05 setembro 2006

Venerável Mestre


Este blogue, como repetidamente tenho frisado, destina-se a ser lido por maçons e por não maçons. Os maçons estão habituados a usar termos ou expressões cujo significado lhes é familiar, mas que pode ser de difícil ou impossível entendimento para quem não for maçon. Sempre que me apercebecer que pode ser esse o caso, procurarei inserir um texto que torne claro, para todos, o significado de palavra ou expressão utilizada.

No texto publicado ontem, é referido, a dado passo, o "Venerável Mestre". Será esta a primeira expressão a ser esclarecida.

Venerável Mestre é a designação dada ao membro que exerce a função de direcção dos trabalhos de uma Loja maçónica.

Na Loja Mestre Affonso Domingues, o Venerável Mestre é eleito, usualmente em Julho, e toma posse após a pausa para férias, que decorre sempre durante todo o mês de Agosto. Logo, e ressalvada a ocorrência de situações que imponham uma alteração pontual (doença, por exemplo), o Venerável Mestre eleito em Julho toma posse no decorrer do mês de Setembro subsequente. Isto dá-lhe tempo para escolher e convidar os membros da Loja que, durante o seu mandato, irão exercer as várias tarefas necessárias ao funcionamento de uma Loja maçónica. Com efeito, à excepção da função de Tesoureiro - cujo titular é eleito, por regra em simultâneo com o Venerável Mestre - todas as demais funções são exercidas por elementos escolhidos pelo Veneável Mestre eleito. Pretende-se assim garantir o funcionamento de uma equipa que seja, tanto quanto possível, coesa e, portanto, eficaz no exercício das suas tarefas.

O mandato do Venerável Mestre (e também o do Tesoureiro) é de um ano, de Setembro a Setembro, podendo o Venerável Mestre ser reeleito apenas uma vez (o Tesoureiro pode ser reeleito sem qualquer limitação). Assegura-se, assim, que a Loja não fique dependente da direcção de um dos seus membros, por muito influente, eficaz ou consensual que seja.

Na Loja Mestre Affonso Domingues, a prática tem sido a de o membro eleito para Venerável Mestre exercer um só mandato. Privilegia-se assim a rotatividade e a aplicação do princípio de que todo o elemento admitido na Loja tem capacidade para a dirigir, pelo que, a seu tempo, o fará.

Com a eleição de um membro para Venerável Mestre, a Loja delega-lhe o poder de direcção da mesma, quer em temos administrativos, quer em termos de direcção de reuniões, quer em termos de execução das deliberações tomadas.

A confiança que a Loja deposita no membro que elegeu para exercer a função de Venerável Mestre inclui a delegação de poder para, sempre que, sobre qualquer assunto em debate, não se verifique a existência de uma posição consensual, ser o Venerável Mestre quem assume a decisão, a qual deve, porém, ser ponderada, prudente e tendo em atenção as posições expostas. Essa decisão poderá, assim, ser a de opção por uma das posições expressas (normalmente, quando o Venerável Mestre verifica ser essa a posição largamente maioritária, ainda que não consensual), a opção por uma das posições expressas, alterada ou complementada parcialmente por contributos provenientes das outras (procurando-se atingir a melhor solução racionalmente possível) ou uma solução intermédia entre duas ou mais das posições expressas (normalmente quando se não forma uma maioria clara, procurando-se atingir uma solução em que, ainda que não totalmente, todos, ou quase, os elementos da Loja, se possam rever).

Na sequência da discussão de qualquer assunto, em que todos os Mestres maçons têm a oportunidade de se pronunciar, a decisão anunciada pelo Venerável Mestre, decorrente do seu prudente juízo sobre a vontade da Loja, assume o carácter de deliberação da Loja, que é então, sem mais discussão, aceite e executada pelos seus membros.

Durante o período do seu mandato, os poderes delegados ao membro da Loja eleito Venerável Mestre são, assim, consideráveis e devem ser exercidos com a Sabedoria e a Prudência que a tradição atribui a Salomão. Costumam, assim, os maçons dizer que o Venerável Mestre da Loja toma assento na Cadeira de Salomão.

A expressão "Venerável Mestre" decorre da adaptação da expressão inglesa "Worshipful Master". São expressões que se utilizam desde o século XVIII e que, embora nos dias de hoje, tenham uma aparência pomposa e deslocada do uso actual da língua, continuam a ser comummente utilizadas pelos maçons, sempre rigorosos na aplicação da Tradição e dos bons ensinamentos dos que nos precederam. Também noutas ocasiões, todos utilizam expressões que cairam em desuso no dia a dia: quem não dirigiu já a sua correspondência a um "Exmo. Senhor"?

Rui Bandeira

04 setembro 2006

Por terras de Castelo Rodrigo

Pormenor de torre do Castelo Rodrigo



No passado fim de semana, membros da Loja Mestre Affonso Domingues, entre os quais os colaboradores deste blogue JPSetúbal, PauloFR e Rui Bandeira, e respectivas famílias, no âmbito da actividade social da Loja, efectuaram uma visita à zona de Figueira de Castelo Rodrigo.

O programa da visita foi elaborado pelo Venerável Mestre da Loja, que fez questão de por este meio assinalar o termo do seu mandato, que se aproxima.

Visitou-se a barragem de Almofala, de onde se avista um fantástico panorama serrano, onde se enquadra a "Torre das Águias", antigo templo romano que terá albergado os primeiros então monges beneditinos, que vieram, depois de já terem aderido à Ordem de Cister, a construir o Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, ponto seguinte da visita.

Ainda na manhã de Sábado, a comitiva dirigiu-se a Barca de Alva, . A meio do trajecto, fez uma paragem num miradouro, de onde se avista a paisagem de fronteira entre Portugal e Espanha, na zona onde o rio Douro entra no nosso País. A beleza da paisagem é indesmentível e similar em ambos os lados da fronteira, confirmando-se assim que para a Natureza não contam as divisões artificialmente criadas pelo Homem...

Na tarde de Sábado, visitou-se o Castelo Rodrigo e especialmente, dentro deste, a casa da Roza, construída sobre e encostada a rocha, aliás bem visível no seu interior, no piso térreo. Todos os visitantes se deslumbraram com as deliciosas soluções de disposição e decoração da casa, cujo recheio, de valor museológico, é demonstrativo do apurado gosto do seu proprietário. Uma verdadeira casa de maravilhas, cuja visita, por si só, valeu a viagem!

No Domingo, efectuaram-se breves visitas a Almeida e Ciudad Rodrigo, após o que toda a comitiva se dirigiu a uma localidade próxima desta cidade leonesa, apropriadamente chamada "Diosleguarde", pois aí todos se deliciaram com a especialidade da terra, o "Tostón", leitãozinho partido em pequenos bocados e confeccionado de maneira a comer e chorar por mais. Efectivamente, este petisco só merece um comentário: que "Diosleguarde"...

Foi um fim de semana e encerramento de férias de agradável convívio entre membros da Loja e respectivas famílias, apreciado por todos e, particularmente, pela criançada, que, toda junta, só por si fez a festa dentro da festa...

Maçonaria é também convívio e o desfrute, em ameno companheirismo, das belezas naturais e construídas pelo Homem.

Assim se encerraram as férias e, com as baterias bem carregadas, se regressa ao trabalho.

Rui Bandeira



Regresso de FÉRIAS !

Seus desgraçados que se empaturraram de doces, wisky, caipirinhas, grandes farras... e sabe-se lá mais o quê, durante as férias, agora andam para aí com uma data de "kilos" a mais e colestrol a subir...
Pois aqui vai uma sugestão de verdadeiro AMIGO !
Eu cá sou assim... Para AMIGOS, mãos rôtas.
Não me poupo e quero o melhor para Vocês todos !
Aqui vai para que possam recuperar das gorduras a mais... comam saladas, deixem-se de comezainas e de "vinhatainas".
Alimentos saudáveis, dentro do prazo de validade e devidamente embalados e certificados.
Saladas, meninos... saladas é que é bom !







JPSetúbal

31 agosto 2006

O aquecimento global é uma treta


Foi no blogue A Verdade da Mentira que li o artigo "O Pânico Climático, A política do medo", de Rui G. Moura, Engenheiro Mestrado em Climatologia, ali publicado em 1 de Agosto.

Este artigo é notável! O seu autor fala do que sabe e sabe do que fala. E demonstra, por A + B, que o propalado "aquecimento global" é uma treta, que, pelo contrário, nas últimas décadas a temperatura média do planeta diminuiu, não aumentou, que o chamado "efeito de estufa" não causa, ao contrário do que por aí se propala, o dito aquecimento, que as temperaturas numa determinada zona do globo - incluindo as sufocantes temperaturas deste Verão - são causadas por outros factores, que estes são naturais e bem conhecidos dos especialistas no clima, que a fusão do gelo nas calotas polares não passa de um mito, enfim que toda a propaganda acerca do aquecimento global não passa de uma treta!

Não estou, obviamente, preparado para emitir um juízo crítico sobre a tese. Mas parece-me bem fundamentada e, sobretudo, corajosa, na medida em que, com argumentos exclusivamente científicos, se opõe à tese que agora está na moda. Desmonta-a com lógica e serenidade. Enfim, trata-se de alguém que manifestamente sabe do que escreve.

Rui G. Moura desenvolve e demonstra a sua tese, com maior pormenorização e com mais elementos no seu excelente blogue MITOS CLIMÁTICOS .

Vale - e muito! - a pena ler!

Cá por mim, os elementos fornecidos levam-me a concordar com Rui G. Moura e, portanto, a acreditar que, ao contrário do peixe que nos vêm vendendo, essa história do aquecimento global afinal está mal contada e que aquilo não passa de uma treta.

E agora deixem-me ir beber um copo de água fresquinha que, mesmo a esta hora, está um calor de ananazes! Mas também se não fizer calor no Verão, quando é que faz?

Rui Bandeira

30 agosto 2006

A Ilha do Maçon


No Estado da Louisiana, a 107 Km a Leste de New Orleans, integrada no condado de Saint Bernard, situa-se a Freemason Island. a ilha mais ao Sul das "back islands" do arquipélago Chandeleur.

É uma pequena ilha - aliás reduzida em 2004, em consequência do furacão Ivan - mas, para quem puder, é uma curiosidade visitá-la.


Rui Bandeira

29 agosto 2006

MAIS INVESTIGAÇÃO GENUINAMENTE PORTUGUESA

(Publicado em revista do Hospital Egas Moniz)

Doentes traumatizados da medula espinal
Transplantes autólogos de mucosa olfactiva

O projecto do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) “Transplantes autólogos de mucosa olfactiva em doentes traumatizados da medula espinal” obteve mais uma importante realização, a publicação do primeiro artigo de investigação original sobre os resultados dos doentes operados, no número de Junho da revista internacional com “peer review”, o The Journal of Spinal Cord Medicine, órgão oficial da American Paraplegia Society.
São autores do trabalho intitulado “Olfactory Mucosa Autografs in Spinal Cord Injury: a Pilot Clinical Study” os Drs. Carlos Lima, Pratas Vital, Pedro Escada, Hasse Ferreira, Clara Capucho e Jean Peduzzi. O Dr. Carlos Lima, neurologista e neuropatologista, é o coordenador do estudo. O Prof. Pratas Vital e o Dr. Hasse Ferreira são os neurocirurgiões e o Dr. Pedro Escada e a Dra. Clara Capucho os otor­rinolaringologistas que participam nas operações. A Professora Jean Peduzzi pertence ao Departamento de Anatomia e Biologia Celular da Wayne State University Medical School, Detroit, Michigan.
Recorde-se que o CHLO (através do Hospital de Egas Moniz) já tinha recebido em 2005, das mãos do actual Ministro da Saúde, Dr. António Correia de Campos, o prémio “Hospital do Futuro”, na categoria de “Serviço Público” pelo mesmo projecto.
O estudo acima mencionado é o primeiro ensaio clínico realizado a nível mundial em seres humanos, que explora o potencial terapêutico dos autotransplantes da mucosa olfactiva colhida das fossas nasais, no tratamento dos doentes com lesão traumática da medula espinal.
A noção de que os axónios do sistema nervoso central não são capazes de regenerar após secção tem vindo a ser questionada nas últimas décadas por estudos em experimentação animal, nos quais diferentes tipos de células foram transplantados para o local da lesão. As células olfactivas provaram ser as mais promissoras, abrindo a possibilidade de se considerarem aplicações clínicas, baseadas na sua utilização, em seres humanos com lesão traumática da medula espinal.
Estes doentes representam um problema médico importante, devido à elevada morbilidade associada à sua condição de paraplégicos ou tetraplégicos. A incapacidade funcional inerente à sua condição neurológica reflecte-se também nos aspectos familiares, profissionais e económicos da sua vivência, constituindo por isso um problema importante de saúde pública.
Jean Peduzzi
Hasse Ferreira
Carlos Lima, Pedro Escada, Clara Capucho, Pratas Vital

A validação deste trabalho é um passo muito importante para o reconhecimento científico internacional da ideia original e da técnica concebida e desenvolvida pelos investigadores portugueses do CHLO

A possibilidade de melhorar a sua função neurológica reflectir-se-á, necessariamente, em todos estes aspectos.
O aspecto mais inovador deste trabalho é a utilização de um transplante autólogo (autotrans­plante) de mucosa olfactiva, em vez de células que foram cultivadas e manipuladas em laboratório. Um dos aspectos mais importantes da técnica utilizada resulta da utilização de células que são colhidas das fossas nasais do próprio indivíduo adulto. Assim, elimina-se a necessidade de imunossupressão, uma vez que o tecido utilizado é do próprio hospedeiro e ultrapassam-se considerações éticas que seriam pertinentes se a origem das células fosse intracraniana ou se utilizassem células estaminais de origem embrionária.
Os objectivos principais do estudo agora publicado, e que ficaram assim demonstrados, foram a comprovação da exequibilidade e segurança do transplante de células olfactivas para a medula espinal. Adicionalmente, verificaram-se melhorias significativas nos défices motores, nos défices sensitivos e no controle dos esfíncteres vesical e anal dos doentes operados. O estudo, descrevendo os resultados dos primeiros sete doentes operados, é suficientemente encorajador para estimular a continuação dos estudos em prossecução e o desenvolvimento de estudos com um design semelhante ao estudo pioneiro do CHLO. De facto, já hoje outros centros na Europa (Grécia) e no resto do Mundo (Colômbia, Arábia Saudita) iniciaram estudos experimentais com um design semelhante, sob a orientação dos médicos envolvidos no estudo do CHLO. Outros países, como a Índia, o Japão e a Nova Zelândia estão já também numa fase de preparação para a realização destas operações.
Recorde-se que o projecto, desde o início, contou com patrocínio empenhado da Direcção Clínica e do Conselho de Administração do Hospital de Egas Moniz e, actualmente, do CHLO. O reconhe­cimento e a validação deste trabalho pela comissão editorial e pelo trabalho de “peer review” da revista médica acima mencionada são um passo muito importante para o reconhe­cimento científico internacional da ideia original e da técnica concebida e desenvolvida pelos investigadores portugueses do CHLO.

JPSetúbal

2 MOMENTOS PORTUGUESES 2

REVOLUÇÃO NA ENERGIA SOLAR

Vem no Suplemento de Economia do último “Expresso”.
Conforme alguma “pedra partida” há pouco tempo, por aqui, deixa-me satisfeito ter a confirmação de que as coisas estão a mexer para o lado das alternativas (falo de energias, claro!).
Como defendo há muito tempo há quem aposte, e bem, no desenvolvimento das chamadas novas energias que realmente não são nem mais nem menos, do que as energias originais do Universo.
Vejam só há quanto tempo elas são as “novas energias”...
Neste artigo fala-se do desenvolvimento de placas fotovoltaicas que utilizam materiais diferentes dos usados anteriormente, mais baratos e com melhor aproveitamento da energia captada.

Aposto que também nos casos das energias eólica e das marés os processos então em movimento, e ainda bem.


DESPORTO x FUTEBOL

Já atentaram bem na “coutada do futebol” ?
Não, não é o “coitado do futebol”, é mesmo a “coutada do futebol” !
É verdade, é uma “coutada” propriedade dos sócios “Liga & Federação” que, tal como as de caça, tem uma área grande de flora, “mono-casta”, constituida apenas por “loureiros” que se multiplicam a olhos vistos entre os quais se criam ninhadas de “pintos”, às dúzias.
É vê-los multiplicarem-se...
Nesta coutada, tanto a caça com o abate de plantas estão completamente fora de causa, vá-se lá saber porquê, o que provoca uma infestação geral do desporto português.
É que nem o fogo entra nesta floresta, nem a gripe quer nada com estas aves.
É preciso ter azar !

JPSetúbal