07 novembro 2010
03 novembro 2010
Vencedor e... vencedor!
José Manuel Anes era bem conhecido. Fora um prestimoso colaborador de Luís Nandin de Carvalho e em boa parte também a ele se devera a manutenção do reconhecimento internacional, após a cisão. Alberto Trovão do Rosário, professor universitário, obreiro de uma Loja no distrito de Setúbal, era então menos conhecido, mas era-lhe reconhecida grande capacidade, profunda estatura cívica e intelectual e era ardentemente apoiado por alguns Irmãos que suportavam a sua candidatura.
Recentemente cicatrizada de uma cisão, a GLLP/GLRP e os seus obreiros não pretendiam propiciar condições para que uma outra viesse a ocorrer. As duas candidaturas preocuparam-se assim em atuar de forma a que nenhuma fagulha ativasse indesejável braseiro. Pela primeira vez havia disputa eleitoral, importava demonstrar que esse facto integrava a normalidade da vida institucional da Obediência. Sabia-se que alguém havia de vencer e alguém haveria de perder a eleição. Isso era normal e fazia parte do processo eleitoral. Importava que a aceitação do resultado eleitoral fosse consensual e não criasse risco de perturbações - já tínhamos tido a nossa conta delas!
A divulgação das candidaturas e seus projetos - aquilo a que vulgarmente se designa por campanha eleitoral... - decorreu de forma exemplar: cada candidatura elaborou os seus documentos, que foram divulgados e distribuídos pela estrutura da GLLP /GLRP, com rigorosa imparcialidade. Ambos os candidatos se deslocaram às Lojas para se apresentarem e com os obreiros das Lojas debater os respetivos projetos. Mas essas deslocações tiveram a particularidade de terem sido feitas em conjunto. Não houve campanhas eleitorais, houve a apresentação de projetos, em sadio confronto.
Dificilmente se poderia ter tomado melhor opção! O processo eleitoral decorreu em harmonia, sem incidentes, cada um apresentando as suas ideias e assistindo à apresentação das ideias do seu opositor. Tudo decorreu com elevação, em verdadeira fraternidade.
No decorrer desse processo, verificou-se que as bases, as Lojas e seus obreiros, apreciaram a forma como ambos os candidatos divulgaram os seus propósitos. Verificaram que tinham perante si dois verdadeiros potenciais Grão-Mestres. Sabiam que só um seria eleito. Mas demonstravam o seu apreço por ambos. Consensualmente, a ideia surgiu, a sugestão foi verbalizada, o apelo foi feito, a opinião, Loja a Loja, coletivamente foi formada: um dos dois candidatos seria eleito, mas ambos eram merecedores de o ser. Então, sendo inevitável que houvesse um eleito e um não eleito, havia que proceder da forma que melhor se pudesse reconhecer esse mérito de ambos os candidatos. Loja a Loja, a mensagem que os candidatos ouviram afinava pelo mesmo diapasão: o candidato eleito Grão-Mestre deveria designar o outro candidato Vice-Grão-Mestre!
Talvez inicialmente não fosse essa a ideia dos candidatos. Mas o pulsar da Obediência era inequívoco.
E assim foi feito! Apurados os resultados da eleição, verificou-se que fora eleito para terceiro Grão-Mestre José Manuel Anes. Não se soube - está definido que não se saiba! - se a sua eleição ocorreu com grande ou pequena vantagem. Não houve elementos quantitativos a deslustrar a valia qualitativa de ambos os candidatos. E o Grão-Mestre eleito designou como Vice-Grão-Mestre o seu opositor na eleição!
Alberto Trovão do Rosário foi assim designado Vice-Grão-Mestre, com toda a legitimidade, com todo o peso institucional que a exemplar atuação de ambos os candidatos na eleição permitiram que lhe fosse conferido.
E foi assim que, de uma assentada, a GLLP/GLRP, recentemente cicatrizada a ferida da cisão, elegeu, não um, mas dois Grão-Mestres! Porque logo então se percebeu que, salvo qualquer anormalidade, não se tinha eleito apenas o terceiro Grão-Mestre: também se tinha escolhido o seu sucessor!
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 4 comments
Marcadores: Memória da Grande Loja
01 novembro 2010
A liberdade na interpretação da simbologia maçónica
Paulo M.
Publicado por Paulo M. às 04:08 11 comments
Marcadores: Maçonaria explicada, Simbolismo
28 outubro 2010
O 1º dia como Venerável Mestre
Caros Leitores
Ser Venerável Mestre de uma loja é, em si, um motivo de orgulho, já que significa que os restantes Irmãos da Loja nos aceitam e nos confiam a orientação da Loja, durante um Veneralato; ser Venerável da Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues é, em meu entender, mais do que isso. Vejamos:
- A RLMAD é uma das mais antigas Lojas que integram a GLLP/GLRP.
- A RLMAD é uma das Lojas mais activas, tendo sido pioneira em muitos aspectos, dos quais a presença activa na Internet constitui um excelente exemplo
- A RLMAD é uma Loja de referência, dado o rigor e dedicação com que se envolve em tudo. Como exemplo deste facto, pode-se destacar um determinado período da sua vida em que era a única Loja a fazer iniciações.
- Na RLMAD, discutem-se forte e veementemente todos os assuntos, sendo que essas discussões são sempre balizadas pelo forte sentimento de tolerância e amizade que une os Irmãos
- ...
Acresce que existe sempre uma tendência para fazer comparações e o anterior Venerável foi extraordinário na forma como conduziu os trabalhos da Loja; se não fosse o receio de com isso poder ser injusto com outros Veneráveis, arriscaria a dizer que considero este, um dos melhores Veneralatos da história da Loja. Fica aqui a minha homenagem ao I:. Rui L:., pelo excelente trabalho que desenvolveu, bem como um sentimento de tranquilidade, por poder contar com ele como meu conselheiro.
Como é que se resolve o problema da comparação??? trabalhando muito todos os dias, buscando levar a Loja ainda mais alto, usando como alicerces, tudo o que os anteriores Veneráveis "plantaram". Para todos eles, o meu Muito Obrigado e para mim, Mãos à obra...
Publicado por A Jorge às 21:44 6 comments
O Vigésimo Primeiro Veneravel Mestre
Tem o cronista, para o efeito eu próprio, que começar por pedir desculpa por em tempo devido nao ter anunciado a eleição do ora empossado Veneravel Mestre da Loja Mestre Affonso Domingues.
Na sessão de 27 de Outubro, foi instalado o Irmão A.Jorge, ele também cronista deste blog e editor do sitio internet da loja. Nao foi por isso que foi eleito e instalado, foi mais porque durante 12 anos, tempo que intervalou a sua iniciação em Outubro de 1998 e a sua Instalaçao como VM, progrediu desempenhou quase todos os cargos de Loja, aprendeu, ensinou, trabalhou.
A sua instalação é um corolário da sua disponibilidade para com a Loja. Dele esperamos trabalho, e progresso, serenidade e seriedade.
Para mim, que ha 12 anos atrás assinei a sua ficha de candidatura, assumindo-me como proponente, foi um privilégio enorme poder ser o Mestre Instalador.
Da Loja, sabe ele já que receberá tudo o que houver para dar, A Loja ao escolhe-lo sabe bem que o espremerá para que dê tudo o que tem para dar.
É assim na Affonso Domingues, e nós gostamos.
José Ruah
Publicado por Jose Ruah às 03:34 1 comments
Marcadores: Memória da Loja, RLMAD, Venerável Mestre
27 outubro 2010
Regra particular
Na GLLP/GLRP, desde a sua fundação, vigora uma regra que não é comummente adotada - e que não creio que fosse saudável a sua adoção generalizada. Essa regra postula que, no processo eleitoral para a eleição do Grão-Mestre, efetuada a votação e contados os votos, apenas seja divulgado quem foi eleito Grão Mestre, não se divulgando o concreto resultado quantitativo da eleição - isto é, o número de votos recebido por cada candidato. Mais, os elementos que integram a assembleia de apuramento dos resultados - composta pela Comissão Eleitoral e pelos candidatos ou seus representantes - ficam obrigados a rigoroso dever de sigilo quanto a esse resultado quantitativo.
Esta regra evidentemente não é adequada para a generalidade dos casos. Na maior parte das eleições, a exigência de transparência impõe que sejam pormenorizadamente divulgados os resultados apurados. Porquê então esta regra, neste particular caso? Porquê a falta de preocupação com a transparência?
A resposta está em que, por um lado, a necessidade de zelar pela transparência é aqui reduzida e, por outro, um outro valor se procura defender.
A necessidade de transparência é neste caso reduzida, atento o universo de votantes e de interessados. Votam para Grão-Mestre todos os Mestres da GLLP/GLRP. Ser Mestre Maçom pressupõe uma elevação ética, a ser constantemente exercida, que impede que haja fraude eleitoral. Mais: que torna impensável a possibilidade de fraude eleitoral. A genuinidade e honestidade do processo - e a fiscalização do seu decorrer - está garantida pelo respeito que merece a Comissão Eleitoral e a confiança que todos depositam na sua imparcialidade, além de, obviamente, o apuramento dos resultados ocorrer na presença e sob fiscalização dos candidatos ou seus representantes. Todos sabem que o candidato que for anunciado como tendo sido eleito é aquele que, sem margem para dúvidas ou suspeitas, recolheu mais votos. Isso é ponto assente!
Assim sendo, a divulgação quantitativa dos resultados apenas serviria para satisfazer a curiosidade. A não divulgação quantitativa dos resultados protege um outro valor: a imagem, a valia, o potencial futuro do ou dos candidatos derrotados! Pouco importa a dimensão da vitória do candidato escolhido. Não esqueçamos que a dimensão da vitória do escolhido é diretamente proporcional à dimensão da derrota do ou dos preteridos...
O processo de votação para eleição de Grão-Mestre potencia probabilidades de existência de resultados desnivelados. Todos os Mestres dispõem de um voto, mas o voto é exercido pelos Mestres nas suas Lojas, em sessões especificamente convocadas para a eleição. O forte cimento que liga os obreiros de uma Loja entre si, o hábito da busca e obtenção de consensos, potencia as possibilidades de cada Loja ter votações muito fortes, quiçá unânimes, ou quase, no candidato em relação ao qual na Loja se gerou consenso no sentido do seu apoio. Isto gera a tendência de - salvo quando haja porventura significativa divisão entre Lojas quanto à escolha do candidato a eleger - para que o resultado quantitativo seja uma votação muito significativa, quiçá esmagadora, no candidato eleito.
E, no entanto, a significativamente menor expressão eleitoral do ou dos candidatos derrotados não implica a sua menor valia. Sobretudo, não implica que não seja ou sejam capazes ou merecedores para exercer o ofício de Grão-Mestre. Significa apenas que, naquele particular momento, a escolha recaiu noutro. Tão só.
Ao não se divulgar resultados quantitativos, protege-se a igualdade qualitativa dos candidatos. A votação não escolheu um em detrimento de outro ou de outros porque aquele era bom e este ou estes eram maus. Escolheu-se de entre vários Irmãos a quem foi reconhecida capacidade para o exercício do cargo - e por isso beneficiaram da proposta de vários Mestres - um para o exercer. Aquele que, naquele momento, se entendeu ser o que teria condições para melhor exercer a função. Tão só. O que não quer dizer que, na eleição seguinte, o ou um dos derrotados desta eleição não possa vir a recolher o apoio para ser, por sua vez e então, eleito.
Ter sido candidato derrotado não inviabiliza ou dificulta eleição posterior. Mas ter sido candidato copiosamente derrotado pode dificultar muito essa possibilidade e, quiçá injustamente, quiçá com prejuízo para a instituição, liquidar as possibilidades futuras de eleição de um bom candidato que, em determinado momento, defrontou e perdeu perante outro que foi então considerado mais bem colocado para exercer o ofício, em detrimento de, possivelmente, um menos bom candidato que beneficiaria de não ter sofrido anteriormente copiosa derrota... apenas porque não se apresentou à eleição.
Em eleições maçónicas, não há vencedores nem vencidos. Há apenas os que são escolhidos e os que, naquele momento, o não são. Aquele que foi preterido numa escolha eleitoral não deve ficar, de forma alguma, diminuído para o futuro. Essa preterição não significa que não tenha capacidade ou merecimento para o exercício da função. Significa apenas que, naquele momento concreto, se entendeu haver outro um pouco mais bem qualificado ou um pouco mais merecedor de a exercer. E a diferença de valia, naquele momento, entre ambos, pode ser muitíssimo menor, do que a expressão eleitoral quantitativa resultante de uma votação.
Não é comum, sabemos, esta regra. Mas é uma regra que protege e salvaguarda os preteridos numa votação, mantendo incólumes as suas possibilidades no futuro. E isso já sucedeu! Já foi eleito um candidato que, na eleição anterior, tinha sido preterido em favor de outrem. Sem problemas: a generalidade dos votantes não sabia se, nessa eleição, fora preterido por curta margem ou copiosamente batido na escolha. A eleição subsequente não foi, assim, perturbada por um elemento que - manifestamente - não fez falta nenhum para a escolha então efetuada.
Esta regra que mantemos entre nós, na GLLP/GLRP, não é - sabemo-lo bem - suscetível de ser comummente aplicada. Mas atrevo-me a pensar que o mundo será um pouco melhor se e quando puder sê-lo, sem problemas...
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 6 comments
Marcadores: Eleições
24 outubro 2010
A interpretação e significado dos símbolos maçónicos
Paulo M.
Publicado por Paulo M. às 22:21 8 comments
Marcadores: Maçonaria explicada, Simbolismo