07 agosto 2009

Sigam... mas primeiro escolham !

Estamos em fase de férias gerais, ou quase.
E a propósito "do caminho" também em férias é bom que sigam o V. caminho, pensado primeiro, cumprido a seguir.
Como na vida !!! E férias são vida !

Claro que a afirmação inicial é destinada aos que têm férias. Infelizmente nem todos. Infelizmente nem serão para os que mais precisam.

De qualquer forma em tempo de calor sempre há algum relax... Os sentidos relaxam, os corpos dilatam, umas vezes por causa do calor, outras vezes por outras razões menos naturais (!).
Mas o Verão é assim, até mesmo um Verão em que a política portuguesa teria tanto para trabalhar.

Para animar o fim de semana supostamente quente, supostamente de Verão, supostamente de férias deixo-vos uma pérola tripla.

E quanto ao caminho a seguir... ... Quanto ao caminho a seguir, cada qual tem o seu.
Há que reconhecê-lo, estudá-lo (como os corredores dos ralies fazem em treinos para as provas), e depois , depois é andar pelo caminho descoberto, de preferência sem hesitações.

Se surgirem dúvidas (acontece aos melhores), há que ter a honestidade e a humildade de perceber que houve um engano e que é preciso corrigir.
E sendo caso disso recomeçar. Mas sempre por caminho próprio !
Nada de imitações nem de seguidismos.
Cada Homem é um ser único e, até ver, o Criador ainda não repetiu a combinação.
Como tal cada Homem tem um caminho próprio para andar... O seu caminho e não outro.

Já agora acrescento um detalhe geométrico. Os caminhos que percorremos não são paralelos.
Por tal razão eles cruzam-se em algum(ns) ponto(s), e é aqui que se vê a habilidade de cada um para conduzir na vida. Nestes cruzamentos não há sinais, nem avisos prévios.
Que acontece neles ?
Pois para alguns ocorrem acidentes que até podem ser graves, conflitos, quem passa primeiro, quem tem prioridade...
Outros aproveitam e fazem Amigos !!!

É outra das escolhas que temos que fazer ao longo do percurso e consoante as escolhas que forem sendo feitas assim o esforço vai sendo maior ou menor.

E se o percurso escolhido puder ser cheio, melhor. Cheio de vida digo eu !
Como diz o Professor Moniz Pereira, que no fim possamos ter, não uma vida com muitos anos, mas muitos anos cheios de vida !

Para este fim de semana cá fica um caminho... para ouvir e encher !



E como de costume... Bom fim de semana para todos e boas férias para os que estiverem de férias e boa semana de trabalho para os que, como eu, têm trabalho pela frente.

JPSetúbal

05 agosto 2009

A Lenda do Ofício - 1.ª parte: Antiguidade

Euclides

O manuscrito Downland, que se pensa datar de cerca do ano 1.500, é um dos manuscritos da maçonaria operativa que foram encontrados e estudados. Nele está, além do mais, transcrita a Lenda do Ofício a lenda da origem da Maçonaria (não esquecer que, conforme assinalei em Maçonaria = Geometria = Arquitetura, naqueles já remotos tempos Maçonaria e Geometria eram sinónimos).

Dada a sua extensão, vou divulgá-la em dois textos. Eis a primeira parte, em tradução livre minha:

(...) Pode um homem verificar que a ciência do trabalho se funda na Geometria, pois a Geometria ensina ao homem a dimensão e a medida, a forma e o peso, de todas as coisas na Terra, e por isso não existe homem algum que execute alguma ciência, sem que utilize alguma dimensão ou medida, nem nenhum compra ou vende sem que compre ou venda algo com medida ou peso, e tudo isto é Geometria. (...) Daí que se pense que a ciência da Geometria é a mais valiosa e que contém todas as outras.
Vou contar-vos como estas valiosas ciências apareceram. Antes do Dilúvio de Noé, havia um homem, chamado Lamech, tal como está escrito na Bíblia, no quarto capítulo do Génesis; e este Lamech tinha duas mulheres, uma chamada Ada e outra chamada Sella; da sua primeira mulher, Ada, teve dois filhos, Jabell e Tuball e da sua outra mulher, Sella, teve um filho e uma filha. E estes seus quatro filhos criaram o princípio de todas as ciências no mundo. O seu filho mais velho, Jabell, fundou a ciência da Geometria. (...) E o seu irmão Tuball fundou a ciência da música (...). E o terceiro irmão, Tuball Cain, fundou a ciência de trabalhar ouro, prata, cobre, ferro e aço (...). Esses filhos sabiam bem que Deus iria tirar vingança dos pecados, ou pelo fogo, ou pela água; portanto, escreveram as suas ciências em dois pilares de pedra, que pudessem ser encontrados após o Dilúvio de Noé. E uma das pedras era mármore, pois essa não arderia com o fogo; e a outra pedra era argila cozida em tijolos e não afundaria na água de Noé.
O nosso propósito é contar-vos com verdade como e de que maneira foram encontradas as pedras em que estas ciências estavam escritas. O grande Hermarynes, que foi filho de Cuby, o qual foi filho de Sem, que foi filho de Noé, mais tarde chamado de Hermes, o patrono dos homens sábios, encontrou um dos dois pilares de pedra e encontrou a ciência nele escrita e ensinou-a a outros homens. E na construção da Torre de Babel se fez o primeiro uso da Maçonaria. E o rei da Babilónia, que se chamava Nimrod, era ele próprio um maçon; e amava bem a ciência, e isto é dito pelos mestres em História. E quando a cidade de Nínive e outras cidades do Oriente foram construídas, Nimrod, o rei da Babilónia, enviou para lá três mil maçons a pedido do rei de Nínive, seu primo. E, quando os enviou, deu-lhes um Dever do modo seguinte: Que deveriam ser verdadeiros uns com os outros e que deviam gostar de estar uns com os outros e que deviam servir lealmente o seu senhor em troca do seu salário (...). E outros deveres de conduta lhes deu. E esta foi a primeira vez que aos Maçons foram impostos Deveres da sua ciência.
Mais tarde, quando Abraão e Sara, sua mulher, foram para o Egito, ali ele ensinou as sete ciências aos egípcios; e teve um valioso discípulo, chamado Euclides, que aprendeu bem e foi Mestre das sete ciências liberais. E no seu tempo, sucedeu que o senhor e os nobres do reino tinham tido muitos filhos, alguns das suas mulheres, outros de outras senhoras do reino; porque aquela terra é uma terra quente e propícia a gerar. E eles não tinham encontrado modos de vida satisfatórios para os seus filhos, de que muito gostavam, e então o rei do país convocou um grande Conselho e Parlamento para decidir como poderiam encontrar um modo de vida honesto para os nobres seus filhos, e não conseguiram encontrar boa maneira. E então anunciaram por todo o reino que se houvesse algum homem que os informasse, então deveria comparecer perante eles e seria recompensado pelo seu trabalho, de forma a deixá-lo satisfeito.

Depois que este pregão foi feito, veio então o valoroso Euclides e disse para o rei e todos os seus nobres: "Se me entregarem os vossos filhos para que eu os governe e lhes ensine uma das sete ciências, de forma que eles possam viver honestamente como nobres, deverão dar-me a mim e a eles uma carta-patente, de que eu tenho o poder de lhes determinar o modo como essa ciência deve ser regulada." E o rei e o seu Conselho concederam-lhe isso e selaram a sua carta-patente. Então o valoroso Doutor levou consigo os filhos dos nobres e ensinou-lhes a ciência da aplicação da Geometria ao trabalho de construção em pedra de igrejas, templos, castelos e palácios; e deu-lhes Deveres da seguinte forma.
O primeiro era que deviam ser verdadeiros para o Rei e para o Senhor de quem dependiam. E que deveriam gostar de estar juntos, ser verdadeiros uns com os outros. E que deviam chamar-se uns aos outros Companheiro ou Irmão, não por servo, ou escravo, ou outros nomes tolos. E que deveriam merecer o salário pago pelo Senhor ou pelo Mestre que servissem. E que deveriam designar o mais sábio deles para Mestre do trabalho e não deixar que essa designação fosse afetada por linhagem, riqueza ou favor, pois então o senhor seria mal servido e eles desonrados. E também que deveriam tratar o responsável pelo trabalho por Mestre, durante o tempo em que trabalhassem com ele. E muitos mais deveres de conduta que seria longo contar. E a todos estes Deveres fez jurar um grande juramento que naquele tempo se usava; e determinou que deveriam receber salários razoáveis, com os quais pudessem viver honestamente. E também que deveriam reunir-se anualmente, para discutir como poderiam trabalhar melhor e melhor servir o seu senhor, para ganho dele e deles próprios; e para corrigirem no seu próprio seio aquele que tivesse errado contra a ciência. E assim ali foi implantada a ciência; e o valoroso senhor Euclides deu-lhe o nome de Geometria. E agora é chamada em toda esta terra por Maçonaria.
Muito depois deste tempo, quando os filhos de Israel chegaram à Terra Prometida, que agora é chamada entre nós de Jerusalém, o rei David iniciou a construção do Templo que é chamado entre nós de Templo de Jerusalém. E o rei David apreciava os maçons e tratava-os bem e dava-lhes bom salário. E deu-lhes os Deveres pela forma que tinha aprendido no Egito, dada por Euclides, e outros deveres de conduta de que ouvirão falar mais tarde. E depois da morte do rei David, Salomão, que era filho de David, concluiu o Templo que o seu pai começara; e mandou vir maçons de diversos países e várias terras; e juntou-os, de forma a ter 40.000 trabalhadores em pedra e chamou-lhes maçons. E escolheu de entre eles 3.000 que determinou fossem Mestres e responsáveis pelo trabalho. E, para além disso, havia um rei de outra região que os homens chamavam Hiram, que era amigo de Salomão e que lhe deu madeira para a sua construção. E ele tinha um filho chamado Aynam (hoje designado por Hiram Abif) e ele era Mestre de Geometria e foi o Mestre Chefe de todos os maçons e foi o Mestre de todos os aparelhamentos e gravações das pedras e de toda a espécie de Maçonaria que dizia respeito ao Templo; e isto é testemunhado pela Bíblia, no Livro dos Reis, capítulo terceiro. E Salomão confirmou, quer os Deveres, quer as disposições que o seu pai tinha dado aos maçons. E assim foi a valiosa ciência da Maçonaria confirmada na terra de Jerusalém e em muitos outros países.

Fonte: The History of Freemasonry, Albert G. Mackey, Gramercy Books, New York


Rui Bandeira

31 julho 2009

O grande desperdício

Mais um exemplo espantoso de força moral, transformada em física.
Na Física aprende-se que existe uma energia potencial transformável em cinética sob determinadas leis, conhecidas e enunciadas.
Só que as leis da Física têm pouco a ver com o que é preciso para explicar os verdadeiros milagres de força de vontade que aqui são representados.

Vão aparecendo estes exemplos e de alguma forma vamos encontrando no nosso Portugal algumas melhorias no apoio a pessoas que de uma forma ou de outra necessitam mais dos outros.
Os exemplos que me vão entrando no correio e que depois eu vou aproveitando para trazer ao blog são lufadas de ar fresco no reconhecimento da força que cada um de nós tem por dentro.
É só querer, e ela aparece !

O lamento que resta é constatarmos que esta capacidade só aparece em casos de grandes dificuldades.
Que bom seria podermos desenvolvê-las para aplicação generalizada na transformação da Humanidade, independentemente da sua aplicação a necessidades próprias.

Pelo menos ficamos a saber aquilo que estamos a desperdiçar que é muito mais do que aquilo que estamos a aproveitar.


E por agora, grande abraço e bom fim de semana.

JPSetúbal

29 julho 2009

Entrevista esclarecedora

François Stifani
Muito Respeitável Grão-Mestre
da Grande Loge Nationale Française

A Grande Loja Legal de Portugal/GLRP tem uma ligação especial com a Grande Loge Nationale Française. Foi esta Grande Loja que a consagrou, então ainda com o nome de Grande Loja Regular de Portugal. Vamos, pois, estando atentos ao que se passa com os nossos Irmãos Regulares de França. E um dos sítios que regularmente consulto é o sítio da Grande Loge Nationale Française.

Deparei recentemente nesse sítio com um vídeo de uma entrevista do Muito Respeitável Grão-Mestre da GLNF, François Stifani que, apesar da sua grande extensão - 27 minutos - vale a pena ver.

Em primeiro lugar, pela naturalidade e simplicidade como o Grão-Mestre Stifani fala, com clareza, de assuntos tão diversos como o segredo maçónico, o que buscam os maçons regulares, a espiritualidade, a diferença entre a Maçonaria Regular e a Maçonaria da orientação do Grande Orient de France, a posição da Maçonaria Regular perante a religião católica e a Igreja Católica, a efetiva aplicação no seio da Maçonaria da divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade, etc.. Uma verdadeira lição, em poucos minutos, do que é Maçonaria.

Trata-se de uma entrevista concedida à TV 7, uma televisão regional francesa, de Bordéus. Mas não se pode deixar de notar que, se aqueles 27 minutos são verdadeiramente esclarecedores, sobretudo para os profanos, tal se deve também ao profissionalismo e qualidade do entrevistador. Perguntou o que precisava de perguntar para esclarecer os espectadores e deixou falar o entrevistado. Conduziu a entrevista como se de uma agradável conversa se tratasse, passando de tema a tema com a propósito, sem interromper malcriadamente o seu entrevistado, sem mostrar tomar partido a favor ou contra. O resultado foi um programa interessante, bem conduzido e elucidativo. Bem poderiam alguns e algumas profissionais da nossa praça, que se julgam estrelas do jornalismo televisivo, pôr os olhos e aprender com aquele profissional francês... É que, afinal, uma entrevista televisiva não tem propriamente como objetivo - exceto, parece, para algumas cabecinhas pensadoras que para aí andam... - fazer brilhar o entrevistador, qual estrela com aspirações a supernova... Uma entrevista televisiva é informação e o seu destinatário é o público. Não se destina a fazer brilhar nem entrevistador, nem entrevistado. Destina-se a INFORMAR. E, por isso, é-se bom profissional quando se conduz a entrevista, não com o propósito de contradizer, examinar, achincalhar, provocar, interromper, o entrevistado, não com o objetivo de encher o écran, mas com o único e reto propósito de criar as condições para que o entrevistado possa esclarecer a sua posição sobre os temas propostos. E depois o público faz o seu juízo: uns concordam, outros discordam, outros ainda ficam indiferentes...

Querem saber o que é, o que faz, como se situa perante a vida e a sociedade a Maçonaria Regular?

Pois bem, desde que entendam o francês, reservem 27 minutos do vosso tempo e... sigam este atalho:

http://www.glnf.fr/video2.asp
.

Às vezes, é pela forma mais simples que melhor se esclarece e se é esclarecido!

Rui Bandeira

24 julho 2009

Quando um jovem sonha

Quando um jovem sonha...:
"o mundo pula e avança, como bola colorida... "

Foi o nosso querido professor de Física/Poeta que ensinou e uma geração aprendeu.
Só que infelizmente a velocidade do desenvolvimento da sociedade humana não acompanha a velocidade de desenvolvimento dos sonhos nem da vontade de alguns (quero acreditar que cada vez em maior número) e o resultado faz com que a distância entre o que acontece em grande parte do mundo e o que gostariamos que acontecesse em toda a humanidade é cada vez maior.

Esta pequena interpretação deste pequeno jovem (bela voz !) vale o que vale (esta expressão é das coisas mais inteligentes que os nossos políticos, dirigentes desportivos, técnicos de sondagens e mais génios disparam a torto e a direito... com o ar inteligente que convém a estas declarações. Se estivessem ao pé de mim constatariam o ar intelectual que fiz nesta fase do texto...) e como tal é necessário ouvi-la com o distanciamento que fôr possível a cada um.
Mas trago-a para aqui porque a oportunidade é bem adequada ao que vemos nos jornais diários.
É mais um pequeno desafio ao pensamento "no outro" que o fim de semana pode ajudar a concretizar.
Se isso acontecer... valeu a pena !



E, como sempre... grande abraço e bom fim de semana.

JPSetúbal

22 julho 2009

Consagração da Grande Loja de Moçambique

Quem nos últimos dias passou pelo sítio da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, verificou estar lá publicado, com inusual destaque, um texto informativo com o mesmo título do que encima este arrazoado.

O inusual destaque indicia a particular importância que a GLLP/GLRP e o seu Grão-Mestre atribuem ao evento noticiado. Mas a institucionalidade do sítio em causa, que obriga a que o que ali é publicado como notícia seja sobretudo factual e objetivo, evitando-se os comentários e opiniões, não permitiu destacar, assinalar e enquadrar alguns aspetos significativos do evento e do que ele representa.

Em primeiro lugar, importa destacar a importância em si mesma do facto. Há muito, muito tempo que inexistia atividade maçónica publicamente conhecida em território moçambicano, em especial da Maçonaria Regular.

Em segundo lugar, é asado assinalar que a consagração da Grande Loja de Moçambique, sendo um início, é também um culminar de um processo preparatório minucioso, sério, discreto e persistente. Desde há vários anos que funcionavam, primeiro uma, depois outra, logo outra, Lojas sob a égide da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, ali estabelecendo as sementes e difundindo os princípios da Regularidade Maçónica. As sementes germinaram, os princípios consolidaram-se, o interesse foi crescendo, a aprendizagem foi-se fazendo. Sempre com a discreta ajuda e enquadramento da GLLP/GLRP. Foi um trabalho realizado longe dos holofotes, de formiguinha, de paciência, de método. Levado a bom porto. A gestação da Regularidade em Moçambique terminou no tempo próprio e agora é altura de os Irmãos daquele país seguirem o seu rumo administrando-se a si próprios, sem tutelas, sem protecionismos. Chegou a altura de uma nova Potência Maçónica Regular ser proclamada. Como é apanágio da Maçonaria, a nova Grande Loja de Moçambique é reconhecida como igual por todas as demais Potências Maçónicas que intervieram na sua Consagração e, paulatinamente, vai ser rconhecida como igual por todas as demais Potências Maçónicas Regulares do Mundo.

Em terceiro lugar, deve-se enquadrar devidamente o sucedido, quer pelo lado da Potência Maçónica consagrada, quer relativamente à consagrante. Estiveram presentes e intervieram na Consagração da Grande Loja de Moçambique e na Instalação do seu primeiro Grão-Mestre, nada mais, nada menos, do que quatro Grão-Mestres: o da GLLP/GLRP, Grão-Mestre Consagrante e Grão-Mestre Instalador, o da Grande Loja da Costa do Marfim, que exerceu os ofícios de Primeiro Grande Vigilante Consagrante e Primeiro Grande Vigilante Instalador, o da Grande Loja das Maurícias, que exerceu os ofícios de Segundo Grande Vigilante Consagrante e Segundo Grande Vigilante Instalador e o da Rússia, que, simbolicamente, tomou a seu cargo a imposição do Avental de Grão-Mestre ao recém-instalado Grão-Mestre de Moçambique. Estiveram ainda representadas, ao mais alto nível, a Grande Loja Nacional Francesa, através do Grão-Mestre Provincial da Ilha da Reunião, que exerceu as funçóes de Grande Orador, o Grande Oriente do Brasil, através do seu Grande Secretário Geral das Relações Exteriores, que assegurou o ofício de Grande Hospitaleiro, a Grande Loja da África do Sul, com uma numerosa delegação presidida pelo seu Past Grande Porta Espada, que, adequadamente, exerceu o ofício de Guarda Interno, e a Grande Loja do Gabão, através do seu Assistente do Grão-Mestre e Grande Secretário, que tomou a seu cargo a imposição da Joia e do Colar de função ao recém-instalado Grão-Mestre de Moçambique. Qual cereja em cima do bolo, esteve ainda presente o Secretário da Conferência Mundial de Grandes Lojas Regulares que, significativamente, procedeu à Proclamação da Grande Loja de Moçambique e do seu Grão-Mestre.

Esta comparência e cooperação de altos representantes de várias Potências Maçónicas representa um alto significado, quer para Grande Loja de Moçambique, quer para a GLLP/GLRP. Para aquela, a garantia do fácil, tranquilo e rápido reconhecimento de todo o Mundo Maçónico Regular. Foi consagrada pela Potência Maçónica Regular de Portugal, na presença da única Potência Maçónica Regular brasileira de nível supra-estadual, o GOB. Intervieram na sua consagração representantes, ao mais alto nível, de várias e importantes Potências Maçónicas africanas. Estiveram ainda representads duas outras indubitavelmente importantes Potências Maçónicas europeias, a GLNF e a Grande Loja da Rússia. Finalmente, foi proclamada pelo Secretário da Conferência Mundial de Grandes Lojas Regulares. Se isto não é demostrativo de consenso generalizado em torno da nóvel Grande Loja, não sei o que porventura será...

Também esta larga constelação de estrelas maçónicas presentes constitui um agradável conforto para a GLLP/GLRP. A Consagração por esta da Grande Loja de Moçambique foi respaldada, apoiada consensualmente, pelas principais Potências Maçónicas mundiais, algumas estando presentes e outras, embora não o estando, por princípios de atuação internacional próprios, como a UGLE (Grande Loja Unida de Inglaterra), apoiando a dita Consagração e que a mesma tivesse lugar através da GLLP/GLRP. A direção da tarefa de implantação da Maçonaria Regular nos países de língua oficial portuguesa em que esta ainda não está oficialmente implantada foi assumida pela GLLP/GLRP, com o consenso das demais Potências Maçónicas Regulares. E a generalizada prova da confiança no trabalho efetuado por esta leva-a, e aos seus obreiros, a perseverar na qualidade futura desse seu trabalho, no cumprimento estrito dos princípios da Regularidade e na sua divulgação.

Por tudo isto, foi um Grão-Mestre muito feliz, visivelmente contente e extraordinariamente satisfeito que encontrei no seu regresso da deslocação a Moçambique!

E tudo isto - por escolha própria - entendi não ser apropriado escrever no institucional sítio ds GLLP/GLRP. Mas considero poder e dever aqui ser publicado!

Rui Bandeira

17 julho 2009

Só sei que nada sei ?

Conta-se (ou cantava-se) nos meios académicos, pelo menos de Lisboa e Coimbra, uma historinha, mais ou menos "anedotificada", mas que retratava uma situação real passada numa aula de uma das várias "Matemáticas" pelo qual passaram os que andaram pelo Técnico ou pela Faculdade de Ciências de Lisboa nos idos de 60 do século XX (t'ou mesmo velho...!).

A coisa aconteceu com um professor de Matemática, conhecido e excelente cientista (está fora de dúvida), mas um tanto bronco no que tocava a sua vaidade pessoal, e rezava da seguinte forma:

- Meus senhores, no Congresso do último fim de semana só sábios eramos 14 !

Com toda esta modéstia é de prever que outras broncas sairiam de vez em quando, e saiam mesmo. Mas foi um excelente "prof" a quem muita gente da minha geração deve muito, do muito pouco que sabe.

Isto a propósito do vídeo/musiquinha de hoje, estilo "palavras cruzadas pensantes" para o fim de semana.

É que esta coisa de ponderar sobre o que se sabe ou não sabe, muitas vezes complica-se e damos connosco a pensar se de facto sabemos alguma coisa e que coisa é essa do saber.

Assim a modos como as "certezas" ácerca das quais eu sempre gosto de reproduzir um diálogo:

- Toda a gente que tem a certeza absoluta do que diz é estúpido...
- Tens a certeza ?
- Absoluta !

À hora a que habitualmente alinhavo estes pequenos introitos aos vídeos com que vou preenchendo as 6ªs feiras já não tenho paciência para dissertar sobre a relatividade do saber e do conhecimento, tanto mais que cada vez com maior frequência as “sardinhas assadas com pimentos” que ontem eram um veneno para tudo, hoje são um bálsamo para uma quantidade de maleitas perigosíssimas… !
O que significa que quanto mais certo estou de alguma coisa, mais perto estarei de um qualquer génio-novo vir provar que o quadrado é redondo e o círculo tem, nada menos do que quatro lados em bico concavo cruzados com semi-retas elíticas…
E quando um génio-novo diz… é porque é verdade, seja lá o que fôr !
Até aparecer o próximo génio-novo.

Portanto aqui Vos deixo um muito ligeiro alerta para as vossas convicções inabaláveis, tanto mais que a fixação das ideias está cada vez mais em risco.



E como diria o Rui, "G's" há muitos (!) e todos "G's".

Como sempre, desejo-vos a todos, a todos mesmo, um bom fim de semana cheio de boas e verdadeiras certezas.
Abraços.

JPSetúbal