módulos de Aprendiz e de Companheiro, com os temas, respetivamente, Comentários e estudo do ritual e As sete ciências e as sete artes liberais.

Finalmente, no dia 9 de maio, os quartos e últimos módulos serão disponibilizados. O tema para os Aprendizes será Simbolismo e esoterismo do grau. Os Companheiros dedicar-se-ão também ao Esoterismo do grau.

Para mais informações, reler o texto acima mencionado ou consultar o blogue da Grande Secretaria de Cultura e Educação do Grande Oriente de São Paulo.

Rui Bandeira

23 fevereiro 2009

Encontros no Pará

Organizados pela Grande Loja Maçônica do Estado do Pará, terão lugar, entre 5 e 7 de março de 2009, no município de Santarém (Pará, Brasil), o IV Encontro de Grão-Mestres da Região Norte (do Brasil) e o I Encontro das Damas da Fraternidade do Oeste do Pará (ou seja, o I Encontro das Cunhadas do Oeste do Pará).

São objetivos do evento promover a união e o engrandecimento das Grandes Lojas Maçónicas da Região Norte do Brasil e incentivar o encontro de Irmãos e Cunhadas, para troca de experiências, promovendo a união e a fraternidade.

Entre as 9 e as 17 horas de quinta-feira, 5 de março, decorrerá, no Hotel Amazônia Boulevard, a credenciação dos e das participantes. Pelas 18 horas, no Palladium, iniciar-se-á a sessão de abertura. Pelas 18,30 horas, decorrerá uma palestra conjunta, para os maçons e cunhadas, dedicada ao tema Fraternidade e família: Como isso pode mudar o mundo? Pelas 19,30 horas, será a altura de ocorrer um evento regional, a apresentação do boto cor de rosa. Às 21,30, o dia encerrar-se-á com um Cocktail.

Na sexta-feira, dia 6, os trabalhos decorrerão em separado, os dos maçons no Salão Alter do Chão e os das senhoras no Salão Tucunaré. Pelas 9 horas, os maçons assistirão à palestra dedicada ao tema Unificação da Ritualística Maçónica, que será proferida pelo Past Grão-Mestre da Grande Loja do Estado do Pará, Irmão Washington Lucena Rodrigues. À mesma hora, as cunhadas assistirão à palestra intitulada As damas da Fraternidade e o trabalho filantrópico, proferida pela Dra. Lenimar de Oliveira Vaz, médica pediatra e vice-presidente da Associação Comunitária Damas da Fraternidade. Às 10 horas, as senhoras assistirão à palestra sobre o tema Quarenta anos de filantropia, sendo palestrante Sheilla de Castro Abdud Vieira, professora de arte, enquanto os maçons dedicarão a sua atenção à palestra intitulada A ética maçónica nos tempos modernos, proferida pelo Juiz Federal do Trabalho Irmão Océlio de Jesus Moraes. Após um intervalo para café, entre as 11 e as 11,20horas, os trabalhos recomeçarão, quanto aos maçons, com uma palestra sobre Fraternidade Maçónica, que será proferida pelo Grão-Mestre do Estado do Acre, Irmão Luiz Saraiva Correia, enquanto as senhoras efetuarão uma mesa-redonda, coordenada por Goretti Miranda e por Patrícia Lima, esta última Presidente da Associação Damas da Fraternidade da Grande Loja Maçônica do Estado do Pará. Da parte da tarde, pelas 15 horas, no Salão Alter do Chão, terá lugar uma reunião com os delegados dos distritos maçónicos do Oeste do Pará, enquanto no Salão Tucunaré decorrerá uma mesa-redonda com os Grão-Mestres dos Estados. Pelas 19,30 horas, no Palladium, será proferida uma palestra conjunta para maçons e cunhadas intitulada A Amazónia e a Biodiversidade, proferida pelo Irmão Gilberto Pinheiro, Vice-Presidente do Tribunal de Justiça Estadual do Amapá. Pelas 20 horas, iniciar-se-á o convívio social, com a apresentação da orquestra jovem Wilson Fonseca e, pelas 21,15 horas, haverá um jantar-dançante, com Walsinho e Banda.

O sábado, dia 7, será dedicado a um passeio a Alter do Chão (Pará, Brasil) e no domingo ocorrerá a despedida das delegações e o regresso a suas casas.

Rui Bandeira

22 fevereiro 2009

O perfil e o Segredo de um Venerável justo e perfeito


Antes de mais, importa esclarecer que o cargo de V:. M:. não deve ser encarado como um passo inevitável no percurso de um maçon. Pretendo com isto dizer que, eventualmente, nem todos os maçons chegarão a ser VV:. MM:., já que o critério de escolha deve ser o da capacidade e competência e nunca o da antiguidade.
Anualmente é eleito pelos seus pares um novo Venerável Mestre que, entusiasmado pelo cargo, cheio de enorme boa vontade e responsabilidade, prepara o seu programa de actividades, nem sempre o conseguindo cumprir com o êxito desejado. Isso pode ser visto através da forma como a Loja evolui ao longo do Veneralato:
  • pelo nível de envolvimento e adesão dos II:. às actividades da Loja,
  • pelo nível de indiferença ou ausências às Sessões;
  • pelo nível de não cumprimento de compromissos junto do Tes:.,
  • pela falta de apoio, comprometimento, incompreensão e afastamento de alguns Irmãos.
Formalmente falando, o V:.M:. deve ser um homem sensato, de conduta irrepreensível, com as qualificações para ensinar e para aprender a desempenhar muito bem a sua função. É preciso iniciar a jornada pela base, pelo estudo, de modo a não nos faltar a paz, o equilíbrio e a tolerância para discernir quem será o melhor candidato.
Um brilhante orador, professor, empresário, médico, juiz ou advogado, nem sempre pode ser qualificado para "guia dos Irmãos" de uma Loja Maçónica. Ter um nome famoso, riqueza e posição social, dispor de força ou de autoridade, não são qualificações para este fim.
Devemos ter a certeza de que ele possui conhecimentos maçónicos, compreensão e prática da fé raciocinada que deverá utilizar para facilitar a jornada evolutiva de todo o quadro de obreiros da Loja. Devemos também assegurar-nos de que tem a vontade "correcta" para desempenhar este cargo.
A vaidade pode conduzir um homem a considerar-se poderoso e infalível; porém, os mais avisados sabem que na Maçonaria não existem "poderosos e infalíveis" e, sendo uma fraternidade, não há outra Instituição onde melhor se aplique o lema: "liberdade, igualdade, fraternidade".
Um dos problemas internos das Lojas é que muitos Irmãos mais presunçosos e despreparados, depois de serem exaltados, deixam de estudar, achando que atingiram a "Plenitude Maçónica".
Estes são os primeiros a tentar encontrar vias rápidas e alternativas para serem candidatos ao cargo de V:.M:., tendo sucesso em Lojas que, sem critérios ou cuidados, promovem a sua eleição, propiciando o desrespeito pelas tradições da Ordem por pura omissão, conivência ou até cobardia. Outras vezes Irmãos, por melindres, intrigas, ou apenas pela satisfação de vaidades pessoais ou birra, indicam candidatos para o "trono de Salomão", somente em função dos seus relacionamentos.
Estes candidatos, uma vez eleitos e empossados, pouco contribuem para a Ordem Maçónica e/ou para a Loja, tendem a banalizar a ritualística, ou a achar que mudar e inventar futilidades é sinónimo de modernização e inovação.
É necessário que meditem sobre a disciplina que envolve o estudo, a reflexão em torno dos princípios maçónicos, e o empenho responsável de renovação do verdadeiro maçon.
O que devemos fazer para ajudar a impedir o sucesso desses insensatos que faltam à fé jurada?
  • Percebendo qual será o seu "programa administrativo ou de trabalho";
  • Vendo o modo como se comportaram nos cargos exercidos nos últimos anos;
  • Avaliando se aprenderam a lidar com o diferente;
  • Percebendo que grau e que tipo de envolvimento têm com a Loja e com os II:..
  • Considerando o seu carisma, ou seja, as suas qualidades de liderança.
É imprescindível ter também em consideração aspectos como, o conhecimento doutrinário; se chefia a sua família de forma ajustada; se dispõe de tempo disponível que possa dedicar à Loja e à Ordem, sem com isso prejudicar a sua actividade profissional e familiar, etc. Quanto mais claramente conseguirmos ver as qualidades do candidato, mais valioso ele se torna para nós.
Somando o conjunto destas e de outras qualidades, podemos avaliar se, no seu conjunto, o candidato reúne o necessário para assumir este desafio.
Uma escolha apressada de alguém desqualificado poderá trazer resultados muitas vezes desastrosos. Não bastam anos de frequência às reuniões ou a leitura de alguns livros maçónicos, para se dominar o conhecimento exigido.
Para desempenhar este cargo, é preciso estudar - única forma de alcançar o conhecimento necessário - porque aprender é, evidentemente, um acto de humildade. Mas para adquirir sabedoria, é preciso observar. Só assim conseguiremos, ao invés de colocar o homem no centro de tudo, descobrir o tudo que está no centro do homem.
Para desempenhar este cargo, é preciso também "estarmos envolvidos"; é preciso preocuparmo-nos com os nossos II:., com a Loja em si mesma, com a Ordem, etc. Em resumo, é preciso sentirmos que o nosso percurso está intimamente ligado a todos os que de alguma forma se relacionam, directa ou indirectamente, com a Loja. Desempenhar as funções de V:. M:. implica reconhecer quem são estes "stakeholders", e investir no reforço das suas ligações à Loja e entre eles próprios.
O candidato, quando preparado e com o perfil adequado, pode desempenhar esta missão, conduzindo-a com mãos suficientemente fortes para afagar e aplaudir; sabedoria para ensinar e modéstia para aprender, e por este conhecimento, fazer-se paciente, puro, pacífico e justo; adquirindo a aptidão para reconhecer o seu limitado poder e abundantes erros; a sua capacidade e suas falhas; os seus direitos e deveres; dispor de força para, ciente de tudo isso, libertar-se das paixões humanas e assim adquirir a antevisão e o equilíbrio necessários para se livrar dos obstáculos no seu Veneralato, levando Paz, Amor Fraternal e Progresso à sua Loja.
O V:. M:. escolhido tem que ser um líder agregador que entusiasme os seus Irmãos pela sua dedicação e abnegação à Maçonaria. Os grandes Mestres sabem ser severos e rigorosos sem renegarem a mais perfeita benevolência. Tratam os Ilr:. da forma como desejam ser tratados e ajudam-nos a serem o que são capazes de ser: filhos amados do Grande Arquitecto do Universo, portanto IRMÃOS.
O V:. M:. precisa compreender que assiste ao outro o direito de ter uma opinião divergente da sua. Deve procurar criar uma empatia com o crítico, ver o assunto do ponto de vista dele, manifestando entender o seu sentimento. Sendo todos iguais, ninguém é mais forte ou mais fraco e deixa que perceba isso. Só assim ele compreenderá que o seu direito de opinar (participar) está a ser respeitado.
Quando um Irmão necessita falar ouve-o; quando acha que vai cair, ampara-o; quando pensa em desistir, estimula-o.
A bondade e a confiança dos seus pares que o elevaram a essa posição de destaque, exige ser usada com sabedoria, aplicando-a no comprometimento da justiça, nunca na causa da opressão.
No desempenho de sua função terá sempre em consideração que ninguém vence sozinho, mas jamais permanecerá ofuscado pelas influências dos que o apoiaram ou se deixará dominar por qualquer tentativa de predominância.
Ele, como V:.M:., é responsável por tudo o que acontecer de certo ou de errado em sua Loja. Por mais que se queixe da "herança perversa recebida" do seu antecessor; de Iniciações de candidatos mal seleccionados, fardos que agora estão a seu cargo; de Irmãos que faltam ao sigilo, à disciplina; da desorganização da Secretaria e da Tesouraria da Loja, que motivam contrariedades, causam prejuízos de ordem moral e monetária de difícil reajustamento. Perante um cenário destes, deve concentrar-se antes no que tem feito para modificar, agilizar e melhorar este quadro.
A condução de uma Loja dá trabalho, requer paciência, é como se fossemos tecer uma colcha de retalhos, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. Deve ser feita com destreza, dedicação, vontade e habilidade.
Importa também perceber que temos nos nossos Irmãos os reflexos de nós mesmos. Cabe-nos, por isso mesmo tentar compreendê-los, pela própria consciência, para poder extirpar espinhos, separar as coisas daninhas, ruins, que surgem entre as boas que semeamos no solo bendito do tempo e da vida, já que que se não forem bem cuidadas serão corrompidas.
A atitude do V:. M:. pode ser descrita como um conjunto de diversos aspectos complementares:
  • Fraternidade - quando o V:. M:. lança a semente da união.
  • Consciência - quando nos convida a analisar os nossos feitos para reconhecer erros cometidos.
  • Indulgência - quando aos defeitos alheios pede paciência.
  • Amor - quando floresce um sentimento puro de amizade aos olhos de todos.
  • Bondade - quando convive com os nossos erros, incompreensões, medos, desânimos, perdoando de boa vontade.
  • Justiça - quando deixa que cada um receba segundo os seus actos.
  • Felicidade - quando nos lábios de um Irmão aparecer um sorriso, e outro sorri também, mesmo de coisas pequenas para provar ao mundo que quer oferecer o melhor.
  • Instrutor - quando valoriza a ritualística, o simbolismo, utilizando as Sessões Ordinárias como uma forma objectiva de instruir o Irmão, incentivando o estudo e a discussão de tudo que seja relevante para a Ordem em particular e para a sociedade em geral.
  • Mestria - quando estimula os II:. a apresentarem trabalhos de conteúdo, elaborados por eles, e recusa simplesmente cópias retiradas de livros, revistas ou Internet, e o que é ainda mais inconveniente, insensato e desastroso, o recurso do plágio, ou seja, à cópia ou imitação do trabalho alheio, sem menção do legitimo autor.
Mestre sim, porque, sempre independente, nunca perde a alegria, nunca se acomoda e, como fiel condutor que representa o grupo, que ocupa a primeira posição de comando, isto é, comanda (manda com) os seus liderados em qualquer linha de ideia, se assume como o líder. Quando ao sair das reuniões cada um de nós se sentir fortalecido na prática da Arte Real, do bem e do amor ao próximo, podemos apelidar o local de Loja Maçónica Regular, Justa e Perfeita.
Acabando a tristeza e a preocupação, surge então a força, a esperança, a alegria, a confiança, a coragem, o equilíbrio, a responsabilidade, a tolerância, o bom humor, de modo que a veemência e a determinação se tornam contagiantes, mas não esquecendo o perigo que representa a falta do entusiasmo que também contagia.
E, finalmente, quando se aproximar o final do seu Veneralato, deve fazer uma reflexão sobre quais foram as atitudes reais de beneficência que tomou; referimo-nos não só ao auxílio financeiro a alguma Instituição filantrópica, mas também ao "ombro amigo" na hora necessária, ou o empréstimo do seu ouvido para que as queixas fossem depositadas.
O V:. M:. nunca deve deixar de agradecer por ter sido a ferramenta, o instrumento de trabalho criado por Deus, usado como símbolo da moralidade, para trazer luz, calor, paz, sabedoria, beleza para muitos corações e amor sem medida no caminho de tantos Irmãos.
Ao encerrar o se mandato, é importante que consiga afirmar a todos os obreiros de sua Loja: "não sinto que caminhei só. Obrigado por estarem comigo. Obrigado por me demonstrarem quanto bem me querem. Eu também vos quero bem. Gostaria de continuar, mas é tempo de "passar o malhete" e dizer: MISSÃO CUMPRIDA!"
Nas nossas reflexões, que o amor desperte nos nossos corações e juntos, com os olhos voltados para frente, consigamos tenacidade para construir o presente e audácia para arquitectar o futuro, por isso, NUNCA DEVEMOS DEIXAR O NOSSO VENERÁVEL LUTAR E CAMINHAR SÓ!
Esta não é a enumeração exaustiva de todas as qualidades que distinguem o Venerável Mestre ideal, mas todo aquele que se esforce em possuí-las, estará no caminho que conduz a todas as outras.
Caro leitor, espero tê-lo ajudado a entender "O perfil e o Segredo de um Venerável Justo e Perfeito..."
Adaptado (de forma muito livre) de texto escrito pelo I:. Valdemar Sansão
O Original deste texto pode ser encontrado aqui
A Loja Mestre Affonso Domingues encontrou uma forma bastante eficaz de assegurar a continuidade na qualidade, dos seus VV:. MM:. - estabeleceu um percurso que leva os candidatos designados a percorrerem diversas funções na Loja, até chegarem ao cargo de V:. M:.. No meu entender, esta solução permite atingir diversos fins igualmente importantes:
  1. O futuro V:. M:. desempenha diversas funções cujo conhecimento contribui e é importante para o seu trabalho como V:. M:.
  2. O futuro V:. M:. é envolvido progressivamente na actividade de gestão da Loja, chegando a V:. M:. já com algum domínio sobre os problemas que a Loja possa ter.
  3. Os mestres mais antigos (normalmente antigos VV:. MM:.), podem acompanhar a progressão do futuro V:. M:., aconselhando-o e apoiando-o na sua progressão.
  4. "Permite detectar precocemente" se o candidato vai ou não vai conseguir ser V:. M:. e, em casos extremos, tomar decisões.
Paradoxalmente, no meu caso pessoal, serei eventualmente V:. M:. dentro de algum tempo, o que significa que o sistema que temos não é perfeito - permite ainda erros de "casting". Tenho contudo esperança que, se necessário, haja a coragem de aplicar o ponto 4 (acima), sendo assim a loja consequente com o inicio deste texto - o critério de escolha tem de ser o da capacidade e competência e nunca o da antiguidade. A Loja prevalece sobre os II:. e o conjunto destes prevalece sobre cada um, mesmo que possa vir a ser V:. M:..

21 fevereiro 2009

Le seul Orchestre Symphonique de Kinshasa

(Por "razões de ordem técnica" este post sai com um dia de atraso)

Para fazer inveja ao "Zé da Música" e ao Rui, hoje 6ª feira, que por acaso até é um dia especial para mim, resolvo ser eu a deixar um convite de fim de semana.
E logo este que é de Carnaval.

Como logo se verá, inveja ao "Zé da Música"... porque se trata de música no blogue, ao Rui porque se trata de desafio para o fim de semana, implicando com as habituais estorinhas que ele aqui costuma deixar para "des-setressar" (?).

Pois um caríssimo Mano dos nossos, o AD (até podia ser Affonso Domingues, mas não é) mandou -me numa mensagem uma ligação que resolvi trazer para aqui.
Este AD tem dias, é como eu, e de vez em quando abro o correio (à noite como é habitual) e o rapaz (correio, já se vê) até se engasga com um quarteirão bem medido de mensagens dele ! Entretanto é capaz de estar semanas sem dar notícias.

Convém notar que o AD passou "pelas Áfricas" e ficou meio "cafrealizado", como quase todos os que por lá passam, razão porque em cada 3 mensagens que manda, 4 têm alguma ligação àquelas terras.

Desta vez é a música supostamente erudita (é coisa que não existe, mas para já facilita o texto), mas em África e de África vem música de espanto.
Não é o caso deste vídeo em que a música é tão africana como eu, que nasci em Lisboa, embora bem melhor do que eu, naturalmente.

O que aqui há de significativo é o contraste entre limitações de vida e alegria de vida.
Como é fácil ser feliz, quando o coração tem dimensão para isso... E é só isso que é necessário, coração grande e cabeça com vontade !

Vejam o vídeo, vale a pena.
Obrigado ao AD pelo envio

JPSetúbal