09 março 2015
A Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues, como
todas as outras lojas maçónicas, recebe, na qualidade de visitantes, Ir:. das
mais diversas e variadas nacionalidades. Por aqui, na Loja Mestre Affonso
Domingues, temos gosto em fazê-lo e, segundo dizem os Ir:. que o GADU faz
questão de colocar no nosso caminho, fazemo-lo bem.
Assim aconteceu, com um Ir:. oriundo da IIr. da Loja
Fênix, n. 4053 do Grande Oriente do Brasil – GOB que, na sua “despedida”,
brindou os obreiros da Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues nº 5, com a
prancha hoje aqui transcrita na íntegra.
Ainda em sessão, solicitei autorização ao Ir:., pois é ainda Aprendiz e, como tal, não pode publicar textos, nem utilizar da palavra
em sessão, o qual aceitou prontamente.
Como seu Ir:. é uma honra o poder publicar em seu
nome, esta belissima prancha, como obreiro da Respeitável Loja Mestre Affonso
Domingues, foi compensador tê-lo por cá e, estou certo que o GADU, irá
proporcionar novamente que os nossos caminhos se cruzem.
Portanto, a prancha que aqui vão ler, foi lida em
loja, em sessão ritual, por um Ir:. visitante que assina a autoria da mesma, eu
Daniel Martins apenas proporciono ao universo do A Partir Pedra, a sua leitura
em âmbito alargado.
Meu querido Ir:., obrigado, mais uma vez pelas tuas
palavras, bem hajas e, estou certo, até breve.
Uma pequena história, um grande e fraterno
significado!
Vou contar uma história para vocês, meus IIr. Serei
breve, serei leve. Uma história ainda em reflexão, uma história que ainda está
sendo vivida e que foi possibilitada pelo G.A.D.U.
Quando se fala em projeto logo se indica qual o seu
âmbito: profissional, pessoal, familiar, e por ai vai. Embora indicando e
dividindo nossos projetos, aqueles de maior importância tem inserção e
interação direta com nossas vidas pessoal e profissional, profana e fraterna.
Afinal, o que é de mais importante é (ou deveria ser) partilhado.
E essa pequena história foi compartilhada com vocês.
No dia 01 de novembro de 2014 cheguei em Lisboa,
Portugal, para uma estadia de 120 dias, foco profissional, meu Estágio de
Doutoramento em Direito, foco pessoal, uma experiência familiar certamente
inesquecível. Não cheguei só. Cheguei com minha família: esposa e filho.
A viagem começou muito antes da chegada em Lisboa no
dia 01 de novembro. Iniciou de certa forma quando constituímos os laços
familiares, 12 anos atrás, e com a chegada do nosso filho.
Quero dizer com isso que 120 dias distante do nosso
meio comum, ao mesmo tempo em que um sonho, uma perspectiva maravilhosa que
seria vivida, seria um grande desafio para 3 pessoas. Afinal, estaríamos
sozinhos vivendo a experiência de estar em um continente, um país, uma cidade,
muitas milhas além de casa.
Assim que decidimos pela viagem anunciei em minha
Loja, perante meus queridos IIr. da Loja Fênix, n. 4053 do Grande Oriente do
Brasil – GOB. De imediato VM, 1 e 2 Vig., IIr. Mestres indicaram: “Deves procurar
nossos IIr. em Portugal! Contate o Grande Oriente para te indicar o caminho dos
IIr.”
Contatei o Grande Oriente do Brasil e em pouco tempo
recebi uma resposta: “Meu Ir. Somente é permitida a visitação a Ir. MM., como
és Ap.’.M.’. não pode realizar visitas. Mas como li em seu pedido que irá com
sua família, por longo período, necessitará estar em ambiente fraterno, por
isso, autorizo e encaminharei sua documentação”.
Logo na semana de chegada a Lisboa, percebi que
estaria seguro e em família. Fui recebido muitíssimo carinhosamente pelo Ir.
José Ruah na GLLP/GLRP, o qual de pronto deixou as portas abertas e indicou a
RL Mestre Affonso Domingues, n. 5 para que freqüentasse no período em que
estivesse em Lisboa.
Na primeira oportunidade, dia 12 de novembro de
2014, visitei pela primeira vez a RL Mestre Affonso Domingues, n. 5. Fui
recebido sem formalidades pelos IIr. Em seguida tive a oportunidade de visitar
outras L. da GLRP, mas retornei somente a RL. Mestre Affonso Domingues, n.
5.
E aqui esta pequena história passa a ter um grande e
fraterno significado.
A RL Fênix, n. 4053, minha Loja Matter, tem uma
verdadeira egrégora familiar. A egrégora que lá se firma é o mais puro
sentimento e congregação de energias de pessoas que convivem em união fraterna,
nos seus mais diversos graus e qualidades. Minha casa fraterna!
Embora com somente 6 visitas a RL Mestre Affonso
Domingues, n. 5, me senti em uma verdadeira egrégora familiar. E aqui, meus
IIr., sinto que a egrégora que se firma é, também, o mais puro sentimento e
congregação de energias de pessoas que convivem em união fraterna.
Durante este período de 120 dias tive mais vínculo
com alguns IIr. do que outros, o que é normal, mas sem dúvida sempre muito bem
recebido por todos, realmente me senti em casa.
Algo que reparei e senti é que os IIr. que aqui
estão querem estar aqui, realmente estão aqui além da presença física. Isso faz
da RL Mestre Affonso Domingues uma verdadeira Loja. Para quem chega a RL Mestre
Affonso Domingues isso faz toda a diferença.
Percebi que os IIr. que aqui estão, por óbvio,
entraram na Maçonaria, mas, também, e o mais complexo, que infelizmente não
acontece sempre, a Maçonaria também entrou nos IIr. Com isso não estou a dizer
que a RL Mestre Affonso Domingues não tenha problemas, necessidades... afinal,
se fosse perfeita, o que restaria?!
Quero dizer com essas poucas palavras que a
convivência fraterna com os IIr. da RL Mestre Affonso Domingues fez a total
diferença no decorrer dos 120 dias que aqui estivemos. A segurança que senti e
sinto por estar entre vocês auxilia imensamente em fortificar a segurança que
passei e passo para minha família durante a estada em Lisboa. Saber que
possuímos uma família grande, com muitos IIr. Em pé e à Ordem, faz a total
diferença.
Regressaremos ao Brasil no próximo sábado, dia 28.
Retornarei ao seio fraterno de minha Loja Matter, estou com saudades dos IIr.
que lá estão. O que também é certo é que sentirei saudades de todos vocês,
assim como serei eternamente agradecido pela forma que fui acolhido pela RL
Mestre Affonso Domingues, n. 5.
Fica o registro de que sempre estarei Em pé e à
Ordem para todos os IIr. da RL Mestre Affonso Domingues, e que o referido
registro não seja um Adeus, mas um até breve.
Afinal, não se está distante quando se mantém perto
no coração, e todos vocês estão em meu coração.
São palavras simples, porém sinceras, e assim me
despeço de todos.
Que o GADU ilumine todos os IIr. e suas respectivas
famílias.
Ir. José Carlos Kraemer Bortoloti
Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil.
Lisboa, Portugal, 25 de fevereiro de 2015
Daniel
Martins
02 março 2015
"Jornal-i-smos..."
Durante este fim de semana numa
edição de um jornal diário que tem como título uma letra vogal do alfabeto, encontra-se uma reportagem que apesar de contar alguns erros, naturais de quem não
percebe ou anda nestas andanças de maçonarias e afins…, é totalmente
diferente e divergente do outro "artigo" que inspirou o meu texto anterior.
De facto, esta reportagem que veio a
público este fim de semana, tenta ter um perfil informativo e não conspirador,
tenta demonstrar o que é a Maçonaria e mostrar um pouco o que existe para lá do
véu da discrição e do secretismo.
Naturalmente que não estou a fazer a
apologia desta reportagem nem do respetivo jornal, mas quando se quer informar
realmente, a atitude a tomar é sempre diferente de quando se tenta impregnar na
mente de alguém algo que poderá estar longe da realidade.
Aliás algumas das personalidades que foram abordadas no contexto desta reportagem são pessoas com responsabilidades na Maçonaria em
geral, pelos cargos que envergam ou que já ocuparam. E isto traz uma credibilidade
extra para os artigos que compõem esta reportagem, que ela não teria se fosse
feita de outra forma.
- Quem sabe falar de Maçonaria, serão
os maçons. Porque a vivem, porque a fazem
e a constroem dia após dia. Os outros
apenas podem tentar especular sobre o assunto, com os erros e as lacunas na informação que
poderão surgir dessa atitude.-
A reportagem no seu geral não está
isenta de alguns erros, que considero superficiais e de quem tenta num curto
espaço abordar muita coisa ao mesmo tempo. O que por norma acaba por sempre
acontecer quando queremos compilar muita informação e temos pouco espaço para o
fazer. Falar da História da Maçonaria, dos seu Rituais próprios, Processo de
Recrutamento e demais temas abordados
por esta reportagem, nunca será fácil para quem não viveu os mesmos e apenas os
pode especular ou basear-se no que outrem lhe possa contar.
Mas apesar dos erros existentes,
gostei da fluidez dos artigos e com a preocupação - assim me o parece - –que o jornalista
responsável pela elaboração dos textos teve em não opinar transversalmente
sobre o tema da reportagem.
Mais reportagens deste género houvessem e as pessoas não andariam sempre tão curiosas sobre o que é e o que a
Maçonaria faz…
Apesar deste tema ser sempre um tema
bastante comercializável, desta vez, tenho a ideia que não foi este o mote para
a reportagem, mas uma consequência da mesma…
Publicado por Nuno Raimundo às 12:01 0 comments
23 fevereiro 2015
"Curiosidade, voyerismo, ou simplesmente, requintes de malvadez…?!"
Hoje infelizmente trago à baila um tema que me causa algum amargo de boca, daqueles amargos criados por um qualquer espinho purulento que se possa ter na garganta...
Seja por mesquinhez humana, seja meramente por curiosidade ou
simples voyerismo sobre o que se passa na vida de outrem, os tugas são uns “cuscos” por natureza…
A curiosidade sobre a forma de como o seu amigo, vizinho ou colega
de trabalho vive ou age, geralmente faz parte do imaginário coletivo do povo português.
Saber o que aqueles fazem nas suas vidas, nas suas
profissões, quais as suas amizades, os seus gostos e “desgostos”, levaram
a que as redes sociais crescessem de forma exponencial ao longo dos últimos
anos e não apenas em Portugal, mas no resto do mundo também.
Quantos de nós aderiu ou ainda pertence a uma rede deste tipo?
Quantos de nós fomenta e desenvolve a suas amizades e
conhecimentos nestas redes sociais?
Uns porque querem de facto interagir com os seus amigos, outros
apenas por quererem conhecer a vida que essas pessoas levam…
Como seres humanos, somos competitivos por natureza - essa faceta
animal está intrincada no nosso ADN - e isso leva-nos a comparar o que fazemos
com o que os outros fazem.
E algumas vezes nessa “competição”, a comparação entre estilos de
vida é geralmente o que mais acontece. Saber que alguém tem uma vida “melhor”
ou “pior” que a sua, para alguns, é o que de mais gratificante têm na sua
vida, o que só demonstra a sua pequenez de espírito.
E quando esta curiosidade abrange não exclusivamente os
conhecidos, mas que se alarga a outras pessoas, sendo estas personalidades
conhecidas na sociedade, tal propicia a existência de um “género literário” que
tem vários seguidores não só em Portugal como também por esse mundo fora.
Geralmente tal é designado por literatura “cor-de-rosa”, até porque
habitualmente quem seriam os maiores consumidores deste género literário eram
as mulheres. Coisa que está a mudar na atualidade.
Quem não costuma folhear algumas páginas deste tipo de
revistas?
Nem que seja meramente para ajudar a passar o tempo de espera num
consultório médico ou numa paragem de autocarro? Mesmo que não seja
necessariamente para cuscar sobre a vida de alguém…
Mas não é particularmente sobre este género literário que eu quero
elucubrar, mas sobre outro género, o do tipo informativo. Daquele que serve
mesmo para informar e não o contrário.
Assim, durante a passada semana, uma publicação supostamente
mediática e de cariz hipoteticamente informativo – será?! - com
um título suis generis de dia da semana e que
curiosamente nem sequer é publicada nesse dia cujo o nome enverga, - opção
editorial ou marketing, quiçá?- voltou à carga com o tema Maçonaria e a vida
interna das principais Obediências do nosso país, nomeadamente a GLLP/GLRP da
qual faço parte, e logo como manchete principal e como sendo o tema capa de revista.
Naturalmente que neste texto, bem como em outro qualquer, apenas
posso expressar a minha opinião, sendo apenas por ela que sou
responsável.
Sou um cidadão adulto e livre, mas acima de tudo cumpridor das
regras cívicas e das leis do meu país.
E como tal, se tenho deveres a cumprir, também por sua vez, terei
direitos que me são adstritos.
E um deles é o direito a associar-me e a reunir-me com quem eu bem
entender, desde que tal não seja criminalmente punível.
E a expressar o que por bem eu entender, desde que tal não ofenda
ou comprometa o bom nome de algo ou de alguém.
E se falei assim anteriormente, é porque quero que fique inculcado
na mente de quem me lê, o que eu penso e sinto sobre este assunto em particular.
E uma vez que, sendo reconhecido como maçom e principalmente
porque faço parte da Maçonaria Regular, - apenas posso falar daquilo que
vivencio -, sei que nada se passa no seu interior que atente a nossa república
nem a nossa democracia legitimamente eleita. Até porque tal nunca poderia
ocorrer, porque qualquer Obediência Regular compromete-se em honrar e respeitar
as regras do país onde se insira, bem como os maçons seus filiados, juram
sempre submeter-se às leis desse país em concreto. E nem o poderiam de fazer de
outra forma, pois antes de serem maçons, são cidadãos, tal como os outros, com
as mesmas obrigações e direitos.
Nem acima nem abaixo, mas ao mesmo nível…
Logo, porque “carga de água” é assim tão importante saber o que se
faz no interior de uma Loja Maçónica?
Não vou rebater esta questão com os habituais argumentos e que
são já por demais conhecidos, mas vou salientar principalmente o caso do
voyerismo sobre a vida particular de alguém.
Não temos todos nós direito à nossa privacidade e a respeitar
também o direito à privacidade dos nossos pares?
Não incorreremos nós em alguma forma de crime por usurpar esse direito
a alguém?
O direito à privacidade é algo do mais importante que um ser
humano poderá ter, e inclusive está resguardado na nossa Constituição da
República no seu Artigo 26º, Ponto 1.
Alguém poder fazer na sua intimidade o que entender, partilhar a
sua vida com quem bem entender, é algo que não deve estar dependente da
curiosidade de ninguém.
Por isso, qualquer coisa que se faça na nossa
intimidade/privacidade, será apenas do nosso entendimento. Nós é que sabemos se
queremos tornar público ou não o que fazemos. Quem se quer resguardar, tem
sempre essa possibilidade e esse direito.
Quantos de nós, reserva apenas para si, para a sua família ou para
as suas amizades o que faz?
Quantos de nós também poderá ter uma vida pública, e por isso
estar menos resguardado, mas que tal, foi uma decisão que tomou, uma opção que
fez?!
Muitos com certeza.
Mas muitos também optaram por manter a sua vida “secreta”.
Por isso, o secretismo ou a discrição em relação a algo, não deveria
comprometer quem desta forma prefere viver.
Porque será que quando não sabemos o que alguém faz, ocorre-nos a ideia que estará a fazer algo de errado ou a conspirar?
Apenas porque não conhecemos a sua vida?
E com que direito temos,
para conhecer a sua vida? Se não fomos escolhidos ou convidados para tal?
É sobre isto que interessa refletir.
Os maçons não são melhores nem piores que os outros cidadãos,
membros ou não de associações conhecidas ou que não integrem até sequer qualquer associação.
O que os maçons tentam fazer é melhorar a sua vida através de uma
via espiritual, num contexto iniciático, por forma a que leve em ultima
instância a um progresso geral social e ao seu aperfeiçoamento pessoal em
concreto. E isto não tem nada de mais.
Se o maçom cumpre determinado ritual ou ritualística inerente à
prossecução deste seu caminho, tal apenas lhe diz respeito a si mesmo.
O que interessa saber se faz este ou aquele gesto, se tem esta ou
aquela postura corporal? Se apenas a quem o pratica, é importante o conhecer?!
Para mera cultura geral, será?! E porquê?
Que vantagens esse conhecimento trará a quem tem acesso de forma
incorreta a esses conhecimentos?
Apenas conhecer, será?! Porque nada poderá fazer com eles…
Comparo isso à situação de estarmos com fome e termos diante de
nós uma mesa farta e que estamos impedidos de lhe aceder. Sabemos que os alimentos
estão lá, mas não os poderemos saborear. E é isto que acontece a quem acede a
conhecimentos que não lhe dizem diretamente respeito. Conhecem, mas não
compreendem nem tiram partido disso. São conhecimentos vazios de conteúdo e de
sensação.
E mais uma vez, volto eu à carga…
Porque é assim tão importante saber o que os maçons fazem?
Terão de reunir de porta aberta? E porquê? Com que motivo? Se nada
de errado estarão a fazer?
Pode acontecer por vezes, e não estou a assumir que tal assim seja
ou que ocorra, que certos desentendimentos possam existir. Somos seres humanos e
nem sempre concordamos ou gostamos das atitudes que outros possam ter para
connosco. E ter atitudes menos próprias e menos nobres poderão ocorrer por
isso.
O que é importante fazer é tentar evitar tais comportamentos através do uso do diálogo e de uma sempre
presente tolerância e sensatez.
- Não somos robots, logo somos feitos de carne e sentimentos...-
Mas questiono, terão essas situações de vir ao conhecimento do público?
Qual será a sua relevância?
Quando nos chateamos com amigos e colegas, também vamos a correr
por a “boca no trombone”?
Vamos informar meio mundo que aconteceu isto ou aquilo?
Não resguardamos essas situações para a nossa privacidade?
Então porque teriam de os maçons, nos seus hipotéticos
desentendimentos, agir dessa forma?
E qual o interesse real que tal teria para
a comunidade? Senão apenas por mera cusquice ou exibicionismo?!
Mas o pior que eu considero que sucede, é que exista gente que
aufira algo com essas situações. Quando violar a privacidade de alguém se torna numa
fonte de rendimento.
Naturalmente que não critico quem trabalha honestamente nem qual
seja a sua fonte de rendimento, desde que justa e honesta, mas também não posso
deixar de criticar quem à conta da vida privada de outrem, governa a sua
vida.
Será tal legítimo?!
E quando essa forma de trabalhar, menos válida no meu entender,
tenta criar a ideia na generalidade das pessoas de que quem se resguarda da
vida pública e que se reúne discretamente, que conspira, que
corrompe, que age de forma deliberadamente imprópria ou com uma conduta
marginal, para mim, roça quase a criminalidade.
Até porque quem trabalha desta
forma, com as assumpções que faz, impregna na mente da generalidade das pessoas de que quem se
resguarda, independentemente de ser um grupo de pessoas ou uma somente, estará
a fazer algo de errado. O que nem sempre é a verdade!
O problema é que estes temas do secreto e do discreto vendem… E por venderem, existe sempre
alguém interessado em comprar… Independentemente de comprar “gato por lebre” ou
da legitimidade com que tal lhe é dado a conhecer.
E uma vez que tal é recorrente, seria interessante a quem assim o
faz, fazer a devida reflexão se a sua atitude é a mais correta ou se o fator-dinheiro é mais importante que a
dignidade e a privacidade do ser humano.
Para mais, quando repisa constantemente sobre os mesmos assuntos,
muitos dos quais nem sempre corretos ou verdadeiros.
E resguardarem-se na sombra das fontes também não será a melhor
atitude. Até porque com esse argumento poderão especular o que quiserem e sobre
o que quiserem, com as consequências que conhecemos para as personalidades cujos nomes possam ser referidos.
Até
porque existe gente que poderá ser prejudicada na sua vida profissional ou no
seu seio familiar por apenas ter o seu nome referido ou associado a algo, mesmo
que tal não seja verídico.
- As piores condenações são geralmente as que são feitas na
"praça pública" e bem sabemos que nem sempre serão julgamentos
corretos ou assertivos -.
Não me importa se o assunto é um tema importante ou não, o que me interessa de
facto é saber se a obtenção da (provável) informação foi obtida com o
consentimento do interveniente e se a mesma é a verdadeira. Isso sim é que é
relevante!
Para além de que uma informação argumentada pelo próprio
interveniente terá sempre um valor que não teria se a informação fosse
simplesmente especulada ou contendo alguma subjetividade relativa.
É por isso que creio que na maioria das vezes em que o tema
“Maçonaria” vem à baila do conhecimento público, será quase sempre por algo
que não tem interesse para a comunidade, mas apenas com o sentido de se “vender
manchetes” e de se obter receitas à custa da vida particular de outrem.
Assim, continuo
sem perceber se é por mera curiosidade, se por voyerismo ou se por algum
requinte de malvadez, este tipo de atitude persecutória que alguns supostamente informantes terão.
Sei é que se não houvessem determinados curiosos, não haveria lugar
para tanta (des)informação…
Publicado por Nuno Raimundo às 12:03 1 comments
Marcadores: liberdade, liberdade de expressão, maçonaria, media, privacidade, reflexão
16 fevereiro 2015
Campanha VER MAIS: relatório
Entre a segunda quinzena de setembro e a primeira quinzena de dezembro, esteve em curso a campanha VER MAIS, de angariação de óculos usados graduados para enviar para distribuição gratuita entre a população necessitada da Beira, em Moçambique. Muitas boas-vontades corresponderam. Devemos agora nós corresponder a essas boas-vontades, efetuando o relatório do que foi feito com o produto da generosidade de todos os que colaboraram.
A campanha permitiu angariar SETECENTOS pares de óculos, um número que excedeu as expectativas iniciais dos organizadores da campanha. A todos os que contribuíram, um sentido agradecimento!
Custos com a angariação: Zero euros.
O passo seguinte foi medir as lentes de todos esses óculos e efetuar a afinação, manutenção e limpeza dos mesmos. Para tanto, pedimos e obtivemos a cooperação de alguns técnicos de optometria que, graciosamente, ofereceram o seu tempo e a disponibilidade das suas máquinas e ferramentas e efetuaram esse trabalho. Em poucas semanas, todos os pares de óculos angariados estavam limpos, afinados, medidos e etiquetados com a informação das graduações das suas lentes.
Custo com a medição e afinação dos óculos: Zero euros.
O desafio seguinte foi enviar todo esse material, devidamente acondicionado, para a Beira. A quantidade e peso não permitia que fossem em bagagem de mão... Alguém deitou mãos à obra, fez uns telefonemas, efetuou algumas insistências, apelou a algumas consciências e logrou que uma entidade assegurasse o transporte e entrega dos setecentos pares de óculos ao nosso representante na Beira, sem imputar quaisquer custos por isso..
Assim, custos com o transporte: Zero euros.
Enquanto tudo isto se passava, o elemento de ligação na Beira solicitou e obteve o apoio de responsáveis de óticas locais, que se disponibilizaram a, gratuitamente, classificarem e medirem as deficiências visuais de elementos da população carenciados - de meios e de óculos -, de forma a assim se conseguir fornecer o par de óculos efetivamente adequado à necessidade de cada pessoa. Esta generosa intervenção das óticas em nada as prejudica comercialmente, pois sabem que as pessoas carenciadas que lhes são enviadas para exame, por falta de meios económicos para tal, não lhes poderiam adquirir óculos.
Está em curso a distribuição de óculos.
Custos nos exames dos carenciados e na distribuição dos óculos disponíveis: Zero euros e zero meticais.
Custos para quem recebe óculos no âmbito da campanha VER MAIS: Zero euros e zero meticais.
Na Beira já há pessoas que conseguem VER MAIS!
Conseguiu-se isto, sem o dispêndio de um cêntimo ou de um centavo de metical, graças a um esplêndido conjunto de boas-vontades - de todos aqueles que doaram óculos já sem uso para si, de todos os que nos ajudaram a receber os óculos doados, dos óticos e optometristas que classificaram, mediram, afinaram, limparam e etiquetaram os óculos oferecidos, de quem providenciou e garantiu o transporte dos setecentos pares de óculos para a Beira, lá na Beira de quem referencia os carenciados e das óticas que permitem "casar" a necessidade de cada um com o par de óculos disponível mais adequado, enfim, todos os que deram um pouco de si e do seu tempo para que objetos que eram aqui já inúteis tenham voltado a ganhar utilidade e ajudem a VER MAIS quem disso necessita e só graças ao contributo de VÓS todos pode deles beneficiar.
A todos VÓS o mais sentido agradecimento e o mais caloroso abraço. Façam, todos e cada um de VÓS, porque o merece o precioso contributo de todos e cada um de VÓS, o favor de se sentirem felizes com o objetivo conseguido. Pelo menos tão felizes como eu me senti ao escrever este texto!
Rui Bandeira
Publicado por Rui Bandeira às 12:00 0 comments
Marcadores: VER MAIS
09 fevereiro 2015
“Perseverar…”
Quando
em Maçonaria se afirma que esta é uma instituição iniciática, que promove o
progresso e evolução da humanidade, através do auto-aperfeiçoamento dos seus
membros, só se pode dizer que tal só é possível, se existir uma enorme “dose”
de perseverança na atitude dos seus membros.
Tanto
que esta qualidade a par de outras também importantes, é das que talvez, no meu
entender, seja de maior relevância para os maçons.
É
somente tendo uma atitude perseverante que o maçom poderá almejar atingir os
objetivos a que se proporá, nomeadamente no que toca ao seu aperfeiçoamento
pessoal.
Tal
como na vida profana, apenas agindo de forma perseverante e laboriosa, é que
alguém consegue obter alguma coisa a que se proponha a ter ou alcançar. Nada cai
nas nossas mãos de “mão beijada” e até é habitual se afirmar que “não há
almoços grátis”; logo apenas trabalhando em prol de algo, se consegue alcançar
ou aceder a tal.
E
ser perseverante não é nada mais que ter uma atitude positiva face às contrariedades
da vida, ter a coragem necessária para
ultrapassar essas adversidades que se vão atravessando no nosso caminho, apreendendo
algo com essas situações menos positivas, transformando-as numa motivação
suplementar que potenciará a nossa vontade de atingir as metas a que
inicialmente nos propusemos a atingir e fundamentalmente ter a noção de que
apenas com o nosso empenho e com o nosso trabalho é que tal poderá ser possível.
Nada mais simples que isto.
Mas
apesar de toda esta aparente simplicidade, alguns problemas se poderão colocar;
uma vez que não é na teoria em si,
que acima explicitei e que se suporá de fácil concretização, mas será na parte prática que vamos encontrar as maiores dificuldades
a ultrapassar.
É
verdade que custa agir de uma forma plenamente perseverante a todo o momento, pois
nem sempre temos a motivação necessária e nem sempre conseguimos encarar a vida
com o respeito e com a nobreza que ela merece ser vivida.
Quantas
vezes não acordámos nós sem ter vontade de nada fazer, estando deprimidos e de
“mal com a vida”?!
E
com a trágica ideia de que tudo o que possamos fazer não correrá como o
esperado?
Ou
que tudo o que façamos (nesses dias) será visto como algo negativo ou ineficaz?
Tal
acontece e sempre acontecerá…
Somos humanos e nem sempre temos as “defesas” que
queremos ter e nem sempre tudo pode decorrer como desejaríamos como sucedesse. Essa
variável é que torna a vida ser interessante em ser vivida.
Parece
antitética a afirmação que fiz, mas é a verdade.
Se fosse tudo sempre igual, teríamos tanto prazer
em viver?
Talvez,
por uns tempos, porque depois da rotina instalada tudo seria igual, tanto o
“dia como a noite” não teriam diferença sequer…
Por
isso é que também é necessário ao ser humano que por vezes algo considerado como
negativo ou menos positivo, possa acontecer. Essas más experiências serão novas
lições a serem adquiridas e as consequências dessas situações permitem sempre
novas aprendizagens que a longo prazo serão assumidas (em alguns casos) como
uma mais valia na vida de cada um. Mas
com paciência e com um espírito resiliente até, tal será ultrapassável.
-
Naturalmente que estou a falar num sentido muito amplo. Ninguém deseja passar
por situações traumáticas ou que lhes seja prejudicial e/ou que prejudique
outros por isso, apenas para “aprender a viver”... -
E
“baixar os braços” e ter uma atitude de resignação e derrotista face a esses
momentos negativos que por vezes sucedem na nossa vida, não nos trará nada de
benéfico, apenas infelicidade e tristeza. Por isso somente uma atitude pode
prevalecer. Ser perseverante!
E
se com o nosso sentimento de perseverança conseguirmos cativar outros, através
da prossecução do nosso exemplo, na nossa forma de estar e de agir no meio que
nos rodeia, para que também eles possam atuar da mesma forma nas suas vidas ou
pelo menos sentirem-se inspirados para tal, tanto melhor.
-
Não temos de ser líderes nem guias espirituais, mas como maçons, temos a
obrigação de fomentar e de exercer na sociedade os valores que assumimos como
nossos e como tal, devemos ambicionar e propormo-nos a agir de forma a que o
progresso e a evolução dos povos possa suceder sem altercações de maior. -
E
se com a nossa atitude conseguirmos mudar a forma de vida dos outros e torná-la
em algo melhor ou em algo que lhes proporcione alcançar as “ferramentas” para
que isso possa ser ambicionável, tal é do mais gratificante que se possa
sentir. Seja porque através da nossa própria atitude, conseguimos transformar a vida dos outros para
melhor, bem como em relação à nossa vida pessoal, esta poderá ter uma
perspetiva em que pelo menos a maioria das coisas a que nos proponhamos a
cumprir, poderão de facto ser exequíveis. Apenas ficando por cumprir aquilo que
não dependerá somente de nós próprios ou da nossa boa vontade. Mas essa variável sempre existirá…
Por
isso, não podemos tudo, mas podemos
fazer algo para que tal possa acontecer…
Post Scriptum:
Artigo originalmente publicado por mim na edição online da revista “Cerberus
Magazine” e que pode ser
consultado aqui.
Publicado por Nuno Raimundo às 12:02 0 comments
Marcadores: Perseverança, reflexão
02 fevereiro 2015
Política e Maçonaria Regular...
(imagem proveniente de Google Images)
O
próprio título desta publicação poderá parecer por si só uma possível contradição.
Uma
analogia direta entre política e Maçonaria Regular nunca poderá ser feita em
concreto porque em Maçonaria Regular não se discute política. E muito simplesmente
porque tal não é permitido pelas suas próprias regras, os seus Landmarks, que
no seu sexto artigo impede que este tipo de discussão possa ter lugar numa loja
maçónica.
O próprio Rui Bandeira, autor deste blogue, já teve
oportunidade de expressar a sua opinião, tanto neste texto bem como na sua respetiva “caixa de comentários” foram
debatidas outras perspetivas sobre o assunto…
Mas
no que ao tema deste post concerne, a proibição existente em relação à
abordagem de temas políticos numa sessão maçónica é apenas em relação à
discussão e debate de ideias relativas à política partidária. Porque abordando
a política como conceito em si, conceito este como sendo algo que é assumidamente
necessário para quem vive na sociedade, a postura da Maçonaria Regular é
diferente.
O
conceito político, quando abordado no seu sentido lato, é permitido seja em
debates meramente filosóficos ou que tratem de temas sociológicos ou
antropológicos. Nestes casos, as
ideologias são facilmente postas de parte. Pelo que efetivamente nunca se discute
se o pensamento político de “direita” ou de “esquerda”, ou se uma monarquia
ou república serão os melhores sistemas
políticos a serem vivenciados pela sociedade.
Salientando
também que, devido ao cumprimento do referido
Landmark, não se discute se uma religião é melhor ou pior que outra. Política e
Religião em Maçonaria Regular encontram-se no mesmo patamar.
-
Alíás atrevo-me a dizer que para a Maçonaria Regular, ambos estes conceitos
estão colocados naquelas prateleiras muito altas que é usual se ter em casa, em
que sabemos que as coisas lá estão, mas que não as conseguimos alcançar…-
Estas
concepções de vida, políticas ou
religiosas, a serem discutidas, apenas o
serão em em sentidos latos e meramente filosóficos. Até porque geralmente
estes temas, a par da clubite desportiva,
são os temas que mais dividem o Homem e fraturam a sociedade, e a Maçonaria
quer-se como sendo um centro agregador de pessoas e nunca como sendo o seu foco
de divisão.
Assim,
relativamente à política partidária, cada maçom seguirá as políticas ou
sentir-se-á representado pelo partido político que considerar que será o que
melhor o representa ou que aplica e/ou defende as ideias que para si são
consideradas como sendo as que maior valência deverão ser seguidas pela
sociedade civil. E apenas isso.
Não
obstante, é do conhecimento público em geral, que vários maçons são membros
ativos de vários partidos políticos, muitos deles mesmo pertencentes a alas
muito distantes politicamente e com um ideário político muito diferente e
bastante divergente até.
E isso é lhes possível porque são livres para o fazer.
Em
nada a Maçonaria os impede de tal. Nem como instituição, nem os próprios maçons
entre si, como membros desta Augusta Ordem. Cada um fará o que lhe aprouver
quanto ao caminho que preferir percorrer, seja partidário ou não, e respeitará do
mesmo modo, o caminho que o seu irmão decidir prosseguir…
Estes últimos parágrafos serão talvez alguns dos quais que mais confusão farão aos profanos e que podem suscitar
certas teorias conspiratórias, uma vez que, pode-se sempre supor que, como poderá alguém que não se revê
politicamente noutra pessoa, e que por vezes em debates mais acalorados, sejam eles no hemiciclo, sejam eles em qualquer tipo de campanha, em que algumas vezes podem inclusive roçar
a falta de respeito, para depois dentro
de portas ou na sua intimidade, serem amigos e considerarem-se como Irmãos?!
A
própria questão encerra a sua própria resposta.
Não
temos nós irmãos, familiares e amigos que têm opiniões contrárias às nossas?
Não
levam eles, em alguns casos, vidas muito diferentes da que levamos?
Não
têm eles concepções de vida muito distantes daquelas que consideramos como
sendo as mais válidas?
Quantas
vezes em debates de ideias mais acesos, não nos chateámos e depois tudo ficou
resolvido como nada se passasse?
Sim,
todos nós na nossa vida, passamos ou alguma vez passámos por esta situação.
E fraternidade
é isso mesmo, é ter bastante respeito pelo próximo, consagrar o direito à
diferença de opinião, ser tolerante em relação a diferentes pontos de vista, e ter
uma postura coerente no âmbito do debate.
Por isso é que a Maçonaria sobreviverá
per si, independentemente do
posicionamento político dos seus membros.
Tudo devido ao sentimento fraternal
que estes têm entre si e que os fará colocar de parte qualquer antagonismo que possa
ser motivado, neste caso, por questões
político-partidárias.
E
depois no que toca à questão partidária, esta não se coloca à Maçonaria mas sim
ao Povo, que como integrante fundamental da sociedade tem o dever de participar
nela e contribuir para o seu progresso.
Assim, cabe ao maçom, sendo ele mais um
elemento que faz parte do povo, participar como cidadão e como parte interessada nesta questão.
O compromisso que o maçom assume com a Ordem é um compromisso de ordem moral e ética, e que não envolve sequer, qualquer forma de política neste comprometimento.
Pelo que nada melhor que o seu exemplo e conduta para servir de paradigma aos outros.
Logo,
pelos seus valores, o maçom nunca poderá agir impulsivamente nem de forma
irrefletida, porque para além de não ser a forma de correta para alguém agir, e
depois porque está em permanência debaixo do jugo da sociedade; assim o maçom que
seja ativo políticamente na sociedade em que está inserido, deve observar sempre
o cumprimento dos valores maçónicos.
Porque estes valores em nada colidem com a
liberdade de ninguém e muito menos com os direitos de todos.
E se hoje em dia vivemos como vivemos, uma boa parte resultou de um trabalho imenso e intenso por vezes, que alguns maçons de outrora tiveram e que propiciaram para que hoje em dia possamos usufruir das condições que temos e que nos permitem ambicionar por mais e melhor...
E se hoje em dia vivemos como vivemos, uma boa parte resultou de um trabalho imenso e intenso por vezes, que alguns maçons de outrora tiveram e que propiciaram para que hoje em dia possamos usufruir das condições que temos e que nos permitem ambicionar por mais e melhor...
Publicado por Nuno Raimundo às 12:01 1 comments
Marcadores: maçonaria e poder, Maçonaria explicada, Maçonaria Regular, política
26 janeiro 2015
Sugestão Musical para a Coluna da Harmonia “Los Hermanos” de Atahualpa Yupanqui...
A
música que hoje publico, “Los Hermanos”, e que em relação à qual poderia ter feito a sua respetiva
análise quanto à simbólica maçónica que se pode encontrar nela, não a farei.
E
não a farei apenas porque o simbolismo intrincado nela é bastante explícito, bem
como quero deixar ao critério de quem a ouve ou mais abaixo lê a sua letra,
fazer esse tipo de exercício.
Esta
canção pertence a um autor, compositor e músico argentino que nunca foi membro
da Maçonaria, tendo sido inclusive perseguido e encarcerado pelo regime de Juan Domingo Péron (que era maçom) por
ter pertencido durante algum tempo ao Partido Comunista Argentino.
O
autor desta canção, o argentino Héctor Roberto Chavero (31/01/1908-23/05/1992),
mais popularmente conhecido por “Atahualpa Yupanqui”, legou-nos uma música que
eu não poderia deixar de salientar neste espaço e também de a enaltecer, dada a
beleza e o sentido fraterno contidos nela.
(Para
quem afirmou acima que não faria qualquer análise, expresso aqui uma dica quanto
a algum simbolismo que se possa encontrar implícito na canção).
A
letra da canção que mais abaixo se encontra publicada, está no seu castelhano
original e dada a familiaridade entre a língua portuguesa e a língua espanhola,
creio que também será fácil a quem ler a respetiva letra, efetuar a sua
tradução e compreender o que está escrito, caso contrário, tem a possibilidade de aceder a uma tradução
desta canção aqui .
Assim,
deixo-vos uma das mais bonitas composições que já tive a oportunidade de
conhecer e que encerra em si algum tipo de simbolismo maçónico:
“Yo tengo tantos
hermanos
Que no los puedo contar
En el valle, la montaña
En la pampa y en el mar
Que no los puedo contar
En el valle, la montaña
En la pampa y en el mar
Cada cual con
sus trabajos
Con sus sueños, cada cual
Con la esperanza adelante
Con los recuerdos detrás
Con sus sueños, cada cual
Con la esperanza adelante
Con los recuerdos detrás
Yo tengo tantos
hermanos
Que no los puedo contar
Que no los puedo contar
Gente de mano
caliente
Por eso de la amistad
Con uno lloro, pa llorarlo
Con un rezo pa rezar
Con un horizonte abierto
Que siempre está más allá
Y esa fuerza pa buscarlo
Con tesón y voluntad
Por eso de la amistad
Con uno lloro, pa llorarlo
Con un rezo pa rezar
Con un horizonte abierto
Que siempre está más allá
Y esa fuerza pa buscarlo
Con tesón y voluntad
Cuando parece
más cerca
Es cuando se aleja más
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Es cuando se aleja más
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Y así seguimos
andando
Curtidos de soledad
Nos perdemos por el mundo
Nos volvemos a encontrar
Curtidos de soledad
Nos perdemos por el mundo
Nos volvemos a encontrar
Y así nos reconocemos
Por el lejano mirar
Por la copla que mordemos
Semilla de inmensidad
Por el lejano mirar
Por la copla que mordemos
Semilla de inmensidad
Y así, seguimos
andando
Curtidos de soledad
Y en nosotros nuestros muertos
Pa que nadie quede atrás
Curtidos de soledad
Y en nosotros nuestros muertos
Pa que nadie quede atrás
Yo tengo tantos
hermanos
Que no los puedo contar
Y una novia muy hermosa
Que se llama ¡libertad!”
Que no los puedo contar
Y una novia muy hermosa
Que se llama ¡libertad!”
Também eu, tal como Héctor
Roberto Chavero, tenho tantos irmãos que não os conseguirei contar, cada um com
o seu trabalho, com o seu feitio, com as suas singularidades pessoais, guardando
na lembrança os que já partiram e auxiliando os que ainda por cá se encontram; semeando
a fraternidade, caminhamos juntos e livres, alimentados pela esperança de um
dia podermos vir a criar um mundo que seja melhor…para todos!
Publicado por Nuno Raimundo às 12:02 0 comments
Marcadores: amor fraternal, Atahualpa Yupanqui, Coluna da Harmonia, fraternidade, música
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