Em memória de um GM:.
TENTAÇÕES
há sempre uma
pardoca
e na ponta de um
anzol
há sempre uma
minhoca!
São coisas da mão
de Deus
no campo da
tentação,
para o pardal a
pardoca,
para o peixe a
minhoca,
para Deus, o
pecado,
para o gato o peixe cru,
para o caminhante,
o cajado
só tu!
Mês de Maio/6024
A GLLP/GLRP está em período eleitoral.
Pela primeira vez apresentam-se 4 candidatos ao acto
eleitoral para GM:. e esse facto leva-me a algumas reflexões que não vou
partilhar aqui.
O que me traz ao A-Partir-Pedra é a recordação, misto de
saudade e reverência, por um dos GM:. que tive a “sorte” de conhecer no meu
percurso maçónico e que nos deixou, a caminho do Oriente Eterno, há alguns
anos.
Água, meu
caminho
Quando sozinho,
Envolto em dor e mágoa, procuro o meu caminho,
Imagino que sou
água.
separo montanhas,
divido-me em ribeiros,
infiltro-me,
contorno, alargo e estreito-me em barragens,
condenso-me,
evaporo, sou fruto de miragens,
alio-me ao vento e
faço-me erosão,
despenho-me em
tormento e converto-me em paixão,
sempre certo de
arribar
por saber que sou
mar!
Posso contar duas das minhas memórias convividas com este enorme Maçon.
- Razoavelmente baixo ainda que bem constituído (pelo menos aparentemente). Sempre o vi, fosse em que circunstâncias fosse, com um avental branco. Com as “joias” da função, pois claro.
Mas branco. Como os Aprendizes.
- Numa sessão de GL:. fora do templo preparava-se a cerimónia. Os participantes paramentavam-se, conversava-se sobre os assuntos mais diversos. Alguns participantes entravam e iam tomando os seus lugares, outros ainda entravam e saiam. Nesta movimentação ainda desordenada encontrei-me nos degraus do Oriente com o GM:. que, também ele, foi dar uma olhada a ver se a disposição de lugares e ferramentas estavam “en su sitio”. Na 1ªfila do Norte, ali perto de nós que falávamos de qualquer coisa, sentou-se um Irmão, PVM:. como devia ser, mas apenas identificável pelo avental pois não trazia qualquer colar ou joia que o distinguisse e o GM:., não reparando nos pormenores do avental e não conhecendo aquele Irmão, perguntou-lhe se era PVM:. Acontece que se tratava de um Irmão que ferve em pouca água e achou que devia sentir-se ofendido com a pergunta e respondendo algo como “com certeza senão não estava aqui”, levantou-se e arrancou porta fora. E o GM:. face ao engano em que caíra chamou o Irmão desavindo que não respondeu, e arrancou ele mesmo do Oriente onde estava, atrás daquele Irmão “zangado”, foi buscá-lo ao exterior do templo, trouxe-o com ele e pediu-lhe desculpa à frente de vários de nós, aqueles que já ali estavam.
Não faço qualquer comentário a estes dois momentos que pude
conviver com este enorme GM:. . Apenas os recordo e deixo como memória.
Já agora como exemplo, também.
SE AINDA NÃO
ENTENDESTE
que moras no meu
coração
desde o dia em que
te vi
triste sina a
minha, então,
não moro dentro de
ti!
(Recordação do meu Irmão Mário Martin Guia, Maçon e Poeta)
J.Paiva Setúbal (MM:.)
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