25 novembro 2008

"Novas do interior da terra"

Saindo do meu buraco, onde de facto ando escondido não por medo do que quer que seja mas por necessidade de isolamento para prosseguir com o meu novo projecto profissional, venho aqui falar de duas ou tres coisas que vos deixarão de agua na boca.

Pois eu sou assim !!

Em 12 de agosto ( com letra minuscula depois de ler os artigos do acordo ortográfico) deste ano anunciei a versão beta do http://www.rlmad.net/ hoje venho cá dar novas dele, mas sobretudo do que nele existe e que só está ao alcance de um punhado de pessoas.

Desde agosto até hoje o site foi sendo desenvolvido pelo A.Jorge de forma fantástica. A Loja como entidade responsável tratou de aprovar uma politica editorial para o mesmo, criando para tal um regulamento de utilização do site e nele definindo a politica de acessos.

Como não sou muito mau, quero chamar a vossa atenção para um documento notável publicado recentemente no http://www.rlmad.net pelo Irmão Alexis Botkine ( e escrevo o seu nome completo porque ele deu autorização para tal afirmando " estou orgulhoso de ser Maçon"). Este documento lido em Loja em 1999 ( fará 10 anos em janeiro) é uma resenha do que foi o trabalho da Maçonaria Internacional para trazer a Regularidade para Portugal e o empenho do Alexis neste movimento.

Digo eu - é com orgulho que afirmo que sou da mesma loja do Alexis. Aprendi com ele, nao por ensinamento directo mas por ouvir ( e manter-me em silencio mesmo depois de ser Mestre, mesmo depois de ter sido Veneravel, mesmo depois de ter sido inumeras vezes Grande Oficial) o mester de Organista.

Ouvi-o durante mais de 10 anos, com atenção.

Por isso quando a Loja decidiu em Setembro deste ano prestar-lhe justa homenagem foi com grande alegria que suportei essa inciativa e que consistiu em torna-lo Antigo Veneravel Mestre de Honra da Loja Mestre Affonso Domingues. Cerimónia feita a dois tempos e à qual o MR Grão-Mestre Mario Martin Guia fez questão de se associar agraciando o Alexis com mais uma distinção honorifica concedida pela Grande Loja e sendo ele Grão Mestre a conduzir os trabalhos para dessa forma prestar ainda maior homenagem a quem de pleno direito a mereceu.

Passando à parte da inveja, a que vos vou causar.

Na zona restrita do site, estão a ser paulatinamente colocadas pranchas apresentadas em Loja ao longo destes 18 anos, sendo recuperadas dos nossos arquivos e disponibilizadas para leitura. Felizes nós os que temos acesso a preciosidades. Textos de qualidade inegável que voltam a ver a luz do dia e a terem o que merecem, serem lidos.

Tenho consciencia que o trabalho é duro e que ainda nao vai sequer a meio, mas o resultado é fantástico e permite (-me) ter o gozo de ler o que havia ouvido, ou mesmo ler pela primeira vez o que nao havia ouvido.

Quando vamos vivendo a Loja, não temos ( eu pelo menos) a noção do acervo que vai sendo criado, da qualidade de trabalho produzido. Com esta publicação é quase surpreendente.

Ler pranchas de aprendiz escritas por Irmãos que hoje já são antigos Veneraveis permite ver que o percurso que seguiram era mesmo esse e não outro e que quando no passado foram aposta para um dia vir a dirigir a Loja, era porque de facto era esse o designio.

Fiquem com a inveja de não poderem partilhar estas pérolas, mas leiam as pranchas publicas que aí encontrarão já muita qualidade. E quem sabe se um dia estes Irmãos que hoje pretendem ficar na reserva de identidade passam a poder /querer aparecer publicamente e aí os seus trabalhos também possam ser do dominio publico.


José Ruah

2 comentários:

Nuno Raimundo disse...

Boas...

Tenho sido um leitor fiel dos textos publicados deste a "inauguração" do novo site da RLMAD.

De fato, os textos são bastante acessiveis a profanos e a maçons.

Quase me arrisco em afirmar que é uma das melhores páginas maçónicas a nivel internacional que costumo visitar. E não é apenas por estar na "lingua de Camões"...

Parabéns pelo trabalho desenvolvido.

abr...prof...

Unknown disse...

É curioso pensar em todos os seres humanos que passam a vida inteira sem fazer nenhum comentário, nenhuma objeção, nenhuma observação. Não que tais comentários e observações tenham um destinatário ou um sentido qualquer; mas (...) mesmo assim acho preferível que sejam feitos.

Michel Houellebecq