Prancha de proficiência
Na Loja Mestre Affonso Domingues, um dos requisitos necessários para que um Aprendiz seja elevado a Companheiro ou para que um Companheiro seja Exaltado Mestre Maçom é a apresentação em Loja de uma prancha, isto é, de um trabalho elaborado pelo obreiro.
Em regra, o tema desse trabalho é escolhido por consenso entre o interessado e o Vigilante responsável pela sua Coluna e o referido Vigilante acompanha a elaboração desse trabalho, analisando a ou as versões preparatórias elaboradas e aconselhando ou sugerindo emendas, alterações ou desenvolvimentos, sempre que tal entenda necessário ou conveniente.
Todos, sendo essencialmente iguais, somos diferentes nas nossas capacidades específicas, interesses, vocações. Há quem, seja por habituação nos tempos de escola, seja por prática profissional, seja, pura e simplesmente por vocação ou aptidão própria, tenha facilidade em escrever, em organizar uma exposição sobre um tema. Há quem tenha menos habituação ou uma aptidão menos apurada ou menos treinada para tal. O auxílio, o apontar de caminhos, a indicação de imperfeições a serem corrigidas por parte de um elemento experiente pode ser necessário para alguns, conveniente para outros e irrelevante para alguns. O objetivo é que quem necessite tenha um apoio, uma orientação, para que o seu trabalho fique o melhor possível, no momento e no grau de desenvolvimento na perceção da Arte Real de cada obreiro.
Ao longo do seu tempo de trabalho no grau respetivo, o Aprendiz ou Companheiro pode preparar diversos trabalhos que, normalmente, apresenta em reuniões da respetiva Coluna. O trabalho que irá ler em Loja poderá ser um desses ou poderá ser expressamente elaborado para esse efeito. Qualquer que seja a opção, essa apresentação da prancha de proficiência do Aprendiz ou Companheiro deve decorrer de um duplo juízo sobre a sua pertinência. Duplo juízo sobre se o trabalho está concluído ou se se deve ainda melhorá-lo, que deve ser efetuado pelo autor do mesmo e pelo seu Vigilante.
Não deve haver pressa em apresentar a prancha de proficiência. Ela é o espelho da evolução do obreiro no momento em que é apresentada. Por isso deve haver um especial cuidado na sua apresentação. Por isso deve tal prancha ser considerada como concluída e pronta para ser divulgada em Loja apenas quando satisfaça, quer o seu autor, quer o Vigilante responsável pela sua integração e evolução.
A apresentação de uma prancha de proficiência em Loja é sempre aguardada com expectativa na Loja Mestre Affonso Domingues. É mais um de nós que mostra a sua evolução, os caminhos que explora, o seu processo de transformação de homem bom em homem melhor. Mas, para além de um momento de expectativa também sempre é, deve ser, mais um momento de evolução, um patamar, não só de chegada, mas sobretudo de nova partida. Por isso, a Loja e os seus Mestres que - sempre! - comentam a prancha apresentada buscam um equilíbrio entre o devido e justo reconhecimento do trabalho efetuado e a sempre presente exigência de que, por muito bom que esteja o trabalho, por muito bem que tenha evoluído o obreiro, sempre poderá e deverá ser melhor, fazer melhor, persistir na senda da busca da inatingível perfeição.
É por essa razão que a crítica às pranchas de proficiência na Loja Mestre Affonso Domingues é normalmente severa, por vezes acerba, sempre dura. Não deixando de se reconhecer os méritos, aponta-se impiedosa e cruamente o que falta ou o que deveria mais bem ser feito. Não pelo prazer de criticar ou mostrar qualquer (inexistente) pretensa superioridade. Apenas como ferramenta para que o próprio maçom, aquele que apresenta o seu trabalho à consideração dos demais, mas também cada um destes, sempre busque ser e fazer mais e melhor. É justa e agradável a noção e o reconhecimento de que um trabalho está bem feito. Mas não pode, não deve, deixar de estar sempre subjacente a noção de que qualquer trabalho, qualquer obra, por muito bem que esteja, pode sempre ser melhor.
Dar por concluída e pronta para ser apresentada em Loja uma prancha de proficiência não deve nunca significar que é trabalho insuscetível de ser melhorado. É apenas o melhor trabalho que se está em condições de fazer nesse momento. Mas o objetivo, o caminho, é sempre crescer, sempre avançar, sempre aprender, sempre afinar as nossas capacidades - e, portanto, sempre estar em condições de melhorar aquilo que um dia foi o melhor que então pudemos fazer.
É por essa razão que, na cultura que a Loja Mestre Affonso Domingues procura que os seus obreiros adquiram e aprimorem, se tem presente que o elogio, o reconhecimento é agradável e justo - mas a crítica é o impulso para poder ser melhor. Para a Loja Mestre Affonso Domingues não basta o Justo. Ambiciona-se o Perfeito!
Rui Bandeira
Ao longo do seu tempo de trabalho no grau respetivo, o Aprendiz ou Companheiro pode preparar diversos trabalhos que, normalmente, apresenta em reuniões da respetiva Coluna. O trabalho que irá ler em Loja poderá ser um desses ou poderá ser expressamente elaborado para esse efeito. Qualquer que seja a opção, essa apresentação da prancha de proficiência do Aprendiz ou Companheiro deve decorrer de um duplo juízo sobre a sua pertinência. Duplo juízo sobre se o trabalho está concluído ou se se deve ainda melhorá-lo, que deve ser efetuado pelo autor do mesmo e pelo seu Vigilante.
Não deve haver pressa em apresentar a prancha de proficiência. Ela é o espelho da evolução do obreiro no momento em que é apresentada. Por isso deve haver um especial cuidado na sua apresentação. Por isso deve tal prancha ser considerada como concluída e pronta para ser divulgada em Loja apenas quando satisfaça, quer o seu autor, quer o Vigilante responsável pela sua integração e evolução.
A apresentação de uma prancha de proficiência em Loja é sempre aguardada com expectativa na Loja Mestre Affonso Domingues. É mais um de nós que mostra a sua evolução, os caminhos que explora, o seu processo de transformação de homem bom em homem melhor. Mas, para além de um momento de expectativa também sempre é, deve ser, mais um momento de evolução, um patamar, não só de chegada, mas sobretudo de nova partida. Por isso, a Loja e os seus Mestres que - sempre! - comentam a prancha apresentada buscam um equilíbrio entre o devido e justo reconhecimento do trabalho efetuado e a sempre presente exigência de que, por muito bom que esteja o trabalho, por muito bem que tenha evoluído o obreiro, sempre poderá e deverá ser melhor, fazer melhor, persistir na senda da busca da inatingível perfeição.
É por essa razão que a crítica às pranchas de proficiência na Loja Mestre Affonso Domingues é normalmente severa, por vezes acerba, sempre dura. Não deixando de se reconhecer os méritos, aponta-se impiedosa e cruamente o que falta ou o que deveria mais bem ser feito. Não pelo prazer de criticar ou mostrar qualquer (inexistente) pretensa superioridade. Apenas como ferramenta para que o próprio maçom, aquele que apresenta o seu trabalho à consideração dos demais, mas também cada um destes, sempre busque ser e fazer mais e melhor. É justa e agradável a noção e o reconhecimento de que um trabalho está bem feito. Mas não pode, não deve, deixar de estar sempre subjacente a noção de que qualquer trabalho, qualquer obra, por muito bem que esteja, pode sempre ser melhor.
Dar por concluída e pronta para ser apresentada em Loja uma prancha de proficiência não deve nunca significar que é trabalho insuscetível de ser melhorado. É apenas o melhor trabalho que se está em condições de fazer nesse momento. Mas o objetivo, o caminho, é sempre crescer, sempre avançar, sempre aprender, sempre afinar as nossas capacidades - e, portanto, sempre estar em condições de melhorar aquilo que um dia foi o melhor que então pudemos fazer.
É por essa razão que, na cultura que a Loja Mestre Affonso Domingues procura que os seus obreiros adquiram e aprimorem, se tem presente que o elogio, o reconhecimento é agradável e justo - mas a crítica é o impulso para poder ser melhor. Para a Loja Mestre Affonso Domingues não basta o Justo. Ambiciona-se o Perfeito!
Rui Bandeira