exemplo (?) EXEMPLO (!!!)
Ora meus queridos Irmãos, Amigos e outros (os outros são poucos) volto à cena depois de umas semanas de retiro trabalhoso, que continua, mas este bocadinho hoje ninguém me tira.
Desde há algum tempo (alguns meses) tenho contactado na minha outra vida, a profana, com um "artista" cá da minha praça, que tem muito o hábito de utilizar a expressão:
- é preciso fazer um desenho ?
Compreende-se que é uma expressão bem desagradável, a entrar no grosseiro com a força toda e representando uma arrogância que não se atura.
Vem esta conversa a propósito de alguns dos escritos que por aqui vão aparecendo de quando em vez, que me parece que nem com desenho lá chegam.
Dei com um "desenho" que vos passo, e se por esta via ajudar os que não entendem de outra forma, fico contente.
A minha opinião é a de que, muitas vezes, um exemplo prático pode substituir uma biblioteca inteira de ciência teórica.
Ágape... não ? Bom, t'á certo.
Ritual... não ? Ok, fora.
Escola... também não ? Pronto, não há azar.
Como sabem fiz há poucos meses 69 anos (o Rui é muito seletivo nos seus segredos...).
Não é mau !
Mas... mas já o meu avô dizia que "a tropa é qu'induca e a bola é qu'instrói..."
Deixemos a tropa sossegada, mas vejamos a bola.
Façamos então esta tentativa.
Meus Amigões, uma abração a todos. Bom fim de semana.
JPSetúbal
3 comentários:
Boas...
A Nobreza desta ação perdurará nos anais do futebol.
Pena que assim não seja na "vida real"...
Em que quanto pior está o nosso vizinho, melhor estamos nós.
Não fálo de mim pessoalmente, mas de um adágio muito próprio dos portugueses...
abr...prof...
Respeitável “JPSetúbal”;
Esta é a visão de um profano, por isso é natural que possamos ter perspectivas diferentes, e claro, é natural que o mesmo objecto, visto de pontos de vista diferentes, possa ter, ou ser entendido de formas também elas diferentes, o que não quer dizer que não possam ser coincidentes.
Assim e face ao Vídeo que aqui deixou, pois o resto quem sou eu para comentar, seja o que for, este provoca-me algum mal-estar.
Sim mal-estar, porque o acto e ou atitude, demonstrada neste vídeo, muito envergonha, por certo, aqueles que se dizem respeitadores e capazes de retribuir, junto dos outros e aos outros, quando estes (leia-se: os outros) por um lapso e ou erro momentâneo, com a sua distracção, deixam as suas defesas em baixo e ou estão desatentos.
Sinto mal-estar porque a grande maioria, de nós “profanos”, não ser capaz de entender e ou ter uma atitude, como aquela que é demonstrada, neste caso pelos jogadores de uma equipa de futebol (registe-se que não sou grande adepto de futebol), para com aqueles que momentaneamente estão distraídos e ou desprotegidos, normalmente aproveitamo-nos e ou ainda fazemos tudo para que essa distracção seja motivo para fazermos pior.
Sinto um profundo mal-estar, porque existe sempre alguém que espera as distracções dos outros, para fazer algo em seu proveito e sem qualquer intuito de mais tarde compensar e ou de fazer o que faz, quando os outros estão distraídos, apenas porque acho que era melhor fazer algo e ou aquilo, a fim de proteger e ou mais tarde beneficiar o que se alheia.
Em fim sinto um profundo mal-estar porque o aproveitar a distracção do outro, o fazer nas costas dos outros é um hábito que está implementado na nossa sociedade profana, e quando alguém faz seja o que for, apenas por acaso, durante a distracção do que está alheio à realidade, a justificação para não retribuir normalmente é:
“Olha estivesse com mais atenção que isso já não lhe acontecia, se fiz foi porque ele deixou, porque é que agora tenho que o recompensar e ou pedir desculpa.”
Estimado e respeitável “JPSetúbal”, não me sinto mal por ser também um “profano”, mas sim pelo que a maioria dos “profanos” faz, só porque apenas é “profano”.
Todo este mal-estar se aplica quando, enquanto “profanos”, muitos se acham no direito de ser mal-educados e ou apenas criticar e tentar destruir, seja o que for, só porque não concordam e ou apenas porque também querem e não são capazes de dizer, eu também gostava e ou também queria.
Bem-haja a quem está por bem e de bem para consigo próprio e para com os outros,
M.A.
Caro M.A.
Não há no vídeo qualquer distração. Aconteceu aquilo que o jogador não queria que acontecesse:
-Um jogador da equipa "A" magoa-se e um colega atira a bola para fora permitindo a recuperação respetiva;
-Ao repôr a bola em jogo o adversário (B) atira a bola para o outro campo, devolvendo a iniciativa da jogada em atitude que usualmente se designa de "fair play" (pessoalmente embirro com esta designação);
-A bola por razão do "acaso" e inesperadamente para todos, segue uma trajetória que a leva para dentro da baliza do "A", sem que essa fosse a intenção do jogador que apenas pretendia devolver a iniciativa do jogo;
-Em atitude de solideriedade para com o adversário toda a equipa "B" parou permitindo ao adversário, também ele, marcar um golo que repusesse a verdade do que se entendeu ser justo naquele jogo.
É esta a compreensão que tenho do vídeozinho que postei e considero que seria bom que nos campos de futebol portugueses fosse possível ver o respeito pelo adversário que aqui se mostra, em vez de vermos os selecionadores nacionais, os jogadores e os comentadores ao murro uns aos outros.
Também não sou um fã do futebol tal qual está neste momento.
Em qualquer caso o futebol aqui é apenas um instrumento. O que pretendo é utilizar este exemplo na vida comum do dia a dia. Aplicar este conceito de respeito pelo outro à vida da rua, quando se conduz um automovel, quando se atravessa uma rua, quando se tem de esperar para ser atendido, quando...
Abraço e obrigado pela sua atenção e interesse.
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