07 novembro 2008

O pacote de biscoitos

Mais uma historieta para reflexão que recebi por correio eletrónico, de autor que desconheço e que, como habitualmente, adaptei ao meu estilo

Uma jovem estava a espera de seu voo, na sala de embarque de um grande aeroporto. Como deveria esperar várias horas, resolveu comprar um livro para passar o tempo. Comprou também um pacote de biscoitos. Sentou-se numa poltrona, na sala VIP do aeroporto, para poder descansar e ler em paz. Ao lado da poltrona estava uma mesa. do outro lado da mesa, havia outra poltrona, onde se sentou um homem, que abriu uma revista e começou a ler. Na mesa entre as duas poltronas, aberto, estava o saco de biscoitos.

Quando ela pegou no primeiro biscoito, o homem também tirou um. Sentiu-se indignada mas não disse nada. Apenas pensou:

“Mas que atrevido! Se eu estivesse com disposição dava-lhe uma desanda, para que ele nunca mais se esquecesse deste atrevimento!”

A cada biscoito que ela pegava, o homem também tirava um. Aquilo foi-a deixando cada vez mais indignada, mas não conseguia reagir.

Quando restava apenas um biscoito, ela pensou:

“Ah... o que vai esse abusador fazer agora?”

Então, o homem dividiu o último biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela. Ah! Aquilo era demais! Ela bufava de raiva!

Então, pegou no livro e no resto das suas coisas e dirigiu-se para a porta de embarque.

Quando se sentou confortavelmente numa cadeira, já no interior do avião, olhou para dentro da bolsa para tirar os óculos. Para sua grande surpresa, viu intacto o pacote de biscoitos que tinha comprado!

Sentiu imensa vergonha! Percebeu que quem estava errada era ela... Tinha-se esquecido que tinha guardado os biscoitos na sua bolsa. O homem tinha dividido os biscoitos dele com ela, sem se sentir indignado, nervoso ou revoltado. Entretanto ela tinha ficado muito transtornada, pensando estar a dividir os biscoitos dela com ele. E já não havia ocasião para se explicar... nem pedir desculpa!


Esta historieta ilustra-nos dois erros que devemos evitar. O primeiro, pensar o pior do próximo, sem suficientes elementos para tal. Tirar conclusões precipitadas e, portanto, ser injusto. O segundo, não esclarecer as questões, não pôr os pontos nos iis quando necessário.

Se a jovem da história não tivesse esquecido onde pusera o saco de biscoitos que adquirira, se não tivesse tirado a precipitada conclusão de que era o parceiro do lado que comia do saco dela, em vez de ser ela a retirar biscoitos do saco dele, não teria motivos para, mais tarde, se sentir envergonhada.

Mas também se tivesse, calmamente, sem necessidade de cenas ou incómodos, pedido explicações ao estranho sobre o que se estava a passar, rapidamente teria ficado esclarecida sobre o seu engano e a situação poderia ter sido ultrapassada, sem motivos para se sentir, posteriormente, envergonhada.

Há ainda, afinal, uma terceira lição. Por muitos erros que cometamos na vida, por vezes também temos a sorte de encontrar pessoas desinteressadas, complacentes e pacientes perante os nossos erros. E, apesar de errados, o nosso erro é tolerado. Reconheçamos isso! Apreciemos essa circunstância! Retribuamos esse facto e sejamos, por nosso lado, também desinteressados, complacentes, pacientes e tolerantes.

É de pequenos gestos, de simples princípios e hábitos que cada um de nós constrói a sua própria felicidade e viabiliza o máximo de felicidade à sua volta.

Rui Bandeira

1 comentário:

Nuno Raimundo disse...

Boas...

Esta pequena estória é uma grande lição de Vida.
Gostei.

abr...ptof... bfds