01 fevereiro 2007

O Verdadeiro Segredo Maçónico


O verdadeiro Segredo Maçónico...
É um segredo de vida
E não de ritual
E do que se lhe relaciona.
Os Graus Maçónicos comunicam àqueles que os recebem,
Sabendo como recebê-los,
Um certo espírito,
Uma certa aceleração da vida
Do entendimento
E da intuição,
Que actua como uma espécie
De chave mágica dos próprios símbolos,
E dos símbolos
E rituais não maçónicos,
E da própria vida.
É um espírito,
Um sopro posto na Alma,
E, por conseguinte,
Pela sua natureza,

Incomunicável

Fernando Pessoa

O Poeta escreveu com uma tal lucidez, uma tão esclarecedora clareza, um tão ofuscante brilho, que um simples escrevinhador de textos nada mais tem para acrescentar. Limita-se a extasiar-se e a partilhar com os demais o seu encantamento!

Rui Bandeira

31 janeiro 2007

Uma vida virtual

Mais uma vez trago para junto de todos uma mensagem que o meu "mail" insiste em, de vez em quando, pôr-me à frente.
Os que estão mais próximos de mim sabem quem são os meus "intocáveis".
Afinal por cá também há !
Estamos na geração do umbigo, das "sandes" e... do virtual !

Mas é uma bela "estória". Sem fim ! (?)



Entrei apressado e com muita fome no restaurante. Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, porque queria aproveitar os poucos minutos que dispunha naquele dia, para comer e acertar alguns bugs de programação num sistema que estava a desenvolver, além de planear a minha viagem de férias, coisa que há tempos que não sei o que são.
Pedi um filete de salmão com alcaparras em manteiga, uma salada e um sumo de laranja, afinal de contas fome é fome, mas regime é regime não é?
Abri o meu portátil e apanhei um susto com aquela voz baixinha atrás de mim:
- Senhor, não tem umas moedinhas?
- Não tenho, menino.
- Só uma moedinha para comprar um pão.
- Está bem, eu compro um.
Para variar, a minha caixa de entrada está cheia de e-mail.
Fico distraído a ver poesias, as formatações lindas, rindo com as piadas malucas.
Ah! Essa música leva-me até Londres e às boas lembranças de tempos áureos.
- Senhor, peça para colocar margarina e queijo.
Percebo nessa altura que o menino tinha ficado ali.
- Ok. Vou pedir, mas depois deixas-me trabalhar, estou muito ocupado, está bem?
Chega a minha refeição e com ela o meu mal-estar. Faço o pedido do menino, e o empregado pergunta-me se quero que mande o menino ir embora.
O peso na consciência, impedem-me de o dizer.
Digo que está tudo bem. Deixe-o ficar. Que traga o pão e, mais uma refeição decente para ele.
Então sentou-se à minha frente e perguntou:
- Senhor o que está fazer?
- Estou a ler uns e-mail.
- O que são e-mail?
- São mensagens electrónicas mandadas por pessoas via Internet (sabia que ele não ia
entender nada, mas, a título de livrar-me de questionários desses):
- É como se fosse uma carta, só que via Internet.
- Senhor você tem Internet?
- Tenho sim, essencial no mundo de hoje.
- O que é Internet ?
- É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem de tudo no mundo virtual.
- E o que é virtual?
Resolvo dar uma explicação simplificada, sabendo com certeza que ele pouco vai entender e deixar-me-ia almoçar, sem culpas.
- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos tocar, apanhar, pegar... é lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer.
Criamos as nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que fosse.
- Que bom isso. Gostei!
- Menino, entendeste o significado da palavra virtual?
- Sim, também vivo neste mundo virtual.
- Tens computador?! - Exclamo eu!!!
- Não, mas o meu mundo também é vivido dessa maneira...Virtual.
A minha mãe fica todo dia fora, chega muito tarde, quase não a vejo, enquanto eu fico a cuidar do meu irmão pequeno que vive a chorar de fome e eu dou-lhe água para ele pensar que é sopa, a minha irmã mais velha sai todo dia também, diz que vai vender o corpo, mas não entendo, porque ela volta sempre com o corpo, o meu pai está na cadeia há muito tempo, mas imagino sempre a nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos de natal e eu a estudar na escola para vir a ser um médico um dia.
Isto é virtual não é senhor???
Fechei o portátil, mas não fui a tempo de impedir que as lágrimas caíssem sobre o teclado.
Esperei que o menino acabasse de literalmente "devorar" o prato dele, paguei, e dei-lhe o troco, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que já recebi na vida e com um "Brigado senhor, você é muito simpático!".
Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel nos rodeia de verdade e fazemos de conta que não percebemos!
Agora, tem duas escolhas...
1. Enviar esta mensagem aos amigos e amigas ou
2. Apagá-la, fingindo que não foste tocado por ela!!!

Como podes ver, escolhi a nº1.


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JPSetúbal


Vista - Não o Vi

Não , não é um dialogo Maçonico.

Fiquei triste, e contra mim tambem falo, mas as estatisticas de acesso ao Blogue não mostram nenhum acesso a partir do novo sistema operativo VISTA.

Bem sei que só está à venda há um dia, mas....

O Acompanhamento da tecnologia já não é o que era...

JoseSR

30 janeiro 2007

Aproveitando a análise

Cá estamos no A-PARTIR-PEDRA, aconchegadinhos e muito quentinhos, naquela pose que apetece, junto à lareira, com um frio de rachar lá fora.
E estamos satisfeitos.
Primeiro porque o José não perdoa e anda em cima dos acontecimentos;
Segundo porque garantidamente nenhum de nós foi optimista ao ponto de prever que “isto” ia ser a sério (mesmo);
Terceiro porque os comentários, que são “pouquérrimos” (esta inventei eu) são, por outro lado, bem simpáticos e incentivadores.
Como o José, também agradeço a todos que têm tido a paciência de nos ler, e ainda mais aos que têm contribuído com comentários, que são sempre, sempre, bem vindos.
Como diria um “pirata” meu amigo, comentem, digam bem, digam mal, p…, mas digam alguma coisa !














O comentário do nosso leitor “Profano” à última intervenção do José, trouxe-me de novo à primeira linha do consciente a relação da Maçonaria com o “mundo profano”, como nós chamamos ao mundo que não aderiu à organização maçónica, mas que não é menos válido por isso.
E esta preocupação tem a ver com a tradição histórica na qual maçon serve para fritar (ou será grelhar ?), de preferência em lume brando e de preferência ainda com casa cheia (isto é, com lotação esgotada).

A minha referência inicial à lareira quentinha deverá ser apreciada num contexto algo diferente… Nada de confusões nem de ideias esquisitas.

Mas de facto os maçons têm sido frequentemente apontados como um grupo de meliantes, tradicionalmente a abater, acusados dos mais variados malefícios.
Roma então é de um encarniçamento histórico que só se explica pela necessidade de acusar outrém das tropelias, reconhecidamente, próprias.
A Maçonaria só foi interessante nos momentos em que foi utilizada em proveito próprio.
Não é caso único como se sabe, mas como é o nosso caso, é dele que falo.
Nas épocas mais recentes (2ª metade do sec. XX), o Estado Novo, aprendiz do fascismo europeu, elegeu como inimigo directo todas as organizações que teimassem em pensar livremente, associando-se intimamente à Igreja de Roma, e perseguindo tudo o que tivesse um cheirinho de liberdade de pensamento.
O isolamento de Portugal dentro da trilogia Deus, Pátria, Família, sob uma directiva de unicidade de pensamento comandada por uma única mente, ainda por cima mal aconselhada, levou ao apagamento forçado de todas as ideias que se afastassem, 1 mm que fosse, da directiva oficial.
Ao longo de 50 anos Portugal viveu debruçado sobre si mesmo, a modos que um “pensador” como o de Rodin, paralisado e só, e fechando o País fechou-se a cultura, fecharam-se as consciências, desapareceu a informação, com todas as consequências que daí resultaram para a vida dos portugueses.
A falta de liberdade de expressão trouxe a pouco e pouco a anemia das ideias e um retraimento do comportamento, primeiro individual, colectivo a seguir, do qual as famílias foram as primeiras vítimas.
Ao medo de falar seguiu-se o isolamento individual, única forma certa de evitar qualquer possível delação, e num ambiente de insegurança generalizada foi o salve-se quem puder.
A liberdade de expressão apenas subsistiu em pequenos agrupamentos, eles próprios fechados sobre si mesmos, vivendo clandestinamente.
Portugal viveu num mundo diferente de todos os restantes povos, nomeadamente os da Europa, não acompanhando a evolução social e cultural que resultou do fim da 2ª grande guerra e da explosão económica que então se verificou, com a necessidade de reconstruir toda uma Europa que ficara arrasada.
O Poder Político, firmemente instalado na polícia secreta e jogando o jogo da guerra nas colónias africanas, utilizou soberanamente a demagogia da salvação da Pátria para vincar o seu ideal absoluto, transformando em inimigo a abater qualquer um que ousasse questionar o caminho que estava a ser seguido, as organizações independentes do poder desapareceram, mesmo que não políticas, foram apontadas como traidoras e tratadas como tal, sendo acusadas de serem origem de todos os males.
Neste ambiente de medo generalizado apenas a Igreja de Roma se movimentou com todo o à vontade, servindo o, e servindo-se do, sistema implantado.
Encontrou campo fértil para recrutar “fieis”, como sempre acontece quando aos povos apenas lhes resta o sobrenatural.
É, pois, neste ambiente que a Maçonaria se vê acusada de ser uma organização secreta, concorrente da Igreja oficial, politicamente perigosa, agrupamento de interesses insondáveis, capazes de todas as patifarias, especialmente as que melhor servissem para exaltar a bondade do regime e maldade dos maçons.

Neste princípio de século XXI continuamos confrontados com os resquícios desta mentalidade abstrusa, criada e generalizada durante os 50 anos de Estado Novo.
É necessário, é urgente, que os objectivos maçónicos sejam divulgados.
Quanto mais não seja para repor a verdade sobre o que é a Maçonaria e quais os seus interesses, assim como é importante que se divulgue a história da Maçonaria, para que a maioria que ainda teme essa coisa esquisita da qual apenas ousa falar em surdina, possa reconhecer que os maçons são pessoas de bem, preocupados com o bem geral, trabalhando para o aperfeiçoamento social e cultural dos povos.
É urgente que todos entendam que a preocupação central do maçon é a solidariedade entre os homens, e a fraternidade entre os povos.
É urgente que todos percebam que o objectivo maçónico é a Paz, criada e implantada com firmeza sobre o conhecimento e aceitação da diversidade das ideias de todos.
Não há bons de um lado e maus do outro, há homens com todas as suas fraquezas, anseios, limitações e heroicidades, uns que acertam mais, outros menos, mas todos credores do mesmo respeito e do acesso aos mesmos direitos.

E este trabalho ninguém fará por nós.

O “A-PARTIR-PEDRA” também apareceu por causa disso.

JPSetúbal


29 janeiro 2007

Breve analise do Blog

Algures no decurso do ultimo fim de semana, o nosso Blog - a-partir-pedra.blogspot.com - passou mais uma etapa no seu percurso.
O numero de visitas registadas intra mês passou as 1000. O melhor até à altura tinha sido em Novembro com 906.
Não creio que no inicio este tipo de numeros fosse expectavel.
8 Meses depois do arranque, podemos aferir que o caminho que foi escolhido parece acertado. Tratamos de coisas sérias, de coisas mais ligeiras, abordamos questões Maçónicas, mas também as da actualidade e mesmo algumas relacionadas com lazer.
Já tivemos alguns "debates", sempre conduzidos com elevação, e tentando passar um máximo de informação aos nossos leitores, porque entre nós já sabemos que convencer o outro é tempo perdido. Somos os 3 - Rui Bandeira, JPSetubal e eu - teimosos qb e com ideias bem definidas.
Isso não nos causa engulhos, nem problemas e somos amigos, para além de Irmãos.
No entanto a critica dos nossos leitores é o mais importante, e quanto a isso estou desiludido. Os comentários que recebemos são muito poucos, e só apenas esses comentários nos permitirão aferir do interesse posto pelos leitores no Blog.
Falta apenas referir que a produção bloguistica dos restantes membros da Loja Affonso Domingues, e em condição de contribuir existem mais uns 25, tem sido muito baixa. Temos no entanto a esperança que ela venha a aumentar.
Aos leitores - Obrigado.
Faço uma sugestão - nos comentários a este Post coloquem assuntos que gostariam de ver tratados e nós cá na medida das nossas capacidades , tempo, conhecimento, disponibilidade e no respeito pela politica editorial do blogue, faremos por postar qualquer coisita.

JoseSR

Maçon... mesmo na intimidade!

Já por várias vezes expressei a minha admiração pela forma como a Maçonaria é vivida nos Estados Unidos da América. Lá, os maçons não serão melhores nem piores, mas são, seguramente, diferentes! Sobretudo na forma aberta como vivem e proclamam a sua qualidade de Filhos da Viúva.

E, lá nas terras do tio Sam, maçon que se preze é maçon dos pés à cabeça e faz questão de o demonstrar em todas - mas mesmo todas!- as circunstâncias.

Para o demonstrar, meus caros, apresento-vos...

Os Boxers maçónicos

Existem diferentes logotipos, 29 ao todo. Particularmente curioso é um, designado por "Maçon da Internet". Vou pensar em encomendar... Afinal, cada peça destas custa apenas 18,99 dólares (cerca de 15 Euros), embora, por ser proveniente de fora do espaço comunitário, tenha imposição de direitos alfandegários e IVA. Digamos, que, com tudo isso e portes de correio, deve ficar à roda de 20 Euros. Não é caro, se se quiser mostrar distinção em todos os momentos...

Quem estiver interessado, pode ver todos os modelos aqui.

Isto é que é dar significado à expressão que ser maçon é do foro íntimo de cada um...

Rui Bandeira

27 janeiro 2007

Revoando...

Meu Caro José, estou desapontado !
Cheguei a convencer-me que o meu Irmão se preocupava deveras com a minha pontaria e quando chego ao fim o que constato ? Que o meu Irmão José só teve aquela preocupação pelo interesse próprio ! O que Ele quer, mesmo, é a Abetarda com os Trimolletes… e está com medo que eu não acerte ! José, convenhamos que não é bonito.
Desta vez não desculpo.

Agora a sério, apenas pretendo acrescentar o seguinte:
Como em muitos casos a evolução da acção adoça as arestas rígidas do conceito estabelecido teòricamente.
No meu ponto de vista Tu tens razão na exposição dos conceitos e sua diferenciação. Do ponto de vista teórico é como dizes, tal qual.
Penso que a prática da guerra tem aproximado os dois conceitos, guerrilha e terrorismo, sendo este uma arma a ser usada por aquela, numa dependência que acaba por os misturar.
Considero extremamente difícil, actualmente, definir onde começa uma e acaba outro.
Talvez seja possível mas, para mim, a fronteira está esbatida com tendência para o esbatimento total.
Se calhar o Rui diria que é o principio dos vasos comunicantes…
Outro aspecto tem a ver com os que combatem o terrorismo e com o “tino de não criticar os que o estão a fazer por nós”.
Bem, estou a milhas de pretender atrapalhar a luta contra o terrorismo, mais e como penso que sabes, também lutei directamente contra o “terrorismo” e, à minha maneira e ao meu nível, tento fazê-lo permanentemente.
Ora há aqui vários aspectos a ponderar.
Um – Não consigo justificar os meios com os fins;
Dois – O conceito de terrorista não é definitivo. Os terroristas que eu combati, erradamente mas honestamente, acabaram por ser os heróis e nacionalistas das suas próprias nações (e muito bem, penso eu agora);
Três – Entendo que as sociedades organizadas como Nações, precisam absolutamente de uma entidade que deve permanecer secreta e que deve ter como finalidade a obtenção de informações sobre tudo o que possa pôr em risco e identidade da Nação e a segurança dos nacionais respectivos. Parece-me não haver aqui qualquer desacordo entre nós. Eu talvez mantenha algumas raivinhas antigas, se calhar incorrectamente, mas mantenho. Garanto-te que iria aos arames se alguém se lembrasse de voltar a dar o nome de PIDE a qualquer serviço de informações que exista ou venha a existir ! Ainda que as pessoas, a época, o enquadramento legal, o sistema de controlo e tudo o resto seja completamente outro. Não perdoaria a quem se lembrasse dessa. É uma das minhas raivinhas, só que ainda restam mais umas tantas.
Quatro – A CIA continuará obviamente a fazer o seu trabalho, pretensamente de protecção do mundo ocidental (?), só que seria bem melhor que o fizesse bem e com métodos que a consciência humana não possa condenar. Eu estou convencido que é possível fazê-lo, não estou convencido que ela o faça.

Mas podes ter a certeza que, conscientemente, não serei eu a prejudicar esse trabalho, e se as regras forem as minhas, até me alisto na CIA …
Nota: Espero que ainda possas vir a ter uma surpresa antes dos Trimollete.

JPSetúbal