... e do resultado.
A Maçonaria não respeita a melhorar o Mundo ou o outro. Respeita a melhorar a si mesmo. Cada um, para o fazer, precisa de tempo, precisa de achar o modo a si adequado para tal, precisa de trabalhar no lugar que lhe possibilite atingir seu objectivo.
Ser melhor enquanto pessoa, ser melhor em termos éticos. Mas não só. A interacção com seus Irmãos permite que o maçon seja melhor em aspectos muito práticos, na medida em que burila as suas deficiências.
O maçon deve estudar as artes e ciências - e assim melhora a sua cultura geral e a sua capacidade de agir social e profissionalmente. O maçon aprende, por exemplo, a falar em público - terror de muita gente! - e isso vai constituir porventura importante vantagem no seu desempenho profissional.
O maçon aprende a dar valor à perfeição, a esforçar-se por dela se aproximar tanto quanto possível. E habitua-se a assim agir no seu dia a dia. Consequentemente, faz melhor, é mais cuidadoso, mais pormenorizado, mais atento. Naturalmente que melhorará o seu desempenho.
O maçon aprende a ouvir e a respeitar quem fala. A argumentar segundo a valia dos argumentos e não segundo a pessoa com quem porventura se defronte. Melhora o seu sentido de lógica. E, portanto, está mais bem armado para obter vencimento sempre que necessita de argumentar.
O maçon habitua-se a trabalhar quando é para trabalhar e a confraternizar, quando é hora de confraternizar. Sabe, assim, frutuosamente integrar-se no seu meio social.
O maçon desperta para a Emoção e integra-a com a Razão. É, assim, um homem mais completo.
O maçon habitua-se a interpretar e a lidar com o sentido da Vida e da Morte, da Criação e do Criador, do Universo e do Detalhe. Elabora assim a sua concepção do Universo, da Vida e do seu sentido e do seu próprio lugar na Vida e no Mundo. E, com isso, fica em Paz!
O maçon, com tempo, trabalho a seu modo e no lugar adequado, logra atingir algo que é muito básico e de importância conhecida desde a Antiguidade. No entanto, pelos vistos tão difícil de atingir. Logra atingir um enorme tesouro. CONHECER-SE A SI MESMO. E, ao consegui-lo, tem - então e só então! - as portas do infinito conhecimento abertas de par em par diante de si. Se, como e em que direcção as franqueia, é consigo e só consigo.
O maçon julga sê-lo quando foi iniciado. Depois de muito tempo e trabalho a seu modo, executado no lugar correcto, conclui que só muito depois começa a sê-lo. E que só continua a sê-lo se persistir no trabalho, até à hora em que que for hora de pousar suas ferramentas.
O prémio do maçon é não ter prémio. E entender que dele não precisa. Porque está - estava! - dentro de si desde o início. Ele é que não sabia!
O resultado é - finalmente! - tão só ser verdadeiramente maçon.
Tão simples como isto! E não deve ser mau, já que tantos em tantos lugares persistem fazendo o mesmo por tanto tempo...
Rui Bandeira