15 abril 2008

Hospitaleiro

O Hospitaleiro é o elemento da Loja que tem o ofício, a tarefa, de detectar as situações de necessidade e de prover ao alívio dessas situações, quer agindo pessoalmente, quer convocando o auxílio de outros maçons ou, mesmo, de toda a Loja, quer, se a situação o justificar ou impuser, solicitando, através da Grande Loja e do Grande Oficial com esse específico encargo, o Grande Hospitaleiro ou Grande Esmoler, a ajuda das demais Lojas e dos respectivos membros.

Um dos traços distintivos da Maçonaria, uma das características que constituem a sua essência de Fraternidade, é a existência, o cultivo e a prática de uma profunda e sentida solidariedade entre os seus membros. Solidariedade que não significa cumplicidade em acções ilícitas ou imorais, ou encobrimento de quem as pratique, ainda que Irmão, ou sequer auxílio ou facilitação à impunidade de quem viole as leis do Estado ou as regras da Moral. O maçon deve ser sempre um homem livre e de bons costumes. De bons costumes, não violando as leis nem as regras da Moral e da Decência. Livre, porque auto-determinado e, portanto, responsável pelos seus actos, bons e maus. Perante a Sociedade e perante os seus Irmãos. A solidariedade dos maçons existe e pratica-se e sente-se em relação às situações de necessidade, aos infortúnios que a qualquer um podem acometer, às doenças que, tarde ou cedo, a todos afectam, às perdas de entes queridos que inevitavelmente a todos sucedem.

Sempre que surgir ou for detectada uma situação de necessidade de auxílio, de conforto moral ou de simples presença amiga, os maçons acorrem e unem-se em torno daquele que, nesse momento, precisa do calor de seus Irmãos. Esse auxílio, esse conforto, essa presença, são coordenados pelo Hospitaleiro. Note-se que a palavra utilizada é "coordenados", não "efectuados" ou "realizados". O Hospitaleiro não é o Oficial que efectua as acções de solidariedade, desobrigando os demais elementos da Loja dessas acções. O Hospitaleiro é aquele elemento a quem é cometida a função de organizar, dirigir, tornar eficientes, úteis, os esforços de TODOS em prol daquele que necessita.

É claro que, por vezes, muitas vezes até, a pretendida utilidade do auxílio ou apoio ou presença determina que seja só o Hospitaleiro a efectuar a tarefa, ou a delegar a mesma em outro Irmão que seja mais conveniente que a efectue. Pense-se, por exemplo, na situação, que aliás inevitavelmente ocorre com alguma frequência, de um Irmão que é acometido de uma doença aguda, que necessita de uma intervenção cirúrgica ou que precisa de estar por tempo apreciável hospitalizado, acamado ou em convalescença. Se todos os elementos da Loja se precipitassem para o visitar, isso já não seria solidariedade, seria romaria, isso já não seria auxílio, seria perturbação. O Hospitaleiro assume, assim, em primeira linha, a tarefa de se informar do estado do irmão, de o auxiliar e confortar e de organizar os termos em que as visitas dos demais Irmãos se devam processar, de forma a que, nem o Irmão se sinta negligenciado, nem abandonado, nem, por outro lado, fique assoberbado com invasões fraternais ou constantemente assediado pelos contactos dos demais, prejudicando a sua recuperação e o seu descanso, maçando-o, mais do que confortando-o. Também na expressão da solidariedade o equilíbrio é fundamental...

A solidariedade maçónica pode traduzir-se em actos (visitas, execução de tarefas em substituição ou auxílio, busca, localização e obtenção de meios adequados para acorrer à necessidade existente), em palavras de conforto, conselho ou incentivo (quantas vezes uma palavra amiga no momento certo ilumina o que parece escuro, orienta o que está perdido, restabelece confiança no inseguro), no simples acto de estar presente ou disponível para o que for necessário (a segurança que se sente sabendo-se que se não precisa, mas, se se precisar, tem-se um apoio disponível...) ou na obtenção e disponibilização de fundos ou meios materiais (se uma situação necessita ou impõe dispêndio de verbas, não são as palavras ou a companhia que ajudam a resolvê-la: é aquilo com que se compram os melões...). A escolha, a combinação, o accionamento das formas de solidariedade aconselháveis em cada caso cabe ao Hospitaleiro. Porque a ajuda organizada normalmente dá melhores resultados do que os actos generosos, mas anárquicos e descoordenados...

O Hospitaleiro deve estar atento ao surgimento de situações de necessidade, graves ou ligeiras, prolongadas ou passageiras, e actuar em conformidade. Mas não é omnisciente. Portanto, qualquer maçon que detecte ou conheça uma dessas situações deve comunicá-la ao Hospitaleiro da sua Loja. E depois deixá-lo avaliar, analisar, actuar, coordenar, e colaborar na medida e pela forma que for solicitado que o faça. Porque, parafraseando o princípio dos Mosqueteiros de Alexandre Dumas, a ideia é que sejam "todos por um", não "cada um pelo outro, todos ao molho e fé em Deus"...

A solidariedade maçónica é assegurada, em primeira linha, entre Irmãos. Mas também, com igual acuidade, existe em relação às viúvas e filhos menores de maçons já falecidos. Porque a solidariedade não se extingue com a vida. Porque cada maçon, auxiliando a família daqueles que já partiram, sabe que, quando chegar a sua vez de partir, deixará uma rede de solidariedade em favor dos seus que dela necessitem verdadeiramente!

E a solidariedade é algo que não se esgota em circuito fechado. Para o maçon, a beneficência é um simples cumprimento de um dever. As acções de solidariedade ou beneficência em relação a quem - maçon ou profano - necessita, em auxílio das organizações ou acções que benevolamente ajudam quem precisa são, a nível da Loja, coordenadas pelo Hospitaleiro.

O ofício de Hospitaleiro é, obviamente, um ofício muito importante em qualquer Loja maçónica. Deve, por isso, ser desempenhado por um maçon experiente, se possível um ex-Venerável.

O símbolo do Hospitaleiro é uma bolsa ou um saco, ou ainda uma mão segurando um saco. Bolsa onde o Hospitaleiro deve guardar os meios de auxílio. Bolsa que deve figurativamente sempre carregar consigo, pois nunca sabe quando necessitará de prestar auxílio, material ou moral. Saco como aquele em que, em cada sessão, se recolhe os donativos que cada maçon dá para o Tronco da Viúva. Mão segurando o saco, no modo e gesto como, tradicionalmente, após a recolha dos óbolos para o Tronco da Viúva, o Hospitaleiro exibe o saco contendo esses óbolos perante a Loja, demonstrando estar á disposição de quem dele necessite. Mas o ofício de Hospitaleiro, a função que assegura, vão muito para além do auxílio material. Muitas vezes, o mais importante auxílio que é prestado não implica a necessidade de recorrer ao metal, que só é vil se não o soubermos nobilitar pelo seu adequado e útil uso.

___________________

A propósito de solidariedade: já se decidiu se contribui, na medida do que puder e quiser, para auxiliar a Inês? Se sim, não guarde para amanhã o que pode fazer hoje. Relembre aqui como pode ajudar e... trate disso! Já! Não se deixe vencer pela inércia!

Rui Bandeira

14 abril 2008

Mais do que duas mil palavras

Esta é a Inês, tal como se encontra actualmente.

Não publiquei antes esta imagem, porque não sabia se estava autorizado a fazê-lo. E o direito à imagem é para se respeitar. Mesmo quando se faz um apelo a favor do seu titular. Entretanto, recebi informação de que a imagem pode ser publicada. Aliás já o foi, pelo grupo de escoteiros a que a Inês pertence.

Uma imagem vale mais que mil palavras, dizem. Olhem então com atenção para esta imagem. Reparem como a Inês está presa à cadeira de rodas para não cair. Presos os pés. Presa pela cintura. Presa pelo tronco! Este é o estado actual da Inês. Mas, sobretudo reparem bem no sorriso com que, apesar de tudo, a Inês ainda consegue iluminar a sua face!!!

A Inês está assim - já o escrevi aqui - porque sofre de doença de Wilson, incapacidade de o seu fígado metabolizar o cobre que o corpo da Inês recebe, como sucede com todos nós, através dos alimentos. Tal levou a que, ao longo de doze anos, o cobre se acumulasse no seu fígado, até que este esgotou a sua capacidade para tal A partir daí, passou a acumular-se nos outros órgãos do seu corpo, em lento, mas com graves consequências, envenenamento. O cobre deposita-se no cérebro e causa paralisias. Daí o estado actual da Inês, aos treze anos.

Mas a Inês não foi sempre assim. Olhem para esta outra imagem da Inês, do seu passado:

A Inês atravessa um calvário que não necessita de adjectivos. Mas a Inês pode voltar a ser como era. Para tal, necessita de um transplante de fígado, que pode obter em Cuba. Deverá partir em Junho para aquele país. E espera-se que o transplante tenha êxito e permita a recuperação da Inês.

Lancei - e insisto hoje! - uma campanha de recolha de fundos para auxiliar a família da Inês a suportar as enormes despesas inerentes ao seu tratamento: serão viagens, será estadia prolongada, será fisioterapia, serão tratamentos e mais tratamentos, tem sido o custo de um medicamento para permitir que a Inês vá sobrevivendo e tenha hipótese de recuperar, importado especialmente dos Estados Unidos, pois só aí está disponível, será o transplante, e mais, e mais, e mais...

A Inês precisa de auxílio. Qualquer quantia, por pequena que seja, ajuda. Fumador: prescinda de uns quantos cigarros. Você: prescinda da sobremesa na próxima refeição. Ou não prescindam de nada e façam como se prescindissem, mas contribuam com o valor do vosso pequeno prazer, do vosso vício social, do conforto que apreciam. Contribuam, na medida do que puderem e quiserem.

Quem quiser e puder efectuar um donativo, por favor efectue uma transferência ou um depósito na conta do Banco Best com o NIB 0065 0921 00043890008 19, com a indicação INÊS e envie uma mensagem de correio electrónico para mestreaffonsodomingues@gmail.com confirmando esse facto. Para quem, estando fora de Portugal, quiser efectuar um donativo, pode fazê-lo mediante transferência para essa conta , indicando o IBAN (International Bank Account Number) PT50006509210004389000819. O código SWIFT / BIC do Banco Best é BESZPTPL.

Os fundos recebidos serão na totalidade entregues aos pais da Inês. Mediante o envio da mensagem de correio electrónico confirmativa do donativo, os doadores possibilitarão meio de contacto através do qual receberão confirmação da boa recepção das respectivas transferências, da entrega dos donativos aos pais da Inês e, oportunamente, informação sobre a efectivação do transplante e dos resultados (todos esperamos que positivos) para a Inês.

Caro leitor: normalmente o mais difícil não é ser solidário; é vencer a inércia. Por favor, vença-a. Ajude na medida em que puder e quiser. Pela Inês! O mero facto de eu estar a repetir o apelo demonstra que há muita inércia ainda não vencida... Por isso, insisto, agora com o auxílio das duas imagens. Que espero valham mais do que duas mil palavras!

Rui Bandeira

13 abril 2008

Demos SANGUE

Ontem, conforme estava anunciado, cumpriu-se a ação de doação de sangue promovida pela R:.L:.Mestre Affonso Domingues, Gr.19 dos Escoteiros da Pontinha e Fundação Angelina e Aristides de Sousa Mendes.

Das 9h. às 13h pessoal e equipamento do INS ocupou o ginásio da Escola Melo Falcão na Pontinha.
Para alegria de todos passamos muito a expectativa que todos tinhamos, batendo claramente os nossos melhores resultados de sempre.

Assim tivemos, durante as 4 horas que durou a ação, quase 60 inscritos a que corresponderam quase 50 dadores efectivos.
A diferença entre a quantidade de inscritos e a de dadores resulta do facto de vários terem sido recusados na consulta/rastreio anterior à doação.


O método seguido é sempre o mesmo:
"inscrição --> rastreio --> doação"



Acontece que durante o rastreio aparecem sempre casos de potenciais doadores que naquele momento se desaconselha que façam a doação, por uma constipação recente ou actual, por uma medicação recente ou actual, por qualquer dessas razões aparentemente insignificantes mas que o filtro do INS não deixa passar por motivos, obviamente, bem compreensíveis.
Diga-se entretanto que mesmo os que não puderam dar sangue ontem, na sua maioria prometeram deslocar-se ao INS (Av.do Brasil) na 1ª oportunidade para aí cumprirem com aquele seu direito/dever de cidadania.

Foi com satisfação, que não constituiu propriamente uma surpresa, que tivemos a companhia do Sr.Major Álvaro de Sousa Mendes e da Dra. Maria Leonor, ambos directores da Fundação, sendo que o primeiro é um dos netos do antigo consul Aristides de Sousa Mendes, que tem envidado todo o esforço na divulgação do nome de seu Avô, procurando que o País acorde para a realidade da vida heroica de Aristides de Sousa Mendes e Sua Mulher Angelina.

Veio a propósito uma jovem do Grupo (a Bianca, 18 lindos anos) que para o seu trabalho final para "Escoteiro da Pátria" escolheu a figura de Aristides de Sousa Mendes como tema, o que foi um excelente pretexto para uma conversa interessantíssima entre a Bianca e o Maj. A.Sousa Mendes sobre o trabalho que ela fez e sobre pormenores da vida e da ação de Aristides que ele pôde explicar com o detalhe da vivência directa.

A Escoteira Bianca e o Maj.A.Sousa Mendes à conversa

Aqui fica o agradecimento sentido a todo o Grupo 19 dos Escoteiros da Pontinha, à Fundação e aos seus directores, Dra. Maria Leonor e Maj. Álvaro de Sousa Mendes pelo apoio com que ajudaram. Bem hajam todos.

JPSetúbal

11 abril 2008

O principal na vida


Mais um texto merecedor de meditação, que recebi por correio electrónico, cujo autor desconheço e que, como habitualmente, adapto para aqui publicar.

Conta a lenda que certa mulher pobre, com uma criança ao colo, ao passar pela entrada de uma caverna, ouviu, vinda do interior desta, uma voz misteriosa, que lhe disse:

- Entra e leva tudo o que desejares. Tens cinco minutos. Mas não te esqueças do principal! E lembra-te de uma coisa: depois de saíres, a entrada da caverna fechar-se-á para sempre.

A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas jóias, pôs a criança no chão e, ansiosamente, começou a juntar tudo o que podia no seu avental.

Daí a pouco, ouviu de novo a misteriosa voz:

- Já só tens um minuto.

Num frenesim, procurando garantir que conseguia levar o que fosse mais valioso, a mulher, carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna. De imediato, a entrada desta fechou-se. Nada permitia ver que ali antes se encontrara uma caverna. Já só se via um maciço de pedra.

Só então a mulher se lembrou que deixara a criança no interior da caverna, fechada para sempre!

Também, às vezes, connosco acontece esquecermo-nos do essencial. Não necessariamente toldados pela cobiça ou ganância, mas afectados pelo trabalho, pelos deveres, pelas preocupações, também pelos nossos anseios e projectos.

Devemos ter sempre presente que, esteja em causa o que estiver, o principal na vida são sempre os valores morais e espirituais, a família, os amigos, enfim, o que dá significado à Vida. Não nos esqueçamos que o nosso tempo neste Mundo passa mais rapidamente do que gostamos de pensar. Não é à toa que o Povo diz que "esta vida são dois dias"... E o fim da vida chega, muitas vezes, inesperadamente. Quando esse momento chegar e passarmos adiante, a passagem que franquearmos inexoravelmente se fechará atrás de nós, para sempre, sem apelo nem agravo. Não nos esqueçamos nunca, pois, do principal da vida enquanto a vivemos!

O Criador criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos. Não amemos as coisas e usemos as pessoas! Não nos esqueçamos nunca do principal da Vida.

De entre os Valores que devemos preservar, avultam os da solidariedade. Neste blogue, a solidariedade é, presentemente, convocada em favor da Inês. Não se esqueça do principal da vida e não olhe para o infinito nem assobie para o lado! Na medida do que puder e quiser, dê uma ajuda e um donativo para auxiliar a sua família a suportar as despesas inerentes a um transplante de fígado em Cuba, indispensável para atalhar o envenenamento por cobre de que a Inês padece, devido à doença de Wilson. Veja aqui como o fazer.

E, amanhã de manhã, sábado, 12, junte o útil ao agradável: vá dar sangue! Esteja onde estiver, não muito longe há um serviço que de bom grado receberá a sua dádiva. Se estiver não demasiado longe, junte-se à acção de dádivas de sangue que a Loja Mestre Affonso Domingues, os Escoteiros da Pontinha e a Fundação Angelina e Aristides Sousa Mendes conjuntamente organizam na Escola Mello Falcão, na Pontinha. Não se esqueça do principal da vida: solidariedade e convívio! Esperamos por si!

Rui Bandeira

10 abril 2008

Parabéns, Glomaron!

A Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia (Glomaron) completa hoje, 10 de Abril, 23 anos de existência. A sua fundação ocorreu em 10 de Abril de 1985, por iniciativa das três Lojas maçónicas então existentes no Estado de Rondónia, um dos Estados da região da Amazónia, no Brasil, as quais, estando na época integradas na Grande Loja Maçônica do Estado do Amazonas, peticionaram ao respectivo Grão-Mestre a criação da nova Grande Loja. As Lojas peticionárias foram a Fé e Confiança, de Guarajá-Mirim, hoje n.º1 do cadastro da Glomaron, a Estrela Renascente, de Porto Velho, hoje n.º2 da Glomaron, e a Águia do Planalto, de Vilhena, hoje a n.º3 daquela Grande Loja. Deferida a solicitação, foi então, na data acima referida, instalada a Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia, sendo seu primeiro Grão-Mestre o Irmão Sílvio Bezerra da Costa.

Actualmente, a Glomaron tem inscritas nos seu cadastro 37 Lojas. O cargo de Grão-Mestre é presentemente exercido pelo Irmão Juscelino Moraes do Amaral.

As Lojas sob jurisdição da Glomaron, para além de desenvolverem diversos serviços sociais junto de comunidades carentes, asseguram o apoio a diversas entidades para-maçónicas: a Ordem DeMolay, constituída essencialmente por filhos de maçons, as Filhas de Jó, integradas principalmente por filhas de maçons, e os Clubes das Acácias e das Romãs, que são dirigidos por esposas de maçons. Ou seja, há instituições para toda a família...

As comemorações do aniversário da Glomaron prolongar-se-ão nos dias 11 e 12, com a realização de uma Assembleia de Grande Loja em Colorado do Oeste, que, naturalmente, contará com a presença de representantes de todas as Lojas da Obediência e onde se discutirão temas de importância para a maçonaria daquele Estado brasileiro.

Também no dia 11, no Colorado do Oeste, o Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Hélio Vieira, apresentará, a convite do Grão-Mestre Juscelino Moraes do Amaral, uma palestra sobre a importância e o papel de vanguarda da OAB na defesa dos direitos dos cidadãos. Esta iniciativa efectua-se no âmbito da parceria que a OAB e as Grandes Lojas Maçónicas do Estado de Rondónia firmaram, para implementar uma campanha pela ética e valorização da cidadania. Esta campanha foi aprovada na Conferência de Grão-Mestres das Grandes Lojas Maçónicas do Brasil, que teve lugar em Caxias do Sul.

Daqui, do outro lado do Atlântico, o A Partir Pedra associa-se à comemoração de mais este aniversário da Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia e formula votos de continuação, com sucesso, do bom trabalho.

(Fontes: sítio da Glomaron e Rondoniagora.com)

_________________________

1. Não se esqueça de contribuir , na medida do que puder e quiser, para a campanha de angariação de fundos a favor da Inês. Veja aqui como!

2. E lembre-se que sábado, 12, de manhã é dia de doação de sangue, na Escola Mello Falcão, na Pontinha, e em postos de recolha de sangue em todo o Mundo!

Rui Bandeira

09 abril 2008

Tronco da Viúva

No texto Pela Inês!, mencionei que várias Lojas maçónicas da GLLP/GLRP vão recorrer aos seus Troncos da Viúva para auxiliar nas despesas com a viagem e transplante da menina.

Pelo menos na Europa Continental, todas as Lojas maçónicas têm um Tronco da Viúva. O Tronco da Viúva não é mais do que um fundo de reserva de meios monetários destinado a acorrer a situações de necessidade de maçons, de viúvas e filhos menores de maçons já falecidos e, de forma geral, a acções de beneficência.

Os fundos do Tronco da Viúva são exclusivamente obtidos mediante donativos dos obreiros da Loja e seus visitantes ou mediante acções de angariação de fundos a ele destinados - leilões, iniciativas sociais, etc..

Os fundos do Tronco da Viúva, tal como os demais valores da Loja, ficam à guarda do Tesoureiro desta. Mas são separadamente contabilizados dos demais recursos da Loja e só podem ser usados para os referidos fins de auxílio ou beneficência. Os fundos do Tronco da Viúva só podem ser utilizados por decisão do Venerável Mestre ou do Hospitaleiro, Oficiais da Loja em que esta delega o encargo de bem analisar as situações que justifiquem a mobilização desses fundos. Pelo menos anualmente, o Hospitaleiro deve apresentar um sucinto relatório sobre a situação do Tronco da Viúva e a aplicação dos seus fundos.

Em algumas Lojas, pode também existir uma Comissão de Beneficência, encarregada de estudar as acções da Loja neste campo. No Regulamento Interno da Loja Mestre Affonso Domingues está prevista a existência de uma Comissão de Beneficência, constituída pelo Venerável Mestre, pelo 2.º Vigilante e pelo Hospitaleiro. Na prática, porém, a sua activação não tem sido necessária, pois a tradição da Loja de discutir abertamente em sessão de Loja todos os assuntos que a esta dizem respeito possibilita que todas as decisões importantes, neste como noutros campos, seja colectivamente apreciada perante o Venerável Mestre, em ordem a permitir-lhe a mais consensual decisão (ver o texto Decidir em Loja). No entanto, se entre sessões, o Venerável Mestre necessitar de tomar uma decisão urgente sobre assuntos de solidariedade, sabe quem deve, em primeira instância, consultar: o 2.º Vigilante e o Hospitaleiro, que consigo formam a Comissão de Beneficência. A estrutura existe, está prevista, só é accionada se e quando necessário. Felizmente não tem havido situações de urgência que impusessem uma decisão antes de debate em Loja, mas, se e quando houver, já se sabe como proceder.

A designação de Tronco da Viúva tem a ver com a lenda da construção do Templo de Salomão, que foi dirigida por um arquitecto, de nome Hiram Abiff, que, na Bíblia, é referenciado como filho de uma viúva de Tiro. Hiram Abiff é, desde tempos imemoriais, o protagonista de uma alegoria que constitui o cerne da moralidade maçónica, a tal ponto que os maçons, nele se revendo, designam-se a si próprios por Filhos da Viúva. Alegoricamente, nos tempos modernos, a Viúva será a Maçonaria, em especial na sua vertente de solidariedade e beneficência. O Tronco da Viúva é, pois, um dos alicerces da Maçonaria, o reservatório dos bens que lhe possibilitam despender fundos em acções de solidariedade e beneficência. É alimentado pelos seus filhos, os Filhos da Viúva, os maçons.

Externamente, e em cumprimento do comando da moral maçónica de que as acções de beneficência devem ser praticadas discretamente, um maçon ou uma Loja Maçónica nunca revelam ou comentam ou divulgam quanto foi dado para esta ou aquela acção, com quanto se contribuiu para aliviar a necessidade desta ou daquela pessoa. Isso é matéria que só interessa a quem disponibiliza a ajuda e a quem a recebe. A regra é simples e não tem de ser mais específica: em cada momento, deve dar-se o que se pode e seja preciso. Nem menos, nem mais.

A Loja Mestre Affonso Domingues procura manter, se possível, uma reserva mínima para poder acorrer a uma urgente necessidade de um Irmão, de uma viúva ou de um filho menor de um maçon falecido. Mas também nunca tem grande entesouramento no seu Tronco da Viúva. Não faz sentido guardar de mais, deixando necessidades que se podem aliviar sem alívio... Enfim, o Tronco da Viúva da Loja Mestre Affonso Domingues está sempre em equilíbrio instável... Nem demasiado leve (excepto quando tal for necessário), nem demasiado pesado. E é assim que o queremos!

________________________

1. Já chegaram os primeiros donativos para a Inês! Amigo leitor, não se esqueça, colabore também no auxílio à Inês. Contribua com o que puder e quiser. No texto Pela Inês pode ver como o fazer.

2. E é favor anotar na agenda, a letras BEM GRANDES: SÁBADO DE MANHÃ: IR DAR SANGUE NA ESCOLA MELLO FALCÃO DA PONTINHA (quem está longe, pode ir dar sangue ao centro de recolha do Instituto do Sangue mais próximo; lá também aceitam...)

Rui Bandeira

08 abril 2008

Pela Inês!

A Inês sofre de uma doença genética rara, doença de Wilson, que afecta o fígado, resultando em que este órgão não elimine o excesso de cobre introduzido no organismo através dos alimentos. O cobre não eliminado acumula-se e espalha-se no organismo, originando um lento envenenamento.

A Inês suporta este calvário há doze anos. Neste momento, o cobre acumulado afecta já o cérebro desta criança, provocando-lhe várias paralisias. Após muitas consultas em hospitais de Lisboa, Coimbra e Porto, após muitas sessões de fisioterapia, terapia ocupacional e terapia da fala, tudo buscando minimizar, na medida do possível, os terríveis efeitos deste implacável envenenamento, surgiu a hipótese de um transplante de fígado.

A família da Inês conseguiu a marcação deste transplante, mas em Cuba, país onde se deslocará a Inês, em princípios de Junho, para se submeter à intervenção. Como é óbvio, as despesas envolvidas têm sido e vão ser muitas e pesadas. A família da Inês tem despendido tudo o que pode no seu tratamento. Mas agora precisa de auxílio financeiro urgente. Junho é já daqui a menos de dois meses, o dinheiro não chega, mas a oportunidade não pode, nem deve, ser desperdiçada.
A RL:. Luís de Camões, sediada na localidade onde mora a Inês, entendeu associar-se a esta campanha de solidariedade. Claro que os maçons, conhecendo este caso e a situação de necessidade em que se encontra a Inês, vão cumprir o seu dever de solidariedade e auxiliar, na medida das suas possibilidades. A Respeitável Loja Luís de Camões vai recorrer ao seu Tronco da Viúva para contribuir com o que pode para as despesas do tratamento da Inês. A Loja Mestre Affonso Domingues vai recorrer ao seu Tronco da Viúva para juntar a sua disponibilidade. Outras Lojas vão recorrer aos seus respectivos Troncos da Viúva e juntar também meios para o mesmo fim. Mas, infelizmente, ainda não chega! As despesas são grandes e nem mesmo os fundos guardados para acorrer a situações de necessidade, mesmo postos em conjunto, chegam para as assegurar.

Mas a Inês não vai ficar sem o seu indispensável tratamento, sem efectuar o imprescindível transplante! Decidi, pois, procurar alargar a cadeia de solidariedade. Nós, maçons, procuramos ajudar, discretamente, quem precisa. Mas também não temos receio nem vergonha de gritar por ajuda, quando tal é necessário. Pela Inês, agora é!

Deixo, pois, aqui um apelo ao donativo de fundos para ajudar a financiar as despesas com o transplante da Inês. Nenhuma quantia é demasiado pequena. Nenhuma boa-vontade é supérflua. Muitos poucos fazem muito e hão-de fazer o necessário.

Quem quiser e puder efectuar um donativo, por favor efectue uma transferência ou um depósito na conta do Banco Best com o NIB 0065 0921 00043890008 19, com a indicação INÊS e envie uma mensagem de correio electrónico para mestreaffonsodomingues@gmail.com confirmando esse facto. Para quem, estando fora de Portugal, quiser efectuar um donativo, pode fazê-lo mediante transferência para essa conta , indicando o IBAN (International Bank Account Number) PT50006509210004389000819. O código SWIFT / BIC do Banco Best é BESZPTPL.

Os fundos recebidos serão na totalidade entregues aos pais da Inês. Mediante o envio da mensagem de correio electrónico confirmativa do donativo, os doadores possibilitarão meio de contacto através do qual receberão confirmação da boa recepção das respectivas transferências, da entrega dos donativos aos pais da Inês e, oportunamente, informação sobre a efectivação do transplante e dos resultados (todos esperamos que positivos) para a Inês.

Caro leitor: normalmente o mais difícil não é ser solidário; é vencer a inércia. Por favor, vença-a. Ajude na medida em que puder e quiser. Pela Inês!

Os nossos amigos leitores que mantêm também blogues, se quiserem também aí divulgar este apelo, também ajudarão. Todas as ajudas são bem-vindas. Pela Inês!

_______________________________

Entretanto, se puder, não se esqueça também de ir dar sangue no próximo sábado!

Rui Bandeira