19 março 2007

Harry Houdini

Quando se pensa em ilusionista, o nome que classicamente logo ocorre é o de Houdini, o grande mestre do escapismo, a sua imagem de marca.

Harry Houdini, de seu verdadeiro nome Ehrich Weiss, nasceu em Budapeste em 24/3/1874 e morreu em Detroit em 31/10/1926, com 52 anos, portanto. Ficou famoso pela sua habilidade em se libertar de algemas, mas também de correntes e cadeados, dentro de caixas, dentro de tanques fechados, dentro e fora de água.

O que é menos conhecido é que Houdini foi maçon, iniciado na Loja Santa Cecília, N.º. 568, de New York, em 17 de Julho de 1923, passado a Companheiro em 31 de Julho e elevado a Mestre em 21 de Agosto seguintes.

Em Outubro de 1926, morreu, de forma estúpida. Após apresentar um espectáculo para uma platéia de estudantes em Montreal, no Canadá, enquanto ainda exibia o "super tórax", um dos estudantes, pugilista amador, invadiu os bastidores e, sem dar tempo para que Houdini preparasse os músculos, golpeou-lhe o abdómen com dois socos. Os violentos golpes romperam-lhe o apêndice, e seis dias depois, morreu num hospital de Detroit.

As exéquias maçónicas em honra de Houdini tiveram lugar em 4 de Novembro de 1926, em New York.


Rui Bandeira

16 março 2007

À volta do Marquês

O nosso visitante O Profano, frequente autor de pertinentes comentários a textos publicados neste blogue, interroga-se, a propósito do texto de ontem:

Sempre ouvi dizer que o Marquês de Pombal teria sido iniciado na "Arte Real" aquando da sua estadia em Viena. Será essa informação que tenho, incorrecta?

A única resposta acertada para esta questão é: "Não sei!"

Efectivamente, como menciona o nosso comentador, é comum referir-se que o Marquês de Pombal teria sido iniciado maçon em Viena. No meu texto de ontem, consignei que "existem efectivamente indícios de que terá sido iniciado maçon. A época, as viagens, as ligações pessoais e o sentido de modernidade autorizam essa ideia" e aludi a um livro publicado por José Braga Gonçalves em que, de uma forma propositadamente romanceada mas indubitavelmente pormenorizada, se elencam alguns desses indícios.

Porém, a minha posição é que, com o que actualmente se sabe, apenas se pode dizer que é possível que o Marquês tenha sido maçon, mas não mais do que isso. Ou seja, existem importantes indícios... mas não há certeza!

Nesta questão da afirmação de quem foi o não maçon, sigo o critério de rigor que foi instituído pela Loja Quatuor Coronati, isto é, só dando como certo o que esteja indubitavelmente provado, seja por documentos, seja por declarações relevantes dos próprios, seja por testemunhos credíveis de maçons da época que com o visado tenham directamente privado.

No caso do Marquês, não se conhece inequívoca declaração sua de ter sido maçon - e tal não é de admirar: não nos esqueçamos que, naquela época, ainda funcionava em Portugal a "prestimosa" instituição que dava pelo nome de Santa Inquisição e que uma das suas tarefas era precisamente descobrir e aplicar o "santo correctivo" aos maçons...; aliás, é conhecido o caso do inglês de origem suíça John Coustos que, em 1743, fundou e dirigiu em Lisboa uma Loja Maçónica, tendo sido rapidamente preso e torturado, por nove vezes no espaço de dois meses, pelos Santos Inquisidores... Também, pela mesma razão, não se conhecem declarações de maçons da época que, tendo pessoalmente conhecido o Marquês, informassem da sua filiação na Ordem. Quanto a documentos, dificilmente se encontrará algo de relevante em Portugal, já que, devido às perseguições da Inquisição, a última coisa que os maçons de então, em Portugal, faziam era registar assuntos da Maçonaria em documentos, que poderiam facilmente cair nas mãos de algum denunciante ou, mesmo, de um Santo Inquisidor. Resta a hipótese de vir a ser localizado ou estudado algum documento austríaco, que venha a fornecer a prova inequívoca de que agora se não dispõe - e não sabemos se alguma vez dela se disporá.

É por isso que eu digo que é possível que o Marquês tenha sido maçon, iniciado em Viena - mas não afirmo que, com toda a certeza, o foi.

Ainda em comentário ao texto de ontem, "Fernando Pessoa" comentou que pensou que Aristides Sousa Mendes e Álvaro Cunhal tivessem tido alguma ligação à Maçonaria.

Quanto ao último, basta recordar que se afirmava ateu para se verificar que nunca poderia ter sido maçon regular; quanto à maçonaria liberal, lembremo-nos que postula ideais políticos e democráticos claramente incompatíveis com a ideologia assumidamente por ele professada e orgulhosamente defendida.

Quanto ao primeiro, recordemo-nos que era cônsul ao tempo da 2.ª Guerra Mundial e que, então, desde a entrada em vigor da lei de Salazar que proibiu as "associações secretas", já existia a regra de que todo o funcionário público, para o ser, tinha de emitir uma declaração por sua honra de que não era comunista nem membro de "sociedades secretas"; o meio diplomático de então era muito pequeno e, como hoje continua a ser, muito fechado; enquanto esteve na carreira, dificilmente poderia ter actividade maçónica sem ser detectado - e nada consta a esse respeito; depois de demitido e perseguido pelo regime de Salazar, tendo uma família numerosa para sustentar, teve de dedicar a sua vida à luta pela subsistência tão digna quanto possível; as coisas do espírito e do aperfeiçoamento pessoal não fizeram então, certamente, parte das suas preocupações prioritárias... Mas reafirmo que qualquer maçon se sentiria honrado em poder tratá-lo por Irmão e que, indubitavelmente, pode e deve ser reconhecido como um "maçon sem avental".

Rui Bandeira

15 março 2007

"Os grandes portugueses"

A forma privilegiada de interacção entre os autores do blogue e os visitantes deste é, obviamente a caixa de comentários, pelas possibilidades de diálogo entre uns e outros a propósito de qualquer tema, de qualquer texto, que a mesma propicia. Neste aspecto, já o JoséSR deixou cair, há tempos, num dos seus textos, um pequeno lamento quanto ao reduzido número de comentários que são colocados no blogue. Não é algo que me espante, quer porque, ao contrário dos hábitos anglo-saxões de participação, os nossos hábitos latinos não nos incitam a sair dos respectivos casulos e compartilhar opiniões. Normalmente lemos, gostamos ou não, concordamos ou não, mas raramente achamos que vale a pena dar - ainda por cima publicamente... - a nossa opinião. Acresce que neste blogue optámos por não permitir comentários anónimos, o que obriga aquele que, ocasionalmente, sinta o impulso de comentar um texto, a fazer um registo prévio no serviço de blogues para o poder então fazer, o que, frequentemente, faz extinguir o impulso...

Mas outra forma há de interacção, para quem pretenda opinar ou sugerir algo: o uso dos endereços de correio electrónico dos vários autores de textos, disponíveis nos respectivos perfis (excepto no caso do JPSetúbal; mas, para esse, podem comunicar comigo, que eu depois retransmito para ele...).

Foi o que sucedeu com um dos nossos visitantes, que me enviou uma mensagem de correio electrónico, em que, além do mais, escreveu o seguinte:

"a razão pelo e-mail, prende-se pelo facto de me ter surgido uma ideia/curiosidade, talvez que o Sr. ate possa esclarecer ou ate mesmo escrever no Blog:
Dos dez nomeados no concurso do "Melhor Português"
http://www.rtp.pt/wportal/sites/tv/grandesportugueses/index.php) quantos e quais foram maçons?
Pelo que li no livro de José Braga Gonçalves o Marques de Pombal foi um dos primeiros maçons em Portugal e dos nomeados Fernando Pessoa também tinha alguma ligação com a maçonaria. Mais alguém?"

Esta mensagem resolveu pela alternativa positiva uma dúvida com que me debatia: fazer ou não um texto a propósito deste programa televisivo? Por um lado, estava tentado a fazê-lo, pela temática histórica do programa e pela sua potencialidade de, pela via lúdica da "eleição" do "maior", reinteressar os portugueses pela História; por outro, o desagradável e infantil "campeonato" de cultores de ideologias representadas por dois dos "nomeados" em que publicamente se transformou o programa e a escolha, fez desaparecer instantaneamente o meu interesse pelo programa. Aquilo deixou de ser um programa lúdico-didáctico, passou a ser um banal pretexto para uma pueril pugna entre saudosistas de Salazar e cultores da personalidade de Cunhal, qual pseudo Benfica - Sporting de baixo nível, que nem Cascalheira - Carcavelinhos chega a ser. Enfim, tacanha mediocridade transformou uma ideia que até era interessante em reality show de baixo nível, como todos o são!

Mas se alguns assim estragaram o que indiscutivelmente era uma boa ideia, muitos - felizmente! - continuam fiéis à boa ideia e aproveitam o pretexto do programa para se interessar pela nossa História. É o caso do meu correspondente electrónico, e será o caso de muitos e muitos, e ainda bem! É, assim, com todo o gosto que vou procurar responder à questão colocada: quantos e quais dos dez nomeados no dito concurso foram maçons?

Os dez nomeados são, por ordem cronológica: D. Afonso Henriques, Infante D. Henrique, D. João II, Vasco da Gama, Camões, Marquês de Pombal, Fernando Pessoa, Aristides de Sousa Mendes, Salazar e Cunhal.

Em primeiro lugar, recorde-se que a Maçonaria Especulativa, a Maçonaria tal como a entendemos hoje teve o seu início em princípios do século XVIII. Antes disso, o que existia era o o que designamos por maçonaria operativa, isto é, a organização profissional dos construtores em pedra, que se organizavam em Lojas de trabalho operativo. A construção em pedra abrangia não só a elaboração dos projectos e planos de construção (actividade hoje associada à profissão de arquitecto), como a direcção da execução da mesma (engenheiro), como ainda a execução da obra (pedreiro, canteiro) e a elaboração das peças decorativas (escultor, gravador, pintor). A partir da segunda metade do século XVII, as oficinas de construção, as Lojas, passaram a admitir também elementos estranhos à arte da construção em pedra, mas nela interessados, particularmente nobres e intelectuais, assim iniciando a transição da maçonaria operativa, organização profissional com ética e princípios próprios, para a Maçonaria Especulativa, sistema de aperfeiçoamento ético e espiritual, independentemente da profissão de cada um.

Portanto, anteriormente ao século XVII, a inclusão de alguém na maçonaria só enquanto operativa, e, portanto, só se tratando de alguém que trabalhasse a pedra.

Dos dez nomeados ficam, assim, automaticamente excluídos dessa hipótese cinco: D. Afonso Henriques, Infante D. Henrique, D. João II, Vasco da Gama e Camões. Vejamos então os restantes cinco.

Cunhal é público e notório que não foi maçon. Dedicou-se à luta política, dedicou-se à ideologia que abraçou.

Salazar é também evidente que não foi maçon, antes se opôs à Maçonaria e contra ela usou o seu poder, tendo feito publicar diploma legal proibindo-a.

Aristides de Sousa Mendes podia perfeitamente ter sido maçon. Os seus princípios, a sua ética, os seus actos, qualificavam-no abundantemente para tal. Os maçons sentir-se-iam honrados em tê-lo na sua companhia! Aliás, na GLLP/GLRP existe uma Loja que homenageia a sua memória, a R:. L:. Aristides de Sousa Mendes, n.º 32. Mas não existe qualquer registo de entrada na Ordem Maçónica. Mas sem dúvida que o seu comportamento, a sua postura e os seus ideais permitem que, sem objecções, dele se diga que foi um autêntico "maçon sem avental".

Fernando Pessoa esteve muito ligado ao mundo do esoterismo - o que, aliás, é perceptível na sua obra - e obviamente que teve contactos com a Maçonaria, seus textos e princípios. Defendeu publicamente a Maçonaria, no artigo "As Associações Secretas: Análise Serena e Minuciosa a um Projecto de Lei apresentado ao Parlamento", publicado em 1935 no Diário de Lisboa. Mas nenhuma evidência ou registo existe que permita concluir que alguma vez foi iniciado maçon. Certamente porque não teve interesse em tal. Se o tivesse desejado, não haveria, sem dúvida, dificuldade na sua admissão às provas da Iniciação. Também em relação à sua memória a GLLP/GLRP dedicou e dedica uma Loja, a primeira, a R:. L:. Fernando Pessoa, n.º 1.

Quanto a Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, existem efectivamente indícios de que terá sido iniciado maçon. A época, as viagens, as ligações pessoais e o sentido de modernidade autorizam essa ideia. José Braga Gonçalves, designadamente no seu livro O maçon de Viena sustenta essa tese com abundância de pormenores, alguns dos quais talvez um pouco forçados (estou a pensar na tese de que os planos da Baixa Pombalina reproduzem a disposição de uma Loja Maçónica: só com algum esforço e alguma dose de boa vontade se pode concluir pela afirmativa). Mas, apesar dos pesares, o conjunto de indícios apontados por Braga Gonçalves é de considerável peso. No entanto, até agora não se encontraram provas irrefutáveis que confirmem essa forte possibilidade. O Marquês de Pombal também é homenageado por uma Loja da GLLP/GLRP, a R:. L:. Marquês de Pombal, n.º 19.

De referir, ainda, que a GLLP/GLRP dedica à memória do Poeta dos Lusíadas a R:. L:. Camões, n.º 15, e à do Navegador a R:. L:. Infante D. Henrique, n.º53.

Rui Bandeira

14 março 2007

Convenção do Rito de York Unido de Portugal


O último Sábado foi mais um dia de festa para a Maçonaria Regular de Portugal
Realizaram-se as reuniões magnas dos Altos Graus do Rito de York da Maçonaria Regular, juntando em Lisboa os representantes dos Altos Graus da Maçonaria Regular da Roménia, Grécia, Estados Unidos, Brasil, Áustria e Alemanha.

No Templo de Lisboa reuniram-se o “IV Conclave” dos Cavaleiros
Templários de Portugal, a “IX Assembleia” da Maçonaria Críptica de Portugal (Grande Conselho de Mestres Reais e Escolhidos de Portugal) e a
“XI Convocatória” do Grande Capítulo de Maçons do Arco Real de Portugal.

Encontros de grande significado maçónico que serviram também para os
Maçons Regulares elegerem os novos corpos de oficiais que
orientarão estes órgãos de cúpula do Rito de York Unido no período
que ora se inicia.

Viveram-se momentos de grande solenidade maçónica, nomeadamente quando da homenagem à Bandeira Nacional com o Hino Nacional cantado em uníssono pelas assembleias de pé e em sinal de paz.

Estas reuniões anuais são sempre aproveitadas também para os Maçons portugueses homenagearem as mulheres, como se sabe impedidas de assistir aos trabalhos das sessões rituais e, por isso mesmo, lembradas nesta altura e homenageadas com a atribuição da “Ordem da Rosa”, numa
cerimónia muito bonita e de grande simbolismo.

Também neste fim de semana se comemorou o XXV Aniversário da Grande Loja de Espanha com a presença dos Grão-Mestre instalado e do Grão-Mestre eleito da Maçonaria Regular de Portugal, que se deslocaram a Barcelona de propósito para acompanhar os nossos Irmãos espanhóis nesta Sua festa.
JPSetubal

13 março 2007

O sítio das tatuagens maçónicas

A imagem que ilustra este texto é de uma tatuagem executada no braço de um senhor chamado Terry Jackson, membro da Belle City Lodge, n.º 18, do Wisconsin, Estados Unidos.

O Irmão Jackson informa que esta tatuagem é apenas o começo: à medida que for progredindo nos graus da Maçonaria, tenciona gravar outras tatuagens no ombro, no peito e nas costas.

Esta imagem encontra-se, desde 15 de Agosto de 2006, no sítio Masonic Ink, um sítio destinado a apresentar tatuagens maçónicas.

Quem aceder ao sítio, vê logo, na sua página de entrda, uma dúzia de imagens de tatuagens de temática maçónica. Mas, para poder apreciar devidamente o sítio, deve registar-se (basta indicar um nome de utilizador, uma palavra passe e um enedreço de correio electrónico, para onde, de imediato, será enviada uma mensagem com um atalho de activação do nome de utilizador e palavra passe). Poderá então ter acesso ao conjunto completo de imagens de tatuagens e outras imagens de temática maçónica (incluindo uns interessantes quadros de Loja) e copiá-las para o disco, imprimi-las ou enviá-las por correio electrónico. Para melhor apreciar cada imagem, deve clicar duas vezes na mesma, o que fará abrir-se uma janela com a sua ampliação e uma pequena mensagem do tatuado.

Cá por mim, acho curioso ver estas imagens, algumas de uma complexidade apreciável, mas fico-me por aí. Em matéria de tatuagens, passo...

Rui Bandeira

12 março 2007

Dentro da Maçonaria

Para quem tem acesso à TV Cabo: no próximo Domingo, dia 18 de Março, às 20 horas, com repetição na madrugada de 2.ª feira, 19, à 1 hora e no Domingo seguinte, dia 25, pelas 14 horas (hora de Portugal Continental), o canal National Geographic vai apresentar um documentário, de cerca de duas horas, intitulado Dentro da Maçonaria.

Eis a respectiva sinopse: Atacada, ridicularizada e vilipendiada, nenhuma outra organização deu lugar a rumores tão imaginativos e apaixonados. No entanto, os tempos em que maçonaria era sinónimo de secretismo, rituais sinistros e corrupção pertencem ao passado. Mas o que significa ser maçon?

A não ser que ocorra uma coincidência de títulos, trata-se de um documentário que, segundo se informa no sítio da Grande Loja da Colúmbia Britânica e do Yukon, mais precisamente numa sua secção de Documentários maçónicos, foi filmado em 2004 e que consiste num conjunto de entrevistas a maçons da América do Norte e de Inglaterra, que foi estreado em 12 de Abril de 2004 na estação televisiva canadiana Vision TV e apresentado no Atlantic Film Festival de Halifax em 17 de Setembro do mesmo ano. Foi produzido, escrito e dirigido por John Wesley Chisolm, tendo como produtor associado e co-realizador Colin MacKenzie.

Uma boa oportunidade para maçons e profanos interessados no tema verem um documentário que, pela origem de quem o produziu e realizou e pela qualidade do canal que o emite, tudo indica ser um trabalho sério e esclarecedor.

Rui Bandeira

09 março 2007

O Mundo de Cláudia

Navegar na Rede permite que encontremos, por vezes, insuspeitadas pérolas em improváveis páginas!

Os acasos da busca já me permitiram encontrar um sítio dedicado ao tema da Maçonaria e dos Maçons num endereço tão improvável como http://alnr.chez-alice.fr/. Disso dei conta em texto publicado neste blogue que intitulei "O que é que a Alice tem a ver com a Maçonaria?" .

Agora, comecei com a curiosidade de encontrar um blogue, sediado num servidor português e intitulado O Mundo de Cláudia... escrito em inglês. Tudo bem, alguém está em Portugal e expressa-se preferencialmente em inglês, não há razão para se estranhar. Trata-se de um blogue que se enquadra no género "diário pessoal", em que quem nele escreve revela uma especial tendência para os temas culturais, literários e artísticos. Mas a razão de aqui o mencionar não está no título, nem na língua, nem na orientação do blogue. Está num texto que nele encontrei, já antigo (publicado em 3 de Novembro de 2003), que vou reproduzir, traduzido e com pequenas correcções de imprecisões, naturais em quem é profano, com a devida vénia e a implícita autorização de o blogue informar que concede licença "Creative commons", autorizando a reprodução e a adaptação de conteúdos do blogue, nas condições de citar a autoria e permitir a reprodução do resultado nas mesmas condições. A primeira das condições está satisfeita; a segunda é já cumprida: declara-se que o conteúdo deste texto pode ser copiado, adaptado, enviado e transmitido livremente, nas condições de ser citada a sua autoria e de a publicação efectuada beneficiar de idêntica autorização, tudo nos termos desta licença "Creative Commons".

Sem mais comentários, porque falam por si, eis então o texto e as imagens publicadas naquele blogue:

Símbolos da Maçonaria

No Cemitério dos Prazeres há diversos mausoléus onde os símbolos da Maçonaria podem ser encontrados.

Um dos seus símbolos principais é o esquadro e o compasso, ferramentas do ofício, colocados um sobre o outro. O esquadro é considerado representar a matéria, e o compasso o espírito ou mente. O compasso é um símbolo antigo da espiritualidade e da criatividade espiritual. Algumas pinturas medievais mostram Deus criando o Universo com o compasso.



Um outro símbolo comum da maçonaria é o Olho da Divindade. É um emblema que nos lembra que estamos constantemente na presença de Deus.




Isto é mais difícil de encontrar: uma águia de duas cabeças com o número 33 no peito. O 33.o grau é o grau mais elevado que um maçon pode alcançar e que o autoriza a ter no seu avental um bordado de uma águia de duas cabeças de Lagash (uma cidade suméria). Estes são símbolos do Rito Escocês Antigo e Aceite.


Outro símbolo não muito comum é a colmeia, simbólico do trabalho organizado, significando que o que um não pode realizar sozinho pode facilmente ser executado quando todos trabalham juntos numa tarefa.



Rui Bandeira