09 janeiro 2007

Tolerância: o início enquanto conceito filosófico


A resposta do JoséSR ao meu último texto, Tolerância: o debate continua consistiu na reafirmação das suas posições, apenas com a novidade de expressamente ter agora admitido a evolução do conceito de Tolerância (anteriormente apenas referira que o "politicamente correcto" estava "polindo" o conceito, o que não é a mesma coisa...).

Duas pessoas que se julguem minimamente inteligentes não debatem um tema com o propósito de convencer o opositor. Tal seria, na quase totalidade dos casos, pura perda de tempo e energia. Duas pessoas minimamente inteligentes debatem um tema de forma a, sob a forma de rebaterem os argumentos do opositor e apresentarem os seus, atingirem dois objectivos: um (a que o JoséSR já aludiu no seu texto Tolerância - parte 5 1/2) é o de aprofundarem o seu conhecimento sobre o tema; o outro é o de verificarem, maxime construírem, atenta a discordância original, os pontos de convergência possíveis.

É por isso que dou particular importância ao acordo relativamente à evolução do conceito de Tolerância: é um ponto de convergência com possibilidades de servir de base a um mais alargado campo de acordo!

Do comentário do JoséSR, ficou-me apenas uma perplexidade: que quer ele exactamente dizer quando escreve (e cito) "O conceito de tolerância é mal utilizado actualmente, foi corrompido e essa corrupção é a noção que as pessoas têm da tolerancia."? Ou seja, presumindo eu que o conceito original de Tolerância é o que ele apresentou, qual é a noção do conceito (pouco importa se ele a classifica de "corrompido" e "mal utilizado") que as pessoas utilizam actualmente? Aguardo com curiosidade o esclarecimento, para verificar se podemos daqui estabelecer outra ponte comum...

Entretanto, e como prometido, passo ao aparecimento do conceito Tolerância, com relevância filosófica. É um pouco mais moderno do que o cálculo que o JoséSR apresentou: não 500 anos, mas antes do século XVII, mais precisamente de 1689, ano em que John Locke (imagem que ilustra este texto) publicou a sua A Letter concerning Toleration (Uma carta relativa à Tolerância).

Para que, daqui em diante, não haja dúvidas sobre o conceito originalmente apresentado por Locke, segue-se um pequeno comentário que encontrei aqui, da autoria de alguém que o JoséSR já citou, Carlos Fontes:

Carta Sobre a Tolerância, de John Locke

( Em construção !)

1.Pressuposto: A tolerância é a essência do cristianismo

O cristianismo na sua essência, segundo Locke, é uma religião tolerante, porque despreza tudo aquilo que gera a própria intolerância religiosa:

a) Heresias (diversidade de opinião sobre a matéria de fé). Todos se julgam na posse da verdadeira interpretação da palavra de Deus (ortodoxia), o que os levam a acusarem os outros de hereges. Contudo, ninguém está na sua posse dado que só Deus a conhece.

b) Teocracia. No Evangelho, não se defende nenhum tipo de regime político. O cristianismo, no inicio como refere Locke, difundiu-se entre regimes políticos com naturezas muito distintas. A própria questão da ligação entre o Estado e a Religião é indiferente para a salvação das almas.

A única coisa que é importa no cristianismo é a salvação das almas, a qual dependente unicamente da conduta que os indivíduos levarem. Deus irá julgá-los não pelas ideias que manifestaram sobre a interpretação da doutrina, mas sobre a sua conduta, isto é, se foram ou não virtuosos.

2. Pressuposto: A falsa religião preocupa-se com o supérfluo e ignora o essencial

A falsa religião confunde o Estado com a Igreja, privilegia as manifestações externas do culto, proclamando a uniformidade da doutrina (ortodoxia), desprezando o essencial: a conduta virtuosa dos homens. A religião torna-se num meio usado por magistrados e pelos membros destas igrejas para esconder o roubo e a violência que exercem sobre os cidadãos.

3. Princípio: Nenhuma crença pode ser imposta pela força.

Toda a tentativa de impor qualquer religião pela força está votada ao fracasso. O homem é livre de acreditar ou não. Neste domínio não há meios de provar se alguém acredita ou não.

"Se a verdade não arrebata o entendimento pela luz, de nada lhe serve uma força exterior" (pág.93)

4.Princípio: A Liberdade de consciência é um direito natural de todos os homens (pág.101)

5.Princípio: Todos os homens são iguais e nenhum tem mais direitos que outro.

Ninguém se pode arvorar com mais autoridade que o seu semelhante em matéria de religião. Os sacerdotes, como os magistrados são homens, neste sentido estão face a Deus em igualdade de circunstâncias como quaisquer outros.

6.Princípio: O Estado e a Igreja estão imutavelmente separados quanto à sua natureza e finalidade

A separação entre a Religião e o Estado é algo que reside na sua natureza e finalidade. Apesar disso, aquelas que advogam a falsa religião têm sustentado a sua unidade para melhor prosseguirem os seus interesses particulares. O resultado é a intolerância religiosa. A única forma de acabar com a mesma é separar aquilo que por natureza é distinto.

a) Estado.O domínio o Estado é o da ordem pública, garantindo, defendendo e promovendo o desenvolvimento dos interesses particulares. O Estado foi constituido por mútuo acordo entre homens livres para resolverem os seus conflitos e protegerem os seus direitos. Está ao serviço dos cidadãos e sob forma alguma pode atentar contra o seus direitos naturais (liberdade, vida, propriedade, etc).

b)Igreja. O domínio da Igreja é o culto público a Deus e a exortação dos homens para que levem uma vida virtuosa e piedosa a fim de salvarem as suas almas. As Igrejas são assembleias livremente constituídas e qualquer um as pode criar. Nenhuma tem mais autoridade ou se pode arrogar se ser mais verdadeira que outra. Apenas Deus sabe qual é a verdadeira, e só a Ele compete julgar a conduta dos seus membros. A organização e a hierarquia nas Igrejas resultam da vontade dos homens e não de Deus.

7.Princípio: Ninguém deve ser perseguido por motivos religiosos, dado que isso é contrário aos direitos fundamentais dos seres humanos.

8.Princípio: Nenhuma Igreja tem qualquer jurisdição sobre assuntos terrenos.

O único instrumento que uma igreja dispõe para convencer alguém a prosseguir o caminho da salvação é a palavra.

9. Princípio: O bem público é a norma e a medida de toda a feitura de leis.

Se uma coisa não é útil ao Estado, mesmo se é indiferente em si mesma, não pode ser sancionada por lei.

Os magistrados estão limitados na sua acção á esfera do bem comum, sendo incompetentes em matéria de Fé. Apenas podem intervir nas igrejas quando o bem comum estiver em causa, e sempre no estrito respeito pelos direitos naturais.

"O que cabe ao magistrado é zelar para que não haja prejuízo para o bem comum e que não se faça mal à vida ou ao património de ninguém."

"Objecto das leis não é garantir a verdade das opiniões mas a salvaguarda e a segurança dos cidadãos e de cada propriedade e pessoa em particular" (pág.93)

"O cuidado com a alma de cada um e das coisas do céu, nenhuma delas pertence ou é sujeitável ao Estado, é inteiramente entregue a cada um" (pág.97).

10. Princípio: O que é legal para o Estado não pode ser proibido pelo magistrado em relação à igreja.

A acção do magistrado assenta no escrupuloso respeito dos princípios de universalidade, equidade e imparcialidade.

11. Princípio: Todo o individuo tem o direito de desobedecer às leis se os direitos fundamentais foram postos em causa pelo magistrado.

Ninguém pode ser violentado na sua consciência. É à consciência que se deve primeiro obedecer e só depois às leis.

"Em primeiro lugar há que prestar obediência a Deus e, depois, às leis" (pág.97)

A fonte de todos os conflitos entre os homens é a opressão e não a diversidade das suas opiniões. Quando existe tolerância o povo torna-se o guardião da paz social, pois nessa altura estão finalmente satisfeitos os seus direitos.

2. Limites da tolerância

A tolerância, segundo Locke, tem três limites fundamentais:

Não se deve tolerar todos aqueles que atentem contra a própria sociedade e os direitos naturais dos indivíduos, pondo assim em causa o bem comum.

Não de deve tolerar aqueles que a coberto da religião são súbditos de outros Estados.

Por último, não se devem tolerar os ateus porque os mesmos não respeitam as promessas feitas, os contratos e os juramentos que são os laços que unem as sociedades humanas (pág.100).

Carlos Fontes

Tradução de referência do texto: Lisboa Editora.Lisboa.1º.Edição.1999

Pesquisa

Biografia .Filosofia . Bibliografia .Tolerância- Em Torno de um Conceito .

Carlos Fontes

Programa do 12º. Ano

Sem mais comentários, anote-se apenas que a aparição do conceito ocorre no quadro do cristianismo, isto é, aparece como um conceito filosófico decorrente de uma religião. A evolução do conceito decorre, necessariamente, e além do mais, da extrapolação do conceito do seu limitado campo de aplicação inicial para a globalidade das Ideias do Homem. Mas essa é matéria para ser tratada mais adiante.

Rui Bandeira

08 janeiro 2007

Acácia


Quando inseri um comentário ao Post do JPSetubal, para o provocar um pouco, fi-lo já com a intenção de escrever algo sobre a Acácia e a sua simbologia para a Maçonaria.
Tenho estado a documentar-me, pois uma das duvidas pertinentes é qual a verdadeira Acacia.
Qual a que foi usada pelos Hebreus para constuir a Arca da Aliança e posteriormente o mobiliário do Templo de Salomão, e qual a Acacia usada como marcação funebre.
Parece simples dizer que a Acacia identifica o Mestre Maçon mas não é tão directo.
Prometo que dentro de uns dias espero que poucos voltarei com literatura sobre o tema.

JoseSR

Vivó Blogue !!!!

E o contador de visitas marca ( neste momento)

4000


pode nao ser muito , mas é muitissimo

JoseSR

Tolerancia - se é para continuar o debate então seja !

Lembram-se que vos disse que o Rui é um excelente causidico. Como pode ser lido no seu ultimo texto, tentou encontrar uma forma airosa de sair do embroglio que se tinha metido.
E Fez o que um causidico deve fazer, interpretou da forma que lhe dá jeito, uma vez que aqui nao falamos de leis e que consequentemente a latitude de interpretação é muito mais vasta.
Pois é , mas ele continua a persistir num erro. Usando o exemplo que ele deu o Amor.
Não há varios tipos de Amor, há só um. Há sim várias formas de o por em pratica, e aí sim evidentemente que a forma de amar entre homem/mulher e Irmao/Irmã ou Pai/Filho é diferente.
Diferente na Prática - de praticar de por em acçao - mas IGUAL e UNO no fundamento que é Amar.
Da mesma forma acontece com a Tolerância. O Conceito é só UM e é o que venho defendendo desde o inicio. A Pratica é diversa mas aqui já não em função das pessoas envolvidas mas em função das situações a tratar.
NA verdade, e eu proprio fui o primeiro a falar nisso, não me esqueci da evolução do conceito. Relembro que a Tolerância como conceito existe há cerca de 500 anos e que poderá no futuro evoluir para os parametros que o Rui defende. É certo que nos ultimos anos evoluiu, mas não de forma cimentada, e mais de forma a colmatar diferendos.
É por isso que falo no politicamente correcto, conceito que invadiu tanto a nossa sociedade que chega ao absurdo - 2 exemplos - em Inglaterra não se deseja mais Merry Christmas para não ofender quem seja de outra fé e nos USA não se convida Fulano e Senhora (Mr and Mrs) mas Mr and SIGNIFICANT OTHER. Como se a intenção com a qual se deseja Merry Christmas fosse ofensiva ou o desconhecimento da situação marital ( ou de tendencia sexual) fosse ofensivo.
Mas voltando
O conceito de tolerância é mal utilizado actualmente, foi corrompido e essa corrupção é a noção que as pessoas têm da tolerancia. Errada por tanto.
Quanto ao Preto e Branco, mais uma distorção de interpretação. Há situações em que de facto só há sim e não.
Ou Tolero ou nao Tolero - não ha tolerar assim assim
Ou Amo ou não Amo - amar assim assim - tipo nem carne nem peixe é coisa que não existe.
POr muito que custe o Maniqueismo existe e faz falta. O Saber navegar no meio também, mas para a questão não é isso que é importante.
Falta-me apenas e em jeito de historieta dizer ao Rui que o Branco e o Preto são cores.
A e B discutiam acaloradamente. B acusava A de o ter enganado pois a televisão que lhe havia vendido não era a Cores e sim a P/B.
A sustentava que Preto e Branco eram cores e que consequentemente tinha sido honesto no negocio.
Recorrem então á autoridade religiosa local e colocam a questão :
Preto é cor ?
Após uma semana de reflexão e consulta com outras autoridades religiosas veio a resposta :
Preto é cor.
Não satisfeito B questiona se Branco é cor ?
Uma semana depois o veredicto é:
Branco é cor
Face a isto o sujeito A exclama - Tás a ver como a televisão é a cores !!!!
Aqui espero o proximo texto de Rui Bandeira.


JoseSR

Tolerância: o debate continua


Refuta o JoséSR a minha afirmação de que há vários tipos de tolerância. Em bom rigor, a afirmação não é minha, foi adoptada por mim, após leitura de vários escritos de pensadores e filósofos, de que é exemplo o que seleccionei para o meu texto Tolerância - Parte 5 ou O contra-ataque, de 5 de Janeiro último.

Defende o JoséSR, e passo a citar; que "sobre cada coisa só há um conceito. Havendo mais que um conceito há logicamente mais que uma coisa." E exemplifica invocando os conceitos de Igualdade, de Caridade ou do Amor.

Pegando apenas neste último, é fácil verificar que o postulado por JoséSR não é correcto. É evidente que há vários tipos de Amor: o amor entre homem e mulher, o amor paternal, o amor fraternal. Similarmente, há vários tipos de tolerância...

Poder-se-ia objectar que são espécies de um género abrangente e que a definição correcta desse é uma e só uma. Deixando de lado a discussão sobre a absolutividade do conceito de "definição correcta", retorquiria que, a assim ser, então a definição do conceito abrangente teria de incluir apenas o que é comum a todos os tipos. E então o que é comum a todos os tipos de Amor será porventura a afeição e, havendo um tipo de Tolerância que inclui uma relação de superioridade entre o tolerante e o tolerado e outros tipos de Tolerância que excluem tal relação de superioridade, então a mesma não pode integrar a definição do género Tolerância. É uma pura questão de Lógica...

A meu ver, a premissa errada de que parte o JoséSR está ilustrada quando ele afirma (e cito, de novo) que "o Branco é Branco e o Preto é Preto e não há cinzento no meio." A questão é, precisamente, que a vida já me ensinou que, entre o Branco e o Preto não há só cinzento, há todas as cores do arco-íris... Aliás, para se ser preciso, o Preto não é cor, é ausência de cor, e o Branco é o que resulta da reunião de todas as cores. Logo, entre o Branco (todas as cores reunidas) e o Preto (ausência de cor) estão precisamente... todas e cada uma das cores. todos os cinzentos incluídos... Mais uma vez, é uma pura questão de Lógica...

Esclarecido isto, importa trazer à colação ainda um elemento que me parece não ter vindo a ser considerado pelo JoséSR: o da evolução dos conceitos (como tudo na vida, afinal), decorrente, quer da evolução do pensamento, quer das transformações sociais.

E importa estar atento a este elemento, porque (e aí o JoséSR tem, a meu ver, inteira razão), quando o conceito filosófico de Tolerância foi inicialmente introduzido era muito mais próximo do entendimento do JoséSR do que do meu. Simplesmente, como tudo na vida, tal conceito, à medida que a Sociedade evoluía, em função da evolução do Pensamento, também evoluiu e penso que hoje estará já mais próximo do meu entendimento do que do do JoséSR. E isto não tem nada a ver com "politicamente correcto", não vale a pena substituir argumentos por rótulos...

Se nada surgir em contrário, no próximo texto abordarei o aparecimento do conceito filosófico de Tolerância.

Rui Bandeira

07 janeiro 2007

Tolerância - parte 6

Desta vez não procurei nada na net e o que vai a seguir é por assim dizer da minha lavra. Que é como quem diz da minha incapacidade de argumentação.

O meu caro Amigo Rui diz que o conceito que ele adopta é ….

Ora é aqui que surge a diferença fundamental entre as nossas formas de pensar.

Eu acho que só há um conceito de tolerância e ele acha que há vários. Ora lamento dizer mas ele está errado pois sobre cada coisa só há um conceito. Havendo mais que um conceito há logicamente mais que uma coisa.

E senão vejamos, para cada coisa é preciso um conceito, temos um para a Igualdade – a Igualdade, temos um para o Amor – O amor, temos um para a Caridade – a Caridade, ora obviamente temos que ter um para definir uma relação de diferença aceite – a Tolerância.

Se não fosse assim para quê termos uma definição conceptual para coda tipo de relacionamento Humano

É evidente que alguns de nós imbuídos do espírito de ser bonzinho, gostariam que a tolerância fosse o que se tenta que seja, o tal conceito politicamente correcto que o Rui Bandeira tenta transmitir.

Mas infelizmente não é assim, e para o nosso desenvolvimento enquanto pessoas e como sociedade é necessário que a Tolerância seja aquilo que é na realidade uma relação de um Tolerante para com um Tolerado.

E por muitas voltas que o Rui dê, e ele é um excelente causídico, o Branco é Branco e o Preto é Preto e não há cinzento no meio.

E na verdade o que o Rui nos tem trazido são formas de por na Tolerância sentidos que ela não tem para com isso se tentar o politicamente correcto, tendência muito em voga actualmente e que tem custos elevadíssimos, não no imediato, mas no futuro próximo.
JoseSR

06 janeiro 2007

Aos Tolerantes... todos !





A todos os nossos Queridos Tolerantes, que tanto se têem tolerado ultimamente, e mais aos assistentes da Tolerância, que tanto têem tido para assistir, aqui deixo um TAF (!), dos maiúsculos, neste início de 2007, e como a troca de galhardetes ainda vai no adro, que a V. Tolerância, seja ela qual fôr, se estenda a este V. Irmão, mal habituado que está a receber a V. sempre disponível Tolerância.

E metendo-me nesta fila de dissertadores sobre tão magno conceito sempre vou adiantando que, da minha parte, não tenho já paciência para tolerar uma data de anedotas que vão continuando a acontecer nesta sociedade "circense".

Eu explico.

Acabou de ser recebida uma carta do Instituto de Acção Social das Forças Armadas (Min.Defesa Nacional) referindo o Decreto-Lei 167/2005 e anunciando as consequências do seu cumprimento em 2006 e projectando-as para2007.

Em anexo é enviado um Documento Provisório que servirá para a beneficiária poder aceder aos serviços a partir de 1/Jan/2007.

Ora isto estaria tudo muito certo se a destinatária da missiva, e portanto a beneficiária visada palas novas regras, não tivesse passado ao Oriente Eterno há 11 anos !!! Há 11 anos !!! Parece mentira, mas não é. Convenhamos que não há Tolerância que ature estes gajos, que em 11 anos não tiveram tempo para actualizar a informação dos serviços, mas de caminho vão fazer "passeios" pela Baixa de Lisboa, continuando também aí a desafiar a Tolerância dos restantes cidadãos que pagam os impostos de onde saiem os respectivos ordenados.

Talvez por isso me apeteça meter um pauzinho na V. engrenagem, adiantando mais uma "nuance" aos conceitos que têem vindo a ser desenvolvidos e comparados pelos meus queridíssimos parceiros de "blog".

É que, pelo menos neste caso, a haver Tolerância, ela irá confundir-se muito com a vulgar e plebeia "pachorra" com que temos que aturar esta gente. E francamente já não há pachorra !

Um apontamento para a ilustração do post.

Não parece haver grande relação entre os temas trazidos para este "post" e as fotos que o acompanham, mas... eu explico.

Como é do conhecimento de alguns de Vós, fui até à "Pérola do Atlântico" para dar um abraço a um "velho amississimo" (dos tempos do calção, do berlinde e do pião !) que tem andado um tanto na mó de baixo em termos de saúde. Isso foi uma boa desculpa para aproveitar o fim do ano no Funchal (com fogo de vista e tudo) mas também para o acompanhar numa passeata por uma das "levadas" típicas da ilha durante a qual me deparei com o espectáculo fascinante das Acácias em flôr.

Aproveitei para umas fotografias e aqui estão duas delas a ilustrar esta minha primeira intervenção no "A-PARTIR-PEDRA", em 2007.

Não termino sem um momento de justiça. Tenho emitido comentários de total desacordo com muito do que se passa na Madeira, particularmente com os dislates dos "politiqueirinhos" mais salientes que por lá andam, e tinha afirmado que não voltaria à Madeira enquanto o Governo Regional não me merecesse algum respeito (isto se calhar é intolerância...), mas de facto a razão era tão forte que não tive outro remédio senão desdizer-me ... e ir. Bom, a questão é que na mesma medida em que comento negativamente a actuação daqueles, tenho que comentar que o Funchal estava lindo, que o fogo foi, mesmo, espectacular (8 minutos de encanto) e que se percorre a ilha com enorme facilidade através dos tuneis abertos para a passagem de vias rápidas que furam a ilha de ponta a ponta.

Claro que uma coisa não justifica a outra, mas assim fico melhor comigo!

Ah... e já agora, que 2007 seja um ano cheio... mas mesmo tão cheio que só mais um pinguinho já deita por fora (!!!) de ... TOLERÂNCIA, pois então.

JPSetúbal