Plágio: uma vergonha! (em todo o lado e também em Palmas - Tocatins, Brasil)
(Tradução: Plágio - Não é dado crédito ao
"furto de material publicado"
com pequenas modificações efetuadas)
Para aprender, é preciso ler o que outros antes escreveram. É, pois, normal que quem escreve sobre qualquer tema consulte o que antes se escreveu e que o que escreve seja influenciado pelo que leu.
Porém, inaceitavelmente incorreta é a tendência que infelizmente se vem notando de, mais do que escrever influenciado pelas ideias que previamente se leu, pura e simplesmente se fazer "corta-e cola", com leves alterações, de textos ou passagens de textos e fazer as passagens copiadas e cosmeticamente alteradas passar como sendo de sua autoria, omitindo a menção de que se está a citar texto alheio, não indicando como referência bibliográfica o texto canibalizado.
Sou muito sensível ao plágio, que, além de falta de respeito pelos autores dos textos surripiados, revela uma falha grave de caráter daqueles que utilizam o expediente.
Recentemente, deparei com uma superlativa forma de alguém se enfeitar com penas de pavão e ainda fazer crer que se é muito erudito: imputar passagens copiadas a obras antigas e respeitadas, como se o "autor" tivesse retirado da tal obra antiga a passagem, quando na realidade se limitou a fazer corta-e-cola de textos que encontrou na Internet...
Vamos a factos:
No número 2042 do Informativo JB News, encontra-se um texto intitulado "Compromisso do maçom para com sua Loja", tendo indicado como seu autor o Irmão Samuel Antonio Basso Chiessa, REAA 33, Venerável Mestre da Loja Cavaleiros Templários nr. 32 - Palmas - TO.
Autor do texto será - mas não de todo ele, que o mesmo tem corta-e-cola de, nada mais, nada menos, dois textos publicados no blogue A Partir Pedra.
Inicia-se o texto com esta passagem:
Quando se é admitido numa Ordem de tipo esotérico-iniciática tal como a Maçonaria é
comumente definida, é habitual o novo membro efetuar um juramento no momento da sua
admissão ou durante a execução de uma cerimônia iniciática, no qual se assume um
determinado compromisso. E somente após a realização desse juramento é que o aprendiz é
recebido e integrado no seio da respetiva Ordem.
Eu, que tenho boa memória para estas coisas, tive logo a impressão que já tinha lido este parágrafo antes... e descobri onde. Ora leia-se lá o que escreveu o Nuno Raimundo no seu texto Juramento e compromisso maçónicos, publicado no blogue A Partir Pedra em 9 de dezembro de 2014, logo no primeiro parágrafo:
Quando se segue uma Via Espiritual ou se é admitido numa Ordem de tipo esotérico-iniciática tal como a Maçonaria se define, é habitual o novo membro efetuar um juramento no momento da sua admissão ou durante a execução de uma cerimónia de cariz iniciático, no qual se assume um determinado compromisso. E somente após a realização desse juramento é que o neófito é recebido e integrado no seio da respetiva Ordem.
Valha a verdade que não é um corta-e-cola puro: o "autor" do texto publicado no JB News excluiu a passagem se segue uma Via Espiritual ou, substituiu se define por é comumente definida, de cariz iniciático por iniciática e neófito por aprendiz. Enfim, umas mudanças cosméticas... talvez para se poder dizer que não se copiou, escreveu-se diferente... Mas será que não seria muito mais honesto simplesmente no fim do parágrafo, colocar uma chamada para nota de pé de página e nesta escrever: Juramento e compromisso maçónicos, Nuno Raimundo, blogue A Partir Pedra, 9/12/2014?
Mas prossiga-se para o segundo parágrafo. Escreveu o dito "autor":
Começo este trabalho com uma boa assertiva: Maçonaria é um contínuo exercício de dar e receber entre cada maçom e os seus Irmãos, cada um aperfeiçoando-se através do que obtém do contributo do trabalho dos demais. A condição do sucesso nessa pretendida melhoria de todos pode resumir-se numa palavra: COMPROMISSO. (Nicola Aslan 1959).
Veja-se o que tinha eu já escrito no blogue A Partir Pedra, em 16 de julho de 2014, no texto intitulado Compromisso:
Porque a Maçonaria é um contínuo exercício de dar e receber entre cada maçom e os seus Irmãos, cada um aperfeiçoando-se através do que obtém do contributo do trabalho dos demais, a condição do sucesso nessa pretendida melhoria de todos pode resumir-se numa palavra: COMPROMISSO.
Aqui o "autor" refinou a sua técnica. Colocou uma frase introdutória Começo este trabalho com uma boa assertiva:, retirou o Porque a do início do meu texto, transforma a segunda parte da frase num novo período e, no final, tem o desplante de acrescentar (Nicola Aslan 1959), deixando a impressão que se trata de uma frase que o arguto "autor" cita da obra daquele autor A História da Maçonaria, Editora Espiritualista Ltda, Rio de Janeiro (Rl), 1959.
Desafio o "autor" e qualquer outro interessado a encontrar este parágrafo na dita obra de Nicola Aslan. Ninguém o conseguirá. Pura e simplesmente, o "autor" copiou, com as referidas alterações, o primeiro parágrafo do meu texto e, em vez de citar o seu verdadeiro autor e o local de publicação do mesmo, preferiu apresentar-se como um "erudito conhecedor" da obra de 1959 de Nicolas Aslan, donde, tão a propósito, tinha recolhido a citação...
Passe-se agora para o quinto parágrafo da "criação" de Samuel Antonio Basso Chiessa. Escreveu ele ali - e qualquer incauto pensará que o texto saiu da cabeça dele:
COMPROMISSO em relação à assiduidade de cada um (pois quem não está, não participa). COMPROMISSO em relação ao cumprimento dos deveres de cada um, designadamente quanto ao pagamento das respectivas mensalidades e jóias (pois a manutenção da estrutura tem custos, que necessariamente têm de ser equitativamente suportados por todos os que a integram). COMPROMISSO em relação ao trabalho, ao estudo individual, em relação à partilha dos resultados do seu esforço.
Atente-se, porém, no segundo parágrafo do meu texto Compromisso:
COMPROMISSO em relação à assiduidade de cada um (pois quem não está, não participa). COMPROMISSO em relação ao cumprimento dos deveres de cada um, designadamente quanto ao pagamento das respetivas quotas (pois a manutenção da estrutura tem custos, que necessariamente têm de ser equitativamente suportados por todos os que a integram). COMPROMISSO em relação ao trabalho, ao estudo individual, em relação à partilha dos resultados do seu esforço.
Só não são iguaizinhos porque o esforçado "autor" substituiu quotas por mensalidades e jóias. Azar: após o Acordo Ortográfico, agora o correto é escrever joias... Ou seja, o "autor" plagia e ainda por cima no que altera comete erro ortográfico!
Mas, sejamos otimistas e vamos até ao final do texto. Talvez na bibliografia se indiquem os artigos publicados no blogue A Partir Pedra... Otimismo vão: nada consta a não ser a referência a duas obras de Nicolas Aslan que, suspeito, nem sequer nada terão a ver com o tema do texto...
É triste que alguém que se reclama ser maçom e do 33.º grau do REAA não tenha a ética suficiente de citar as fontes dos textos que elabora. O "autor" até poderia ter transcrito os parágrafos que transcreveu e ter efetuado as alterações que efetuou se tivesse, simplesmente, feito o que pessoas de bem e de boa fé fazem: citar os autores, textos e locais de publicação de onde retira passagens. Assim, infelizmente, maculou o seu texto com a nefanda nódoa do plágio! O "autor" que assim procede terá passado por todos os Altos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceite. Mas seguramente que não interiorizou as lições por eles transmitidas. Se o tivesse feito, saberia que o plágio é muito feio...
Que belo exemplo o Venerável Mestre da Loja Cavaleiros Templários n.º. 32, de Palmas - Tocatins deu aos seus obreiros!
Rui Bandeira
5 comentários:
O lamentável é a falta de ética e a desconstrução,acompanhada de pequinês ,onde reside a pseudo intelectualidade da alguns.Irmão Rui Bandeira tenha a nossa solidariedade em relação aos comportamentos e atitudes mediocres de analfabetos maçonicos ,leitores de rodapés .3x3 ir.`. Wagner da Cruz .`. M .`.I .`. -Grande Benemérito do Grande Oriente do Brasil
Caríssimo Rui, tenha minha solidariedade. Sou escritor de blog e tenho visto coisas assim. Por vezes sinto-me tentado, mas a ética mostra que minha humildade pode ser meu sucesso. Desta forma é que vejo o sucesso espetacular como seus textos tem alcançado a tantos. Não se deixe abater, certamente a verdade prevalecerá! Maçom? Se sou não sei... mas quem não é? Gilberto.'. gmpedras.blogspot.com.br
Prezado Rui !
Meu nome é Samuel e estou escrevendo aqui no blog, que pela vez primeira acesso por indicação de um irmão que leu o post e me passou.
Pois bem, assunto triste de tratar tais fatos, sendo nós maçons, mas vamos aos fatos:
1-Recebi de um grande amigo e irmão Maçom do oriente de Ipatinga, do G.O.B uma caixa com paramentos de graus e mais de 400 trabalhos impressos.
Com este material leio e busco me aprimorar, sem deixar claro de ler bons livros.
2-Pensando em unir minha loja, uma vez que estou em fim de mandato, pensei em escrever um texto e fazer com que com o tema Compromisso, pudesse fazernos mais fraternos e ligados a um mesmo ideal, momento em que em breve começamos a edificar nosso templo físico, aqui na cidade de Palmas.
Busquei nestes textos e achei 4 com o tema COMPROMISSO, entretanto em NENHUM havia indicação de onde foram buscados, retirados, usurpados, qual o autor, etc...
Fiz tal trabalho com as melhores das intenções, se que ao menos soubesse deste blog e de quem escreveu. Jamais omitiria, até porque não desmerece ninguem dar crédito, quando se sabe de quem o é.
Venho aqui primeiramente para me desculpar o descuido, pois foi com as melhores das intençoes, e em seguida, iremos retificar o trabalho, citando, agora que sei a fonte e o blog, os construtores de trechos do artigo.
Fica aqui minhas desculpas.
Samuel Chiesa
Para qualquer novo esclarecimento, me coloco à disposição: 63-84570992 - 63-99947402
chiesasamuel@hotmail.com
@ Samuel Chiesa:
Explicação entendida e desculpas aceites. Por mim, assunto encerrado.
Mas, para evitar dissabores futuros, deixo uma sugestão: sempre que citar, com ou sem alterações, textos cuja autoria desconhece, faça acompanhar as citações, pelo menos, de uma nota: citação de texto de autor meu desconhecido.
Assim, ninguém porá em dúvida o que é seu e o que (assim legitimamente) utiliza de outrem e poderá, mesmo, porventura, obter de algum dos seus leitores ou do autor desconhecido a informação da sua identidade e, quiçá, uma manifestação de contentamento por ter utilizado o seu trabalho como fonte do que escreveu.
Um erro é útil quando o seu reconhecimento previne a sua repetição.
Gostaria muito de agradecer aos IIr.'. as demonstrações de sabedoria, humildade, respeito e perdão publicadas nos comentários! Foram exemplares gestos de reconhecimento e fraternidade!
Um TFA.'.
Daniel Camargos Frade
Loja Luz da Salvação, 70
Grande Oriente de Minas Gerais - Brasil
Enviar um comentário