29 abril 2009

Republica ou Monarquia

Marco Moreyra, leitor e seguidor deste blog desde há já algum tempo colocou a seguinte pergunta:
"REPÚBLICA OU MONARQUIA?
Qual das correntes políticas é a mais "filo-maçonica"?
Olhando para os exemplos dos EUA e do Reino Unido, podemos dizer que, eventualmente, não existem diferenças no modo como a Monarquia e a República olham a Maçonaria. Inclusivé desde a fundação dos EUA os founding-fathers estiveram ligados à maçonaria e desde os primórdios da mesma a Casa Real Britânica tem tido variados mestres maçons nas sua fileiras.Mas à excepção destes dois exemplos, o que dizer dos restantes países...?"
A maçonaria é transversal à corrente politica. É um facto que os dois exemplos mais emblematicos são os mencionados e que de facto a fundação dos Estados Unidos foi pensada entre outros por Maçons, e que em Inglaterra o Grão Mestre é tradicionalmente membro da Familia Real - embora seja eleito todos os anos - tendo muitas vezes sido o próprio Rei.
A maçonaria existe num grande numero de países sejam eles republicas ou monarquias em que vigorem regimes abertos e não ditatoriais, não existe em países sejam eles republicas ou monarquias em que o regime politico é ditatorial.
No entanto e como em tudo há excepções como sejam a Grande Loja de Cuba, cuja existencia é tolerada.
Vejamos como exemplo os países da União Europeia.
Holanda, Belgica Luxemburgo, Espanha, Suécia, Dinamarca, Reino Unido são Monarquias e a Maçonaria existe e é reconhecida como Organização. Na Suécia o Grão-Mestre é o Rei. e no Reino Unido o duque de Kent. Nos demais países isso não acontece e o Grão-Mestre é um cidadão como qualquer outro.
Nos demais países da União Europeia, desconheço contudo o que se passa na Eslovenia e na Eslováquia, o regime é o republicano e a Maçonaria também existe e sem problema.
Penso que podemos dizer que não é relevante se o regime é Monarquico ou Republicano para a Maçonaria. É relevante sim se o regime é ou não totalitário ou democratico.
Quanto às opções de cada membro da maçonaria, essas são as individuais e não são relevantes para a pertença. A condição é a crença no Grande Arquitecto e não num ou noutro regime politico.
Como sabemos e já foi dito aqui no blog muitas vezes uma das bases de vida da maçonaria são os landmarks. De entre estes penso que é importante destacar o seguinte:
10. Os Maçons cultivam nas suas Lojas o amor da Pátria, a submissão às leis e o respeito pela Autoridade constituída. Consideram o trabalho como o dever primordial do ser humano e honram-no sob todas as formas.
Nada aqui refere um sistema politico, apenas refere que qualquer que seja a Maçonaria obedece à Autoridade constituida.
Também ritualmente isto é verdade pois nos Ágapes um dos brindes é feito ao Presidente da Republica / Monarca do país e um outro aos Soberanos e Chefes de Estado dos demais países.
Espero que tenha ficado claro o conceito.


José Ruah

28 abril 2009

Pergunta - Resposta versão 2009

Os tempos vão dificeis. Há muita coisa de ambito maçónico para fazer nos próximos dias, e de algumas aqui daremos noticia, quando for oportuno.

Como as coisas não se fazem sózinhas e o dia continua a ter apenas 24 horas, mesmo para os Maçons, tem sobrado muito pouco para a criação de inéditos para publicação.

Entendo que os leitores estejam um pouco tristes, se sintam "abandonados", mas também por outro lado têm tido a oportunidade de ler alguns textos de autores convidados que são inegavelmente de boa qualidade.

Como especie de compensação e aproveitando a sugestão de um dos leitores mais assiduos deste espaço reabro o tema de perguntas e respostas.

À semelhança do que ja fiz no passado tentarei dentro dos meus conhecimentos responder às perguntas que forem colocadas.

O processo é similar ao que já ocorreu, os leitores colocam as suas questões na caixa de comentário ou por mail, e eu farei por responder em Posts colocados para o efeito.
Todavia, e como Maçon prevenido vale por dois, desta vez haverá condições. Só serão respondidas questões que achar dignas de resposta. Ou seja provocações e abertura de polémicas desnecessárias serão simplesmente ignoradas.

Por outro lado, agradeço que as questões sejam precisas e concisas, pois como disse o tempo é pouco e não será possivel estar a ler "testamentos" com "links" etc.

Fico a aguardar o vosso eventual interesse.


José Ruah

27 abril 2009

O que é uma Loja Maçónica?

Na Loja Maçónica se esquecem as preocupações, calam-se os receios, perdoam-se os agravos, consolam-se os sofrimentos e avivam-se as esperanças.

Loja Maçónica - É da natureza humana encontrar um lugar ao qual possamos pertencer e nos sentir úteis, mas é de vital importância que também nos agrupemos espiritualmente e ajudemos uns aos outros.

Chama-se Loja o retiro silencioso dos homens de boa vontade, o Templo augusto da caridade, do amor e da educação cívica, onde se congregam os espíritos honrados, para elaborarem a redenção dos povos e o progresso da humanidade em todas as suas manifestações.

Efectivamente, o Templo Maçónico é uma reprodução, em ponto pequeno, do planeta, com sua abóbada azul, com seu sol, sua lua e suas constelações de astros que contam incessantemente a grandeza do Grande Arquitecto dos Mundos.

O forro do Templo tem a forma de abóbada pintada de azul, representa o céu a noite, com uma multidão de estrelas visíveis, como as do céu porque, como ele, abriga todos os homens, sem distinção de classe ou de cor.

O Templo simboliza o Cosmos, representando o céu. A contemplação de um céu estrelado dá uma grande quietude e uma notável serenidade de espírito; ela incita não ao devaneio, mas à meditação.

O local em que uma sociedade maçónica realiza suas Sessões e, por extensão, qualquer corporação maçónica (na realidade, prefere-se falar em Templo, para designar o local de reunião, reservando o vocábulo Loja para designar a corporação maçónica, quando os seus membros reúnem-se num Templo; ao final de uma Sessão, a Loja é considerada fechada, mas o Templo continua aberto, inclusive para outras Lojas).

Entretanto, o espaço denominado Loja busca em primeira instância representar os canteiros de obras do passado e em segunda instância a relação mística entre a Obra perfeita dedicada a "DEUS" e a construção interior do Homem, cujo corpo é o habitat do espírito.

Nestes dois conceitos, o primeiro é de base originária directamente relacionada aos Maçons de ofício, ou operativos, que rigorosamente desbastavam a pedra e construíam, dentre outros, castelos catedrais, etc..Já o segundo conceito se baseia na transformação operativo-especulativa, quando, por razões históricas, a Maçonaria assumiu o feitio do construtor social, apresentando o Homem como a principal matéria-prima para a construção de um Templo dedicado à Virtude Universal. É com base neste segundo conceito que se desenharia a alegoria do Templo de Jerusalém, originário do misticismo hebraico.

A Loja é o esteio da franco-maçonaria. Quando os membros se reúnem, agrupam-se como em uma loja - é erróneo dizer que estão se reunindo numa loja. Embora eles possam de facto estar se reunindo numa estrutura que chamam de "loja", os membros são considerados a loja, não o edifício onde se encontram. As primeiras lojas reuniam-se em tavernas e lugares públicos.

Templo é o edifício para funcionamento das Lojas. É o abrigo das chuvas, do calor, do frio. Loja simboliza o mundo ou o universo; é o abrigo do medo, da dor e da solidão.

Uma Loja maçónica não é um Templo misterioso; tampouco é um local onde se praticam ritualismos cabalísticos incompreensíveis. Não é um reformatório para recuperar vencidos. Não é uma filial de instituição de beneficência ou de auxílios mútuos.

Mas o que é, afinal, uma Loja maçónica?

Uma Loja maçónica é um local de reunião pacífica e feliz, onde homens de boa vontade e bom senso têm satisfação de se reunir como Irmãos, despidos de títulos e honrarias e são, simplesmente, Irmãos decididos a colaborar e promover boas causas. É o lugar onde o Maçom comparece para "recarregar" as suas baterias gastas, refazer suas energias, alimentar-se de afecto e encontrar acolhimento. Ali, a comodidade e a preguiça são males a serem superados; o maçom está sempre em vigília e à espreita da oportunidade de auxiliar os seus Irmãos e a sociedade.

A Loja proporciona ao Maçon a convivência renovadora, posto que ali estejam sabiamente proibidas as discussões políticas e religiosas, pois, abrigando os homens livres e de bons costumes em suas Sessões litúrgicas, as asperezas do mundo profano são deixadas de lado e há um verdadeiro revigoramento moral e intelectual vivenciado em sua plenitude.

Os negócios ou o trabalho se tornaram uma doença que debilita o homem contemporâneo. Se não houver um lugar na sua programação semanal para o retiro e a reflexão, provavelmente não estaremos nos movendo em uma direcção saudável.

Em uma Loja maçónica reúnem-se homens jovens e maduros; todos convergindo espontaneamente em torno de um ideal comum, como que atraídos por afinidade, tal como a agulha de uma bússola, apontando para o Norte.

É na Loja que se esquecem as preocupações, que se calam os receios, se perdoam as ofensas, as injúrias, as afrontas, se consolam os muitos sofrimentos, se educam os caracteres e se avivam a inteligência e as esperanças, se cultiva o espírito. Ali se caminha sem curvas, se dedica uma recordação a todo o grande feito, derrama-se uma lágrima por todo o prazer legítimo, envia-se um prémio ou um aplauso a toda acção nobre.

Na Loja, as discrepâncias, contrastes, oposições, as divergências de opiniões ou de interesses, os conflitos, existindo, servirão para esclarecer e engrandecer. Nela frequentam Irmãos que, mesmo na divergência, se apoiam e nas lutas se solidarizam.

Na Loja sonhamos juntos. Ali se plantam sorrisos, sempre há lugar para a alegria.

Ela é um santo refúgio, é um ninho que aconchega aonde vamos a busca da paz da alma. È a escola misteriosa que conduz aos Céus sem nuvem em toda a grandeza íntima.

Nesse lugar se busca o pão da ciência, o prazer da caridade, o apoio desinteressado e o carinho fraternal. Também ali se conciliam desencontradas ideias, interesses opostos, contrárias crenças, suavizando as asperezas da vida com o bálsamo da temperança. Uma análise básica da atitude maçónica para com a religião é que, longe de ser uma religião em si, é o ensinamento que capacita homens de diversas crenças religiosas a se reunirem e permanecerem juntos em uma Sociedade fraternal.

Esse lugar, portanto, não pode ser a casa do homem, a igreja de mera religião errónea, um cassino ou teatro, nada mesquinho. Ali está o mundo, laboratório permanente do bem.

Ama-se a Loja porque ela é o símbolo da pátria; ama-se a pátria porque ela é um pedaço desse todo harmonioso que se chama Humanidade.

Loja é o mundo. O Maçon é o homem em toda plenitude: a família, a honra, a ciência, a liberdade; todas as grandes concepções, todos os amores e todas as esperanças. A Loja é o lugar que o Grande Arquitecto do Universo é sempre convidado especial. Na Loja está Deus, o princípio reitor da Maçonaria no Universo. Trabalhar para a glória do Grande Arquitecto e do Universo significa trabalhar sob o signo de Deus; ou, então, trabalhar sob a inspiração da consciência colectiva da humanidade; ou, ainda, trabalhar de acordo com o princípio que orienta para o Progresso a evolução do mundo e da humanidade.

Que bom seria que todos os homens íntegros tivessem a oportunidade de, no ambiente propício de uma Loja Maçónica pudessem contribuir com seus esforços em prol da construção de um mundo melhor.

Na Loja almejamos criar um mundo que seja próspero, onde reconhecemos uns aos outros como divinos e iguais; onde cooperamos e compartilhamos momentos de mágoa, pesar, aflição, mas também os de glória, de acções extraordinárias, de grandes serviços prestados à humanidade.

Os maçons não são homens excepcionais. São homens comuns em um mundo em movimento. Homens com aspirações, como quaisquer outros que se realizam através da compreensão, da tolerância, da prática das virtudes; homens que chegaram à conclusão de que a FRATERNIDADE ENTRE OS HOMENS começa com o HOMEM NA FRATERNIDADE.

Valdemar Sansão - M:. M:.

26 abril 2009

Colaboração Brasileira

Caros visitantes

Neste esforço que estamos a fazer no sentido de abrir o Blog a colaborações externas de reconhecida qualidade, faz todo o sentido incorporar Irmãos Brasileiros, dada a sua dedicação à Maçonaria e o nível de algumas das suas produções.

Irei disponibilizar um artigo do nosso Irmão Valdemar Sansão, para o qual chamo a vossa particular atenção, dada a sua pertinência.

A seguir transcrevo o seu Curriculo:

CURRICULUM VITAE (Resumo)


Nome: Valdemar Sansão, filho de João Batista Sansão e Paulina Sansão;
Nascimento: Pariquéra-Açu/SP, em 05 de maio de 1.935.

VIDA MILITAR

  • Praça de 07/02/1954, tendo servido ao Exército Brasileiro por 33 anos, 05 meses e 24 dias; passando para a reserva remunerada;
  • Exerceu várias funções, percorrendo todas as graduações militares, tendo concluído vários cursos de habilitação ao oficialato, incluindo o Curso de Aperfeiçoamento e o de Auxiliar de Administração que o habilitaram ao acesso ao oficialato, na ativa.
  • Serviu em diversas Unidades militares, incluindo Guarnições Especiais de Fronteiras, onde prestou Serviço Nacional Relevante na Amazônia;

Recebeu as seguintes condecorações:
  • Medalhas Militar de Bronze, de Prata e de Ouro;
  • Medalha de Distinção do Ministério da Justiça, por comprovado ato de bravura, quando salvou piloto e passageiro de aeronave que caiu e em chamas explodiu;
  • Medalhas do Mérito Militar nos Graus de Cavaleiro e de Oficial;
  • Medalha do Mérito Aeronáutico no Grau de Cavaleiro.
VIDA MAÇÔNICA

  • Nasceu na ARLS.’. Alcides do Valle e Silva, nº 174, na Capital de São Paulo, em 30 de março de 1979;
  • Fundou a ARLS.’. Washington Pelucio, 326, em 27/11/1987.
  • Fundou a ARLS.’. Arnaldo Alexandre Pereira, nº 636, em 27/11/2005.
  • Percorreu os graus que o levaram a presidir Loja nº 326 e por duas vezes a Loja nº 636.
  • Nos altos graus atingiu o 33º (Inspetor Geral da Ordem);
  • É membro efetivo (1º Tesoureiro) da ABMACLE Academia Maçônica Brasileira de Artes, Ciências e Letras.
  • Diploma e Medalha Comemorativa dos 75 anos de fundação do Consistório dos Príncipes do Real Segredo “Saldanha Marinho”.
  • Diploma e Medalha Comemorativa do Octogésimo Aniversário de fundação da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo (GLESP).
  • Publicação literária: autor do livro O DESPERTAR PARA A VIDA MAÇÔNICA – Editora Maçônica “A TROLHA” Ltda. (Outubro de 2005).

24 abril 2009

6ª feira com Mozart

Para uma 6ª feira de preparação para a "Festa da Liberdade" deixo-vos com música de Mozart tocada seriamente... a brincar !

O Sábado parece que será de chuva para castigo dos pecadores, dizem !

E eu que não faço mal a ninguém, levo com ela também !

Rima e é verdade. Portanto, para animar os leitores fica o desafio, juntem-se a um Amigo, preparem uma guitarra... e se forem capazes podem passar pela caixa e receber o "cachet". Eu pago...

Éh lá, parem com isso, eu estava a brincar, hein ? Queriam "cachet" ? Com a crise que aí vai ? É já a seguir !

Bom fim de semana. Divirtam-se, se puderem.

JPSetúbal

23 abril 2009

Crónicas da Polónia

Secret, discret ou ... paranoïaque? (ou la Franc-maçonnerie en Pologne)


Je me réfère, bien entendu, au Maçon, à sa condition de membre d’une Obédience, quelle qu’elle soit, et à sa manière de vivre la Maçonnerie dans le pays où il réside.

Pour moi, il existe principalement 4 situations distinctes :
- Les pays de tradition maçonniques, où l’on pratique les Rites mais sans ostentation particulière (France, Portugal, Suisse, Brésil, ...) ;
- Les pays anglo-saxons où la maçonnerie fait partie de la vie quotidienne (Grande Bretagne, USA, Australie, Nouvelle Zélande ...) ;
- Les pays gouvernés par des régimes totalitaires (ou autoritaires), avec qui la Franc-maçonnerie n’a jamais fait bon ménage (Chine, Russie, Egypte, Iran, ...) ;
- Enfin, les pays dominés par une religion d’Etat, et peu importe laquelle.

Parfois, deux situations cohabitent dans le même pays comme, par exemple, au Canada où, à l’entrée de la plupart des municipalités, un grand panneau affiche les logos de tous les organismes caritatifs de la ville et où l’on y voit, entre Lions et Rotary, l’Equerre et le Compas des Shriners. Vous me direz, aux Etats-Unis également mais, où j’en veux en venir avec le Canada, c’est qu’il y a une exception : le Québec. En effet, l’influence du clergé catholique est encore primordiale dans cette province et il serait préjudiciable de s’y faire reconnaître comme Maçon, au contraire du Canada anglo-saxon.

Pourquoi donc le clergé ? Revenons donc aux religions en général et à la mienne, le catholicisme, en particulier.

Même si notre Volume de la Loi sacrée est celui des grandes religions monothéistes, même si nous prêtons serment sur l’évangile de Jean, même si grand nombre d’ecclésiastiques ont appartenu, et appartiennent encore aujourd’hui, à la Franc-maçonnerie régulière, nous ne sommes pas en odeur de sainteté au Vatican.

Le grand reproche de l’Eglise catholique est qu’elle considère que la Maçonnerie propage le relativisme en matière religieuse, héritage du Siècle des Lumières, c'est-à-dire l'idée selon laquelle aucune religion ne serait supérieure à toutes les autres. D’où l’anathème lancé par Pie VII, en 1821, sur les Francs-maçons.

Je prends l’exemple de la Pologne, où je réside depuis plusieurs années. L’église catholique, sans être officiellement religion d’état ... l’est quasiment. Ne croyez pas que Karol Wojtyla est devenu Jean-Paul II para hasard. Ça a été la reconnaissance, par le conclave des Cardinaux, d’une église puissante qui, depuis des décennies, est présente dans les structures politiques et l’espace publique de l’état polonais à tel point que les associations laïques comparent la situation actuelle à la période de domination stalinienne.

Et c’est la présence permanente de l’église catholique dans tous les compartiments de la société qui fait que la maçonnerie est ce qu’elle est au pays de Frédéric Chopin.

La première loge a été créée en Pologne en 1730 (à une époque où la carrière des armes n’avait pas un caractère strictement national mais faisait que les soldats se mettaient au service de princes étrangers) sous la forme d'une association de gentilshommes et d'officiers polonais et pas seulement polonais.

Il convient de noter que, dès ses origines, la maçonnerie polonaise fut très ouverte, accueillit en son sein une majorité de maçons étrangers, intellectuels, notables ou militaires, et les travaux en Loge furent immédiatement organisés en langue française (ça, c’est pour mon ego)

En 1769, Varsovie devint la cinquième obédience indépendante après Paris (1728), Berlin (1744), la Haye (1756) et Stockholm (1760).

De cette époque à nos jours, les activités maçonniques en Pologne ont été secouées par les soubresauts dus aux multiples agressions qu’a dû subir l’intégrité de son territoire :

- Fin du XVIIIe siècle, la Pologne est rayée de la carte et totalement partagée par la Russie, l'Autriche et la Prusse. Seule la Prusse, qui occupe la région de Varsovie, tolère la maçonnerie. L'Autriche et la Russie prononcent son interdiction. ;

- Début du XIXe siècle, le Tsar Nicolas 1er, hostile à la Franc-maçonnerie, occupe militairement la Pologne ;

- Tout au long du XIXe siècle, la Pologne vit écartelée, une fois encore partagée entre la Russie, la Prusse (puis l'Allemagne) et l'Autriche. Durant cette période vont se radicaliser les milieux catholiques contre les Maçons à la suite de la publication de la Bulle papale Ecclesiam Jesus Christi, condamnant la maçonnerie ;

- À la fin de la première guerre mondiale, la Pologne recouvre sa souveraineté et, au bout de quelques années, 18 Loges regroupent environ quatre cents maçons actifs;

- Après le coup de force de 1930 contre les députés de l'opposition, un projet de Loi très répressif contre les francs-maçons est déposé. L'intention du pouvoir d'interdire la maçonnerie en Pologne culminera le 22 novembre 1938 : le décret d'interdiction est publié, les maçons poursuivis et interdits d'exercer dans la fonction publique ;

- L'invasion allemande du 1er septembre 1939 déclenche la Seconde Guerre mondiale. La Pologne est à nouveau partagée entre l'Allemagne nazie et son alliée de circonstance, l'Union Soviétique ;

- Après 1945, Le décret portant interdiction de la Franc-maçonnerie en Pologne, promulgué en 1938, n'a bien évidemment pas été abrogé lors de l'accession des communistes au pouvoir en Pologne et la Maçonnerie a été totalement mise en sommeil jusqu’en 1989 et la chute du mur de Berlin.

Lorsque je suis arrivé pour la première fois en Pologne, en 1997, j’ai pris contact avec la Maçonnerie locale et intégré la Loge La France. Si mes informations sont bonnes, environ 200 frères travaillaient à cette époque au sein de la Grande Loge Nationale de Pologne.

Remarquez qu’en 1924, le nombre de maçons était évalué à 400, donc la moitié moins, 75 ans plus tard.

Aujourd’hui, en avril 2009, et si mes informations sont toujours exactes, nous ne serions qu’un peu moins de 130 à appartenir à la GLNP, ce qui est vraiment peu pour un pays qui compte presque 40 millions d’habitants et, surtout, qui a une histoire maçonnique vieille de presque 3 siècles.

Pourquoi cette défection ? A cela, plusieurs raisons.

- Historiquement située au carrefour de plusieurs mondes, et dépourvue de frontières naturelles, la Pologne a toujours été extrêmement exposée aux invasions. Il suffit de constater ce qu’il s’est passé depuis la naissance de la maçonnerie, par exemple, pour s’apercevoir que la Pologne, entre 1772 et nos jours, n’a été réellement un pays souverain qu’une soixantaine d’années. Les réflexes d’auto-défense vis-à-vis d’un pouvoir, légitime ou non, sont toujours bien ancrés dans la mentalité polonaise ;

De plus, il existe une spécificité polonaise depuis le milieu du XVIIe siècle, lorsque la Pologne et la Lituanie formaient la République des Deux Nations, qui est le « Liberum Veto », j’interdis librement en latin. C’était un outil parlementaire qui autorisait n'importe quel député de la Diète polonaise à forcer un arrêt immédiat de la session en cours et annuler toutes décisions qui avaient été prises.

Si ce droit de veto a disparu avec l’annexion de la Pologne par la Russie, cette possibilité qu’auraient les Polonais de dire non est restée dans les mœurs. Plutôt qu’écouter fraternellement l’autre dans un esprit de dialogue, plutôt que de chercher à nourrir sa réflexion par la réflexion de l’autre, ou bien d’accepter avec une certaine humilité la complémentarité parfois de la réflexion de l’autre ou encore le bien fait de la remise en question d’une réflexion contraire, on dit : non ! Ce qui est la négation de la tolérance.

- Socialement, il faut savoir qu’un mot comme « bénévolat » n’existe pas dans la langue polonaise, on emploiera le mot «volontarius », dans le sens large « désigné volontaire d’office ». Le Polonais n’aime pas s’exposer. Il fuit les réunions, les rassemblements, les banquets, même les pique-niques ne trouvent pas grâce à leurs yeux. Alors, les assemblées de Maçons ... Même les agapes sont systématiquement ignorées, alors que l’ont sait l’importance fondamentale de recréer notre chaîne d’union à l’extérieur du Temple.

Une anecdote : une des premières planches tracée, après le réveil de la Maçonnerie en Pologne, avait comme sujet : si nos Frères Anglo-saxons ont le tablier noué sous leur veste, pourquoi pas nous ? Une manière comme une autre de dissimuler un peu plus l’appartenance à l’Ordre, même en Tenue de Loge ?

- Religieusement, l’Eglise Catholique a la main mise sur le pays. Et c’est une église radicale, pour ne pas dire fondamentaliste, dans la ligne pure et dure du Vatican. Pas la moindre concession, pas la moindre ouverture sur les sujets sensibles qui font débat. Et, en plus, complètement noyautée par l’Opus Dei. Pour ceux qui ne le savent pas, en 1982, c’est Jean-Paul II qui donne à l’Opus Dei son statut juridique définitif en l’érigeant en prélature personnelle. Cet état de fait renforce, bien entendu, un sentiment antimaçonnique déjà présent dans les sphères du pouvoir et, par voie de conséquence, un sentiment d’insécurité chez nos frères.

Paranoïa ou non ?

Un exemple parmi tant d’autres, lors de la campagne présidentielle en 2005, la station intégriste catholique et antisémite Radio Maryja - qui supportait le candidat Lech Kaczynski (qui fut élu) - avait traité un concurrent de "franc-maçon" (sic)

Et pourquoi cette référence à la Franc-maçonnerie ? Tout simplement parce que la radicalisation de l’Eglise catholique en Pologne a permis l’éclosion de partis d’extrème-droite comme le parti « neo-pilsudkiste » national KPN ou le parti national-chrétien fondamentaliste, qui s’est mué en Ligue des Familles Polonaises à la fin des années 90, et qui n’a jamais caché son soutien aux groupuscules, ligues et autres « Jeunesses Pan-polonaises » dans leurs bruyantes manifestations contre les « pédés, les communistes et les féministes ».

Et quoi de plus naturel que de reprendre à leur compte la fumeuse théorie du « complot judéo-maçonnique » cher au National Socialisme allemand et au régime de Vichy.

Inquiétant, non ?

Ce que je vais écrire maintenant est pure vérité. Un de nos Frères, étranger travaillant dans une entreprise étrangère à Varsovie, n’a jamais communiqué le numéro de son portable, ni son adresse électronique. Pourquoi ?

Parce qu’il sait, et pour cause, que des logiciels performants ont été développés en Pologne, capables d’identifier des mots clefs comme maçon, loge, tenues, mais aussi communisme, avortement, homosexuel, etc, et qui permettent l’enregistrement automatique de conversations téléphoniques et/ou le copiage de courriels. Sans parler des « hackers » bien intentionnés, toujours prêts à s’immiscer dans des disques durs qui ne leurs appartiennent pas.

Qui a parlé de « chasse aux sorcières » ? Un rappel, nous sommes au XXIe siècle et la Pologne est membre de l’Union Européenne.

C’est pour tout cela que je suis persuadé que la Maçonnerie en Pologne restera ce qu’elle est aujourd’hui, marginale.

Bien sûr, il y aura toujours une poignée d’intellectuels, soutenus dans leurs efforts par la très grande diaspora polonaise que l'on retrouve principalement en France, aux États-Unis et en Grande Bretagne, qui auront à cœur de perpétrer les traditions de l’Art Royal, mais ce groupuscule de Frères aura les plus grandes difficultés a fédérer suffisamment de membres afin de donner au pays la Grande Loge que la Pologne pourrait mériter.

Tout est une question de mentalités.

Je tiens à préciser que ce texte ne reflète que ma propre vision de la Maçonnerie en Pologne et n’engage, bien entendu, que moi.
Jean-Pierre GRASSI

22 abril 2009

Da incapacidade de escrever um post coerente.

Os últimos tempos têm sido repletos de atribuições maçónicas, familiares, sociais, religiosas, e evidentemente profissionais. Isto tem feito com que o tempo escasseie e mas sobretudo que a capacidade criativa se restrinja a meia dúzia de linhas sem sentido.

Estava a digladiar-me com o 2º capítulo da série “ Da Loja”. E francamente estava a perder. As linhas não surgiam e o pouco que aparecia era sem nexo. O pior é que sei o que quero transmitir mas não consigo passá-lo ao papel.

Há fases assim.

É esperado de nós, os mais antigos, uma capacidade de produção quase sem limites. O nosso passado fez com que nos vissem como os que têm resposta para tudo, os que sabem tudo ou pelo menos mais.

Na verdade não sabemos tudo, e provavelmente não sabemos mais. Só temos mais experiência.

E por isso mesmo há que saber não combater guerras perdidas, pelo que fui buscar um fragmento produzido há muito tempo numa tentativa de escrever algo que não consegui.

“Acrescentar :

Que tem isto a ver com Maçonaria ?

Tem tudo ou nada, consoante queiramos ver as coisas por um ou outro prisma.

Se formos consultar os manuais nada ou quase nada aparece associado a acrescentar.

Ou seja nada nos diz que estamos a acrescentar o que quer que seja ao que quer que seja.

Na verdade acrescentar é um dos actos mais importantes pois, ao optarmos por uma via iniciática, optamos por um novo caminho que se sobrepõe ao que trilhamos até ai e o complementa.

Quando transmitimos os ensinamentos, acrescentamos algo de nós a esses mesmos ensinamentos, nem que seja as nossas próprias palavras ou as nossas asneiras.

Todos acrescentamos qualquer coisa mesmo que não tenhamos a noção disso.

Mas também somos acrescentados todos os dias como resultado da nossa interacção com o Mundo.

É costume usar a expressão “ os anos passam “. Talvez passem.

Mas eu creio que a expressão “ os anos ficam” é mais correcta. Todos somos o repositório do que vivemos e do que passámos. Esses acrescentos contínuos são a nossa base, que de inicio como tudo é frágil e que com o tempo se vai consolidando e fortalecendo e nos permite encarar os desafios e as realidades com outra segurança.

E a Maçonaria acrescenta ?

Como tudo!
Nuns casos sim e noutros não.”


Não sei bem que conclusão dar a esta arrazoado de palavras, mas creio que o melhor que posso fazer é afirmar que ter duvidas é seguramente uma prerrogativa dos Mestres e que é sempre preferível ir de derrota em derrota até à vitória final que de vitória em vitória até à derrota final.

Ou seja dias melhores virão e a inspiração e a capacidade de escrita reaparecerão.
José Ruah