O Quadro Simbólico do Grau de Companheiro no Rito Escocês Antigo e Aceite
Nos
primeiros tempos da Maçonaria especulativa, qualquer local podia ser
transformado num Templo Maçónico, para isso bastava a Irmão
Experto desenhar no chão, com giz, o quadro simbólico do grau em
que a Loja iria trabalhar. Depois da sessão, bastava apagar o quadro
para se considerar que esta, estava encerrada.
Mais
tarde, para facilitar o trabalho repetitivo, surgiram as telas
pintadas, que eram desenroladas no início de cada sessão.
Atualmente, os Templos Maçónicos têm todos os símbolos
representados num quadro simbólico emoldurado, no eixo longitudinal
do Templo, entre as colunetas da “Sabedoria”
da “Força”
e da “Beleza”,
voltado para o Ocidente, de modo a permitir a livre circulação
entre o Norte e o Sul e entre o Altar e as Colunas “J” e “B”.
A
presença do quadro simbólico do grau na Loja, para além de ter
como função, a de informar todos os irmãos de qual o grau em que
os trabalhos estão a ser realizados, informa também, que nenhum
trabalho deve ser iniciado sem que antes tenha havido um planeamento
prévio das atividades.
De
forma sintética irei de seguida apresentar-vos o Painel de
Companheiro.
Este
painel é composto por uma orla como que a proteger todo o retângulo
do painel. Nessa orla estão marcados os quatro pontos cardeais e
simbolizam a atração Universal, através da Fraternidade.
Na
parte inferior do Painel estão Cinco
Degraus
que simbolizam a idade do Companheiro, o tempo necessário para a
aprendizagem teórica e prática da construção do edifício social
a que todos nos propomos.
O
Cordão
de Nós,
ou corda de nós, deverá ter cinco nós, e terminar por uma borla. O
número de Nós reflete a idade do Companheiro
O
Sol
à direita e a Lua
à esquerda, simbolizando o antagonismo da Natureza que gera o
equilíbrio, pela conciliação dos contrários.
As
Sete
Estrelas,
representando as sete Ciências Liberais, (A Retórica, a dialética,
a gramática, a música, a aritmética, a geometria e a astronomia)
representam ainda o número mínimo de I.’. que deverão estar
presentes para se abrir uma Loja. Quando em número indeterminado
representa a Universalidade da Maçonaria.
As
Colunas
“J” e “B”.
Nos seus capitéis estão na Coluna “B”, uma esfera terrestre e
na Coluna “J” uma esfera celeste.
O
Esquadro
e o Compasso
entrelaçados, estando este último aberto em 45º. A posição do
esquadro e do compasso sobre o Livro da Lei Sagrada, determina o Grau
em que a Loja está a trabalhar. No grau de companheiro, o esquadro e
o compasso apresentam-se entrelaçados, A ponta direita do compasso
sobre o esquadro, simbolizando que, o Companheiro já atingiu o ponto
de equilíbrio entre materialidade e espiritualidade. A haste livre
do compasso pretende demonstrar que a mente turvada por preconceitos
e convenções que impediam o aprendiz de livremente pesquisar e
procurar a verdade, se começa agora a abrir, e o Companheiro, com
certa liberdade de raciocínio, encontra-se no caminho para se tornar
um Livre - Pensador, que lhe possibilitará encontrar a verdade.
A
Letra
G
está no centro da Estrela Flamejante e traduz o nome do Criador.
Representa também a Geometria, que é a ciência da Construção
fundamentada nas aplicações infinitas do triângulo, a Gravidade,
porque há uma força irresistível que une os irmãos Gnose, porque
inquire as Verdades Eternas.
Há Três Janelas, uma no Oriente de onde vem a luz, uma na Coluna do Sul
onde a luz é mais fraca e outra no Ocidente onde estão os
Aprendizes, e a escuridão é total. Na mesma sequência, podem ainda e
também representar o V.’. M.’. e a Sabedoria, o P.’. V.’. e
a Força, e o S.’. V.’. e a Beleza.
A
Pedra
Cúbica,
própria do Grau de Companheiro, fica ao lado da coluna “J”. É o
símbolo do Grau de Companheiro, que trabalhando no polimento da
pedra, com a ajuda do Esquadro,
do Nível
(que simboliza a Igualdade) e do Prumo
(simbolizando o Equilíbrio, a Prudência e a Retidão.), a fará
passar de bruta a polida, até que se transforme em cúbica, símbolo
da perfeição, ideal de todo Maçom.
O
Maço
e o Cinzel
(ou escopro) indica-nos que a vontade e a inteligência, a força e o
talento, a ciência e a arte, a força física e a força
intelectual, quando aplicadas em doses certas, permitem que a pedra
bruta se transforme em pedra polida.
Uma
Alavanca
e uma Régua.
A Régua representa a retidão do caráter e a exatidão de conduta,
e lembra-nos que não devemos perder tempo na ociosidade,
representando as vinte quatro horas do dia, pretende mostrar-nos a
divisão do dia entre trabalho, oração, repouso e estudo; a
Alavanca, símbolo da força, firmeza da alma, da coragem do homem
independente e do poder invencível que desenvolve o amor pela
liberdade e do poder do trabalho, serve para vencer a resistência da
inércia e possibilita o desempenho de grandes tarefas, sob o ponto
de vista intelectual, exprime a segurança da lógica e a força da
vontade, que se tornam irresistíveis quando emanam da inteligência
isenta da justiça.
Uma
Espada
que ligada à 5ª viagem, simboliza a igualdade, o poder e a
autoridade. Simboliza ainda a coragem, a lealdade e a honra.
O
chão da Loja está representado no painel por um Pavimento
Mosaico,
como num tabuleiro de xadrez, simboliza a harmonia dos contrários.
Ao
fundo, vê-se o Pórtico
do Templo.
O Pórtico é a entrada da Câmara do Meio, a entrada por onde se tem
acesso ao Santo Sanctorum ou Santo dos Santos, exibindo inscrições
em hebraico, quatro letras que formam o tetragrama sagrado, que
significa “Aquele que é” Jeová (JeHoWah),
ou Javé (JahWeH),
ou Iavé (YaHWeH).
Sendo assim, é o umbral da Luz, a porta de entrada para o atingir da
perfeição e o conhecimento da verdade.
A
Estrela
Flamejante
está representada com cinco pontas, deriva do latim flammantis,
que significa ”que expele chamas” e “flammigerus”,
que gera chamas. É o símbolo distintivo do Grau de Companheiro. O
iniciado já atingiu um certo estado de espiritualidade e de
iluminação que permite que sua mente esteja aberta a todas as
compreensões,
Concluindo,
os painéis sintetizam os mistérios de cada grau.
Estudando
e analisando cada Símbolo, descobriremos a riqueza histórica, e
evolução da Maçonaria Universal, polindo as imperfeições
inerentes a todos seres humanos, do Neófito ao mais alto Grau
Hierárquico.
Estudo,
prática, estudo e prática, engrandece o Iniciado na Arte Real,
engrandece-nos a todos no nosso caminho.
Rui F.
Mestre Maçom
Loja Mestre Affonso Domingues, n.º 5