25 janeiro 2019

Exortação do Grão-Mestre da GLLP/GLRP aos Grandes Oficiais


Muito Respeitáveis e Respeitáveis Irmãos,

Meus Queridos Irmãos e Amigos,

Começo por agradecer a vossa presença, neste momento de fraterno convívio, passados pouco mais  de 100 dias, desde a minha instalação.

Não pretendo fazer um balanço, mas quero que aproveitem este momento para se conhecerem melhor, para partilharem opiniões e experiências e para que se sintam mais próximos uns dos outros.

Aproveito ainda este encontro para definir estratégias e promover o início de um debate importante sobre o nosso verdadeiro papel enquanto maçons:

- Será que o que fazemos enquanto maçons é aquilo que a sociedade espera de nós?

- Será que aquilo que fazemos como maçons nos ajuda a crescer e a ser homens melhores?

- Podemos vencer o imobilismo e ser pró-ativos e interventivos em prol de causas que preencham vazios e necessidades concretas de pessoas que todos conhecem e já identificaram?

Estas são algumas das questões que devem estar sempre presentes e para as quais devemos procurar incessantemente respostas. 

A Grande Loja tem, presentemente, cerca de 3.000 obreiros e isso justifica por si só o imenso trabalho que todos temos pela frente.

As Lojas são e devem ser a base do nosso trabalho e o foco principal da Grande Loja.

A Grande Loja só existe porque existem Lojas, o Grão-Mestre só existe porque existe Grande Loja e os Grandes Oficiais só existem porque foram nomeados. 

A todos os Grandes Oficiais quero agradecer a disponibilidade para trabalharem em prol deste projeto comum que eu assumi encabeçar. Foram nomeados para trabalharem com dedicação, lealdade e zelo em prol da nossa Augusta Ordem.

Deixemo-nos, pois, de vaidades, de egos inflamados. Inquietem-se e questionem-se sobre o contributo que cada um pode dar, em cada uma das vossas funções, no dia-a-dia à Grande Loja, ao vosso Grão-mestre e às Lojas.

Exige-se que sejamos uma verdadeira equipa, que façamos parte de um “governo” responsável,  somando todas as nossas energias de forma positiva.

Visitem as Lojas, contribuindo dessa forma para uma maior aproximação entre estas e a Grande Loja. Aproeitem para passar as nossas mensagens, os nossos anseios, em paz e Harmonia. Assumam-se como verdadeiros representantes do Grão Mestre, sem vaidades e sem prepotências.

Não alimentem querelas estéreis, sejam exemplares nas vossas funções e intervenções.

Sejam ainda arautos de boas notícias, de projetos que toquem cada um de nós e envolvam todas as Lojas. 

Temos cerca de 144 Lojas. É verdade, que só cerca de 127 estão ativas e que muitas vivem no limiar de um quórum, que se pretende ver reforçado, para que todas possam trabalhar o Rito, de forma, a que no final, tudo esteja justo e perfeito.

Todos nós temos o dever de ajudar as Lojas a reforçar o quadro de obreiros, convidando todos aqueles que, pelas suas reconhecidas qualidades humanas, intelectuais e solidárias, a integrar a nossa Ordem, num processo de rigorosa seleção.

Temos ainda, Meus Queridos Irmãos um longo caminho a percorrer em termos esotéricos, espirituais e filosóficos, na constante busca da perfeição, quer pessoal quer coletiva.

Ajudem-me a criar um novo clima de harmonia, de paz e de alegria. Nós maçons, temos ao nosso dispor, meios que mais ninguém tem, para influenciar a sociedade de forma muito positiva.

É verdade que vivemos tempos de incertezas, de ausência de valores, em que vale quase tudo: são as redes sociais que, presentemente, ocupam uma parte significativa do nosso tempo; são as “fake news” e o populismo que levam a comportamentos inaceitáveis numa sociedade moderna, justa e democrática; são tantas e constantes as solicitações que enfraquecem a natural disponibilidade para causas solidárias e fraternas.

Temos assim que, enquanto, principais representantes do Grão Mestre e da Grande Loja ser um exemplo de rigor, de disponibilidade, de conhecimento e de partilha da verdadeira amizade fraterna.

Aqueles que foram nomeados e instalados aceitaram “de livre vontade desempenhar as funções do cargo para os quais foram nomeados” e “desempenhar com zelo e lealdade todas essas funções e “juraram e renovaram a promessa solene de amar todos os Irmãos e socorrê-los e ir em seu auxilio, sempre que for necessário”, e “juraram e prometeram cumprir fielmente e com zelo as missões confiadas pelo Grão-Mestre”.

É isso que eu espero de todos vós. É isso que todos esperam de nós.

Dois projetos devem merecer a nossa especial atenção: a REM e a Academia Maçónica. Destaco estes dois, como podia destacar outros, mas temos que começar por algum lado.

Peço pois, o vosso apoio ao RI Paulo Caetano e ao RI Armando Anacleto, a quem devemos apoiar de forma incondicional e sem regatear esforços. O trabalho por eles desenvolvido e a desenvolver, visa exclusivamente o benefício coletivo e não o individual.

Confio em todos sem exceção. Sozinho não conseguirei passar do plano das boas intenções.

Temos muito trabalho pela frente, mas sei que com a ajuda de todos, o nosso trabalho será no final, coroado de sucesso.

No próximo dia 23 de Fevereiro de 2019 realiza-se a Cerimónia da Lembrança, na qual vamos honrar e recordar todos os Irmãos que partiram para o Oriente Eterno. Conto com a vossa presença!

Recordo com saudade todos aqueles que partiram, mas permitam-me que, de forma muito especial, recorde o R.I. Luís Cardoso, que foi um grande exemplo como Homem, como Maçom e como Grande Correio Mor. Ele, verdadeiramente, não partiu, porque contínua presente nos corações de todos nós.

Por último, renovo o meu agradecimento a todos pela vossa presença e peço-vos que aproveitem este momento para se conhecerem melhor, para uma sã partilha de ideias e de “sonhos” para, no final, tornar a nossa Augusta Ordem mais forte e em que todos sintam um enorme orgulho em serem maçons.

À G.D.G.A.D.U.

Armindo Azevedo
Grão-Mestre

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