28 maio 2024

 


Em memória de um GM:.

TENTAÇÕES

 Na vida de um pardal

há sempre uma pardoca

e na ponta de um anzol

há sempre uma minhoca!

 

São coisas da mão de Deus

no campo da tentação,

 

para o pardal a pardoca,

para o peixe a minhoca,

para Deus, o pecado,

para o gato o peixe cru,

para o caminhante, o cajado


 e para mim…

só tu!

 

Mês de Maio/6024

A GLLP/GLRP está em período eleitoral.

Pela primeira vez apresentam-se 4 candidatos ao acto eleitoral para GM:. e esse facto leva-me a algumas reflexões que não vou partilhar aqui.

O que me traz ao A-Partir-Pedra é a recordação, misto de saudade e reverência, por um dos GM:. que tive a “sorte” de conhecer no meu percurso maçónico e que nos deixou, a caminho do Oriente Eterno, há alguns anos.

Água, meu caminho

Quando sozinho,

Envolto em dor e mágoa, procuro o meu caminho,

Imagino que sou água.

 Cavo desfiladeiros,

separo montanhas, divido-me em ribeiros,

infiltro-me, contorno, alargo e estreito-me em barragens,

condenso-me, evaporo, sou fruto de miragens,

 

alio-me ao vento e faço-me erosão,

despenho-me em tormento e converto-me em paixão,

 

sempre certo de arribar

por saber que sou mar!

 

Posso contar duas das minhas memórias convividas com este enorme Maçon.

- Razoavelmente baixo ainda que bem constituído (pelo menos aparentemente). Sempre o vi, fosse em que circunstâncias fosse, com um avental branco. Com as “joias” da função, pois claro.

Mas branco. Como os Aprendizes.

- Numa sessão de GL:. fora do templo preparava-se a cerimónia. Os participantes paramentavam-se, conversava-se sobre os assuntos mais diversos. Alguns participantes entravam e iam tomando os seus lugares, outros ainda entravam e saiam. Nesta movimentação ainda desordenada encontrei-me nos degraus do Oriente com o GM:. que, também ele, foi dar uma olhada a ver se a disposição de lugares e ferramentas estavam “en su sitio”. Na 1ªfila do Norte, ali perto de nós que falávamos de qualquer coisa, sentou-se um Irmão, PVM:. como devia ser, mas apenas identificável pelo avental pois não trazia qualquer colar ou joia que o distinguisse e o GM:., não reparando nos pormenores do avental e não conhecendo aquele Irmão, perguntou-lhe se era PVM:. Acontece que se tratava de um Irmão que ferve em pouca água e achou que devia sentir-se ofendido com a pergunta e respondendo algo como “com certeza senão não estava aqui”, levantou-se e arrancou porta fora. E o GM:. face ao engano em que caíra chamou o Irmão desavindo que não respondeu, e arrancou ele mesmo do Oriente onde estava, atrás daquele Irmão “zangado”, foi buscá-lo ao exterior do templo, trouxe-o com ele e pediu-lhe desculpa à frente de vários de nós, aqueles que já ali estavam.

Não faço qualquer comentário a estes dois momentos que pude conviver com este enorme GM:. . Apenas os recordo e deixo como memória.

Já agora como exemplo, também.

 

SE AINDA NÃO ENTENDESTE

 Se ainda não entendeste

que moras no meu coração

desde o dia em que te vi

 

triste sina a minha, então,

 

não moro dentro de ti!

 

(Recordação do meu Irmão Mário Martin Guia, Maçon e Poeta)

 

J.Paiva Setúbal (MM:.)

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