Maçonaria e Filosofia Pitagórica - o SEIS, o SETE, o OITO e o NOVE
Em relação aos números pitagóricos do SEIS ao NOVE, escasseiam elementos disponíveis nas consultas que fiz, pelo que agrupo os quatro num único texto, com breves referências a cada um deles.
A héxade, representação gráfica do número SEIS segundo os pitagóricos, está representada pela imagem acima. Era chamada pelos pitagóricos "A Perfeição das partes". O SEIS resulta da multiplicação do DOIS (atividade concretizadora do Princípio Criador) pelo TRÊS (a Criação).
Não conheço especial referência maçónica a este número.
A héptade (imagem abaixo) é a representação gráfica do SETE. A designação SETE, segundo os pitagóricos, derivava do verbo grego sebo, que significa "venerar". Septos, em grego, significa "santo, divino".
O SETE resulta da adição do TRÊS (a Criação) com o QUATRO (o Universo), representando assim o resultado do ato divino. O SETE é o número da religião - religar o mundo sensível ao divino.
Em Maçonaria, o SETE é referido em relação ao grau de Mestre. Sem grande desenvolvimento, direi que a simbologia maçónica inerente a este número é herdeira da simbologia pitagórica (não desenvolvo mais, porque a explicação obrigaria a referenciar passagens da Cerimónia de Elevação a Mestre e do catecismo de Mestre, que entendo não dever divulgar).
A representação gráfica do OITO é a ogdóade (nesta imagem, algo rebuscada, mas não encontrei mais simplificada representação de dois quadrados sobrepostos, formando oito "pontas", triângulos).
O OITO representa o primeiro cubo (DOIS elevado ao cubo, ou seja, 2 x 2 x 2). Consequentemente, o OITO divide-se em dois QUATROS , cada um destes em dois DOIS e cada um destes em dois UNS, refazendo-se a original mónade. Os pitagóricos consideravam o OITO a essência do amor, da prudência e da lei.
Nenhuma referência particular conheço na Maçonaria ao número OITO.
Finalmente, o NOVE era representado graficamente pela enéade. O NOVE é o primeiro quadrado de um número ímpar (3 x 3). Ou seja, a Criação ao quadrado. Ou, por outras palavras, o NOVE, para os pitagóricos, simbolizava a MATÉRIA.
Em Maçonaria, também este número tem um significado semelhante, mas adaptado à respetiva simbologia de base. O maçom é um construtor, mas essencialmente um construtor de si próprio, do seu caráter, do seu Templo. O resultado, sempre em evolução, da sua construção é o Homem em aperfeiçoamento, a "matéria" no seu estádio mais nobre. Associado ao grau de Mestre, o NOVE representa a construção do maçom e o júbilo que resulta do êxito dessa construção.
Fontes:
http://www.pucsp.br/pos/edmat/mp/dissertacao/marcos_munhoz_cano.pdf
http://designconsciousness.blogspot.com/2009/01/heptad.html
http://www.sacred-texts.com/eso/sta/sta16.htm
Rui Bandeira
A héxade, representação gráfica do número SEIS segundo os pitagóricos, está representada pela imagem acima. Era chamada pelos pitagóricos "A Perfeição das partes". O SEIS resulta da multiplicação do DOIS (atividade concretizadora do Princípio Criador) pelo TRÊS (a Criação).
Não conheço especial referência maçónica a este número.
A héptade (imagem abaixo) é a representação gráfica do SETE. A designação SETE, segundo os pitagóricos, derivava do verbo grego sebo, que significa "venerar". Septos, em grego, significa "santo, divino".
O SETE resulta da adição do TRÊS (a Criação) com o QUATRO (o Universo), representando assim o resultado do ato divino. O SETE é o número da religião - religar o mundo sensível ao divino.
Em Maçonaria, o SETE é referido em relação ao grau de Mestre. Sem grande desenvolvimento, direi que a simbologia maçónica inerente a este número é herdeira da simbologia pitagórica (não desenvolvo mais, porque a explicação obrigaria a referenciar passagens da Cerimónia de Elevação a Mestre e do catecismo de Mestre, que entendo não dever divulgar).
A representação gráfica do OITO é a ogdóade (nesta imagem, algo rebuscada, mas não encontrei mais simplificada representação de dois quadrados sobrepostos, formando oito "pontas", triângulos).
O OITO representa o primeiro cubo (DOIS elevado ao cubo, ou seja, 2 x 2 x 2). Consequentemente, o OITO divide-se em dois QUATROS , cada um destes em dois DOIS e cada um destes em dois UNS, refazendo-se a original mónade. Os pitagóricos consideravam o OITO a essência do amor, da prudência e da lei.
Nenhuma referência particular conheço na Maçonaria ao número OITO.
Finalmente, o NOVE era representado graficamente pela enéade. O NOVE é o primeiro quadrado de um número ímpar (3 x 3). Ou seja, a Criação ao quadrado. Ou, por outras palavras, o NOVE, para os pitagóricos, simbolizava a MATÉRIA.
Em Maçonaria, também este número tem um significado semelhante, mas adaptado à respetiva simbologia de base. O maçom é um construtor, mas essencialmente um construtor de si próprio, do seu caráter, do seu Templo. O resultado, sempre em evolução, da sua construção é o Homem em aperfeiçoamento, a "matéria" no seu estádio mais nobre. Associado ao grau de Mestre, o NOVE representa a construção do maçom e o júbilo que resulta do êxito dessa construção.
Fontes:
http://www.pucsp.br/pos/edmat/mp/dissertacao/marcos_munhoz_cano.pdf
http://designconsciousness.blogspot.com/2009/01/heptad.html
http://www.sacred-texts.com/eso/sta/sta16.htm
Rui Bandeira
4 comentários:
Caro Mestre Rui Bandeira,
Não reconheço profundamente as características em maçonaria dos números 7, 8 e 9. Entretanto me salta aos olhos o número 6. Principalmente em sua representação pictórica que é o hexagrama.
Está claro que o sistema pitagórico é o referencial ao qual esta série trata (héxade foi a nominação utilizada) entretanto, a associação simbólica do hexagrama à Arte Real é por demais evidente (Estrela de Davi, Signo de Salomão, Esquadro e Compasso, ...) e tal comentário - "Não conheço especial referência maçónica a este número." - me soa imcompreensível.
Estarei a comenter um crasso erro de interpretação, traçando sobre duas superfícies distintas o mesmo tema?
Abraços Fraternos.
À Glória do Grande Arquiteto!
A propósito,
O conteúdo acessado pelo link: http://www.pucsp.br/pos/edmat/mp/
dissertacao/marcos_munhoz_cano.pdf
é imperdível. Excelente trabalho!
Abraços Fraternos.
À Glória do Grande Arquiteto!
@ Jocelino Neto:
A Estrela de David e o Signo de Salomão são símbolos ligados à religião judaica. A ,açonaria herdou simbologia judaica, como cristã e de outras proveniências, mas não se deve confundir a simbologia, os princípios ou a crença religiosa judaica com a simbologia, os princípios ou a universalidade de crença maçónicas.
Quando escrevi o texto, estava consciente das reminiscências da representação gráfica da héxade (Estrela de David, Signo de Salomão), mas - repito - em termos de simbologia, teoria, prática e pensamento maçónicos não conheço nenhuma especial referência ou importância do número SEIS ou da sua representação gráfica pitagórica.
Quanto à sua referência ao Esquadro e Compasso - cuja simbologia nada tem a ver com a numerologia ou a filosofia pitagórica dos números -, creio-a demasiado rebuscada. É certo que podemos "fechar" o esquadro e "fechar" o compasso, unindo as respetivas pontas e assim criar uma imagem (apenas) semelhante ao Signo de Salomão. Mas isso é criar OUTRA imagem, OUTRO símbolo... E, por outro lado, o mero facto de o esquadro ter um ângulo reto, embora o compasso esteja aberto num ângulo agudo, estabelece uma diferença essencial em relação a uma qualquer reminiscência de dois triângulos regilares com trên ângulos iguais, de sessenta graus cada...
Abraço.
@ Rui Bandeira
Estava eu a degenerar ícones simbolicamente. Me sobrepunha a percepção das "essências" o olhar imaturo.
"...o esquadro ter um ângulo reto, embora o compasso esteja aberto num ângulo agudo...de dois triângulos regulares com três ângulos iguais, de sessenta graus cada..."
Algo tão claro me passava desapercebido.
"OUTRA imagem, OUTRO símbolo..."
Acolho este ensinamento conjuntamente a série de ótimos textos "Percepção, Verdade e Tolerância". Um assentar justo e perfeito.
Bem haja M.´. Rui Bandeira.
À Glória do Grande Arquiteto!
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