26 março 2007

Ainda a questão dos Maiores Portugueses

Não venho aqui comentar os resultados de um concurso televisivo. É um concurso e como tal tem as suas regras próprias e não deve levantar questões.
No entanto quero, não posso de , salientar o posicionamento obtido pelo Consul Aristides de Sousa Mendes.
Aristides só começou realmente a ser conhecido há uma vintena de anos, muitos anos depois da sua morte e muitos mais depois dos 3 dias em plena guerra em que emitiu os 30 000 vistos salvadores, e mesmo assim conseguiu uma votação importante.
Aristides foi um visionário. A sua visãodo problema dos refugiados foi a correcta. Salvemo-los primeiro vejamos depois como os alimentaremos e alojaremos até os podermos encaminhar ao seu destino.
Dos 30000 Refugiados de Aristides a quase totalidade chegou ao seu destino e os que chegaram refizeram as suas vidas.
Nos nossos dias os problemas dos refugiados persistem. Hoje temos meios economicos e logisticos muito maiores, mas nao seguimos a Visao de Aristides.
Primeiro mandamos comida e tendas. Desta forma garantimos que os refugiados ficam no sistio e de lá não saiem. Depois mandamos um Comissario das Naçoes Unidas ( actualmente o Eng. Guterres) fazer uma visita e aparece tudo nos média e a partir daí o Mundo está feliz porque já ajudou.
Ajudou de facto a manter os refugiados como refugiados e a garantir que mais cedo ou mais tarde o problema se auto resolve, ou o conflito acaba e voltam ou o conflito aumenta e morrem.
Aristides pôs uma dimensão humana no problema. Mostrou claramente que a vontade do homem pode fazer a diferença, mesmo que o preço a pagar seja imenso.
E ele Aristides , e a sua familia, pagou o preço. Preço Injusto porque viveu num regime que não o soube reconhecer e pôs à frente da dimensão humana a dimensão mesquinha da politica de não comprometimento.
Mas esse mesmo regime usufruiu bem dos largos milhoes de Dolares que as instituiçoes judaicas enviaram para Portugal para pagar o Alojamento, a Alimentação e toda a subsistencia dos refugiados, bem como as suas viagens para o Novo Mundo.
Aristides fez o que tinha que fazer - First Things First - primeiro salvar depois o resto. Porque o resto não existe se todos tivessem morrido.
Poderá não ser o mais Importante dos Portugueses, mas para alguém que para a generalidade das pessoas era um ilustre desconhecido o facto de ter sido dos mais votados é de importancia extrema para que as pessoas pensem no que a vontade de um homem pode fazer para mudar o Mundo.
Aristides de Sousa Mendes um Justo do Mundo.



JoseSR

O senhor Reitor-Mor e os maçons

Transcrevo parte de um texto publicado ontem, 25 deMarço, num sítio na Rede da Rádio Vaticano:

O Reitor-Mór dos Salesianos, Pe. Pascual Chavez, denuncia que "os novos pais da Europa são maçons" e puseram em andamento um "plano para descristianizar" o Velho Continente, que pretende relegar a religião e construir uma Europa laica e laicista. O mais significativo de todos eles é o "famoso maçon Valery Giscard d'Estaing".


Segundo o chefe dos 16.500 salesianos, a estratégia dos "novos pais não-crentes" da Europa, ao contrário dos fundadores (todos crentes), consiste em "marginalizar a religião e deixá-la sem espaço social e político, porque no passado foi a causa que provocou guerras e enfrentamentos".

O segundo passo desta estratégia - continua o superior geral dos salesianos - consiste em marginalizar a Igreja, porque "colocou travas na roda do desenvolvimento científico e técnico". E o terceiro passo se fundamenta na opção pela multiculturalidade. "que é a opção mais difícil". Pois bem - esclarece o superior salesiano - " por detrás desta estratégia está a maçonaria".

Obviamente que não concordo minimamente com estas declarações. Tenho, no entanto, o cuidado de as não qualificar, por duas razões. A primeira é que o facto de as etiquetar com um qualquer adjectivo, que não seria simpático, não é forma correcta de as infirmar; a segunda, porque, certas ou erradas, lógicas ou ilógicas, o certo é que, quem as proferiu limitou-se a dar a sua opinião, a exercer a liberdade fundamental de expressar o seu pensamento e é bom que o reconheçamos precisamente em relação às afirmações de que mais profundamente discordamos. A liberdade de expressão do pensamento existe em relação a todos e aplica-se às opiniões certas e às erradas, às que merecem o nosso acordo e àquelas com que não concordamos, às inteligentes e às cretinas. A todas!

Mas uma coisa é reconhecer e respeitar o direito à livre expressão do pensamento, outra é deixar passar em claro e sem oposição opiniões que consideramos profundamente erradas e desajustadas, como eu considero a que acima transcrevi.

Em primeiro lugar, importa chamar a atenção para o complexo que parece continuar a assolar certos sectores (que eu me permito considerar mais retrógados) da Igreja Católica em relação à Maçonaria. Fica-se com a sensação de que esses sectores se preocupam mais com os maçons do que com os seus fiéis, que se esmeram mais em gritar que "há lobo" (e de avental..) do que em pastorear o seu rebanho. Um ou mais políticos desagradam a esses cavalheiros? São, seguramente, maçons! Uma qualquer decisão não é bem vista por eles? Foi de certeza inspiração maçónica! Os actuais líderes políticos europeus não são do agrado desses senhores, preocupados em meter seus santos narizes nos assuntos de César, quando se deviam apenas dedicar aos de Deus, como ensinou Jesus Cristo? Todos maçons, está visto! Quando será que se aperceberão que estão a ser repetidamente ridículos?

Os sectores mais retrógados da Igreja de Roma não gostam da Maçonaria. Estão no seu direito! E tanto assim é que podem ficar cientes que nós, maçons, defenderemos o seu direito de proclamarem, as vezes que quiserem, que não gostam de nós. Mas, já agora, convinha que expressassem o seu desagrado com mais algum sentido do ridículo e evitassem declarações deste género!

Fiquem também a saber que, ao contrário do que alguns fazem crer, a Maçonaria - pelo menos a Maçonaria Regular -nada tem contra a Religião Católica, pelo contrário. Como fazemos sempre questão de deixar bem claro, só pode ser maçon quem for crente. Muitos maçons seguem a religião católica. Como muitos outros são evangélicos ou luteranos, ou calvinistas, ou judeus, ou muçulmanos.

E o que importa ter presente é que esta animosidade dos sectores católicos mais retrógados em relação à Maçonaria tem precisamente a ver com este respeito pela religião de cada um, com a recusa dos maçons de verem a Religião como factor de divisão, de guerrearem ou ostracizarem ou afastarem quem quer que seja pela estúpida razão de adorar o MESMO DEUS por forma diferente ou por Lhe atribuir uma designação diferente.Esses sectores retrógados falam, da boca para fora, de Ecumenismo, mas o que não suportam é que o Ecumenismo seja mais naturalmente praticado, porque integrante da sua essência, pela Maçonaria do que porventura alguma vez será por eles!

Este constante zumbido desses sectores retrógados em relação à Maçonaria não tem, afinal, nada a ver com esta, antes releva da sua concepção da Religião e da Igreja como Poder, como Domínio dos crentes, coutada dos seus desejos de imposição do que lhes convém definir como dogmas. É realmente complicado pastorear os seus crentes, mantendo-lhes a rédea curta e confinados ao claustrofóbico espaço deixado pelas suas retrógadas imposições, quando esses mesmos crentes se apercebem que, na Maçonaria, podem crer, podem manter a sua relação com Deus, podem crescer espiritualmente, sem que lhes seja imposta a cega obediência aos ditames de pseudo-detentores da Verdade Absoluta, podem ser Homens Livres seguindo a sua religião em harmonia com os demais, qualquer que seja a crença religiosa de cada um.

Compreendo, assim, que esses sectores retrógados não suportem a Maçonaria. Mas fiquem sabendo que nós, maçons, proclamamos o nosso respeito pela Religião Católica (como pelas outras). Do que não prescindimos é do nosso direito de, se assim o quisermos, nos relacionarmos directamente com o Criador, sem necessidade de intermediários ou intérpretes da Vontade Divina. Porque cremos - e todos os crentes devem crer, mesmo os retrógados... - que o Poder Infinito de Deus é suficiente para que a Sua Vontade possa ser revelada a cada um, sem que necessariamente tenha de passar pelo crivo dos ministros da Igreja!

Resumindo: nós, maçons, respeitamos quem entende manter a sua relação com Deus nos termos definidos pelos Ministros da Igreja e segundo a mediação destes. O que não prescindimos é do nosso direito denos relacionarmos com o Criador da forma que cada um entende a melhor para si, incluindo, se assim o entender, nos termos definidos pelos Ministros da Igreja... Que isso vos desagrade, é problema vosso; com o vosso desagrado podemos nós bem! Procuramos é aperfeiçoarmo-nos e não desagradar ao Criador!

Quanto à acusação do senhor Reitor-Mor dos Salesianos, permito-me duvidar que todos os actuais líderes europeus sejam maçons. Mas posso garantir-lhe que os maçons não têm qualquer plano para descristianizar o Velho Continente. Pela simples razão de que, agrade ou não ao senhor Reitor-Mor, a esmagadora maioria dos maçons Regulares da Europa são cristãos, e com muita honra! Agora, o que sucede é que não rejeitam, antes se sentam junto a eles, os Muçulmanos ou os Judeus ou os crentes noutras religiões. Se isso dói ao senhor Reitor-Mor, já é outro problema!

O que podemos garantir ao senhor Reitor-Mor é que os maçons não pretendem nem nada fazem para marginalizar a religião, porque, para todos e cada um dos maçons regulares, a sua religião é essencial. O que não damos é um "exclusivo" a nenhuma religião.... Se isso nauseia o senhor Reitor-Mor, o vómito é dele!

O que podemos garantir ao senhor Reitor-Mor é que nenhum maçon regular quer marginalizar a Igreja Católica. O que não permite é que nenhuma outra Igreja seja marginalizada, nem, muito menos, que a Igreja leve a cabo o desejo dos seus sectores mais retrógados de marginalizar os maçons e a Maçonaria! Se isso desorienta o senhor Reitor-Mor, a ele cabe esforçar-se para melhor decifrar a Vontade Divina!

Agora o que também podemos garantir ao senhor Reitor-Mor é que ele tem toda a razão quando diz que é estratégia da Maçonaria a opção pela multiculturalidade! Com muita Honra e todo o Gosto! E expresso o meu júbilo por, neste ponto, o senhor Reitor-Mor nos fazer justiça! Se isso faz tremer o senhor Reitor-Mor, se o senhor Reitor-Mor é adepto da "uniculturalidade" (qual, já agora? Em matéria de "uniculturalidade", confesso saber pouco; não estará o senhor Reitor-mor, espero, a manifestar o seu apreço pelas ideias "uniculturais" de um certo senhor de bigodinho que viveu na Alemanha há umas dezenas de anos...), se o convívio com as diferentes culturas o repugna, talvez seja, decididamente, melhor tratar-se!

Por mim, senhor Reitor-Mor, qualquer que seja o caso, desejo-lhe, sincerament, as melhoras!

Rui Bandeira

25 março 2007

O Dia Seguinte

Continuando o “post” anterior, do Rui, é altura para anunciar que hoje é o “dia seguinte” e assim sendo já podemos afirmar que tudo foi verdadeiramente JUSTO e PERFEITO (bem, exceptuando a treta do ar condicionado que acabou sendo condicionado demais).

O nosso querido Mário Martin Guia está instalado em sua Cadeira de Salomão, regularmente eleito e investido, com o testemunho de mais de 400 Irmãos Maçons e de muitas das obediências maçónicas regulares estrangeiras.

Com a pompa e circunstância bem merecidas estiveram presentes representações da G.L. Unida de Inglaterra (representada pelo respectivo Vice Grão-Mestre e como se sabe o Grão-Mestre é o Duque de Kent e a sua deslocação ao estrangeiro implica relações ao nível de Estado que complicam sistematicamente a sua presença nestes eventos), e das Grandes Lojas de Espanha, da Roménia, da Eslovénia, de Washington D.C., da Macedónia, Nacional Francesa, da Costa do Marfim, Grandes Orientes do Brasil e de Itália e do Supremo Conselho dos Estados Unidos.
A juntar a todos estas representações tivemos a presença, que nos toca especialmente, da Respeitável Loja Fraternidade Atlântica da G. L. Nacional Francesa, que tem connosco (Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues) uma convivência de geminação, única na nossa obediência.

A sessão teve a presença de mais de 400 Irmãos Maçons e pensamos ter sido a mais assistida jamais realizada no âmbito da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP (talvez por isso se sentiu tanto a fraqueza do ar condicionado…) e o jantar de gala cerca de 290 participantes.
Se estivéssemos no futebol teriam sido casas cheias !
Foi uma festa bonita, de alegria, de esperança, que a presença dos Grão-Mestres anteriores (Nandin de Carvalho, José Anes e o agora substituído Alberto Trovão do Rosário) e do candidato não ganhador (Fernando Ferrero) tornou num hino à verdadeira fraternidade maçónica.
JPSetúbal

23 março 2007

Investidura do Grão-Mestre da GLLP/GLRP

Vai ter lugar amanhã, dia 24 de Março de 2007, a partir das 17 horas, num hotel de Lisboa, a sessão da Primavera da Grande Loja /Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal.

O elemento central da ordem de trabalhos da sessão é a Investidura nas funções de Grão-Mestre do Muito Respeitável Irmão Mário Martin Guia, que foi eleito para o exercício desta missão no passado dia 16 de Dezembro, na sessão de Inverno da Grande Loja realizada em Tomar, em que se procedeu ao apuramento do resultado das votações ocorridas em todas as Lojas da Obediência.

Desde a data em que foi proclamada a sua eleição até à investidura que irá agora ocorrer, o Grão-Mestre eleito tomou mais profundamente conhecimento dos assuntos em andamento na Obediência, beneficiando da colaboração do Grão-Mestre em exercício, e seleccionou e escolheu os colaboradores que o irão auxiliar na condução dos destinos da Grande Loja durante o seu mandato, integrando o Quadro de Grandes Oficiais da GLLP/GLRP. O trimestre de transição entre a eleição e a investidura permitiu, assim, uma suave transição entre as duas equipas de direcção da Obediência, a que cessa as funções que frutuosamente exerceu e a que agora vai assumir a responsabilidade da gestão da GLLP/GLRP.

Na sessão de instalação estarão representadas todas as Lojas da GLLP/GLRP, os Corpos Rituais dos Altos Graus regularmente praticados em Portugal e as Grandes Lojas e Grandes Orientes internacionalmente reconhecidos como Regulares, convidados para a ocasião, e estarão presentes todos os maçons , de todos os graus e de todas as Lojas da GLLP/GLRP, que desejem fazê-lo.

Será manifestado o respeito pela Nação e seus símbolos, quer pela presença, no lugar proeminente que lhe compete, da Bandeira Nacional, quer pela, como sempre, sentida e respeitosa entoação do Hino Nacional. Seguidamente, efectuar-se-á a silenciosa homenagem à memória dos Irmãos que passaram ao Oriente Eterno.

Após a realização das operações de leitura e votação de aprovação da acta da sessão anterior, será apresentado o relatório do Grande Secretário e proceder-se-á à imposição de distinções honoríficas conferidas pela Obediência.

O final do exercício de funções do Grão-Mestre cessante, M:. R:. I:. Alberto Trovão do Rosário, será, muito simbolicamente, assinalado com a apresentação por este da sua última prancha de Grão-Mestre.

Efectuar-se-á então a cerimónia de investidura do M:. R:. Grão-Mestre Mário Martin Guia, após o que este procederá à nomeação e ajuramentação do corpo de Grandes Oficiais, que o acompanhará no exercício do seu mandato.

Está prevista seguidamente a habitual concessão da palavra a Bem da Ordem, que será certamente utilizada pelos representantes das várias Lojas para saudarem o novo Grão-Mestre e manifestarem a disponibilidade das mesmas para a cooperação e colaboração nas tarefas que se perfilam no horizonte, bem como a concessão da palavra aos Muito Ilustres Visitantes.

Proferirá depois o Grão-Mestre recém-investido a sua primeira alocução nessa qualidade.

Após a apresentação da prancha do Grande Orador, circulará o Saco da Beneficência, na habitual recolha de fundos para as obras de beneficência auxiliadas pela Grande Loja, e executar-se-ão as operações de encerramento dos trabalhos.

Pelas 20 horas, no mesmo hotel, terá lugar um jantar de convívio, em honra das senhoras.

É um simples acto da mais elementar justiça, que neste blogue gostosamente se pratica, reconhecer o frutífero desempenho do Grão-Mestre cessante, M:. R:. I:. Alberto Trovão do Rosário, e da equipa de Grandes Oficiais que o auxiliou, e manifestar a todos eles a gratidão pelos esforços que desenvolveram a bem da nossa Ordem.

É um simples acto de natural confiança declarar que todos depositam as maiores e mais optimistas expectativas no bom desempenho de funções pelo novo Grão-Mestre, M:. R:. I:. Mário Martin Guia, e da equipa que o acompanhará.

É um simples acto de natural satisfação consignar a naturalidade com que ocorre a transição entre dois ciclos.

Rui Bandeira

22 março 2007

Polémica ?... coisa nenhuma. Viva a Primavera

Meu Caro José, sê bem aparecido !
O "A-Partir-Pedra" sentia a Tua falta. Sei que andas muito atarefado, mas vai mandando uns palpites dos teus, para alegria e ensinamento de todos nós.

Meu Caro Rui, pois cá para mim os indianos tomaram a atitude inteligente.
Chegaram à mesma conclusão que eu, há duas componentes, Conteúdo e Título, que não batiam uma com a outra.
Não podendo alterar a primeira resolveram adaptar a segunda ! É inteligente, pois claro.
"Maçons em Julgamento" é bem achado, tanto mais que a Maçonaria sai "absolvida" daquele "tribunal".
Já pensaste o que responderias quando alguém se chegasse ao pé de Ti, logo pela manhã :

- Então, quantos é que a maçonaria já matou hoje ?

Não tem piada nenhuma !

Bom, mas há coisas igualmente importantes, e uma Amiga minha não perdoa estas coisas e não me deixa esquecer datas importantes.
Hoje mandou-me uma mensagem que só posso mesmo "blogar" para todos. Aqui vai.


alô alô a teresa primavera chegou
de mãos dadas com o vento e corada de tanto correr.
parece-me que trás cerejas no seu chapéu de palha
e um recado para quem gosta de cheirinhos e de plantar...:


época de sementeira

abóbora abril/junho
alface janeiro/junho
beterraba março/maio
cebola fevereiro/maio
couve março/setembro
hortelã março/junho
rabanetes abril/junho
tomate fevereiro/maio


aqui deixo um sorriso para o tempo novo que aí vem
e espreitem este filme...............

http://www.dailymotion.com/video/xp7vr_verdi-traviata-choeur-bohemiens

um beijo-hortelã.marina

JPSetúbal

Polemica

Até que enfim uma polémica em que eu nao entro !!!!.

Tenho andado arredado da escrita, mas nao ando longe do blog.

Nao vi o documentario, tentarei ve-lo no domingo ( se me lembrar).

No entanto de tudo o que li há uma coisa que nao posso concordar. Se bem que a versão oficial é que o Papa João Paulo I morreu de causas naturais, nada foi provado até agora que essas causas naturais nao tenham sido induzidas.

Tudo o que li até hoje aponta para aí.

Mas isso sao outros 500 !!

JoséSR

National Geographic - 4


Tinha decidido dar o tema por encerrado com o último texto do JPSetúbal. Juro!

A única dúvida sobre o assunto que me restava, e que teria oportunidade de pessoalmente esclarecer com o JPSetúbal, era a aferição de em que medida é que o título do documentário ("Dentro da Maçonaria" não contribuiu para o desencanto de quem o viu. Isto é, se ao documentário tivesse sido dado outro título, mais consistente com o seu conteúdo, se a reacção de desagrado seria a mesma e no mesmo grau.

Mas quis a deusa da Fortuna (que, aliás, não existe...) que, na minha busca de informação que pudesse ser interessante colocar neste blogue, deparasse - nem de propósito! - com notícia, que manifestamente respeita ao mesmíssimo documentário, SÓ QUE COM OUTRO TÍTULO, na edição na Rede de hoje, 22 de Março, do jornal indiano The Hindu, que traduzo:

Descobrindo o interior da Maçonaria para espectadores do pequeno écran

Madhur Tankha (autor do texto)

“Maçons em julgamento” programado para ser emitido

“MASONS EM JULGAMENTO”: O programa estreia no canal National Geographic este domingo.

NOVA DELI: “Maçons em julgamento”, que estreia no canal National Geographic no póximo domingo, examina detalhadamente os Maçons. Analisando boatos sobre Maçons, o programa de duas horas ajuda a distinguir factos e ficção acerca deste grupo enigmático com milhões dos membros em todo o Mundo.

Pela primeira vez, os templos Maçónicos em todo o Mundo abrem as suas portas e fornecem a cobertura exclusiva para “Maçons em julgamento”.

Uma característica especial do programa é que uma Loja da Maçonaria em Halifax, Canadá, permitiu mesmo a filmagem de um ritual Maçónico, que ocorre em templos Maçónicos desde o início do século XVIII.

Complementado por entrevistas com Maçons proeminentes da América do Norte e da Grã- Bretanha, tal como de não maçons e peritos da Maçonaria, o programa especial fornece um acesso sem paralelo, que lança nova luz sobre a história e as tradições da Maçonaria.

O programa providencia um olhar crítico sobre o significado oculto de alguns dos símbolos mais comuns da Maçonaria e dos possíveis códigos encontrados em lugares como uma igreja escocesa medieval e mesmo numa nota de dólar dos Estados Unidos.

Joy Bhattacharjya, vice-presidente sénior (programação) do canal National Geographic da Índia, disse que o programa leva os espectadores para dentro da Ordem para revelar a verdade atrás desta organização enigmática.

“Esta película promete fazer com que os espectadores repensem a sua opinião, levando-os para ao interior da Maçonaria, não para revelar os rituais, mas para descobrir o pensamento Maçónico. Passando através da ficção, a película responderá à pergunta -- O que significa realmente ser Maçon?”

Como se intui facilmente, o documentário é o mesmo, o título é diferente - porventura mais ajustado.

Enfim, bom ou mau, goste-se ou não, esclarecedor ou fraquinho, o certo é que este documentário é exibido em todo o Mundo. E, se nós achamos que a Maçonaria merece um documentário melhor, a solução é simples: produzi-lo e realizá-lo!

Rui Bandeira

21 março 2007

NATIONAL GEOGRAPHIC - 3

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a mensagem.

National Geographic - 2

Li com atenção o texto de JPSerúbal a propósito do documentário "Dentro da Maçonaria" que o canal National Geographic transmitiu no passado Domingo e retransmitiu na madrugada de segunda-feira. Li também interessadamente os comentários que tal texto suscitou, genericamente concordando com a postura de crítica e de lamento de que tal documentário não tenha sido mais esclarecedor e, sobretudo, menos sensacionalista.

Manifesto-me contra a corrente, pois a minha opinião diverge das que foram expostas. E, como é apanágio dos maçons, exprimo serenamente a minha opinião divergente, sem prejuízo do integral respeito pelas que já foram apresentadas.

Penso que as críticas expostas por JPSetúbal e que mereceram a concordância de o marreta, escriba e o profano (a patbr não viu ainda o documentário) sofrem de um duplo erro de perspectiva: resultam da análise de (1) quem é maçon ou, não o sendo, se interessa pela Maçonaria e dela conhece os elementos essenciais) e (2) de quem viu o documentário na perspectiva europeia.

Se procurarmos - tanto quanto tal seja possível - despirmo-nos destas perspectivas e, pelo contrário, atendermos a que o documentário foi produzido por quem está de fora da Maçonaria, destinado a ser visto essencialmente por quem está de fora dela (daí, aliás, o título "Dentro da Maçonaria", que só é apelativo para quem está "de fora" e tem curiosidade em saber como é "cá dentro"), foi pensado e realizado por quem vive , é oriundo e tem a cultura da América do Norte (e aqui incluo os Estados Unidos e o Canadá - o México é de outra galáxia...) e destinado a ser visto por quem vive e tem os traços culturais americanos e canadianos, facilmente concluiremos que, dentro da perspectiva de quem o fez e para quem foi feito, o documentário procura e consegue desmistificar algumas das teorias da conspiração envolvendo a Maçonaria e procura e consegue repôr alguma verdade sobre o que é e quais são os objectivos desta.

Atentemos no seguinte: o americano médio, de uma pequena povoação do Ohio ou do Wisconsin, ou o canadiano isolado nos confins do Yukon, qualquer deles bombardeado desde há dezenas de anos por uma imprensa que faz os tablóides britânicos parecerem meninos de coro e por dezenas de canais televisivos que fazem da TVI e da TV Record expoentes máximos da suma qualidade televisiva, provavelmente as únicas coisas que ouviram falar da Maçonaria é que é um grupo esquisito de gente que faz coisas secretas, de forma secreta, em locais secretos - e se tudo isto é secreto é porque não deve ser boa coisa, porque se fosse faziam-no às claras... - e que só se ouve falar dela em ligação a escândalos ou crimes: a morte esquisita do Papa dos católicos, a morte de um tipo rico pendurado, com tijolos nos bolsos, a morte de um desgraçado a tiro durante um ritual maçónico. Enfim, tudo coisas tenebrosas, que bem fazem emparceirar estes maçons com a Máfia, os adoradores do Diabo e os conspiradores do assassínio de Kennedy (e, vai-se a ver, se calhar, eles também estão metidos nisso...).

Se tivermos esta noção, percebemos então que um documentário que se limitasse a revelar um pouco dos nossos princípios, das nossas práticas, dos nossos propósitos teria como resultado que, logo no primeiro intervalo (e, na televisão americana, os intervalos são de dez em dez minutos - isso é, aliás, claramente visível na estrutura do documentário, organizado em blocos de dez minutos), o povão, farto dessas intelectualices bacocas e sem interesse nenhum, rapava do telecomando e mudava para o reality show mais próximo...

Para ser visto (e, para não ser visto, só filma o Manoel de Oliveira...), o documentário tinha de ter algum sensacionalismo. Procurou, assim, prender o público com a análise das teses que implicavam a Maçonaria nas mortes de João Paulo I, do banqueiro do Banco Ambrosiano e do candidato morto em cerimínia maçónica. É sensacionalismo? É! Seria possível ser feito de outra maneira e ser visto pelo público a que se dirigia? Não! (Agora, pareço o Ricardo Araújo Pereira a imitar o Prof. Marcelo...)

Mas, se repararmos bem, resultou dessa análise a inequívoca conclusão de que a morte de João Paulo I se deveu a causas naturais e que, se conspiração tivesse havido, o lógico é que ocorresse no interior dos altos interesses da Igreja Católica, não da Maçonaria. Resulta dessa análise evidente a conclusão de que o banqueiro pendurado em Londres foi assassinado pela Máfia, prejudicada pelas malfeitorias financeiras feitas pelo Banco Ambrosiano, que os tijolos nos bolsos mais não foram do que uma canhestra tentativa de desviar a atenção para a Maçonaria (e canhetra, porque, ao menos, o inculto do mafioso podia ter posto pedras, brutas ou cúbicas, tanto fazia, e não tijolos...) e que a P2 de maçonaria tinha o aspecto, mas nada mais era do que um antro de conjurados de extrema-direita sedentos de Poder (e nós recordamo-nos, mesmo na Europa, as confusões que houve com aquela P2 e a Maçonaria...). E resulta claro que a morte a tiro na cerimónia maçónica (os americanos gostam muito de brincar com armas de fogo...) foi acidental e que, mesmo assim, o causador do acidente, porque condenado por homicídio por negligência, foi expulso da Maçonaria.

Tudo isto foi dito e esclarecido no documentário. Só não vê quem não quiser ver - e não duvido também que os nossos "inimigos de estimação" não viram ou duvidaram de tudo o que excluia a Maçonaria desses episódios...

E, de caminho, ainda conseguiu o documentário, divulgar algo de rituais (rituais americanos, claro...), algo do nosso ideário, algo das nossas posições.

É claro que não é ópera, mas não foi um espectáculo indecente. É claro que não são pérolas, mas será que os destinatários as apreciariam?

Em resumo: se analisarmos a questão deste ponto de vista, o documentário até foi sério e bem feito, atento o público a que se destinava.

Para a patbr e mais quem não viu o documentário: o National Geographic vai retransmiti-lo domingo, 25, às 14 horas.

Rui Bandeira

20 março 2007

A canadiana Internet Lodge of Research

Já dei conta, neste texto, da existência, na Grande Loja Unida de Inglaterra, de uma Loja de investigação denominada Internet Lodge.

Agora, dou-vos conta de uma Loja similar, também de investigação, também vocacionada para a Internet, mas esta integrada na Grande Loja de Alberta, no Canadá: a Internet Lodge of Research, criada em 4 de Março de 2000 e consagrada em 17 de Novembro de 2002.

São seus objectivos:

- Oferecer aos Maçons, especialmente na área de Calgary, um fórum cibernético para a publicação na Rede das suas pranchas de pesquisa. Tais pranchas devem ser aprovadas por uma comissão de publicações e ser digitalizadas no formato “pdf”, quando possível.

- Promover o uso das Novas Tecnologias nas Lojas e pelos maçons e desenvolver programas para ajudar os Maçons a usar estas ferramentas para realçar nas suas Lojas e vidas pessoais. Tais programas devem enfatizar soluções aptas a serem utilizadas por todas as plataformas, para serem utilizáveis por todos.

- Promover uma comunicação entre os Maçons de todo o Mundo, usando a Rede e as variadas tecnologias disponíveis através de sítios, correio electrónico, magazines electrónicos, salas de conversação, grupos de notícias e demais tecnologia que vier a aparecer.

- Promover os princípios da Maçonaria, pela informação exacta, relevante e significativa a fornecer sobre a Fraternidade, seus propósitos e objectivos, seus projectos de solidariedade e seus projectos no ciberespaço e fornecendo atalhos para outros sítios.

- Publicar os registos de suas reuniões formais e de quaisquer outras pranchas de pesquisa maçónica que a sua comissão de publicações recomendar, em formato electrónico.

Podem ser membros desta Loja os Mestres Maçons de qualquer Loja da Grande Loja de Alberta.

No sítio desta Loja, podemos encontrar, além de pranchas (Maçonaria e Tecnologia, O Esquadro, o Compasso e o Computador e O impacto do motor a vapor na Maçonaria são exemplos de títulos de pranchas ali disponibilizadas em .pdf), um muito completo serviço de indicação de atalhos para sítios de interesse maçónico, mas não só. De uma forma geral, o sitio está muito orientado para a interactividade com os seus visitantes.

Vale a pena visitar.

Rui Bandeira

19 março 2007

National Geographic


O excelente canal televisivo que é o National Geographic transmitiu ontem à noite um programa de 2 horas sobre a Maçonaria, intitulado “Dentro da Maçonaria”.
Foi anunciado com alguma insistência e, confesso, que mantive uma expectativa muito grande sobre o conteúdo espectável.
Tenho para mim que os Maçons só têm a ganhar com a desmistificação da sua actividade e objectivos, tornando claro a todo o mundo quais os seus fins, porque existem e porque mantém a discrição das suas actividades.
Neste sentido ia a minha expectativa.

A Maçonaria não é constituída por um bando de malfeitores, egoístas, organizados em bando de interesses próprios, auto-protegendo-se em ambiente de ilegalidades.
A Maçonaria é constituída por homens de boa vontade, sujeitos por juramento à obediência à lei da Nação, trabalhando e procurando em conjunto o melhoramento da sociedade em que se inserem.

Igualdade, Fraternidade, Solidariedade são as ideias-chave dos Maçons, que devem praticar e viver dentro e fora do Templo, em ambiente maçónico ou profano, devendo constituir-se em exemplo para os demais que com eles convivem.
Isso é a Maçonaria e assim são os Maçons, mau grado as dúvidas, calúnias e acusações que parte grande da sociedade ainda faz à organização maçónica.
Por ignorância uns, por maldade outros, por interesses inconfessáveis outros ainda.
Parece-me incompreensível e estúpido, mas os maçons têm os seus “inimigos de estimação”, sempre originários em ideologias que ao longo da história têm querido controlar o Homem, no seu sentir e no seu viver.
Foi assim com todas as ditaduras, que tentaram banir a Maçonaria da face da terra, foi e é assim com a Igreja de Roma responsável ao longo de séculos por morticínios em massa de maçons, só porque, na sua verticalidade e na certeza da obediência a um juramento que fazem voluntariamente, nunca condescenderam com a subserviência a que os quiseram obrigar.

Ora o documentário que o National Geographic passou não resolveu nenhuma das dúvidas que se punham e põem a quem quer saber o que é a Maçonaria ou a quem ainda tem medo dos maçons.
É facto que se trata de um documento afirmativo quanto às virtudes maçónicas, mas também é verdade que toda a história roda à volta de dois crimes horrendos, por “coincidência” ambos relacionados com a Igreja Católica, no mais próximo que pode ser dos interesses em jogo em redor do Papa.
Num caso envolvendo as traficâncias do Banco Ambrosiano (banco do Vaticano), e noutro caso envolvendo mesmo a morte do Papa (João Paulo I).
Em qualquer dos casos se afirma que a Maçonaria não teve nada a ver com estes crimes, mas ambos os casos mostrados e comentados num documentário sobre a Maçonaria, “Dentro da Maçonaria”.
Claro que as perguntas ficam no ar, infelizmente e como de costume, nem todas.
Assim, não vi qualquer referência a uma figura mais do que parda, da vida do Banco Ambrosiano, que foi condenado pelos tribunais italianos e depois protegido pelo Papa e retirado para o Vaticano de onde nunca mais saiu com vida, o Monsenhor Marcinkus.
É estranho que com uma história tão insistentemente falada ao longo do documentário, não tivesse havido qualquer referência a essa figura negra da administração do banco.
A outra questão que foi esquecida refere-se à morte de João Paulo I, Papa por 33 dias, Agosto de 1978.
Oficialmente foi “enfarte de miocárdio” (sem autópsia), nas entrelinhas ficam várias interrogações sobre o interesse da Maçonaria em se ver livre de um Papa honesto, que sabia o que tinha dentro de casa e estava disposto a pôr ordem na traficância, suborno, chantagem, que o Presidente do Banco (Paul Marcinkus) e o Cardeal Jean Villot cobriam, com outros, através da chamada “loja P2”.
Esta “loja P2” começou por ser, realmente, uma loja do Grande Oriente de Itália, mas muito antes destes acontecimentos, em 1976, já a loja abatera colunas e os seus membros haviam sido expulsos da ordem, justamente por renegarem com os seus actos o juramento de honestidade, fraternidade e solidariedade que fizeram quando aceitaram fazer a iniciação maçónica, acabando por se tornar uma filial da Máfia italiana, com ligações aos piores aspectos que a política pode ter.
E isto, lamentavelmente, não fica nada claro no filme.
É assim a modos que uma espécie de filme “Dentro da Maçonaria”, mas só por fora !

É pena ter sido assim.
Entendo que foi perdida uma boa oportunidade de clarificar muita coisa, ainda que alguma tenha sido mostrado e esclarecido, nomeadamente a concepção deísta da Maçonaria.
Pelo menos isso ficou claro, tal como foi interessante a explicação sobre a parte ritual representativa da morte de Hiram Abif.

Outro pormenor que convém esclarecer tem a ver com a parte do ritual em que é apontada uma pistola ao candidato a maçon disparando balas fingidas, numa das provas pelo qual o candidato a Maçon tem que passar na sua iniciação.
No documentário mostra-se uma dessas provas em que o candidato acaba morto por um erro terrível que fez com que a pistola usada tivesse balas a sério.
O ritual de Iniciação que seguimos e que é parte do Rito Escocês Antigo e Aceite não utiliza qualquer prova na qual se disparem pistolas ou seja que arma for, nem a brincar e muito menos a sério.É impensável que uma situação destas possa acontecer na Maçonaria Regular de Portugal.


JPSetúbal


Harry Houdini

Quando se pensa em ilusionista, o nome que classicamente logo ocorre é o de Houdini, o grande mestre do escapismo, a sua imagem de marca.

Harry Houdini, de seu verdadeiro nome Ehrich Weiss, nasceu em Budapeste em 24/3/1874 e morreu em Detroit em 31/10/1926, com 52 anos, portanto. Ficou famoso pela sua habilidade em se libertar de algemas, mas também de correntes e cadeados, dentro de caixas, dentro de tanques fechados, dentro e fora de água.

O que é menos conhecido é que Houdini foi maçon, iniciado na Loja Santa Cecília, N.º. 568, de New York, em 17 de Julho de 1923, passado a Companheiro em 31 de Julho e elevado a Mestre em 21 de Agosto seguintes.

Em Outubro de 1926, morreu, de forma estúpida. Após apresentar um espectáculo para uma platéia de estudantes em Montreal, no Canadá, enquanto ainda exibia o "super tórax", um dos estudantes, pugilista amador, invadiu os bastidores e, sem dar tempo para que Houdini preparasse os músculos, golpeou-lhe o abdómen com dois socos. Os violentos golpes romperam-lhe o apêndice, e seis dias depois, morreu num hospital de Detroit.

As exéquias maçónicas em honra de Houdini tiveram lugar em 4 de Novembro de 1926, em New York.


Rui Bandeira

16 março 2007

À volta do Marquês

O nosso visitante O Profano, frequente autor de pertinentes comentários a textos publicados neste blogue, interroga-se, a propósito do texto de ontem:

Sempre ouvi dizer que o Marquês de Pombal teria sido iniciado na "Arte Real" aquando da sua estadia em Viena. Será essa informação que tenho, incorrecta?

A única resposta acertada para esta questão é: "Não sei!"

Efectivamente, como menciona o nosso comentador, é comum referir-se que o Marquês de Pombal teria sido iniciado maçon em Viena. No meu texto de ontem, consignei que "existem efectivamente indícios de que terá sido iniciado maçon. A época, as viagens, as ligações pessoais e o sentido de modernidade autorizam essa ideia" e aludi a um livro publicado por José Braga Gonçalves em que, de uma forma propositadamente romanceada mas indubitavelmente pormenorizada, se elencam alguns desses indícios.

Porém, a minha posição é que, com o que actualmente se sabe, apenas se pode dizer que é possível que o Marquês tenha sido maçon, mas não mais do que isso. Ou seja, existem importantes indícios... mas não há certeza!

Nesta questão da afirmação de quem foi o não maçon, sigo o critério de rigor que foi instituído pela Loja Quatuor Coronati, isto é, só dando como certo o que esteja indubitavelmente provado, seja por documentos, seja por declarações relevantes dos próprios, seja por testemunhos credíveis de maçons da época que com o visado tenham directamente privado.

No caso do Marquês, não se conhece inequívoca declaração sua de ter sido maçon - e tal não é de admirar: não nos esqueçamos que, naquela época, ainda funcionava em Portugal a "prestimosa" instituição que dava pelo nome de Santa Inquisição e que uma das suas tarefas era precisamente descobrir e aplicar o "santo correctivo" aos maçons...; aliás, é conhecido o caso do inglês de origem suíça John Coustos que, em 1743, fundou e dirigiu em Lisboa uma Loja Maçónica, tendo sido rapidamente preso e torturado, por nove vezes no espaço de dois meses, pelos Santos Inquisidores... Também, pela mesma razão, não se conhecem declarações de maçons da época que, tendo pessoalmente conhecido o Marquês, informassem da sua filiação na Ordem. Quanto a documentos, dificilmente se encontrará algo de relevante em Portugal, já que, devido às perseguições da Inquisição, a última coisa que os maçons de então, em Portugal, faziam era registar assuntos da Maçonaria em documentos, que poderiam facilmente cair nas mãos de algum denunciante ou, mesmo, de um Santo Inquisidor. Resta a hipótese de vir a ser localizado ou estudado algum documento austríaco, que venha a fornecer a prova inequívoca de que agora se não dispõe - e não sabemos se alguma vez dela se disporá.

É por isso que eu digo que é possível que o Marquês tenha sido maçon, iniciado em Viena - mas não afirmo que, com toda a certeza, o foi.

Ainda em comentário ao texto de ontem, "Fernando Pessoa" comentou que pensou que Aristides Sousa Mendes e Álvaro Cunhal tivessem tido alguma ligação à Maçonaria.

Quanto ao último, basta recordar que se afirmava ateu para se verificar que nunca poderia ter sido maçon regular; quanto à maçonaria liberal, lembremo-nos que postula ideais políticos e democráticos claramente incompatíveis com a ideologia assumidamente por ele professada e orgulhosamente defendida.

Quanto ao primeiro, recordemo-nos que era cônsul ao tempo da 2.ª Guerra Mundial e que, então, desde a entrada em vigor da lei de Salazar que proibiu as "associações secretas", já existia a regra de que todo o funcionário público, para o ser, tinha de emitir uma declaração por sua honra de que não era comunista nem membro de "sociedades secretas"; o meio diplomático de então era muito pequeno e, como hoje continua a ser, muito fechado; enquanto esteve na carreira, dificilmente poderia ter actividade maçónica sem ser detectado - e nada consta a esse respeito; depois de demitido e perseguido pelo regime de Salazar, tendo uma família numerosa para sustentar, teve de dedicar a sua vida à luta pela subsistência tão digna quanto possível; as coisas do espírito e do aperfeiçoamento pessoal não fizeram então, certamente, parte das suas preocupações prioritárias... Mas reafirmo que qualquer maçon se sentiria honrado em poder tratá-lo por Irmão e que, indubitavelmente, pode e deve ser reconhecido como um "maçon sem avental".

Rui Bandeira

15 março 2007

"Os grandes portugueses"

A forma privilegiada de interacção entre os autores do blogue e os visitantes deste é, obviamente a caixa de comentários, pelas possibilidades de diálogo entre uns e outros a propósito de qualquer tema, de qualquer texto, que a mesma propicia. Neste aspecto, já o JoséSR deixou cair, há tempos, num dos seus textos, um pequeno lamento quanto ao reduzido número de comentários que são colocados no blogue. Não é algo que me espante, quer porque, ao contrário dos hábitos anglo-saxões de participação, os nossos hábitos latinos não nos incitam a sair dos respectivos casulos e compartilhar opiniões. Normalmente lemos, gostamos ou não, concordamos ou não, mas raramente achamos que vale a pena dar - ainda por cima publicamente... - a nossa opinião. Acresce que neste blogue optámos por não permitir comentários anónimos, o que obriga aquele que, ocasionalmente, sinta o impulso de comentar um texto, a fazer um registo prévio no serviço de blogues para o poder então fazer, o que, frequentemente, faz extinguir o impulso...

Mas outra forma há de interacção, para quem pretenda opinar ou sugerir algo: o uso dos endereços de correio electrónico dos vários autores de textos, disponíveis nos respectivos perfis (excepto no caso do JPSetúbal; mas, para esse, podem comunicar comigo, que eu depois retransmito para ele...).

Foi o que sucedeu com um dos nossos visitantes, que me enviou uma mensagem de correio electrónico, em que, além do mais, escreveu o seguinte:

"a razão pelo e-mail, prende-se pelo facto de me ter surgido uma ideia/curiosidade, talvez que o Sr. ate possa esclarecer ou ate mesmo escrever no Blog:
Dos dez nomeados no concurso do "Melhor Português"
http://www.rtp.pt/wportal/sites/tv/grandesportugueses/index.php) quantos e quais foram maçons?
Pelo que li no livro de José Braga Gonçalves o Marques de Pombal foi um dos primeiros maçons em Portugal e dos nomeados Fernando Pessoa também tinha alguma ligação com a maçonaria. Mais alguém?"

Esta mensagem resolveu pela alternativa positiva uma dúvida com que me debatia: fazer ou não um texto a propósito deste programa televisivo? Por um lado, estava tentado a fazê-lo, pela temática histórica do programa e pela sua potencialidade de, pela via lúdica da "eleição" do "maior", reinteressar os portugueses pela História; por outro, o desagradável e infantil "campeonato" de cultores de ideologias representadas por dois dos "nomeados" em que publicamente se transformou o programa e a escolha, fez desaparecer instantaneamente o meu interesse pelo programa. Aquilo deixou de ser um programa lúdico-didáctico, passou a ser um banal pretexto para uma pueril pugna entre saudosistas de Salazar e cultores da personalidade de Cunhal, qual pseudo Benfica - Sporting de baixo nível, que nem Cascalheira - Carcavelinhos chega a ser. Enfim, tacanha mediocridade transformou uma ideia que até era interessante em reality show de baixo nível, como todos o são!

Mas se alguns assim estragaram o que indiscutivelmente era uma boa ideia, muitos - felizmente! - continuam fiéis à boa ideia e aproveitam o pretexto do programa para se interessar pela nossa História. É o caso do meu correspondente electrónico, e será o caso de muitos e muitos, e ainda bem! É, assim, com todo o gosto que vou procurar responder à questão colocada: quantos e quais dos dez nomeados no dito concurso foram maçons?

Os dez nomeados são, por ordem cronológica: D. Afonso Henriques, Infante D. Henrique, D. João II, Vasco da Gama, Camões, Marquês de Pombal, Fernando Pessoa, Aristides de Sousa Mendes, Salazar e Cunhal.

Em primeiro lugar, recorde-se que a Maçonaria Especulativa, a Maçonaria tal como a entendemos hoje teve o seu início em princípios do século XVIII. Antes disso, o que existia era o o que designamos por maçonaria operativa, isto é, a organização profissional dos construtores em pedra, que se organizavam em Lojas de trabalho operativo. A construção em pedra abrangia não só a elaboração dos projectos e planos de construção (actividade hoje associada à profissão de arquitecto), como a direcção da execução da mesma (engenheiro), como ainda a execução da obra (pedreiro, canteiro) e a elaboração das peças decorativas (escultor, gravador, pintor). A partir da segunda metade do século XVII, as oficinas de construção, as Lojas, passaram a admitir também elementos estranhos à arte da construção em pedra, mas nela interessados, particularmente nobres e intelectuais, assim iniciando a transição da maçonaria operativa, organização profissional com ética e princípios próprios, para a Maçonaria Especulativa, sistema de aperfeiçoamento ético e espiritual, independentemente da profissão de cada um.

Portanto, anteriormente ao século XVII, a inclusão de alguém na maçonaria só enquanto operativa, e, portanto, só se tratando de alguém que trabalhasse a pedra.

Dos dez nomeados ficam, assim, automaticamente excluídos dessa hipótese cinco: D. Afonso Henriques, Infante D. Henrique, D. João II, Vasco da Gama e Camões. Vejamos então os restantes cinco.

Cunhal é público e notório que não foi maçon. Dedicou-se à luta política, dedicou-se à ideologia que abraçou.

Salazar é também evidente que não foi maçon, antes se opôs à Maçonaria e contra ela usou o seu poder, tendo feito publicar diploma legal proibindo-a.

Aristides de Sousa Mendes podia perfeitamente ter sido maçon. Os seus princípios, a sua ética, os seus actos, qualificavam-no abundantemente para tal. Os maçons sentir-se-iam honrados em tê-lo na sua companhia! Aliás, na GLLP/GLRP existe uma Loja que homenageia a sua memória, a R:. L:. Aristides de Sousa Mendes, n.º 32. Mas não existe qualquer registo de entrada na Ordem Maçónica. Mas sem dúvida que o seu comportamento, a sua postura e os seus ideais permitem que, sem objecções, dele se diga que foi um autêntico "maçon sem avental".

Fernando Pessoa esteve muito ligado ao mundo do esoterismo - o que, aliás, é perceptível na sua obra - e obviamente que teve contactos com a Maçonaria, seus textos e princípios. Defendeu publicamente a Maçonaria, no artigo "As Associações Secretas: Análise Serena e Minuciosa a um Projecto de Lei apresentado ao Parlamento", publicado em 1935 no Diário de Lisboa. Mas nenhuma evidência ou registo existe que permita concluir que alguma vez foi iniciado maçon. Certamente porque não teve interesse em tal. Se o tivesse desejado, não haveria, sem dúvida, dificuldade na sua admissão às provas da Iniciação. Também em relação à sua memória a GLLP/GLRP dedicou e dedica uma Loja, a primeira, a R:. L:. Fernando Pessoa, n.º 1.

Quanto a Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, existem efectivamente indícios de que terá sido iniciado maçon. A época, as viagens, as ligações pessoais e o sentido de modernidade autorizam essa ideia. José Braga Gonçalves, designadamente no seu livro O maçon de Viena sustenta essa tese com abundância de pormenores, alguns dos quais talvez um pouco forçados (estou a pensar na tese de que os planos da Baixa Pombalina reproduzem a disposição de uma Loja Maçónica: só com algum esforço e alguma dose de boa vontade se pode concluir pela afirmativa). Mas, apesar dos pesares, o conjunto de indícios apontados por Braga Gonçalves é de considerável peso. No entanto, até agora não se encontraram provas irrefutáveis que confirmem essa forte possibilidade. O Marquês de Pombal também é homenageado por uma Loja da GLLP/GLRP, a R:. L:. Marquês de Pombal, n.º 19.

De referir, ainda, que a GLLP/GLRP dedica à memória do Poeta dos Lusíadas a R:. L:. Camões, n.º 15, e à do Navegador a R:. L:. Infante D. Henrique, n.º53.

Rui Bandeira

14 março 2007

Convenção do Rito de York Unido de Portugal


O último Sábado foi mais um dia de festa para a Maçonaria Regular de Portugal
Realizaram-se as reuniões magnas dos Altos Graus do Rito de York da Maçonaria Regular, juntando em Lisboa os representantes dos Altos Graus da Maçonaria Regular da Roménia, Grécia, Estados Unidos, Brasil, Áustria e Alemanha.

No Templo de Lisboa reuniram-se o “IV Conclave” dos Cavaleiros
Templários de Portugal, a “IX Assembleia” da Maçonaria Críptica de Portugal (Grande Conselho de Mestres Reais e Escolhidos de Portugal) e a
“XI Convocatória” do Grande Capítulo de Maçons do Arco Real de Portugal.

Encontros de grande significado maçónico que serviram também para os
Maçons Regulares elegerem os novos corpos de oficiais que
orientarão estes órgãos de cúpula do Rito de York Unido no período
que ora se inicia.

Viveram-se momentos de grande solenidade maçónica, nomeadamente quando da homenagem à Bandeira Nacional com o Hino Nacional cantado em uníssono pelas assembleias de pé e em sinal de paz.

Estas reuniões anuais são sempre aproveitadas também para os Maçons portugueses homenagearem as mulheres, como se sabe impedidas de assistir aos trabalhos das sessões rituais e, por isso mesmo, lembradas nesta altura e homenageadas com a atribuição da “Ordem da Rosa”, numa
cerimónia muito bonita e de grande simbolismo.

Também neste fim de semana se comemorou o XXV Aniversário da Grande Loja de Espanha com a presença dos Grão-Mestre instalado e do Grão-Mestre eleito da Maçonaria Regular de Portugal, que se deslocaram a Barcelona de propósito para acompanhar os nossos Irmãos espanhóis nesta Sua festa.
JPSetubal

13 março 2007

O sítio das tatuagens maçónicas

A imagem que ilustra este texto é de uma tatuagem executada no braço de um senhor chamado Terry Jackson, membro da Belle City Lodge, n.º 18, do Wisconsin, Estados Unidos.

O Irmão Jackson informa que esta tatuagem é apenas o começo: à medida que for progredindo nos graus da Maçonaria, tenciona gravar outras tatuagens no ombro, no peito e nas costas.

Esta imagem encontra-se, desde 15 de Agosto de 2006, no sítio Masonic Ink, um sítio destinado a apresentar tatuagens maçónicas.

Quem aceder ao sítio, vê logo, na sua página de entrda, uma dúzia de imagens de tatuagens de temática maçónica. Mas, para poder apreciar devidamente o sítio, deve registar-se (basta indicar um nome de utilizador, uma palavra passe e um enedreço de correio electrónico, para onde, de imediato, será enviada uma mensagem com um atalho de activação do nome de utilizador e palavra passe). Poderá então ter acesso ao conjunto completo de imagens de tatuagens e outras imagens de temática maçónica (incluindo uns interessantes quadros de Loja) e copiá-las para o disco, imprimi-las ou enviá-las por correio electrónico. Para melhor apreciar cada imagem, deve clicar duas vezes na mesma, o que fará abrir-se uma janela com a sua ampliação e uma pequena mensagem do tatuado.

Cá por mim, acho curioso ver estas imagens, algumas de uma complexidade apreciável, mas fico-me por aí. Em matéria de tatuagens, passo...

Rui Bandeira

12 março 2007

Dentro da Maçonaria

Para quem tem acesso à TV Cabo: no próximo Domingo, dia 18 de Março, às 20 horas, com repetição na madrugada de 2.ª feira, 19, à 1 hora e no Domingo seguinte, dia 25, pelas 14 horas (hora de Portugal Continental), o canal National Geographic vai apresentar um documentário, de cerca de duas horas, intitulado Dentro da Maçonaria.

Eis a respectiva sinopse: Atacada, ridicularizada e vilipendiada, nenhuma outra organização deu lugar a rumores tão imaginativos e apaixonados. No entanto, os tempos em que maçonaria era sinónimo de secretismo, rituais sinistros e corrupção pertencem ao passado. Mas o que significa ser maçon?

A não ser que ocorra uma coincidência de títulos, trata-se de um documentário que, segundo se informa no sítio da Grande Loja da Colúmbia Britânica e do Yukon, mais precisamente numa sua secção de Documentários maçónicos, foi filmado em 2004 e que consiste num conjunto de entrevistas a maçons da América do Norte e de Inglaterra, que foi estreado em 12 de Abril de 2004 na estação televisiva canadiana Vision TV e apresentado no Atlantic Film Festival de Halifax em 17 de Setembro do mesmo ano. Foi produzido, escrito e dirigido por John Wesley Chisolm, tendo como produtor associado e co-realizador Colin MacKenzie.

Uma boa oportunidade para maçons e profanos interessados no tema verem um documentário que, pela origem de quem o produziu e realizou e pela qualidade do canal que o emite, tudo indica ser um trabalho sério e esclarecedor.

Rui Bandeira

09 março 2007

O Mundo de Cláudia

Navegar na Rede permite que encontremos, por vezes, insuspeitadas pérolas em improváveis páginas!

Os acasos da busca já me permitiram encontrar um sítio dedicado ao tema da Maçonaria e dos Maçons num endereço tão improvável como http://alnr.chez-alice.fr/. Disso dei conta em texto publicado neste blogue que intitulei "O que é que a Alice tem a ver com a Maçonaria?" .

Agora, comecei com a curiosidade de encontrar um blogue, sediado num servidor português e intitulado O Mundo de Cláudia... escrito em inglês. Tudo bem, alguém está em Portugal e expressa-se preferencialmente em inglês, não há razão para se estranhar. Trata-se de um blogue que se enquadra no género "diário pessoal", em que quem nele escreve revela uma especial tendência para os temas culturais, literários e artísticos. Mas a razão de aqui o mencionar não está no título, nem na língua, nem na orientação do blogue. Está num texto que nele encontrei, já antigo (publicado em 3 de Novembro de 2003), que vou reproduzir, traduzido e com pequenas correcções de imprecisões, naturais em quem é profano, com a devida vénia e a implícita autorização de o blogue informar que concede licença "Creative commons", autorizando a reprodução e a adaptação de conteúdos do blogue, nas condições de citar a autoria e permitir a reprodução do resultado nas mesmas condições. A primeira das condições está satisfeita; a segunda é já cumprida: declara-se que o conteúdo deste texto pode ser copiado, adaptado, enviado e transmitido livremente, nas condições de ser citada a sua autoria e de a publicação efectuada beneficiar de idêntica autorização, tudo nos termos desta licença "Creative Commons".

Sem mais comentários, porque falam por si, eis então o texto e as imagens publicadas naquele blogue:

Símbolos da Maçonaria

No Cemitério dos Prazeres há diversos mausoléus onde os símbolos da Maçonaria podem ser encontrados.

Um dos seus símbolos principais é o esquadro e o compasso, ferramentas do ofício, colocados um sobre o outro. O esquadro é considerado representar a matéria, e o compasso o espírito ou mente. O compasso é um símbolo antigo da espiritualidade e da criatividade espiritual. Algumas pinturas medievais mostram Deus criando o Universo com o compasso.



Um outro símbolo comum da maçonaria é o Olho da Divindade. É um emblema que nos lembra que estamos constantemente na presença de Deus.




Isto é mais difícil de encontrar: uma águia de duas cabeças com o número 33 no peito. O 33.o grau é o grau mais elevado que um maçon pode alcançar e que o autoriza a ter no seu avental um bordado de uma águia de duas cabeças de Lagash (uma cidade suméria). Estes são símbolos do Rito Escocês Antigo e Aceite.


Outro símbolo não muito comum é a colmeia, simbólico do trabalho organizado, significando que o que um não pode realizar sozinho pode facilmente ser executado quando todos trabalham juntos numa tarefa.



Rui Bandeira

08 março 2007

Simón Bolívar, Revolucionário e Maçon

Segundo os historiadores Júlio Mancini e Américo Carnicelli, o Libertador Bolívar foi iniciado na maçonaria em 1803, na Loja "Lautaro", que funcionava em Cádis, Espanha, onde também se iniciaram outros próceres da independência das colónias espanholas da América do Sul. Outro historiador, o Marquês de Villa Urrutia, assinala a mesma data, mas sustenta que a Loja não se chamava "Lautaro", mas sim "Caballeros Racionales". Ambas as Lojas existiam em Cádis em 1803. A confusão virá das visitas que Bolívar costumava fazer à Loja "Caballeros Racionales". A Loja "Lautaro" foi fundada em 1800 por inspiração de Francisco de Miranda, que residia em Londres, fazendo planos para uma expedição libertadora da Venezuela. Dizem que sugeriu esse nome em homenagem ao caudilho araucano, que venceu o conquistador Valdívia em 1554, em Tucapel (Chile). Porém, Miranda nunca esteve na Loja "Lautaro" de Cádis, porque a sua cabeça foi posta a prémio pelos espanhóis. De Londres através de amigos que viajavam para a Península Ibérica, mandava cartas e desse modo mantinha contacto com dito centro maçónico. Mais tarde, José de San Martín, fundou em Buenos Aires, Argentina, outra Loja "Lautaro", em lembrança da Loja de Cádis. Depois fez o mesmo em Santiago de Chile e Lima, onde as Lojas "Lautaro" foram centros de patriotas na luta pela independência.

Em 1801, quando Bolívar tinha 18 anos de idade, contraiu casamento em Madrid, com Maria Teresa del Toro, sobrinha do Marquês del Toro, seu amigo de Caracas. Depois de viajar por França e outros países, regressou à Venezuela com sua esposa para se dedicar à administração das suas ricas propriedades rurais. Mas a felicidade durou-lhe muito pouco. Após dez meses de permanência em solo venezuelano, a febre amarela acabou com a jovem existência de Maria Teresa del Toro, lançando Bolívar na desolação. Órfão e viúvo aos vinte anos, pois tinha perdido seus pai, mãe e esposa, andou vários meses percorrendo vários lugares de Venezuela, em calada tristeza, até que os seus familiares conseguiram convencê-lo a que voltasse para a Europa. Finalmente,em 1803, embarcou num barco que o levou a Cádis, Espanha. Então esse porto andaluz era a principal porta de entrada da Europa, pela sua situação vantajosa na comunicação com a América e com África. Ali residiam muitos estrangeiros e vivia-se um interessante ambiente liberal. Poucos dias depois da sua chegada a Cádis, o jovem Bolívar fez amizade com alguns intelectuais que frequentavam a Loja "Lautaro", com os quais conversava sobre as ideias de liberdade e a necessidade de lutar contra toda forma de opressão. Atraído por esse pensamento revolucionário, decidiu ingressar na Loja "Lautaro", onde conheceu outros latino-americanos, como José de San Martín e Mariano Moreno, que mais tarde também seriam próceres da Independência. Na Loja "Lautaro", discutia-se sobre os princípios de "liberdade, igualdade e fraternidade", sobre a dignidade do homem e a possibilidade de converter em Repúblicas às colónias espanholas de América. A verdade é que a Loja "Lautaro", fez germinar na mente de Bolívar, a ideia de acabar com o domínio espanhol na Venezuela, para semear ali a semente da liberdade para o resto da América do Sul. O mesmo Bolívar diria, anos mais tarde, que, sem a morte de sua esposa, não teria realizado a sua segunda viagem a Europa e ingressado na Loja "Lautaro", onde a maçonaria lhe mostrou novos caminhos. Comentando esse episódio na vida de Bolívar, afirmam alguns historiadores, que sem o temporão desaparecimento de Maria Teresa del Toro, o impetuoso venezuelano não teria podido ter as ideias que o impulsionaram à luta pela Independência, antes viveria placidamente em Caracas ou San Mateo. A sua entrada na maçonaria e as suas viagens fizeram-lhe ver as coisas de um modo diferente. A morte de sua esposa pô-lo muito cedo no caminho da política, fazendo-lhe seguir depois a carroça de Marte em lugar de seguir o arado de Ceres. Já iniciado na maçonaria, Bolívar viajou para Madrid, de onde saiu rumo a França em Maio de 1804, acompanhado de seu amigo Fernando Toro, também venezuelano e primo de sua defunta esposa. Jovem e rico, frequenta os salões mais elegantes e trava amizade com o sábio alemão Alexander Humboldt, outro maçon, recém chegado de uma viagem científica por terras da América do Sul. Em Paris, alternava as suas visitas aos círculos literários, mundanos e políticos, com a sua assistência às sessões de lojas maçónicas e principalmente da Loja "Mãe Escocesa de Santo Alexandre da Escócia", onde se encontrou com o seu velho mestre e amigo Simón Rodríguez, que era maçon e inimigo da monarquia espanhola. Simón Rodríguez saiu da Venezuela em 1797, por ter participado no movimento revolucionário de José Maria Espanha e Manuel Gual. Então Simón Bolívar tinha só onze anos, mas mantinha intacta a lembrança do seu professor humanista e rebelde. O vínculo maçónico e a admiração que Bolívar sempre teve pelas ideias revolucionárias de Simón Rodríguez, selou a amizade de mestre e aluno, com um cálido abraço de fraternidade. Desde então até ao regresso de Bolívar à Venezuela, passando pelos Estados Unidos, em 1806, sempre estiveram juntos, falando de política, participando em fóruns, visitando povos e sobretudo aperfeiçoando a ideia de libertar a Venezuela.

Bolívar recebeu o grau de Companheiro, o segundo na maçonaria simbólica, numa Loja francesa em 11 de Novembro de 1805. Sobre essa cerimónia existe um documento, guardado no arquivo do Supremo Conselho do Grau 33.° para a República de Venezuela. Desde que chegou a Paris, Bolívar frequentava a Loja "Mãe Escocesa de Santo Alexandre da Escócia", onde assistiu ao número regulamentar de sessões para se fazer credor da respectiva ascensão. Na maçonaria simbólica ninguém sobe de grau sem ter preenchido satisfatoriamente o requisito da assiduidade e o progresso nos conhecimentos próprios da Ordem. O documento da ascensão de Bolívar ao grau de Companheiro foi adquirido em Paris pelo escritor venezuelano Ramón Díaz Sánchez, que, antes de o doar ao Supremo Conselho do Grau 33.°, em Caracas, o fez examinar por peritos em paleografia e por historiadores bem informados sobre a actividade maçónica de Bolívar. O dito documento, escrito em francês, traduzido diz textualmente o seguinte: "À Glória do Grande Arquitecto do Universo, etc., Ao 11.º dia do 11.° mês do Ano da Grande Luz de 5805, os trabalhos de Companheiro foram abertos no Oriente pelo R:. I:. de la Tour d' Auvergne. O Oeste e o Sul iluminados pelos RR:. II:. Thory e Potu. A leitura da última prancha traçada foi feita e sancionada. O Venerável propôs elevar ao Grau de Companheiro o R:. I :. Bolívar, recentemente iniciado, por causa de uma viagem que está em vésperas de empreender. O parecer dos II:. foi unânime para sua admissão e a votação favorável; o R:. I:. Bolívar foi introduzido no Templo e após as formalidades requeridas prestou ao pé do Trono o juramento de uso; colocado entre os dois Vigilantes, foi proclamado Companheiro Maçon da Resp:. Mãe Loj:. Escocesa de Santo Alexandre da Escócia. O trabalho foi coroado por uma tríplice bateria e o I:., tendo-a agradecido, tomou lugar à cabeça da Coluna do Sul. Os trabalhos foram fechados da maneira costumada. (Ass.) J. A Tour D'Auvergne, Venerável Mestre; (Ass.) Thory, Primeiro Vigilante; (Ass.) Potu, Segundo Vigilante; (Ass.) Jura De; (Ass.) P. Vidal, G:. de J:. do 33°; (Ass.) D'Auduar, 33°; (Ass.) Simón Bolívar; (Ass.) C. Abraham; (Ass.) Jeanne de la Salle". Dias depois, com seu flamejante Grau de Companheiro, Bolívar, acompanhado do seu amigo e mestre Simón Rodríguez, empreendeu uma viagem de observação e estudo por Itália e Suiça. Em Roma, fez o seu famoso juramento do Monte Sagrado, porque tinha fixado em sua mente a ideia de lutar pela independência de Venezuela.

Em Maio de 1806, quando Bolívar já preparava sua viagem de regresso a Venezuela, foi elevado ao Grau de Mestre, na mesma Loja "Mãe Escocesa Santo Alexandre da Escócia", juntamente com os Companheiros Manuel Campos, Antonio Bianchi, Crussaire e o conde Jean Sérurier, segundo se depreende de documentos impressos conservados na Biblioteca Nacional de Paris. Esse facto foi corroborado pelos historiadores Julio Mancini e Marquês de Villa Urrutia. Desde o seu regresso à Venezuela em fins de 1806, após visitar os Estados Unidos, Bolívar, até Agosto de 1810, não teve actividade maçónica, salvo uma visita que fez a uma Loja de Filadélfia e os contactos esporádicos que tinha com alguns membros das Sociedades Patrióticas, que, sem serem lojas maçónicas propriamente ditas, agrupavam pessoas com instrução maçónica, como Juan Germán Roscio, Vicente Saías e Juan José de Landaeta. Quando chegou a Londres, em companhia de Luis López Méndez e de Andrés Belo, teve em Francisco de Miranda um fraternal irmão maçon e cordial amigo. Em fins de Agosto, Bolívar, que visitava em seus momentos livres a loja maçónica "A Grande Reunião Americana", fundada e dirigida por Miranda, foi confirmado no sublime Grau de Mestre, numa cerimónia especial que saía um pouco dos ritos maçónicos. No momento de sua confirmação, Miranda, como costumava fazer com todos os que recebiam essa honra, tomou a Bolívar o juramento seguinte: "Eu não reconhecerei por governantes legítimos de minha Pátria senão aos eleitos pela livre e espontânea vontade do povo; e sendo o sistema republicano o mais aceitável à Governação das Américas, empregarei todos os meios que estejam ao meu alcance para o fazer admitir a seus habitantes". Este juramento que fez Bolívar no momento de receber sua confirmação de Mestre, é o quinto voto que exigia Miranda aos maçons que chegavam a essa cimeira do simbolismo. Esta versão, publicada pelo historiador Américo Carnicelli, foi confirmada pelo maçon e prestigiado historiador argentino Bartolomé Mitre, no seu livro sobre a organização dos 'Caballeros Racionales". Bolívar, permaneceu em Londres até 25 de Setembro de 1810, data em que empreendeu o regresso à Venezuela na corveta "Saphire". Miranda fá-lo-ia depois, a 10 de Outubro, no navio "Avon".

Nos últimos anos, apareceram provas da alta hierarquia maçónica do Libertador Bolívar, o qual não se limitou ao Grau de Mestre, antes chegou ao cume do escocismo, que é o Grau 33.°. O Libertador Bolívar, em 1923, tinha conseguido indiscutível prestígio continental. O seu nome ocupava com frequência a primeira página dos diários mais credenciados dos Estados Unidos, Inglaterra e França. No Museu Maçónico de New York, em conjunto com muitas relíquias maçónicas dos heróis da Independência das Américas, exibem-se o avental e o colar do Libertador Bolívar, com os ornamentos próprios do Grau 32.°. Mas o historiador maçónico venezuelano Celestino B. Romero chegou mais longe. Após uma exaustiva investigação, conseguiu reunir suficientes provas para informar num livro que ao Libertador Bolívar foi outorgado o Grau 33.° e último do Rito Escocês Antigo e Aceite. Celestino B. Romero foi Grão Mestre da Grande Loja da República de Venezuela e Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33° para a República de Venezuela. Estudioso e dedicado à investigação da história maçónica, tinha acesso aos arquivos da Ordem onde se guardam velhos e desconhecidos papéis, alguns com antiguidade de mais de 170 anos. Numa de suas visitas ao vetusto arquivo, fez um sensacional achado. Encontrou um amarelecido documento, que revela que no ano 1823, chegou a Caracas o R:. I:. José Cerneau, alto dignatário do Supremo Conselho dos Estados Unidos, com a missão expressa de conferir as máximas honras aos maçons que se distinguiram na luta pela liberdade da Grande Colômbia. O R:. I:. José Cerneau, investido de amplos poderes, em nome do Soberano Grande Consistório de Chefes da Alta Maçonaria dos Estados Unidos, segundo consta no Boletim do Arquivo Nacional, em seu número 2, no mês de Abril de 1824, elevou ao Grau 33.° Diego Bautista Urbaneja, Carlos Soublette, Andrés Narvarte, Lino de Clemente, Manuel M. Quintero, José de Espanha, Vicente do Castelo, J. Porfirio Iribarren, José Marra Pelgrón, José Manuel Landa, Francisco Vicente Parejo, José Gabriel Lugo, José Manuel Morais, Santiago Mariño, Tomás José Sanabria, Marcelino da Praça, Felipe Estévez, José Remigio Martín, Ramón Landa, José Marra Lovera, Gerónimo Pompa, José Manuel Rivero, Manuel Cala, Juan José Cande, Francisco Carabaño, Judas Tadeo Piñango, Juan Bautista Monserrate, José Marra Ponce, Joaquín Tellechea, Manuel Vicente Huizi, Juan Maimó, José Santiago Rodríguez, Simón Bolívar, Rafael Lugo, Francisco Conde, José Manuel Olivares, José Cordeiro, Carlos Cornejo, José Marra de Vermelhas, Antonio Febres Cordeiro, José Marra do Castelo, Andrés Caballero, Juan M. Barry, George Woudwery, Leonardo Jiménez, José Tadeo Monagas, Diego Vallenilla, Manuel Maneiro, José Francisco Bermúdez, José Antonio Páez, Juan Bautista Arismendi, Manuel López de Umérez, Francisco Aranda, José Áustria, Leonardo de Lorenzy, Matras Padrón, Rafael Guevara, Manuel Echeandía, Juan Escalona, Valentín Osío, José Manuel Gonell, Santos Michelena, José de Lima, Pedro Gual, Carlos Padrón, José Grau, Miguel Vargas, Esteban Escobar, Manuel Muñoz, Rafael Urdaneta, Ramón Machado, Agustín Armario, Tomás Yánez, Andrés Torrellas, Pablo de Michelli, Fernando Peñalver, Pedro Briceño Méndez, Rafael Formoso, Juan Bautista Dalla Costa, José Freyres e José Blanco (Presbítero). De acordo com esta lista, publicada em Abril de 1824 no Boletim do Arquivo Nacional e corroborada pelas investigações que levou a cabo o R:. I:. Celestino B. Romero, é indubitável que o Libertador Bolívar obteve o Grau 33.°.

Simón Bolívar, Libertador da América do Sul, Revolucionário e Maçon passou ao Oriente Eterno em 17 de Dezembro de 1830, na Quinta San Pedro Alejandrino, em Santa Marta, Colômbia, onde era assistido pelo médico francês Prosper Reverend. Por uma ironia do destino, a casa onde faleceu o Libertador era do espanhol Joaquín de Mier. Os restos mortais do Libertador Simón Bolívar, foram repatriados em 1842, e trasladados para o Panteão Nacional da Venezuela em 28 de Outubro de 1877, durante a governação do maçon Antonio Guzmán Blanco.

Este texto foi adaptado e traduzido daqui.

Rui Bandeira

07 março 2007

A Internet Lodge

A Maçonaria Britânica é, sem dúvida, um evidente exemplo do respeito pela Tradição. Foi em Inglaterra que se estabeleceram os princípios enformadores da Maçonaria Especulativa Regular. É em Inglaterra que funciona a mais antiga e respeitada Loja de Investigação Maçónica, a Quatuor Coronati, que, em especial na investigação histórica, constitui inegavelmente um marco de referência. Mas o respeito pela Tradição não exclui, pelo contrário, a atenção pela evolução, o interesse pela modernidade, a capacidade de inovação. E também nesta vertente a Maçonaria Britânica marca pontos, com a sua atenção ao desenvolvimento das Tecnologias de Informação e à sua utilidade para o conhecimento e difusão do Ideal maçónico. Prova disso mesmo é a Loja de Investigação que hoje aqui apresento, a Internet Lodge, Loja n.º 9659 do registo da Grande Loja Unida de Inglaterra (UGLE).

O seu logótipo, visível na imagem que acompanha este texto, é constituído por um teclado e um monitor de computador, este com a imagem do compasso, esquadro e letra G, sobre um plano de fundo com um mapa do globo encimando um pavimento mosaico, ilustrando a aliança entre a Tradição Maçónica e as Novas Tecnologias de Informação.

A Internet Lodge definiu como sua finalidade permitir aos maçons das Obediências reconhecidas em todo o mundo juntarem-se para finalidades Maçónicas e amizade pessoal, dentro do enquadramento de uma Loja Regular da Grande Loja Unida de Inglaterra e como seus objectivos a Universalidade (promover a Maçonaria Universal, permitindo a membros de Lojas comunicar e trocar ideias numa base universal e promover a compreensão mais larga da Maçonaria, tal como é praticada nas diversas Obediências), a Colaboração (fornecer um ambiente baseado na Internet, em que os membros da Loja podem trabalhar junto e realizar pesquisa maçónica e projectos em colaboração para além das fronteiras internacionais), a Instrução (promover a instrução maçónica através das tecnologias de comunicação) e o Progresso (prestar atenção ao futuro da Maçonaria e em especial divulgar o uso das Novas Tecnologias para fins maçónicos).

Qualquer maçon de uma Obediência reconhecida pela Grande Loja Unida de Inglaterra pode ser admitido como membro desta Loja, bastando para tal preencher e enviar o formulário disponibilizado no sítio. A jóia de adesão são 50 Libras, acrescidas, para os membros não registados em nenhuma Loja da UGLE, de mais 48,76 Libras para registo na Grande Loja. A quota anual são 60 Libras.

A Loja foi consagrada em 29 de Janeiro de 1998 na Província de East Lancashire da Grande Loja Unida de Inglaterra e fisicamente está sediada no Freemasons Hall, em Bridge Street, Manchester. No entanto, pelo menos duas das suas reuniões em cada ano têm lugar fora de Manchester.

No seu sítio estão publicados diversos trabalhos de investigação, já apresentados em Loja (a título de exemplo: O Futuro do Ritual, Princípios Maçónicos revisitados e Uma visão europeia do crescimento Maçónico).

O sítio da Loja tem ainda um interessante Centro de Ajuda da Internet, com informações úteis sobre vírus informáticos, burlas utilizando as Novas Tecnologias de Informação, correio electrónico, spam, Etiqueta na Rede, etc..

Da Tradição à Modernidade está-se à distância de um endereço na Rede...

Rui Bandeira