28 março 2007

Grandes Inspectores

É importante clarificar a nuance.


Nas obediencias regulares os graus Azuis ( 1º ; 2º ; 3º) e os Graus filosoficos ou Altos Graus estão separados administrativamente.


Sendo assim a Grande Loja Legal de POrtugal / GLRP titula administrativamente a Maçonaria Azul , tendo estabelecido convenios com os Organismos que titulam os Altos Graus e que são fundamentalmente 3 linhas:


Rito Escoces Antigo e Aceite

Regime Escoces Rectificado

Rito de York e suas Derivativas.


O convenio estabelecido com estas entidades especifica que apenas Maçons da GLLP/GLRP poderão pertencer a estes altos graus e que se deixarem de pertencer À GLLP/ GLRP sairão tambem dos altos Graus.


A Grande Loja no entanto tem uma estrutura administrativa que inclui 3 cargos eleitos separadamente e um certo numero de cargos nomeados pelo Grao Mestre. Entre estes estão os Grandes Inspectores em numero igual aos ritos praticados pela Grande Loja.


Estes Grandes Inspectores têm por missao fiscalizar as Lojas verificando que tudo se encontra dentro dos regulamentos e que os rituais são praticados e trabalhados de forma correcta. Devem ainda propor medidas correctivas e em casos extremos sanções.


A Unica condiçao para se ser Grande Inspector é ter sido Veneravel Mestre de uma Loja.


No Post anterior e eu referi-o em comentario ao post o Rui usou o Simbolo dos Grandes Inspectores do REAA ( altos graus). Ora para ser esse Grande Inspector é necessario ser grau 33, o que nao sou ( mas por outras razões que para aqui nao sao chamadas).



Para comparaçao encontrei a imagem de um avental de Grande Loja para o Cargo de Grande Inspector. Poderão ver no centro do Avental o Simbolo Distintivo da Função ( a figura é de um avental da G.L. N. Francesa)

Comparando com a Aguia Bicefala simbolo do 33º poderão perceber a grande diferença.
Na verdade há mais uma diferença. Uma vez 33º sempre 33º, uma vez que é um grau obtido por iniciação. Quanto à função de Grande Inspector da Grande Loja, essa é efemera terminando quando o Grao Mestre assim o desejar, não conferindo qualquer direito o prerrogativa uma vez terminada.
JoseSR

Grande Inspector do REAA

Hoje apetece-me cometer uma inconfidência! Bem sei que nós, os maçons temos fama de ser discretos (alguns dizem "secretos"), mas todos temos direito a um momento de fraqueza...

Do que se passou na sessão da Primavera da Grande Loja Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal já o JPSetúbal deu conta. Mas houve algo, com um particular interesse para nós que ele não contou! Discreto!

Naquela sessão de Grande Loja ocorreu, já se disse, a investidura do Grão-Mestre Mário Martin Guia. Mas houve mais... Ocorreu também a ajuramentação dos Grandes Oficiais designados pelo novo Grão-Mestre.

Ora sucede que um desses Grandes Oficiais é o que exerce a função de Grande Inspector do Rito Escocês Antigo e Aceite. E sucede também que o ajuramentado Grande Inspector do Rito Escocês Antigo e Aceite é um elemento da Loja Mestre Affonso Domingues. Até aqui, nada de anormal: a Loja Mestre Affonso Domingues é uma das lojas mais antigas da GLLP/GLRP (é a Loja n.º 5) e está habituada a que elementos que a integram façam parte do Quadro de Grandes Oficiais.Todos os que passaram por essa situação exerceram os ofícios para que foram escolhidos com espírito de serviço e dedicação. Nada de mais, realmente.

Mas a razão da inconfidência é que, neste caso, vocês, nossos caros leitores, conhecem o novo Grande Inspector do Rito Escocês Antigo e Aceite. É certo que, pessoalmente, só alguns. E de nome poucos mais. Mas se o que um homem escreve permite perscurtar um pouco da sua alma, então, meus caros, esse é o caso daqueles que costumam visitar e ler esteblogue.

O novo Grande Inspector do Rito Escocês Antigo e Aceite da Grande Loja Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal é o colaborador do A Partir Pedra JoséSR!

Ele não o diria, modesto como é. Mas nós, os outros que aqui escrevemos, estamos muito satisfeitos com a escolha do M:. R:. Grão-Mestre!

Bom, só há um problema: já repararam, certamente, que apreciamos particularmente arranjar maneira de manter umas polemicazitas com o JoséSR...Isso agora, vai ficar mais complicado e fiar mais fino... Afinal de contas, Grande Inspector é Grande Inspector...

Brincadeiras à parte, JoséSR é o homem certo para a função. Poucos maçons regulares em Portugal conhecerão tão profundamente o ritual do Rito Escocês Antigo e Aceite como ele. E também poucos o executarão de forma tão conscientemente cuidada. Eu sei bem disso: há mais de quinze anos que o testemunho!

Bem executar o ritual em que se trabalha é importante para os maçons (um dia destes escreverei um texto sobre isso, sobre o ritual e sobre a sua importância). Tão importante que as Grandes Lojas têm elementos (os Grandes Inspectores dos vários ritos e os seus Assistentes) cuja função é visitar as várias lojas e observar como elas o executam, com vista a detectar possíveis falhas e ajudar os seus elementos a corrigi-las. E, não havendo falhas, a ajudar a que sejam ainda melhores.

Para uma loja, ser visitada por um Grande Inspector ou por um Assistente de Grande Inspector é uma ocasião em que todos procuram dar o seu melhor. E assim só o mero facto de serem visitadas por um desses Grandes Oficiais por si só já contribui para o aperfeiçoamento do seu trabalho ritual em sessão. Receber os conselhos (e também as críticas, se for caso disso) de um Grande Inspector é sempre uma mais-valia.

Com o JoséSR, todas as lojas que trabalham no Rito Escocês Antigo e Aceite sabem que vão beneficiar da ajuda do melhor.

Todos nós, aqui no blogue e na Loja Mestre Affonso Domingues sabemos que o "nosso" JoséSR vai fazer um excelente trabalho!

Rui Bandeira

27 março 2007

Deus e o Mal

Uma das definições de Maçonaria que ouvi é que a Maçonaria é um sistema de moralidade, velado por alegorias e desvendado por símbolos.

Não é apenas isso, mas também é isso.

O texto que vou seguidamente publicar é uma adaptação minha baseada numa daquelas apresentações de diapositivos que, meio lamechas, circulam pela Rede, envoltas em música suave e com fundos de paisagena aprazíveis. Mas esta, em particular, é mais do que isso, é uma forma de mostrar que Razão e Fé não são incompatíveis. São alegorias como esta que os maçons utilizam para reflectir. A Alegoria vela a moralidade, que é desvendada pelos símbolos. Isto também é Maçonaria.

Deus e o Mal

Um professor universitário desafiou os seus alunos com esta pergunta:

- Deus criou tudo o que existe?

Um aluno respondeu, afoitamente:

- Sim, Ele tudo criou.

- Tem a certeza que Deus criou tudo? - insistiu o professor.

- Sim senhor! - respondeu o jovem.

O professor, então, concluiu:

- Se Deus criou tudo, então Deus criou também o Mal, pois o Mal existe. E, assumindo que nós nos revelamos em nossas obras, então Deus é mau...

O jovem ficou calado em face de tal resposta e o professor gozava mais um triunfo da sua Lógica, que demonstrava mais uma vez que a Fé era um mito.

Então, outro estudante levantou a mão e perguntou:

- Posso fazer uma pergunta, professor?

- Claro que sim! - respondeu este.

Então o segundo jovem perguntou:

- Professor, existe o frio?

- Que pergunta é essa? Claro que sim! Ou, por acaso, nunca sentiu frio?

O jovem respondeu: - Na realidade, professor, o frio não existe! Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é a ausência de calor. Todo o corpo ou objecto é susceptível de estudo, quando possui ou transmite energia. O calor é que faz com que este corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe realmente. Nós criámos essa definição para descrever o que sentimos quando nos falta o calor.

E o jovem prosseguiu: - Mas permita-me ainda uma outra pergunta. E a escuridão, existe?

O professor, intrigado, respondeu: - Existe, claro que existe.

O aluno retorquiu: Está de novo errado, professor, a escuridão também não existe. A escuridão, na realidade, é apenas a ausência de luz. A luz pode ser estudada, a escuridão, não. Até existe o prisma de Nichols, para decompor a luz branca nas várias cores de que a mesma é composta, com os seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão, não. Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde termina. Como se pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não é assim? Escuridão é, pois, apenas uma definição que o Homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz!

Finalmente, o jovem perguntou. - Diga-me então agora , professor, ainda pensa que o Mal existe?

O professor respondeu, ainda insistindo: - Claro que sim, claro que existe, bem vemos os crimes e a violência em todo o Mundo, tudo isso é o Mal!

Retorquiu então o estudante: O Mal não existe, senhor. Pelo menos, não existe por si mesmo. O Mal é simplesmente a ausência de Deus, tal como o frio é a ausência de calor e a escuridão a ausência de luz. O Mal é uma definição que o Homem criou para descrever essa ausência de Deus! Deus não criou o Mal. O Mal não é como a Fé, ou como o Amor, que existem, como existem o calor e a luz. O Mal é o resultado de a Humanidade não ter Deus presente em seus corações. É dessa ausência que surge o Mal, como o frio surge da ausência de calor e a escuridão da falta de luz.

Pela primeira vez, o professor compreendeu que a Razão e a Lógica não são antagónicas da Fé e que aquelas, sabiamente aplicadas, afinal justificam esta.

E assim se provou que Deus não criou o Mal e também que a existência do Bem prova a existência de Deus, como o Calor prova haver energia e a Luz prova existir a cor.

Que o Grande Arquitecto do Universo permaneça em nossos corações!

Rui Bandeira

26 março 2007

Ainda a questão dos Maiores Portugueses

Não venho aqui comentar os resultados de um concurso televisivo. É um concurso e como tal tem as suas regras próprias e não deve levantar questões.
No entanto quero, não posso de , salientar o posicionamento obtido pelo Consul Aristides de Sousa Mendes.
Aristides só começou realmente a ser conhecido há uma vintena de anos, muitos anos depois da sua morte e muitos mais depois dos 3 dias em plena guerra em que emitiu os 30 000 vistos salvadores, e mesmo assim conseguiu uma votação importante.
Aristides foi um visionário. A sua visãodo problema dos refugiados foi a correcta. Salvemo-los primeiro vejamos depois como os alimentaremos e alojaremos até os podermos encaminhar ao seu destino.
Dos 30000 Refugiados de Aristides a quase totalidade chegou ao seu destino e os que chegaram refizeram as suas vidas.
Nos nossos dias os problemas dos refugiados persistem. Hoje temos meios economicos e logisticos muito maiores, mas nao seguimos a Visao de Aristides.
Primeiro mandamos comida e tendas. Desta forma garantimos que os refugiados ficam no sistio e de lá não saiem. Depois mandamos um Comissario das Naçoes Unidas ( actualmente o Eng. Guterres) fazer uma visita e aparece tudo nos média e a partir daí o Mundo está feliz porque já ajudou.
Ajudou de facto a manter os refugiados como refugiados e a garantir que mais cedo ou mais tarde o problema se auto resolve, ou o conflito acaba e voltam ou o conflito aumenta e morrem.
Aristides pôs uma dimensão humana no problema. Mostrou claramente que a vontade do homem pode fazer a diferença, mesmo que o preço a pagar seja imenso.
E ele Aristides , e a sua familia, pagou o preço. Preço Injusto porque viveu num regime que não o soube reconhecer e pôs à frente da dimensão humana a dimensão mesquinha da politica de não comprometimento.
Mas esse mesmo regime usufruiu bem dos largos milhoes de Dolares que as instituiçoes judaicas enviaram para Portugal para pagar o Alojamento, a Alimentação e toda a subsistencia dos refugiados, bem como as suas viagens para o Novo Mundo.
Aristides fez o que tinha que fazer - First Things First - primeiro salvar depois o resto. Porque o resto não existe se todos tivessem morrido.
Poderá não ser o mais Importante dos Portugueses, mas para alguém que para a generalidade das pessoas era um ilustre desconhecido o facto de ter sido dos mais votados é de importancia extrema para que as pessoas pensem no que a vontade de um homem pode fazer para mudar o Mundo.
Aristides de Sousa Mendes um Justo do Mundo.



JoseSR

O senhor Reitor-Mor e os maçons

Transcrevo parte de um texto publicado ontem, 25 deMarço, num sítio na Rede da Rádio Vaticano:

O Reitor-Mór dos Salesianos, Pe. Pascual Chavez, denuncia que "os novos pais da Europa são maçons" e puseram em andamento um "plano para descristianizar" o Velho Continente, que pretende relegar a religião e construir uma Europa laica e laicista. O mais significativo de todos eles é o "famoso maçon Valery Giscard d'Estaing".


Segundo o chefe dos 16.500 salesianos, a estratégia dos "novos pais não-crentes" da Europa, ao contrário dos fundadores (todos crentes), consiste em "marginalizar a religião e deixá-la sem espaço social e político, porque no passado foi a causa que provocou guerras e enfrentamentos".

O segundo passo desta estratégia - continua o superior geral dos salesianos - consiste em marginalizar a Igreja, porque "colocou travas na roda do desenvolvimento científico e técnico". E o terceiro passo se fundamenta na opção pela multiculturalidade. "que é a opção mais difícil". Pois bem - esclarece o superior salesiano - " por detrás desta estratégia está a maçonaria".

Obviamente que não concordo minimamente com estas declarações. Tenho, no entanto, o cuidado de as não qualificar, por duas razões. A primeira é que o facto de as etiquetar com um qualquer adjectivo, que não seria simpático, não é forma correcta de as infirmar; a segunda, porque, certas ou erradas, lógicas ou ilógicas, o certo é que, quem as proferiu limitou-se a dar a sua opinião, a exercer a liberdade fundamental de expressar o seu pensamento e é bom que o reconheçamos precisamente em relação às afirmações de que mais profundamente discordamos. A liberdade de expressão do pensamento existe em relação a todos e aplica-se às opiniões certas e às erradas, às que merecem o nosso acordo e àquelas com que não concordamos, às inteligentes e às cretinas. A todas!

Mas uma coisa é reconhecer e respeitar o direito à livre expressão do pensamento, outra é deixar passar em claro e sem oposição opiniões que consideramos profundamente erradas e desajustadas, como eu considero a que acima transcrevi.

Em primeiro lugar, importa chamar a atenção para o complexo que parece continuar a assolar certos sectores (que eu me permito considerar mais retrógados) da Igreja Católica em relação à Maçonaria. Fica-se com a sensação de que esses sectores se preocupam mais com os maçons do que com os seus fiéis, que se esmeram mais em gritar que "há lobo" (e de avental..) do que em pastorear o seu rebanho. Um ou mais políticos desagradam a esses cavalheiros? São, seguramente, maçons! Uma qualquer decisão não é bem vista por eles? Foi de certeza inspiração maçónica! Os actuais líderes políticos europeus não são do agrado desses senhores, preocupados em meter seus santos narizes nos assuntos de César, quando se deviam apenas dedicar aos de Deus, como ensinou Jesus Cristo? Todos maçons, está visto! Quando será que se aperceberão que estão a ser repetidamente ridículos?

Os sectores mais retrógados da Igreja de Roma não gostam da Maçonaria. Estão no seu direito! E tanto assim é que podem ficar cientes que nós, maçons, defenderemos o seu direito de proclamarem, as vezes que quiserem, que não gostam de nós. Mas, já agora, convinha que expressassem o seu desagrado com mais algum sentido do ridículo e evitassem declarações deste género!

Fiquem também a saber que, ao contrário do que alguns fazem crer, a Maçonaria - pelo menos a Maçonaria Regular -nada tem contra a Religião Católica, pelo contrário. Como fazemos sempre questão de deixar bem claro, só pode ser maçon quem for crente. Muitos maçons seguem a religião católica. Como muitos outros são evangélicos ou luteranos, ou calvinistas, ou judeus, ou muçulmanos.

E o que importa ter presente é que esta animosidade dos sectores católicos mais retrógados em relação à Maçonaria tem precisamente a ver com este respeito pela religião de cada um, com a recusa dos maçons de verem a Religião como factor de divisão, de guerrearem ou ostracizarem ou afastarem quem quer que seja pela estúpida razão de adorar o MESMO DEUS por forma diferente ou por Lhe atribuir uma designação diferente.Esses sectores retrógados falam, da boca para fora, de Ecumenismo, mas o que não suportam é que o Ecumenismo seja mais naturalmente praticado, porque integrante da sua essência, pela Maçonaria do que porventura alguma vez será por eles!

Este constante zumbido desses sectores retrógados em relação à Maçonaria não tem, afinal, nada a ver com esta, antes releva da sua concepção da Religião e da Igreja como Poder, como Domínio dos crentes, coutada dos seus desejos de imposição do que lhes convém definir como dogmas. É realmente complicado pastorear os seus crentes, mantendo-lhes a rédea curta e confinados ao claustrofóbico espaço deixado pelas suas retrógadas imposições, quando esses mesmos crentes se apercebem que, na Maçonaria, podem crer, podem manter a sua relação com Deus, podem crescer espiritualmente, sem que lhes seja imposta a cega obediência aos ditames de pseudo-detentores da Verdade Absoluta, podem ser Homens Livres seguindo a sua religião em harmonia com os demais, qualquer que seja a crença religiosa de cada um.

Compreendo, assim, que esses sectores retrógados não suportem a Maçonaria. Mas fiquem sabendo que nós, maçons, proclamamos o nosso respeito pela Religião Católica (como pelas outras). Do que não prescindimos é do nosso direito de, se assim o quisermos, nos relacionarmos directamente com o Criador, sem necessidade de intermediários ou intérpretes da Vontade Divina. Porque cremos - e todos os crentes devem crer, mesmo os retrógados... - que o Poder Infinito de Deus é suficiente para que a Sua Vontade possa ser revelada a cada um, sem que necessariamente tenha de passar pelo crivo dos ministros da Igreja!

Resumindo: nós, maçons, respeitamos quem entende manter a sua relação com Deus nos termos definidos pelos Ministros da Igreja e segundo a mediação destes. O que não prescindimos é do nosso direito denos relacionarmos com o Criador da forma que cada um entende a melhor para si, incluindo, se assim o entender, nos termos definidos pelos Ministros da Igreja... Que isso vos desagrade, é problema vosso; com o vosso desagrado podemos nós bem! Procuramos é aperfeiçoarmo-nos e não desagradar ao Criador!

Quanto à acusação do senhor Reitor-Mor dos Salesianos, permito-me duvidar que todos os actuais líderes europeus sejam maçons. Mas posso garantir-lhe que os maçons não têm qualquer plano para descristianizar o Velho Continente. Pela simples razão de que, agrade ou não ao senhor Reitor-Mor, a esmagadora maioria dos maçons Regulares da Europa são cristãos, e com muita honra! Agora, o que sucede é que não rejeitam, antes se sentam junto a eles, os Muçulmanos ou os Judeus ou os crentes noutras religiões. Se isso dói ao senhor Reitor-Mor, já é outro problema!

O que podemos garantir ao senhor Reitor-Mor é que os maçons não pretendem nem nada fazem para marginalizar a religião, porque, para todos e cada um dos maçons regulares, a sua religião é essencial. O que não damos é um "exclusivo" a nenhuma religião.... Se isso nauseia o senhor Reitor-Mor, o vómito é dele!

O que podemos garantir ao senhor Reitor-Mor é que nenhum maçon regular quer marginalizar a Igreja Católica. O que não permite é que nenhuma outra Igreja seja marginalizada, nem, muito menos, que a Igreja leve a cabo o desejo dos seus sectores mais retrógados de marginalizar os maçons e a Maçonaria! Se isso desorienta o senhor Reitor-Mor, a ele cabe esforçar-se para melhor decifrar a Vontade Divina!

Agora o que também podemos garantir ao senhor Reitor-Mor é que ele tem toda a razão quando diz que é estratégia da Maçonaria a opção pela multiculturalidade! Com muita Honra e todo o Gosto! E expresso o meu júbilo por, neste ponto, o senhor Reitor-Mor nos fazer justiça! Se isso faz tremer o senhor Reitor-Mor, se o senhor Reitor-Mor é adepto da "uniculturalidade" (qual, já agora? Em matéria de "uniculturalidade", confesso saber pouco; não estará o senhor Reitor-mor, espero, a manifestar o seu apreço pelas ideias "uniculturais" de um certo senhor de bigodinho que viveu na Alemanha há umas dezenas de anos...), se o convívio com as diferentes culturas o repugna, talvez seja, decididamente, melhor tratar-se!

Por mim, senhor Reitor-Mor, qualquer que seja o caso, desejo-lhe, sincerament, as melhoras!

Rui Bandeira

25 março 2007

O Dia Seguinte

Continuando o “post” anterior, do Rui, é altura para anunciar que hoje é o “dia seguinte” e assim sendo já podemos afirmar que tudo foi verdadeiramente JUSTO e PERFEITO (bem, exceptuando a treta do ar condicionado que acabou sendo condicionado demais).

O nosso querido Mário Martin Guia está instalado em sua Cadeira de Salomão, regularmente eleito e investido, com o testemunho de mais de 400 Irmãos Maçons e de muitas das obediências maçónicas regulares estrangeiras.

Com a pompa e circunstância bem merecidas estiveram presentes representações da G.L. Unida de Inglaterra (representada pelo respectivo Vice Grão-Mestre e como se sabe o Grão-Mestre é o Duque de Kent e a sua deslocação ao estrangeiro implica relações ao nível de Estado que complicam sistematicamente a sua presença nestes eventos), e das Grandes Lojas de Espanha, da Roménia, da Eslovénia, de Washington D.C., da Macedónia, Nacional Francesa, da Costa do Marfim, Grandes Orientes do Brasil e de Itália e do Supremo Conselho dos Estados Unidos.
A juntar a todos estas representações tivemos a presença, que nos toca especialmente, da Respeitável Loja Fraternidade Atlântica da G. L. Nacional Francesa, que tem connosco (Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues) uma convivência de geminação, única na nossa obediência.

A sessão teve a presença de mais de 400 Irmãos Maçons e pensamos ter sido a mais assistida jamais realizada no âmbito da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP (talvez por isso se sentiu tanto a fraqueza do ar condicionado…) e o jantar de gala cerca de 290 participantes.
Se estivéssemos no futebol teriam sido casas cheias !
Foi uma festa bonita, de alegria, de esperança, que a presença dos Grão-Mestres anteriores (Nandin de Carvalho, José Anes e o agora substituído Alberto Trovão do Rosário) e do candidato não ganhador (Fernando Ferrero) tornou num hino à verdadeira fraternidade maçónica.
JPSetúbal

23 março 2007

Investidura do Grão-Mestre da GLLP/GLRP

Vai ter lugar amanhã, dia 24 de Março de 2007, a partir das 17 horas, num hotel de Lisboa, a sessão da Primavera da Grande Loja /Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal.

O elemento central da ordem de trabalhos da sessão é a Investidura nas funções de Grão-Mestre do Muito Respeitável Irmão Mário Martin Guia, que foi eleito para o exercício desta missão no passado dia 16 de Dezembro, na sessão de Inverno da Grande Loja realizada em Tomar, em que se procedeu ao apuramento do resultado das votações ocorridas em todas as Lojas da Obediência.

Desde a data em que foi proclamada a sua eleição até à investidura que irá agora ocorrer, o Grão-Mestre eleito tomou mais profundamente conhecimento dos assuntos em andamento na Obediência, beneficiando da colaboração do Grão-Mestre em exercício, e seleccionou e escolheu os colaboradores que o irão auxiliar na condução dos destinos da Grande Loja durante o seu mandato, integrando o Quadro de Grandes Oficiais da GLLP/GLRP. O trimestre de transição entre a eleição e a investidura permitiu, assim, uma suave transição entre as duas equipas de direcção da Obediência, a que cessa as funções que frutuosamente exerceu e a que agora vai assumir a responsabilidade da gestão da GLLP/GLRP.

Na sessão de instalação estarão representadas todas as Lojas da GLLP/GLRP, os Corpos Rituais dos Altos Graus regularmente praticados em Portugal e as Grandes Lojas e Grandes Orientes internacionalmente reconhecidos como Regulares, convidados para a ocasião, e estarão presentes todos os maçons , de todos os graus e de todas as Lojas da GLLP/GLRP, que desejem fazê-lo.

Será manifestado o respeito pela Nação e seus símbolos, quer pela presença, no lugar proeminente que lhe compete, da Bandeira Nacional, quer pela, como sempre, sentida e respeitosa entoação do Hino Nacional. Seguidamente, efectuar-se-á a silenciosa homenagem à memória dos Irmãos que passaram ao Oriente Eterno.

Após a realização das operações de leitura e votação de aprovação da acta da sessão anterior, será apresentado o relatório do Grande Secretário e proceder-se-á à imposição de distinções honoríficas conferidas pela Obediência.

O final do exercício de funções do Grão-Mestre cessante, M:. R:. I:. Alberto Trovão do Rosário, será, muito simbolicamente, assinalado com a apresentação por este da sua última prancha de Grão-Mestre.

Efectuar-se-á então a cerimónia de investidura do M:. R:. Grão-Mestre Mário Martin Guia, após o que este procederá à nomeação e ajuramentação do corpo de Grandes Oficiais, que o acompanhará no exercício do seu mandato.

Está prevista seguidamente a habitual concessão da palavra a Bem da Ordem, que será certamente utilizada pelos representantes das várias Lojas para saudarem o novo Grão-Mestre e manifestarem a disponibilidade das mesmas para a cooperação e colaboração nas tarefas que se perfilam no horizonte, bem como a concessão da palavra aos Muito Ilustres Visitantes.

Proferirá depois o Grão-Mestre recém-investido a sua primeira alocução nessa qualidade.

Após a apresentação da prancha do Grande Orador, circulará o Saco da Beneficência, na habitual recolha de fundos para as obras de beneficência auxiliadas pela Grande Loja, e executar-se-ão as operações de encerramento dos trabalhos.

Pelas 20 horas, no mesmo hotel, terá lugar um jantar de convívio, em honra das senhoras.

É um simples acto da mais elementar justiça, que neste blogue gostosamente se pratica, reconhecer o frutífero desempenho do Grão-Mestre cessante, M:. R:. I:. Alberto Trovão do Rosário, e da equipa de Grandes Oficiais que o auxiliou, e manifestar a todos eles a gratidão pelos esforços que desenvolveram a bem da nossa Ordem.

É um simples acto de natural confiança declarar que todos depositam as maiores e mais optimistas expectativas no bom desempenho de funções pelo novo Grão-Mestre, M:. R:. I:. Mário Martin Guia, e da equipa que o acompanhará.

É um simples acto de natural satisfação consignar a naturalidade com que ocorre a transição entre dois ciclos.

Rui Bandeira