21 julho 2007

Um dia fui Veneravel Mestre da Mestre Affonso Domingues - 1

Começo aqui a publicação das minhas memórias. O texto pelo seu tamanho vai ser dividido em 3 e diz respeito ao ano do meu Veneralato. Não entrarei em detalhes sobre o Golpe da casa do Sino, reservando-me o direito de mais tarde publicar sobre esse tema.
Um dia fui Venerável Mestre da Mestre Affonso Domingues. Nunca mais fui Venerável nem desta nem de outra Loja.

Não porque tenha ficado vacinado mas porque enquanto acreditar no projecto da minha Loja, não vou para outra ou não vou fundar outra, e consequentemente fico como estou.

Corria o mês de Julho do ano de 1996 quando em eleição por unanimidade passei à condição de Venerável Mestre eleito. Foi um sábado. Nessa noite em festa brilhantemente organizada pelo VM cessante o Vítor, no pátio do Clube dos Empresários em Lisboa, as sardinhas e o resto comida estavam óptimas, foi possível à Loja reunir um montante em dinheiro muito apreciável, bem como géneros alimentícios, roupas e brinquedos que foram entregues nessa noite às responsáveis pelo ATL do bairro da Galiza no Estoril.

O dia tinha começado com uma dação de sangue pela manhã. Foi um dia em cheio para a Mestre Affonso Domingues.

Tinha decidido entre a apresentação da candidatura e a eleição que iria ser diferente do que até então tinha sido a norma, só não sabia que o que eu planeara como diferente foi uma brincadeira de crianças comparado com o que aconteceu.

Essa diferença assentou no facto de anunciar logo após o resultado da votação quem iriam ser os oficiais principais da Loja. Lembro-me de convidar o 2ª Vigilante para ser primeiro e como me solicitou ficar mais um ano no posto convidei outro Irmão para o Cargo. Nessa altura não estava ainda enraizado o hábito da progressão dos Vigilantes e era normal durante o mês de Agosto o VM eleito receber “pressões” para escolher este ou aquele. Como não gosto de ser pressionado, e quando sou, tendo a mandar o “pressionador” às urtigas, decidi assim. Dessa forma passava o verão tranquilo.

O Vítor solicitou-me, no final da sessão, que representasse a Loja numa reunião da máxima importância que ocorria no dia seguinte – domingo – e que tinha sido convocada por Fernando Teixeira que era o Grão Mestre na altura. Esse ano de 1996 era o ano da realização da Conferencia Internacional de Grão Mestres e a GLRP tinha conseguido organizar esse evento. Em simultâneo ocorreria a tomada de posse de Luís Nandim de Carvalho enquanto 2º Grão Mestre da GLRP.

A dita reunião visava aspectos relacionados com a Conferencia, mais especificamente financiamento do evento. As Lojas tinham sido chamadas para patrocinarem a vinda de Grão Mestres de países com dificuldades. Se me recordo 350 contos (1750 Euros) trazia e aLojava um Grão Mestre de um país europeu.

A reunião correu muito bem, uma Loja pagava um GM, outras duas dividiam outro, e nós Affonso Domingues calados lá no canto. Corria bem a reunião até que fomos interrogados por F. Teixeira – “ E a Affonso Domingues? “.

Respondi que a Loja estava exangue, exangue porque tinha dado sangue na véspera e porque tinha também esgotado as suas reservas financeiras no apoio a uma instituição de solidariedade social que somado dava cerca de 700 contos (3500 euros), consequentemente não podíamos trazer nenhum GM porque não tínhamos dinheiro e juntei que mesmo que tivéssemos as nossas prioridades seriam para com quem precisa e não para festas.

Nessa altura a reunião começou a correr mal !

Na nossa perspectiva as prioridades eram umas, nas de Fernando Teixeira tínhamos prejudicado a vinda de 2 Grão Mestres.

Esta reunião deu origem, para além de dezenas de conversas e indignações dos que eram mais chegados ao Grão Mestre, a um decreto de Fernando Teixeira no qual dispensava a Loja Affonso Domingues de comparecer na festa e na Sessão de Grande Loja, etc. Eu pessoalmente já lhe tinha dito que não iria aquando de uma conversa privada posterior a esta reunião na qual lhe expliquei com mais detalhe a posição da Loja e a minha.

Este “castigo” de dispensa de presença, e não um decreto de abertura de inquérito com vista a sanção disciplinar minha, como era hábito nessa altura, demonstrou claramente que a Loja Affonso Domingues tinha razão e que as posições apresentadas o foram de forma inatacável.

Modéstia colectiva à parte mas sempre e ainda hoje as posições da Loja são fundamentadas, correctas e inatacáveis.

Nesse ano, e dado que no equinócio de Setembro tomou posse o novo Grão Mestre e que este tinha expressado o desejo de instalar o Máximo de Veneráveis Mestres possível, não decorreram as costumeiras Instalações.

Logo no inicio de Outubro e em cerimonia simplificada, presidida pelo próprio Grão Mestre foram empossados todos os Veneráveis que já fossem Mestres Instalados (o que era o meu caso por dispensa especial do Grão Mestre Anterior).

Também neste particular o meu Veneralato foi diferente.

Convoquei a primeira sessão e nela expliquei à Loja a razão pela qual já a dirigia.

Em meados de Outubro convidei o Grão Mestre para um almoço, fazendo-me acompanhar dos meus vigilantes. Reservamos uma sala num restaurante de Lisboa, e durante a refeição explicámos ao GM que entendíamos a situação difícil da Grande Loja, num momento de transição e que enquanto ele GM se mantivesse fiel aos princípios da Maçonaria Regular, aos regulamentos, etc . , então a Loja Mestre Affonso Domingues o suportaria e apoiaria.

Nenhum de nós tinha ideia do que iria suceder.

Foi por esta altura que foi alugada a Casa do Sino e se deu a mudança de instalações do Jardim dos Passarinhos no Estoril para lá.

Grandes alegrias por termos finalmente uma sala onde pudéssemos reunir com dimensão para se poder trabalhar com à vontade, e sobretudo o que era muito importante com a possibilidade de organizar os ágapes rituais logo após a sessão, uma vez que usando a cozinha local a mulher do ex Grão Mestre preparava (aquecia) a comida previamente encomendada.

Lembro-me que começamos a usar a sala imediatamente sem sequer se fazerem modificações como fossem os degraus do Oriente. Mas o entusiasmo era tal que essas coisas eram de menor importância.

Dirigi 2 sessões, as de Novembro, na casa do Sino.

Convém aqui explicar, e antes de continuar o relato, que a Loja Mestre Affonso Domingues era na altura uma das mais importantes da Grande Loja e que nas suas colunas se sentavam mais de 15 grandes oficiais, alguns Assistentes de Grão Mestre e mesmo Vice Grão Mestres. O número de presenças a uma sessão era de 30 obreiros como mínimo.
Dentro da Loja existiam muitos líderes de opinião que eram respeitados por membros de outras Lojas, e dado que a Loja tinha assistido na criação de Lojas de fora de Lisboa tinha também algum peso na decisão das mesmas.

O Ambiente estava frenético.

Pelo fim de Novembro, não posso precisar a data específica, recebo uma chamada na qual me é solicitado que me desloque à Universidade Moderna para assinar uma carta para destituir o Grão Mestre. Esta solicitação foi-me feita em dupla qualidade de Venerável Mestre da Mestre Affonso Domingues e Grande Oficial. Pedi que me mandassem por fax cópia do documento para poder analisar e decidir se o assinava ou não, mas não consegui pois do outro lado argumentavam que era ultra confidencial e que se eu quisesse conhecer o documento que me deslocasse. Fiz finca pé e a chamada foi transferida para alguém com mais autoridade no golpe (e na Moderna) que perante a minha recusa me ameaçou – “ ou assinas ou …” e eu respondi “ ou … “ – tendo a conversa ficado por ai. Hoje tenho pena de não ter ido lá ler a carta.
Nunca a assinaria, mas como a dita nunca foi divulgada ficaram sempre dúvidas sobre a sua existência. Disse-me quem viu a carta que esta nunca foi divulgada porque o número de assinaturas no fim da mesma não era representativo.

Na altura tudo me pareceu estranho, pelo que fui mantendo o Grão Mestre informado do que se passava.

As informações e contra informações eram muitas e começaram a aparecer noticias nos jornais.

No entanto e se me recordo os dias que antecederam o “ assalto” foram mais ou menos calmos.
(...)
José Ruah
Seguem-se mais 2 partes

20 julho 2007

O sétimo Venerável Mestre

O sétimo Venerável Mestre foi eleito em Julho de 1996 e foi instalado em Setembro do mesmo ano, com grande expectativa e grandes esperanças da Loja. Era um elemento da "nova geração", que fora iniciado já depois da constituição da Grande Loja e, sobretudo, o primeiro elemento que não pertencia ao círculo restrito de amizades de Fernando Teixeira, o Grão-Mestre fundador. Era unanimemente reconhecida a sua capacidade, o seu interesse, o seu dinamismo, esperava-se que ele fosse o catalisador dos novos rumos da Loja, novos rumos que os mais ansiosos e inconformados vinham debatendo há algum tempo, que com ele se começasse a dar resposta às principais perguntas que na Loja se fazia então: que fazer com este grupo? Como evoluir? Que iniciativas tomar?

José Ruah, o sétimo venerável Mestre, nem quando foi eleito,nem quando foi instalado sequer remotamente intuiu quão grande, quão radical, seria a mudança que ocorreria no seu Veneralato.

José Ruah, ensarilhado pelas circunstâncias, envolto no imprevisto, lançado no olho do furacão, pouco teve oportunidade de fazer - mas fez mais do que muitos, talvez, até hoje, tenha sido o Venerável Mestre que, contas feitas, mais fez pelo preservar da identidade da Loja.

José Ruah, tolhido pela tempestade, batido pelos ventos da discórdia, encharcado pela chuva da cizânia, acabou por cumprir menos de meio mandato - mas essa menos de metade valeu por vários mandatos completos.

José Ruah, assediado por uns e por outros, sitiado pela urgência, acompanhado por todos, pouco fez do seu projecto para esse ano - mas salvou e fortaleceu o projecto da Loja Mestre Affonso Domingues.

Os primeiros tempos na Cadeira de Salomão são de adaptação. Os mais experientes sabem-no. Por isso, o Venerável Mestre que termina o seu mandato procura deixar algum trabalho encaminhado para ser executado pelo seu sucessor: candidatos já votados e aprovados, prontos para serem iniciados, Aprendizes com pranchas lidas e em condições de serem passados a Companheiros, Companheiros com formação terminada, aptos a serem elevados a Mestres, Mestres com pranchas de traçar prontas para apresentar seus planos na Oficina. Assim, os primeiros tempos do novo Venerável Mestre, enquanto este se ambienta e afina a orientação que pretende incutir à Loja, estão assegurados. É por volta de fins de Novembro, Dezembro, que os projectos verdadeiramente do novo Venerável Mestre começam a ser implementados.

No caso do José Ruah, ambientação feita, projectos afinados, execução em começo e... ocorre o "pulo do lobo", o golpe da Casa do Sino!

De um dia para o outro, a Loja fica sem instalações, ocupadas pelos golpistas, com recurso a seguranças armados, é pressionada a aderir ao golpe, por uns, e instada a permanecer leal ao Grão-Mestre eleito, por outros. Os mais antigos e experientes, incluindo todos os ex-Veneráveis, são amigos de Fernando Teixeira e pronunciam-se pela adesão à cisão. Os Mestres mais novos, já iniciados depois da constituição da Grande Loja e formados no respeito da legalidade e no cumprimento dos princípios da Regularidade, tendem a manter-se fiéis ao Grão-Mestre eleito e internacionalmente reconhecido e aceite como tal. Os Companheiros e Aprendizes ficam desorientados no meio do caos que se instala.

E todos se voltam para José Ruah, todos esperam do Venerável Mestre que indique o caminho, aponte a opção, escolha o rumo. Todos, na Loja e fora dela, de um lado e do outro, têm a clara noção que, muito provavelmente, a Loja seguirá a via por que enveredar o seu Venerável Mestre. Todos, na Loja e fora dela, de um lado e do outro, rapidamente se apercebem que a opção que a Loja Mestre Affonso Domingues tomar tem todas as condições para ser determinante na opção de outras Lojas e muitos outros obreiros: a esmagadora maioria dos obreiros da Grande Loja fora iniciada pela Loja Mestre Affonso Domingues, os seus elementos ajudaram a consagrar muitas Lojas, de Norte a Sul, do Litoral ao Interior. A influência da Loja Mestre Affonso Domingues podia ser determinante para o sucesso da cisão ou para o suporte do Grão-Mestre eleito e agora contestado.

Por isso, as pressões, internas e externas, foram enormes, foram esmagadoras, foram asfixiantes. E todas, ao mesmo tempo, se exerciam sobre quem tinha o poder de cortar o nó górdio por um ou outro dos lados, sobre quem segurava a Espada Flamejante da Loja Mestre Affonso Domingues, o seu sétimo Venerável Mestre, José Ruah.

José Salomão Ruah fez então jus ao seu segundo nome e agiu com sageza e prudência dignas do Rei que tal nome usou e por tais Virtudes ficou conhecido: primeiro esperou, depois aguardou; olhou, viu, ouviu, sentiu; deixou a poeira assentar, os pássaros pousar, a contenda acalmar. Durante dois meses, fez saber a todos os obreiros que a Loja estava com os trabalhos suspensos, até que fosse tempo de decidir. Acalmou as hostes internas, exasperou os que de fora aguardavam pelo apoio dele e da Loja; ouviu as razões dos revoltosos e a versão do Grão-Meste contestado e de quem o apoiava, assegurou-se das intenções de uns e de outros.

Quando o tempo foi de decidir, convocou uma reunião de todos os elementos da Loja. Aí anunciou que a sua decisão era que a Loja é que ia decidir, que o grupo é que se ia assumir. Pela gravidade da situação, anunciou, e todos concordaram, que a decisão não seria apenas tomada pelos Mestres, mas por todos os Obreiros, Mestres, Companheirosa e Aprendizes, um homem, um voto. Logrou obter consenso quanto ao mais importante: o principal era preservar a Loja e a sua identidade, qualquer que fosse o seu caminho, e esse podia ser um, não de dois, mas de três: ficar fiel ao Grão-Mestre eleito, aderir à cisão, ou bater com a porta na cara de uns e de outros e decidir seguir o seu caminho como Loja independente e quem criou os problemas que os resolvesse...

Fez aprovar os princípios de que cadaum seria livre de tomar a opção que entendesse, mas que a opção da maioria seria a opção seguida pela Loja e os minoritários tomariam o seu caminho sem azedumes e sem pôr em causa a Unidade e o Património Moral da Loja, afastando-se pacificamente. Garantiu que ficasse assente que a porta que se abria para os que saissem se abriria de novo, sem hesitação nem problema, para aqueles que porventura ulteriormente desejassem regressar. E, após duas reuniões, em que todos falaram, serenamente, sem azedumes, sem ataques pesooais, sem criticar as opções do parceiro do lado, a maioria optou por permanecer fiel ao Grão-Mestre eleito e assim ficou também a Loja. Quem tomou a decisão de se afastar, não foi criticado pela maioria que ficou; as amizades mantiveram-se; os contactos cordiais e os reencontros agradáveis mantiveram-se e mantêm-se. Alguns dos que então partiram já voltaram. Um desses já voltou a partir, agora para o Oriente Eterno. Os demais, estejam onde estiverem, estejam com quem estiverem, continuam e continuarão a ser dos nossos. Porque honraram a sua palavra. Porque respeitaram a Unidade e a Identidade da Loja que ajudaram a criar, a crescer e a desenvolver-se e porque, portanto, muito do que a Loja foi, algo do que é, um pouco do que será, também é deles.

Este legado, o de ter conseguido que a Loja saísse mais forte e mais unida daquela profunda crise, deixou-o José Ruah - e não sei se outrem, naquelas circunstâncias, o teria conseguido deixar. O seu papel no reforço da Identidade da Loja foi, assim, imenso e assinalá-lo é um simples acto de justiça.

E - é curioso! - nunca mais em Loja se voltou a ter a dúvida existencial de "que fazer com o grupo". Desde então, todos aprenderam, todos sabem, todos transmitem aos mais novos, que o grupo serve para ajudar a aperfeiçoar os seus elementos e que estes e cada um destes faz o que se sentir bem a fazer, em prol de si, da Loja, da Maçonaria, do País e da Humanidade, sem qualquer ordem de preferência, com a ajuda dos demais. E, daí para a frente, sempre soubemos o que fazer e sempre tivemos que fazer - até um blogue...

Para obter e atingir a pretendida Unidade da Loja, José Ruah pagou um preço: garantiu antecipadamente aos que ficassem em minoria que ele não iria dirigir a maioria. Ele, Venerável Mestrte da Loja Mestre Affonso Domingues, dirigira a Loja com todos os seus obreiros. Não a dirigiria apenas com alguns.

Não sei porque assim decidiu. Eu não decidiria assim e nunca entendi bem essa sua decisão, embora, naturalmente a tivesse respeitado. Até hoje, não compreendo a necessidade de assim ter procedido (talvez agora o José Ruah me elucide...). Mas o certo é que o José Ruah assim o disse e assim o fez: não voltou a dirigir a Loja que, até ao fim do seu mandato, e na falta de um Ex-Venerável (todos acompanharam a cisão) teve de, excepcionalmente, ser dirigida, com a devida autorização do Grão-mestre, pelo 1.º Vigilante, actuando no impedimento do Venerável Mestre eleito. Até ao fim do seu mandato, José Ruah manteve-se ausente. Regressou, com toda a naturalidade, depois de eleito e instalado o seu sucessor. E hoje, volta e meia...dá-nos música!

Rui Bandeira

19 julho 2007

Outra notícia oriunda do Brasil

Foi publicada já em 8 de Junho último no jornal electrónico brasileiro Mato Grosso mais, mas penso que vale a pena reproduzi-la aqui. É mais uma demonstração de como a Maçonaria pode ser útil à Sociedade no meio em que se insere.

Maçonaria e UFMT preparam agentes rurais

Setenta jovens das comunidades rural e ribeirinha de Santo Antônio de Leverger iniciam neste sábado, 09/06, às 09h, no campus da Fazenda Experimental da UFMT, o curso de Agente Rural. A promoção é das Lojas Maçônicas Acácia de Várzea Grande nº 33 e Acácia de Rio Abaixo nº 35 e os agentes rurais serão capacitados pelo Instituto Creatio e UFMT, em parceria com a Prefeitura de Santo Antônio de Leverger, município onde está a Fazenda, e do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA).

Durante quatro meses profissionais e maçons identificaram a vocação econômica durante reuniões com as famílias daquela região. Um exemplo é a comunidades Vale Abençoado, na serra de São Vicente, a 90 quilômetros de Cuiabá. Os moradores, que antes usavam a agricultura como subsistência, agora vão formar uma cooperativa para o escoamento da produção, que vai desde derivados de mandioca, até artesanatos de babaçu.

Os agentes rurais devem estar cursando o ensino médio. Eles vão ser responsáveis pelo acompanhamento dos projetos zootécnicos (produção de frangos caipira, gado leiteiro, ovinos e caprinos, piscicultura e suínos) e fitotécnicos (mandioca, cana de açúcar, banana, maracujá e polpa de frutas), preparando para o mercado regional a futura produção. É o caso do extrativismo da castanha do coco do babaçu, onde as famílias vão produzir desde a farinha, até artesanatos da casca do produto.

"A idéia é provocar a comunidade, despertando e potencializando os seus saberes e fazeres locais", afirma o engenheiro agrônomo e coordenador do núcleo de agricultura familiar do Creatio, professor Medson Janer da Silva, que também é consultor do MDA.

Para o presidente da Loja Acácia de Várzea Grande nº 33, José Barbosa Batista, o projeto que a Maçonaria está desenvolvendo, aproxima a entidade dos trabalhos sociais, que é um dos princípios da ordem maçônica.

Como se vê, não é necessário preparar grandes projectos. Basta estar atento e verificar onde e como se pode fazer a diferença e ajudar! Um pequeno impulso, uma pequena colaboração de duas lojas maçónicas com agentes públicos chega para fazer uma grande diferença na vida de setenta pessoas que obtêm formação e ainda terá reflexos positivos na vida de uma comunidade.

Rui Bandeira

18 julho 2007

Ambiente e Maçonaria


Em posts anteriores todos os 3 habituais ocupantes deste espaço se referiram à deslocação que fizemos a Bragança, a “casa” dos nossos Irmãos da Respeitável Loja Rigor.
Retorno ao assunto porque uma das surpresas que nos foram proporcionadas por aqueles nossos Irmãos foi um passeio pelo Douro internacional, com Portugal de um lado e Espanha do outro, dividindo (ou unindo ?) 2 partes de uma área ecológica, protegida como Parque Nacional, um lado de Portugal e o outro lado de Espanha.
Tivemos a possibilidade de ser acompanhados por um antigo director daquele parque que com toda a paciência e saber, foi explicando, em complemento das explicações da guia oficial, os segredos do local, mostrando as aves, várias por cuja continuidade de existência se luta pois estão em vias de extinção, assim como espécies florestais raras que por estas paragens sobrevivem em condições de grande precaridade, enfiadas nas rochas que bordejam o Douro em alturas que atingem os 300 metros.
Uma preocupação claramente dominante por aqui, é a que respeita o ambiente e a sua manutenção, trabalhando muita gente para que as condições de vida natural se não percam de forma a permitir a manutenção das espécies animais naturais na zona.

Trago aqui esta conversa porque nestes dias me chegou às “mãos” um vídeo cuja oportunidade, dureza e verdade são (têm de ser !) um murro no estômago de todos os “distraídos” do universo.
É a intervenção de uma jovem, muito jovem (Severn Suzuki), que durante a ECO92, Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, pôs bem claro a situação do ambiente universal e as responsabilidades que todos (TODOS…) temos na situação pré-trágica que vivemos neste momento.

Trata-se de uma questão que tem a ver com a humanidade e com a felicidade dos humanos e como tal, é uma questão que preocupa todos os Maçons.

Não deixem de ouvir, com atenção, este vídeo. Cliquem no “start” para carregar e arrancar.






JPSetúbal

Notícia no Brasil

Lido no jornal na Rede brasileiro Jornal Pequeno, de S. Luís, Estado do Maranhão:

O jornal SPTV da Rede Globo mostrou uma reportagem sobre o Hospital dos Olhos de Sorocaba. Esse hospital é da maçonaria, sem fins lucrativos. É conveniado com o SUS, e tem capacidade para realizar cerca de trezentos transplantes de córneas por mês, há um estoque de córneas suficiente para a realização dos mesmos. Esse hospital está realizando somente cerca de cento e vinte transplantes por mês, devido a falta de pacientes. As córneas não utilizadas são jogadas fora por passarem do tempo de validade! Peço a todos que tenham conhecimento de alguém que esteja na fila do transplante aguardando um doador, para que entre em contato com o hospital. Tel. (15) 3212-7009 - de 2ª a 6ª feira.

A Maçonaria pode fazer a diferença!

Rui Bandeira

17 julho 2007

21 de Julho

É assim! Às vezes não resisto a deixar solto o meu mau feitio! O JPSetúbal intitula um texto de 14 de Julho? O meu mau feitio manda-me intitular um de uma semana depois: 21 de Julho!

O JPSetúbal recorda orgulhosamente 14 de Julho como a data de aniversário de seu pai? O meu mau feitio faz-me anunciar que recordo 21 de Julho como a data de aniversário de meu pai, também já no Oriente Eterno!

O JPSetúbal exulta pela coincidência de ter sido eleito Venerável Mestre no dia 14 de Julho? Pois o meu mau feitio faz-me exultar também, porque o próximo 21 DE JULHO É DIA DE SANGUE!!!

Isso mesmo, meus caros: no próximo Sábado, dia 21 de Julho, entre as 9 e as 13 horas façam o favor de ir estender os bracinhos e permitir que as belas enfermeiras (para as nossas caras amigas os garbosos enfermeiros...) do Instituto Português do Sangue vos aliviem de uma unidadezita do líquido da Vida, o suficiente para encher um saquito como o da imagem! A recolha de dádivas ocorrerá nas instalações do IPS sitas no interior do Parque da Saúde, também conhecido como Hospital Júlio de Matos, à Avenida do Brasil, em Lisboa. E não se esqueçam de referir que a dádiva de sangue é concedida por um elemento do Grupo de Dadores de Sangue Mestre Affonso Domingues! Ficam automaticamente beneficiários do crédito de sangue do Grupo (já temos um depositozito jeitoso...).

Quem não residir ou estiver em Lisboa, não faz mal: vai ao posto de recolha de sangue da sua localidade (hospital, centro de saúde, etc.) e estende o bracinho, que eles lá também aceitam... E pode na mesma referir que a dádiva é para ser contabilizada no Grupo de Dadores de Sangue Mestre Affonso Domingues. Para quem for de Bragança, pode ingressar informalmente neste Grupo de dadores ou criar, rápida e não menos informalmente o Grupo de Dadores de Sangue Rigor (esta indirecta muito directa vai direitinha para os nossos queridos Irmãos da Respeitável Loja Rigor; geminação oblige e os Irmãos gémeos são conhecidos por terem a tendência de fazer as mesmas coisas, onde quer que se encontrem, portanto, a 21 de Julho próximo, rigorosamente... dá-se sangue!).

Alô, meus caros irmãos brasileiros e do resto do Mundo: aproveitem o balanço e vão também dar sangue, que os Institutos de Sangue dos respectivos países também precisam das vossas dádivas. O meu mau feitio agora faz-me megalómano: com insistência, ainda havemos de fazer que os dias em que a Loja Mestre Affonso Domingues marca dádivas de sangue fiquem universalmente conhecidos como os dias dos Maçons esticam o braço...!!!

Atenção, muita atenção, àqueles que se querem juntar a nós! É uma boa oportunidade de se juntarem a uma iniciativa, não é? E uma boa maneira de travarem conhecimento com quem não conhecem, certo? E uma bela anotação para o currículo que vai ser analisado, pois então! As indirectas não chegam? Então, vou ser mais explícito: Candidatos! Toca a ir estender o bracinho dia 21!!! Este meu mau feitio volta e meia dá-me estes ataques estilo ditador...

Pessoal não maçon, mas que faz o favor de nos ler: sigam os bons exemplos que nós, maçons, procuramos dar (sempre é melhor do que ir atrás dos nossos maus exemplos...) e façam também o favor de sacudir um pouco do natural comodismo, de deitar para trás das costas o um dia destes também vou dar sangue e aproveitem também a manhã do próximo dia 21 de Julho para ir dar sangue! Convosco, o meu mau feitio esconde-se e só vos digo: eu e todos os que beneficiarão do sangue recolhido (potencialmente, todos nós...) agradecemos do fundo do coração. Bem hajam!

E quem não for dar sangue... vai ficar com a consciência pesada, pronto! As coisas que este meu mau feitio hoje me faz escrever até a mim me espantam...

Agora a sério: todos os que puderem dar sangue, façam o favor de efectuar a dádiva no próximo dia 21 de Julho. É preciso, é útil, não custa nada e faz-nos bem fazer bem!

Rui Bandeira

16 julho 2007

14 de Julho

Reunião maçónica - 1750

Está fora de dúvidas que a primeira palavra tem de ser o agradecimento a quem, sem me conhecer, penso eu, se prestou a vir felicitar os eleitos da nossa Loja, sendo que eu sou um deles.
Obrigado pois ao nosso sempre atento Profano.

Os meus Irmãos da Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues quiseram que seja eu a tomar a responsabilidade pela condução dos trabalhos da Loja no próximo ano maçónico, que começará em Setembro.

Esta escolha ocorreu em data particularmente significativa para mim.
Quem acompanha este blog desde há 1 ano, pelo menos, recordar-se-á (ou poderá agora ir consultar) do que eu aqui escrevi em 14 de Julho de 2006.
Nessa altura resolvi que era a hora de pôr em público a figura de alguém que foi sempre preterido no seu País, mau grado o reconhecimento das entidades oficiais americanas que, mesmo como simples marinheiro, Lhe reconheceram o mérito do salvamento de centenas de cidadãos americanos, náufragos de navios americanos torpedeados por submarinos alemães no mar dos Açores em 1943/4.

Seria esta a data do Seu aniversário, o que transforma este acto de eleição para próximo V:.M:. da nossa Respeitável Loja uma prenda singularíssima, se não para Ele directamente, pelo menos através do filho que cá deixou.

Por outro lado este facto ocorre também em coincidência com a data da comemoração da Revolução Francesa, na qual os maçons se envolveram “forte e feio”, e a partir da qual se estabeleceram os conceitos que entendemos básicos para o relacionamento entre os homens e para o desenvolvimento da Humanidade.
Igualdade, Liberdade, Fraternidade são a base moral da Maçonaria.
Foram o lema no assalto à Bastilha e temos a certeza de que se os homens os tomassem como seu objectivo, teríamos o mundo com menos fome, menos guerra, menos tristeza.

Há momentos na vida que compensam muitos outros de amargura e desilusão.
Ainda há bem pouco tempo perdemos outro grande Homem do mundo.
Grande por razões diferentes mas grande também, e aqui deixei o meu “até à vista” num desses momentos em que a amargura nos toca por dentro, que nos dá para ficar absortos pensando na (in)utilidade das arrelias e enganos pelos quais passamos constantemente.

A alegria que os meus Queridos Irmãos me quiseram proporcionar neste 14 de Julho, as palavras fraternas de apoio que ouvi, compensam bem esses outros momentos de frustração com que a vida nos vai presenteando de vez em quando.
Meus Irmão, o que tenho recebido de Vós é incomparavelmente mais do que tenho merecido.

Apenas OBRIGADO.



JPSetúbal