21 maio 2008

Aprender e ensinar


Costumo dizer, com alguma frequência, e já aqui o escrevi, que a Maçonaria não se ensina, aprende-se. No texto Variação sobre o silêncio, porém, escrevi que ter a palavra é ter o poder de ENSINAR. E, nesse sentido, só os Mestres ensinam, só os mestres detêm a palavra. Atento, como habitualmente, logo o simple, em comentário a este texto, assinalou a aparente contradição. Cumpre, então, esclarecer.

A Maçonaria não se ensina, aprende-se. Com esta frase, procuro enfatizar que tudo o que é verdadeiramente importante, essencial, na Maçonaria não nos é transmitido por ninguém, é apreendido por nós próprios. O que qualquer outro, por muito sabedor que seja, nos transmita, nos ensine, em Maçonaria é sempre acessório, não verdadeiramente essencial. O que de verdadeiramente importante há na Maçonaria é aquilo que é impossível de transmitir por palavras. É aquilo que constitui o verdadeiro Segredo Maçónico. A isso, chega-se pela vivência, pelo trabalho e pelo estudo, pela meditação, pela análise, pela introspecção. Isso está dentro de cada um de nós e só nós mesmos o podemos localizar, descobrir, reconhecer e apreciar. Isso é, em suma, o sentido da existência e da Criação. Todos o temos dentro de nós e ao nosso alcance. A imensa maioria nem sequer sabe que o tem. Alguns sabem que o têm, mas não sabem como o encontrar. Una quantos dedicam-se à tarefa e ao caminho. Esses buscam o verdadeiro Graal. Esses são verdadeiros maçons. Alguns nunca usaram um avental...

A Maçonaria é um caminho que cada um tem de percorrer. Às vezes, um caminho que não nos é aparente, que, em boa verdade, somos nós próprios que o estamos criando com o nosso caminhar. Cada um tem o seu. Alguns, muitos, seguem muito do caminho em conjunto e só mais além cada um escolhe sua diferente vereda. Una vão mais além, outros ficam mais perto. Uns satisfazem-se com o que encontram a dado passo, outros persistentemente escavam mais fundo e descobrem novos caminhos debaixo do caminho original. Todos podem encontrar o que precisam. Basta que o queiram e façam por isso.


O caminho de meu Irmão pode ser diferente do meu. Portanto, de nada vale ensinar-lhe o caminho que conheço. O meu Irmão pode precisar de algo bem diverso do que eu preciso. Logo, é inútil procurar ensinar-lhe a procurar o que eu procuro. O que fará sentido para o meu Irmão pode muito bem ser diverso do que para mim tem significado e aquilo que eu reconheço como essencial descoberta pode a ele deixá-lo indiferente. Assim, é estulto procurar ensinar-lhe o meu significado.


A pintura que Leonardo da Vinci pintou, só ele a poderia exactamente pintar. tal como a de pintura de Dali só ele a poderia exactamente assim fazer. Tal como a de Rembrandt é única. Ou a de Van Gogh. Cada um dos grandes mestres da pintura percorreu o seu único e individual caminho para chegar onde chegou, criar o que criou. Não é possível (nem sequer desejável) procurar ensinar quem quer que seja a ser da Vinci, ou Dali, ou Rembrandt ou Van Gogh. O melhor que se conseguiria seria criar falsários ou imitadores...
Mas todos – da Vinci, Dali, Rembrandt, Van Gogh e o mais obscuro e desconhecido candidato a pintor – usaram ou usam tintas e pincéis e telas e cavaletes e lidaram ou lidam com a luz e a sombra e a forma e a textura. Cada um lidará com eles da forma que pessoalmente souber e conseguir. Um foi da Vinci, outro não passará nunca de Rui Bandeira, tão destituído de sentido plástico que tudo o que fizesse pareceria sempre feito com a mão esquerda, não sendo canhoto...

A escrita de Eça é dele e o seu brilho tem o fulgor do reflexo o seu monóculo. Poesia como a de Camões, ninguém mais escreveu, nem daqui nem de além da Taprobana. O ascetismo de Cardoso Pires não se confunde com a sobriedade de Lobo Antunes. E esta difere do espírito de Agustina e do pessimismo controlado de Saramago. E com nenhum destes se confunde a profundidade de Torga, nem a autenticidade de Aquilino. No entanto, todos eles utilizaram a mesma língua, trabalharam as mesmas letras, se inspiraram no mesmo Povo...

A arte de cada pintor, ninguém lha ensinou, aprendeu-a ele. A criação literária de cada escritor não a obteve ele de nenhum professor, aprendeu-a ele da sua vida, da sua observação, do seu interior. No entanto, ao pintor, no seu início, houve quem lhe ensinasse a usar pincéis, a fazer tinta, a combinar texturas. E os escritores tiveram quem lhes ensinasse a ler e a escrever.

Assim sucede também em Maçonaria. Esta não se ensina, aprende-se. Mas as ferramentas, os meios, os símbolos, o enquadramento ético, esse pode e deve ser ensinado.

O B-A BÁ não passa disso mesmo. Mas sem se passar por ele, não se pode escrever um livro digno do Nobel ou pintar uma obra merecedora de ser exposta no Louvre.

Cada Mestre ensina os rudimentos, mostra as ferramentas e como se trabalha com elas. E depois cada um aprende e faz com elas o que conseguir.


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Amanhã é feriado e eu aproveito para fazer "ponte" para o fim de semana e ir a banhos. Atá para a semana!


Rui Bandeira

20 maio 2008

Transição

Os antigos Veneráveis Mestres, quando não tenham ofícios atribuídos, devem manter-se disponíveis para assegurar substituições de Oficiais do Quadro, sempre que tal se torne necessário, por impedimento de qualquer destes.

Durante parte deste ano maçónico, coube-me a responsabilidade de assegurar, em substituição do Oficial titular, o ofício de Mestre de Cerimónias. Com efeito, o Oficial titular, praticamente logo depois de ter sido investido nas suas funções, viu-se, por razões pessoais que entendeu ponderosas, na necessidade de comunicar ao Venerável Mestre que iria adormecer, isto é, suspender a sua actividade maçónica.


O adormecimento de um maçon é algo que, por razões pessoais, profissionais ou outras, pode sempre ocorrer e é visto e aceite com naturalidade pela Loja. Se as circunstâncias obrigam um Irmão a suspender a sua actividade maçónica, o que deve fazer é comunicar esse facto e informar da sua suspensão de actividade. Assim, não estando em falta e, pelo contrário, estando em dia com todas as suas obrigações, receberá o seu atestado de quite, isto é, o documento que comprova que suspendeu a sua actividade na Loja com todas as suas obrigações cumpridas, e, mais tarde, quando as circunstâncias o permitirem e o desejar, poderá, sem reservas ou problemas, retomar a sua actividade maçónica, na mesma ou em outra Loja.

Pese embora a naturalidade da situação, o adormecimento do Mestre de Cerimónias em exercício colocou um problema que, não sendo particularmente grave ou difícil, necessitava de ser resolvido com alguma ponderação e cuidado. É que, como mencionei em texto recente, o maçon que assegura o ofício de mestre de Cerimónias está, presentemente, a meio da “linha de sucessão” para o exercício do ofício de Venerável Mestre. Ainda por cima, foi no corrente ano maçónico que o actual Venerável Mestre assim o decidiu, na sequência de pareceres nesse sentido de vários antigos Veneráveis e com a consensual aceitação de toda a oficina. Ter de acorrer a um imponderável no primeiro ano de introdução de uma mudança é sempre delicado...

A solução encontrada foi, no meu entender feliz: foi escolhido para Mestre de Cerimónias um Mestre das Colunas, que exercerá o ofício não só durante a parte restante do presente ano maçónico como no próximo. Com isso, limitou-se o efeito de ultrapassagens indesejadas. É que, atrás do Mestre de Cerimónias, na “linha de sucessão”, estão o Secretário e o Tesoureiro. Sucede, porém que o actual Secretário é já um Mestre com alguma antiguidade, que já exerceu o ofício de Mestre de Cerimónias, quando o mesmo não estava integrado na “linha de sucessão. Em relação a ele, não há a necessidade de exercer um ofício que já exerceu e poderá assim passar adiante. Quanto ao Tesoureiro, é da mesma “colheita” do Mestre agora escolhido para Mestre de Cerimónias, pelo que seguir-se um ao outro ou o outro ao um no exercício dos ofícios é relativamente indiferente.

Em suma, rapidamente a solução foi encontrada. Mas, não sei se por aguardar ainda que o maçom que adormeceu pudesse ultrapassar a contento e com brevidade os motivos do seu adormecimento, se por querer dar tempo ao Irmão escolhido para o substituir para se ambientar à função, o Venerável Mestre retardou algumas sessões a efectiva investidura do novo Mestre de Cerimónias. Portanto, durante algumas sessões, fui eu que assegurei em substituição o exercício do ofício, estando nas colunas aquele que já sabia que ia iniciar funções naquele ofício.

Esta situação gerou uma cumplicidade entre ambos. O meu Irmão das colunas observava com atenção o que eu fazia, preparando-se para ele próprio o ir fazer. Eu exercia a função, sabendo que, além de o dever fazer adequadamente, convinha fazê-lo de forma particularmente clara para quem especialmente me observava. Um gesto mais marcado aqui, uma troca de olhares enfática ali, uma acção executada tendo o cuidado de me posicionar de forma a que a mesma fosse claramente vista por aquele Irmão acolá e, sem palavras, sem necessidade de grandes explicações, fiz o melhor que pude, para que o meu Irmão agora possa fazer melhor que eu.

Cada Mestre de Cerimónias tem o seu estilo. Mas esse estilo é tributário do que se aprende com os anteriores. O actual Mestre de Cerimónias titular já está no exercício do ofício desde há algumas sessões. Tem o seu estilo próprio – e é bom! Mas, olhando com atenção, algo dele tem a ver com o meu...

Estou orgulhoso!

Rui Bandeira

19 maio 2008

Da linha e do percurso

No texto A "linha de sucessão", referi que presentemente a prática na Loja Mestre Affonso Domingues tende a estabelecer que o exercício do ofício de Venerável Mestre seja precedido do exercício sequencial de cinco outros ofícios: Tesoureiro, Secretário, Mestre de Cerimónias, 2.º Vigilante e 1.º Vigilante.

No texto Percurso a Venerável, o José Ruah explanou um entendimento ligeiramente diferente: o percurso para o exercício do ofício de Venerável Mestre resume-se à execução sucessiva, no biénio anterior, dos ofícios de 2.º e 1.º Vigilante. No seu entendimento, o acesso ao exercício do ofício de 2.º Vigilante deve ser precedido do prévio exercício, não necessariamente sequencial ou consecutivo, dos ofícios de Secretário e/ou Tesoureiro, Mestre de Cerimónias e Hospitaleiro.

A diferença de entendimento não é grande. Resume-se a três pontos: 1. Enquanto a prática actual da Loja prevê o exercício sucessivo dos ofícios de Tesoureiro e Secretário, o José Ruah admite isso mas também que só apenas um desses ofícios seja exercido; 2. O José Ruah entende dever também previamente ser exercido o ofício de Hospitaleiro, o que não é prática da Loja; 3. O José Ruah entende que a "linha de sucessão" se resume aos ofícios 2.º Vigilante-1.º Vigilante-Venerável Mestre e que o acesso ao ofício de entrada nesta "linha de sucessão, o de 2.ª Vigilante, deve ser precedido de um percurso de obtenção de qualificações, não necessariamente consecutivo nem segundo uma específica ordem, enquanto que a prática actual da Loja é estender a "linha" (ou o percurso) a seis ofícios sequencialmente exercidos: Tesoureiro-Secretário-Mestre de Cerimónias-2.º Vigilante-1.º Vigilante-Venerável Mestre.

Estas diferenças são menos importantes e marcadas do que a sua enunciação pode fazer crer. Acho mesmo que se resumirão apenas a uma: a inclusão ou não no percurso do ofício de Hospitaleiro - e isto se o pensamento do José Ruah quanto a este ponto não evoluiu desde 2006, como admito que tenha sucedido.

Quando o José Ruah admite que possa ser pré-requisito para a entrada na "linha curta de sucessão" o exercício de apenas um ou dos dois ofícios de Tesoureiro e Secretário, estará certamente a pensar nas situações em que Lojas se organizam tendo como princípio a maior estabilidade possível no exercício de um ou de outro deste ofícios. Efectivamente, casos há em que Lojas procuram manter o mesmo obreiro no exercício do ofício de Tesoureiro ou de Secretário tanto tempo quanto for possível e os titulares do mesmo a tal estejam dispostos, procurando obter com isso evidentes ganhos de eficiência administrativa. Nesses casos, obviamente que não será exigível o exercício do ofício prolongadamente assegurado pelo mesmo obreiro como pré-requisito para entrar na "linha de sucessão curta". Porém, não é essa a opção que tem sido seguida na Loja Mestre Affonso Domingues, pelo que é possível exigir-se o exercício destes dois ofícios para se aceder aos ofícios que constituem as Luzes da Loja (os Vigilantes e o Venerável Mestre).

Quanto à questão do Hospitaleiro, admito que porventura haja uma evolução do pensamento do José Ruah, em função das conclusões a que chegámos na Loja: por um lado, a essencialidade e importância deste ofício; por outro a conveniência de ser exercido por um obreiro experiente; logo, preferencialmente dever esse ofício ser exercido por um antigo Venerável.

Quanto à dicotomia "linha de sucessão longa" / "linha de sucessão curta" e sequencialidade e consecutividade ou não do exercício dos ofícios que antecedem o ofício de 2.º Vigilante, a diferença é mais aparente do que real, numa Loja estabilizada. Falar-se em "linha de sucessão longa" ou "linha de sucessão curta" antecedida do exercício pré-qualificativo de dois ou três ofícios, na prática é a mesma coisa. A diferença é pura e simplesmente semântica. Por outro lado, uma vez que cada ofício é exercido por um ano, na prática segue-se inevitavelmente uma progressão. Se se entender ser pré-requisito para se ser 2.º Vigilante que o obreiro tenha antes exercido, por exemplo, os ofícios de Secretário, Tesoureiro e Mestre de Cerimónias, ou se define uma ordem que é seguida ou uma altura chegará em que alguém não tem o pré-requisito integral.

A posição que o José Ruah apresenta tem o mérito de ser mais cautelosa e de ser um bom guia para resolver imponderáveis. Não concordo que seja errado ou um mal pretender-se ter a antecipação de um horizonte de cinco anos quanto a quem, nesse período, sucessivamente exercerá o ofício de Venerável Mestre. Mas reconheço que, quanto mais longo for o percurso, maiores serão as probabilidades e maior será a frequência de haver imponderáveis, doenças, impossibilidades profissionais, etc., que impeçam um obreiro de prosseguir esse percurso, obrigando a Loja a soluções alternativas. Dever-se-á então procurar assegurar, na medida do possível, a "linha de sucessão curta", tal como indicada pelo José Ruah.

Resumindo: a prática actual da Loja Mestre Affonso Domingues é a que eu enunciei; enquanto este entendimento se mantiver, esperavelmente será seguida; sempre que houver (e seguramente que haverá, provavelmente com alguma frequência) percalços ou abandonos ou impossibilidades, o tornear do problema segundo a "linha de sucessão curta" enunciada pelo José Ruah é, no meu entender, uma boa solução. E, quando também com o recurso a ela não for possível solucionar o caso concreto, o bom senso indicar-nos-á o melhor caminho...

Rui Bandeira

17 maio 2008

Hoje é o dia da INTERNET

É verdade, dei por isso agora. Comemora-se hoje o dia da NET !
Nasceu em 1969, como de costume a partir de um projecto militar, e no princípio de 2006 já tinha 100.000.000 (cem milhões !!!) de aderentes.
É coisa de doidos, dizem alguns. É-o certamente, como tudo o que existe pode ser de doidos... ou de gente com juizo !
É perigosa dizem outros... e o que é que existe por aí que o não seja ? Só depende da utilização que lhe der-mos !
Há muita malandragem na NET ? Claro que há. Mas só estão lá dentro malandros que andavam cá fora. Nenhum nasceu dentro na NET !!!
É indispensável, clamam muitos... Não, não é ! Mas como é que hoje, daqui onde estou e agora, Vos mandava os votos de um bom fim de semana ?
Então aqui vão esses votos acompanhados de:
- 3 vídeos (para colecção) que certamente farão alguns regressar aos "bons velhos tempos... ", uma estória admirável para meditar que, verão quando a lerem, só poderia ser entre americanos e vietnamitas (aqueles americanos de consciência pesada...) e para terminar bem... um "boneco" francês (aqueles franceses de consciência leve...).

1- Três VÍDEOS:




2 - A AMIZADE ABSOLUTA

Numa aldeia vietnamita, um orfanato dirigido por um grupo de missionários foi atingido por um bombardeamento. Os missionários e duas crianças tiveram morte imediata e as restantes ficaram gravemente feridas, entre elas uma menina de 8 anos, considerada em pior estado.

Foi necessário chamar a ajuda por um rádio, e ao fim de algum tempo um médico e uma enfermeira da Marinha dos EUA chegaram ao local. Teriam que agir rapidamente, senão a menina morreria devido ao traumatismo e a perda de sangue. Era urgente fazer uma transfusão, mas como?

Após vários testes rápidos, puderam perceber que ninguém ali possuía o tipo de sangue necessário. Reuniram as crianças e entre gesticulações, arranhadas no idioma tentaram explicar o que estava acontecendo e que precisariam de um voluntário para doar sangue. Depois de um silêncio sepulcral, viu-se um braço magrinho levantar timidamente. Era um menino chamado Heng. Ele foi preparado à pressa e, deitado ao lado da menina agonizante, espetaram-lhe uma agulha na veia.

Ele se mantinha quieto e com o olhar no teto. Passado um momento, ele deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão que estava livre. O médico perguntou-lhe se estava doendo e ele negou. Mas não demorou muito a soluçar de novo, contendo as lágrimas. O médico ficou preocupado e voltou a perguntar-lhe, e novamente ele negou. Os soluços ocasionais deram lugar a um choro silencioso e ininterrupto. Era evidente que alguma coisa estava errada. Foi então que apareceu uma enfermeira vietnamita vinda de outra ala. O médico pediu então que ela procurasse saber o que estava acontecendo com o Heng. Com a voz meiga e doce, a enfermeira foi conversando com ele e explicando algumas coisas, e o rostinho do menino foi se aliviando... Minutos depois ele estava novamente tranquilo.

A enfermeira então explicou aos americanos: - Ele pensou que ia morrer, não tinha entendido bem o que vocês disseram e achou que ia ter que dar TODO o seu sangue para a menina não morrer.

O médico se aproximou dele, e com a ajuda da enfermeira, perguntou-lhe: - Mas, se era assim, por que então você se ofereceu a doar seu sangue para ela? E o menino respondeu simplesmente:

- Ela é minha AMIGA!!!!

3 - Voltando ao meu normal (!), cá vai então o bonequinho francês:

Conseguem ler as inscrições ? Não, as de cima, não. Essas até eu e tenho vistas curtas. Refiro-me às das portas. Vá lá... concentrem-se bem... cheguem-se junto ao ecran... bom, talvez com a lupa... isso, assim, vá lá, eu ajudo... "t... isso, toil... lete", ora aí está, conseguiram, "toillete" pois claro, onde a Liberdade é total, a Igualdade é absoluta e, bom quanto à Fraternidade... nada de exageros.

Desejo-Vos um fim de semana cheio de luz.

JPSetúbal


16 maio 2008

Percurso a Venerável

Volto !!! - espero.

O Rui deixou-nos com mais um brilhate texto sobre a " linha de sucessão", no qual nos apresenta a sua visão do fenomeno da continuidade de uma Loja.
Referiu-se a uma intervençao minha, originalmente proferida em Loja em 27/7/2006 , já lá vao 2 anos, e que tenho vindo a apresentar em outras Lojas.
No meu comentário ao texto do Rui abordei rapidamente o tema na minha perspectiva. Todavia e para melhor enquadrar o que disse publico, com alguns cortes necessários, o texto apresentado em Loja.



Cargos de Oficial e Percursos de Progressão
REAA - Lojas Azuis


Nem todos os Aprendizes chegam a Companheiro, destes nem todos chegarão a Mestre Maçon. Seguramente que apenas alguns dos Mestres chegarão a Venerável Mestre . E Esta deve ser uma das regras fundamentais de qualquer Loja, devendo ser comunicada aos aprendizes no seu primeiro dia.

O Cargo de Venerável não é o fim último de uma “carreira” dentro da Loja. É um cargo ao qual se deve chegar porque se crê que naquele momento aquela pessoa pode acrescentar à Loja.

Como tradicionalmente a escolha do Venerável é feita com 2 anos de antecedência, ou seja no momento da nomeação do 2º Vigilante, a Loja prepara-se com tempo.

No Nosso Rito temos os seguintes cargos a serem desempenhados em cada ano Maçónico.

Vigilantes ; Secretário ; Orador ; Tesoureiro ; Experto ; Mestre de Cerimónias ; Hospitaleiro ; Guarda Interno ; Organista

Temos assim cargos eminentemente rituais, outros administrativos, uma terceira categoria de natureza mista, e uma quarta que chamarei outros.

Sem dúvida que o Secretário e o Tesoureiro são cargos administrativos, como não há duvida que M. Cerimónias, Experto, Hospitaleiro, Guarda Interno são de cariz ritual.

Os Vigilantes embora tendo um peso ritual importante, têm também uma carga administrativa associada, e têm ainda a função de Ensino, por isso não são bem uma coisa nem outra, são corolários.

O Organista é um caso à parte, tem uma óbvia e importantíssima função ritual, e tem uma função espiritual fundamental, pois com a sua mestria pode tornar as penosas sessões mais ligeiras.

E quanto ao Orador?

Passando caso a caso

Secretario: tem como função primordial guardar a memória da Loja e tratar dos assuntos de correspondência e comunicação. É por excelência o auxiliar do VM no que ao sector administrativo diz respeito.

Tesoureiro: como o próprio nome indica é aquele que guarda e administra os bens pecuniários da Loja.

Mestre-de-cerimónias: Usando um termo futebolístico é o Patrão do Rectângulo. Age às instruções do VM, tendo no entanto autonomia para circular sem autorização para resolver problemas e orientar trabalhos.

Hospitaleiro: Tem como função principal o acompanhamento dos Irmãos nas alegrias e nas tristezas, representando para o efeito a Loja, sendo que ritualmente lhe cumpre a função de recolha dos obulos

Vigilantes: São os vértices do Triangulo simbólico que comanda a Loja. Têm a seu cargo as colunas, e a passagem do Saber.
Têm a seu cargo, conjuntamente com o VM a representação externa da Loja, sendo-lhes dados poderes para em Nome da Loja defenderem as posições da Loja nos fóruns onde têm assento.
Têm como função o auxílio ao VM na preparação das sessões, sendo ainda o primeiro filtro dos trabalhos apresentados pelos Irmãos integrantes das respectivas colunas (entenda-se Aprendizes e Companheiros)

Guarda Interno: Para alguns o símbolo da Humildade a que se submete o Mestre que já foi Venerável. Aparentemente pouco participante nas sessões, tem por missão fundamental anunciar que alguém bate à porta e de que modo o faz, tendo que saber para tal quando deve fazer esse anúncio. É o primeiro a verificar quem se apresenta, sendo que para tal o seu conhecimento dos ritos e dos graus é fundamental. O conhecimento adquirido é de grande importância.

Experto – A ele estão confiadas tarefas importantes de condução de cerimónias de Iniciação, Aumento de Salário e Exaltação. Estando ainda acometidas as tarefas de ensino no decurso destas cerimonias.
Tem em alguns casos a prerrogativa de se deslocar sem a necessidade do M. Cerimónias. Tem ainda como missão identificar irmãos de outras lojas ou obediências, prestando nisso auxílio ao Guarda Interno.

Estão assim vistas as funções em Loja quer as administrativas quer as Rituais.

E Quanto ao Orador?

O Orador não foi esquecido. Mas é na minha opinião o Caso que não se enquadra.
Não é definitivamente um cargo Administrativo, mas sanciona o trabalho administrativo.
Não é definitivamente um cargo Ritual mas sanciona múltiplos aspectos rituais.
Não é definitivamente um cargo de Gestão da Loja, mas sanciona a gestão.
É o único que pode falar depois do Venerável Mestre.
É o único que pode falar quando achar que para tal há razão, nomeadamente em questões de regularidade e cumprimento dos regulamentos.

São-lhe pedidas orações de sapiência, sobre o que se passa em Loja independentemente do grau.
É, deveria ser, aquele que verifica as pranchas de Aprendizes e Companheiros para aferir se o seu conteúdo está consentâneo com o grau em que vai ser apresentado.
Em meu entender, deveria também fazer prévia verificação das pranchas de Mestre, pois estes muitas vezes levados pela vontade de ensinar quebram barreiras.

O Orador tem que saber tudo. É uma espécie de corolário dos demais Oficiais.

Vejamos

Como pode sancionar trabalhos administrativos, rituais e de gestão se não souber como fazê-los.
Como pode ajudar à condução dos trabalhos se não tiver experiência para tal.
Como pode ser o guardião da LEI se não for um mestre experimentado.

Ao longo destes anos que por aqui ando, tenho vindo a pensar sobre o que deve ser uma Loja, e como devem circular os Irmãos nela.

Estou certo que opinião sobre este assunto há pelo menos uma por cada cabeça pensante.

O percurso até ao Veneralato, para além do desempenho dos cargos de Vigilantes, deve incluir uma vertente administrativa e uma ritual.

Tentando dar uma sequencia a este percurso o mestre deverá desempenhar, não necessariamente de forma consecutiva os seguintes cargos:

Secretário e/ou Tesoureiro
Mestre de Cerimónias
Hospitaleiro

Estará então apto a entrar na sequência Sul – Ocidente – Oriente.
Depois de ser VM não há contestação ao passar um ano enquanto PVM e outro como GI.

Quanto ao Experto e ao Orador cargos fundamentais, deveriam ser a sequência lógica após o Guarda Interno, num novo percurso de Ocidente a Oriente, para finalmente terminar nas colunas.

E se este percurso não for seguido porque pode haver indisponibilidade falta de tempo, ou compromisso, pelo menos que o Orador seja um antigo Venerável pois os anos de trabalho permitirão que seja o repositório da experiência acumulada.

Todavia é necessário entender que a conclusão a que chego não é a de que a sucessão começa no início. Isso seria por a escolha do VM a 5 ou mais anos de distância o que é muito, tanto mais que nem sempre os Irmãos podem ter o compromisso de seguir uma sequência tão grande sem falhas.

O que quero dizer é que o capital de experiência deve ser aproveitado ao máximo pois uma loja só consegue o seu equilíbrio, e mais uma vez no meu ponto de vista, se tiver sempre um apreciável número de antigos Veneráveis activos.

Este equilíbrio que um “conselho Senatorial” pode proporcionar tem que ser entendido como apenas como isso e não como um Conselho no lugar do Venerável.

No entanto nada disto tem qualquer valor ou utilidade se a Loja não cuidar da renovação, iniciando, passando a Companheiro, elevando a Mestre mas sobretudo durante este percurso apostando na formação.

Esta formação deve ser mais vasta que a simples presença em sessão, deve incluir sessões instrução formais quer dentro do templo, quer fora do templo.

Os vigilantes ao terem que fazer essas sessões instrução, terão eles próprios que se preparar e que estudar, e com isso carregarão o seu lastro para o desempenho da função de Venerável Mestre para a qual serão chamados num futuro próximo.

O sucesso do percurso está, de facto, ligado ao Homem em si, mas está muito mais ligado à capacidade da Loja de suprir quaisquer defeitos ou falhas e permitir o sucesso daqueles que por feitio ou personalidade são um pouco menos carismáticos, e também ter a capacidade de mitigar as acções daqueles que são muito carismáticos.

Disse acima que o Venerável deverá acrescentar à Loja. Acrescentar significa continuar um projecto existente e não fazer um projecto próprio. Apenas a Loja deverá ter um projecto para o qual contribuem todos incluindo o Venerável.

Não tendo por objectivo estabelecer uma tese, e daí uma doutrina, penso ter deixado aqui alguma matéria de discussão, ou pelo menos de reflexão.
José Ruah

15 maio 2008

A "linha de sucessão"

Já em vários textos que publiquei no blogue, o último dos quais o dedicado ao ofício de Experto, fiz ocasionais referências à "linha de sucessão". Convém explicar em que consiste e como funciona.

A "linha de sucessão", que eu saiba, não tem apoio formal ou regulamentar em qualquer norma de qualquer jurisdição maçónica. Não está prevista com carácter de obrigatoriedade em nenhum lado. No entanto, em muitas jurisdições maçónicas é observada a prática da "linha de sucessão" no preenchimento dos ofícios, quer de Loja, quer mesmo de Grande Loja. Consiste no estabelecimento informal de um percurso de ofícios que deve ser sucessivamente assegurado por um maçon, como que ascendendo numa hierarquia, até ascender ao ofício de maior responsabilidade numa Loja, o de Venerável Mestre, ou numa Grande Loja, o de Grão-Mestre.

Na GLLP/GLRP, não se verificou, até agora, um claro estabelecimento de uma "linha de sucessão". O ofício de Grão-Mestre é exercido por quem for eleito para o cargo. Costuma haver mais de uma candidatura sempre que há eleições. Embora se tenha verificado que existe uma natural vantagem de quem exerce o ofício de Vice-Grão-Mestre na disputa pela eleição, ela decorre da visibilidade do cargo exercido, do reconhecimento de que o braço direito do Grão-Mestre conhecerá melhor os projectos em curso e as estratégias para ultrapassar os problemas existentes, não de uma tácita assunção de um "direito" à eleição. Aliás, algumas eleições foram bem disputadas... E nenhum caminho de acesso ao Vice-Grão-Mestrado se acha, ainda que informalmente, estabelecido. Resumindo: embora não seja uma situação que se possa considerar descartada em termos de evolução futura, na GLLP/GLRP não se mostra, ao contrário do que sucede em muitas jurisdições maçónicas - designadamente Grandes Lojas norte-americanas - instituído, ainda que informalmente, um princípio de "linha de sucessão" para o acesso ao ofício de Grão-Mestre. O que é, no meu entender, muito bom e desejável que assim permaneça.

Já a nível de Loja, o meu entendimento é exactamente o oposto: considero muito vantajoso que se estabeleça e respeite uma "linha de sucessão" para o preenchimento dos ofícios mais exigentes da Loja, culminando no de Venerável Mestre. Baseio esta minha opinião nos excelentes resultados que a Loja Mestre Affonso Domingues tem obtido com a opção pelo estabelecimento desta prática, praticamente desde a sua fundação. A origem desta prática descrevi-a no texto A eleição do Terceiro Venerável Mestre. Desde então, foi sempre seguida, aumentada e aperfeiçoada, sempre sem sobressaltos, sempre de forma aberta e clara, sempre consensualmente.

Ao contrário do que sucede a nível de Grande Loja, em que os obreiros se encontram dispersos geograficamente e com limitações de contactos entre si, exceptuados os existentes entre os obreiros da mesma Loja, uma Loja maçónica tem um número limitado de membros, com um estreito contacto entre si, situação potenciadora de um amplo conhecimento das características de cada um, dos seus pontos fortes e fracos. Estabelecem-se fortes relações de amizade. Tudo o que evite disputas é bem-vindo.

A prática da "linha de sucessão" tem, assim, a grande virtualidade de tornar desnecessárias disputas eleitorais e fortalecer significativamente a coesão da Loja.

Tem, é certo, potencialmente, o perigo de formação de uma "clique" que se auto-perpetue no "poder" da Loja. Mas este perigo é muito limitado e facilmente evitado, quer porque o "poder" da Loja é ilusório e só efectivamente existente na medida em que exista consonância entre o Venerável Mestre e a Loja, quer porque, se se instituísse uma "clique" de poder numa Loja, facilmente os que estavam fora desse "círculo" poderiam resolver o problema: basta juntar sete Mestres para peticionar a constituição de uma nova Loja e deixar os sedentos do poder a ficarem a "mandar"... neles próprios... Uma Loja é um meio ao serviço dos seus obreiros. Quem o esquecer e pretender torná-la algo diverso, não demorará muito tempo a perder as suas ilusões! Infelizmente, se e quando a tentação surge, o preço que se paga, dentro de um prazo não muito longo, é o abatimento de colunas da Loja "ocupada" ou, pelo menos, uma grave crise que obrigará, na prática, à sua lenta e esforçada reconstrução.

No caso da Loja Mestre Affonso Domingues, esse perigo nem nunca esteve sequer no horizonte, até porque a "linha de sucessão" natural e consensualmente criada tem uma importante válvula de segurança...

Originalmente, na Loja Mestre Affonso Domingues, a "linha de sucessão" abrangia as três luzes da Loja. Isto é, o 1.º Vigilante substituía o Venerável Mestre e era substituído pelo 2.º Vigilante. Mais tarde - com clareza a partir do mandato do décimo quarto Venerável Mestre -, alargou-se até ao Orador e, muito rapidamente, nos mandatos seguintes, até ao Secretário e ao Tesoureiro.

No mandato do actual Venerável Mestre, este tomou a decisão, aliás na sequência de uma sugestão nesse sentido avançada pelo José Ruah e consensualmente assumida pelos demais obreiros, de substituir, na "linha de sucessão", o Orador pelo Mestre de Cerimónias.

Assim, presentemente - e, se não houver motivos para mudar, espero que por muito tempo - um obreiro, antes de ser eleito pelos Mestres da Loja para exercer o ofício de Venerável Mestre, exerce, sucessivamente, os ofícios de Tesoureiro, Secretário, Mestre de Cerimónias, 2.º Vigilante e 1.ª Vigilante.

As vantagens são evidentes: 1. não há disputas eleitorais, nem dissensões, nem zangas devido a eleições; 2. O venerável Mestre ascende ao ofício mediante um percurso que lhe permite o conhecimento e a prática de variadas e importantes responsabilidades dentro da Loja; pode dirigir a sua equipa com conhecimento de causa do que é o exercício dos vários ofícios; efectua alterações em função da sua própria experiência, não de vagas impressões; a Loja tendencialmente sabe quem a vai sucessivamente dirigir nos próximos 5 anos.

A válvula de segurança que a Loja Mestre Affonso Domingues instituiu para prevenir a tentação de abusos foi a inclusão no início da "linha de sucessão" do Tesoureiro. É que este é, além do Venerável Mestre, o único ofício cuja titularidade é preenchida por eleição. Ou seja, entra-se na "linha de sucessão" por eleição. Não por designação. Quando a Loja elege um Tesoureiro, sabe que está, não só a fazê-lo, mas a escolher o Venerável Mestre de daí a seis anos! E, se conseguimos que, até agora, só haja, em cada ano, um único candidato ao ofício de Venerável Mestre, o 1.ª Vigilante em exercício, para a eleição de Tesoureiro não é bem assim: já houve, e é bom que assim seja, mais do que uma candidatura. Assim se conquista a legitimidade.

Uma última nota: o sistema, além de informal, não é rígido. Já aqui no blogue dei conta de situações em que houve alterações na "linha de sucessão" (veja-se, por exemplo, o texto A ultrapassagem). Pontualmente outras vai havendo, em função das circunstâncias e dos inesperados percalços. Por exemplo, perdemos este ano um dos elementos que integravam a "linha de sucessão". Já temos, segundo creio, a questão resolvida a contento ou, pelo menos, da melhor forma possível.

Enfim, a "linha de sucessão" não existe regulamentarmente, é informal e consensual, mas é sobretudo um guia, um apoio, não uma imposição. Porque estabelecida fraternalmente.

Rui Bandeira

14 maio 2008

O vendilhão do Templo

Pois é, o texto publicado na sexta-feira pelo JPSetúbal recordou-me a nossa (da Loja Mestre Affonso Domingues) tradição privativa do mês de Maio. É assim:

Encerrados ritualmente os trabalhos da reunião da Loja, estando os obreiros nos Passos Perdidos (a antecâmara da sala de reuniões) conversando e arrumando os seus pertences, aproxima-se sorrateiramente o JPSetúbal e, como não quer a coisa, arvorando o seu sorriso bonacheirão, dispara à queima-roupa:

- Vá lá, meninos! Quantos pirilampos é que cada um vai levar?

É claro que já está um qualquer cúmplice de sobreaviso, porque logo de um canto se ouve o ribombar de uma voz:

- Eu levo dez!

E assim fica logo o pessoal condicionado a que não se fica com unzinho. A ideia é levar uns quantos pirilampos mágicos e distribuir pela família, pela criada, pelos vizinhos, colegas de emprego e ainda ficar com um de reserva para oferecer ao fiscal do estacionamento pago, em retribuição do papelinho da multa diligentemente entregue, assinalando esquecimento do esportular de moedinhas para o parquímetro... Do mal o menos, sempre se ajuda as CERCI's!

E o JPSetúbal lá vai esvaziando o sacão de pirilampos, de que avisadamente se munira.

Como é descarado, recebe a nota, entrega os pirilampos e declara, com um ar falsamente malandro:

- Levas o troco em pins!

E esta galhofa todos os anos em Maio acontece. O JPSetúbal é o nosso vendilhão do Templo privativo. Mas, ao contrário dos outros, referidos no Volume da Lei Sagrada dos cristãos, este não é expulso à chicotada, nem tem porquê. É bem-vindo e alegremente correspondido, porque vende o que deve ser vendido à porta do Templo: SOLIDARIEDADE!

Este ano vai voltar a ser assim! Cá para mim, só há um porém: está visto que este ano não é o meu ano; até o bendito do pirilampo é verde!!!! Mas as CERCI's merecem! Que compremos os pirilampos mágicos e muito mais!

Para quem nos lê fora de Portugal: o pirilampos mágicos são pequenos bonequinhos que são vendidos e o produto da venda reverte para as CERCI's. As CERCI's estão espalhadas por todo o Portugal. São Cooperativas de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados e são um precioso meio de auxílio e integração de crianças e adultos que são diferentes, que têm insuficientes cognitivas, mas que desabrocham e se desenvolvem até aos limites das suas capacidades, graças ao trabalho e ao apoio que recebem.

Para que nos lê em Portugal: claro que vai comprar um ou mais pirilampos! Mas, este ano, faça um pouco mais: vá visitar uma CERCI próximo de si. Eles gostam de mostrar o seu trabalho e garanto que será uma experiência muito enriquecedora. Verá que as únicas perguntas que interessa verdadeiramente fazer são Do que necessitam agora? e Como posso ajudar? A tudo o resto, relativamente aos cidadãos inadaptados, as CERCI's dão excelente resposta!

Rui Bandeira