13 novembro 2008

Grão-Mestre da GLLP/GLRP nas XI Jornadas Históricas de Seia


O Arquivo Municipal de Seia leva a cabo, amanhã, 14 e sábado, 15 de Novembro, no Auditório do Centro de Interpretação da Serra da Estrela as XI Jornadas Históricas de Seia, dedicadas ao tema Maçonaria, Sociedade e Política: uma visão histórica.

Amanhã, 14, o Muito respeitável Grão-Mestre da GLLP/GLRP, Irmão Mário Martin Guia, participará numa mesa-redonda, que encerrará os trabalhos do dia, tratando o tema Maçonaria Regular. Na mesma mesa-redonda, participarão também António Reis, Grão-Mestre do GOL, que dissertará sobre Maçonaria do Grande Oriente Lusitano e Feliciana Ferreira, Grã-Mestra da Grande Loja Feminina de Portugal, que abordará a Maçonaria Feminina.

Será certamente uma mesa-redonda muito interessante!

A participação nas Jornadas Históricas tem um custo de dez euros, podendo as inscrições ser realizadas por telefone – 238 081392 – ou através do e-mail arquivomunicipal@cm-seia.pt.

Rui Bandeira

12 novembro 2008


Barack Obama é mais um dos presidentes norte-americanos com ligações à Maçonaria. O novo presidente dos Estados Unidos da América pertence a uma obediência que se caracteriza por seus membros serem afro-americanos. Conforme relata o jornalista Augusto Freitas de Sousa, pelo menos 15 dos presidentes dos EUA pertenceram ou foram iniciados em lojas maçónicas, inclusive o primeiro presidente, George Washington. Como Obama ainda não se assumiu publicamente, a ligação não foi ainda confirmada pela própria maçonaria.
Caríssimos Manos, leitores, visitantes ou ocasionais...
Vendo esta novidade pelo preço de compra.
Acabei de a apanhar na NET, no sítio do Rádio Clube.
Cá para nós que ninguém nos ouve... espero bem que o W não seja nenhum dos 15 ... !!!
Isto é o meu mau feitio a escrever !
Dia bom para todos.
JPSetúbal

11 novembro 2008

Prémio dardos


Este blogue recebeu o "Prémio dardos". Não é nada de especial. Nem sequer, a bem dizer, se pode considerar prémio. É mais uma brincadeira. Tipo corrente de homenagens.

A coisa funciona assim: um maduro inventa um "prémio", dá-lhe um nome que considera apelativo e cria ou escolhe uma imagem ilustrativa. Depois, inventa as regras e lança a corrente. Segundo me apercebi, o maduro que inventou o "Prémio dardos" decidiu que fossem escolhidos 15 blogues. Mandou-lhes mensagens a dizer que tinham recebido, por decisão do seu júri de um o tal prémio. Ficavam com duas obrigações: uma, a de publicar a imagem do prémio no seu blogue. A outra, escolher os seus 15 blogues preferidos, colocar a sua identificação no blogue e intimá-los a prosseguir com a corrente nos mesmos moldes. Claro que muitos não seguem a brincadeira. Mas sempre há uns quantos que, qual Ola de estádio de futebol, pela piada da coisa lá vão passando a corrente.

Embora, com uma progressão geométrica potencial de base 15 a única admiração seja ter-se um blogue não nomeado, a verdade é que - todos somos humanos! - receber a indicação que se foi nomeado, mesmo para uma brincadeira sem especiais consequências, sempre dá uma massagenzita ao ego...

Portanto, mesmo não sendo nada de especial, aqui registo: um amigo nosso, generoso e com o coração do tamanho do mundo, lembrou-se de nos nomear como um dos seus "Prémios dardo": foi o José Carlos Soares, que mantém o blogue café da esquina. A massagem ao ego sabe ainda melhor por vir de um competente jornalista...

Claro que nós aqui no A partir pedra não alimentamos correntes. Mas, como ficámos com o ego aconchegadinho, sempre ponho lá em cima a imagem inventada para o "prémio".

E não vou dar "prémios" a ninguém. Mas não faz mal nenhum indicar os blogues que acompanho com frequência. Claro que a maioria são de temática maçónica! Não lhes vou mandar mensagem nenhuma, nem transmitir suposto "prémio", mas aqui fica a relação dos meus preferidos:

Blogues de temática maçónica

EM PORTUGUÊS

Blog do maçom

União e prosperidade

Kabbalah e Maçonaria

Dei tagliatori

Grémio Estrela d'Alva

EM FRANCÊS

Blog Maçonnique

Entre les colonnes

EM INGLÊS

Luz do Oriente (Macau) (In installation)

Audi, Vide, Tace

Binyan Habayis

Blogues não maçónicos

Café da esquina

O Profano

Amigos de Aristides e Angelina Sousa Mendes

Lagash

Aqui e agora

E não é que indiquei quinze? Ele há coincidências...

Rui Bandeira

10 novembro 2008

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 - Base XIX

BASE XIX
DAS MINÚSCULAS E MAIÚSCULAS

1 A letra minúscula inicial é usada:

a) Ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos usos correntes.

b) Nos nomes dos dias, meses, estações do ano: segunda-feira; outubro; primavera.

c) Nos bibliónimos/bibliônimos (após o primeiro elemento, que é com maiúscula, os demais vocábulos, podem ser escritos com minúscula, salvo nos nomes próprios nele contidos, tudo em grifo): O Senhor do paço de Ninães, O Senhor do paço de Ninães, Menino de engenho, Árvore e Tambor ou Árvore e tambor.

d) Nos usos de fulano, sicrano, beltrano.

e) Nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas): norte, sul (mas: SW sudoeste).

f) Nos axiónimos/axiônimos e hagiónimos/hagiônimos (opcionalmente, neste caso, também com maiúscula): senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel Mário Abrantes, o cardeal Bembo; santa Filomena (ou Santa Filomena).

g) Nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas (opcionalmente, também com maiúscula): português (ou Português), matemática (ou Matemática); línguas e literaturas modernas (ou Línguas e Literaturas Modernas).

2 A letra maiúscula inicial é usada:

a) Nos antropónimos/antropônimos, reais ou fictícios: Pedro Marques; Branca de Neve, D. Quixote.

b) Nos topónimos/topônimos, reais ou fictícios: Lisboa, Luanda, Maputo, Rio de Janeiro, Atlântida, Hespéria.

c) Nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos: Adamastor; Neptuno/ Netuno.

d) Nos nomes que designam instituições: Instituto de Pensões e Aposentadorias da Previdência Social.

e) Nos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Ramadão, Todos os Santos.

f) Nos títulos de periódicos, que retêm o itálico: O Primeiro de Janeiro, O Estado de São Paulo (ou S. Paulo).

g) Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: Nordeste, por nordeste do Brasil, Norte, por norte de Portugal, Meio-Dia, pelo sul da França ou de outros países, Ocidente, por ocidente europeu, Oriente, por oriente asiático.

h) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas com maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou o todo em maiúsculas: FAO, NATO, ONU; H­2O, Sr., V. Ex.ª.

i) Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou hierarquicamente, em início de versos, em categorizações de logradouros públicos: (rua ou Rua da Liberdade, largo ou Largo dos Leões), de templos (igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou Templo do Apostolado Positivista), de edifícios (palácio ou Palácio da Cultura, edifício ou Edifício Azevedo Cunha).


Obs.: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam a que obras especializadas observem regras próprias, provindas de códigos ou normalizações específicas (terminologias antropológica. geológica, bibliológica, botânica, zoológica, etc.), promanadas de entidades científicas ou normalizadoras, reconhecidas internacionalmente.

O uso de maiúsculas / minúsculas sofre algumas alterações em relação ao antecedente, na norma portuguesa.

As estações do ano deixam de ser grafadas com maiúscula.Passamos assim a escrever primavera, verão, outono, inverno.


O mesmo se passa com os meses do ano: janeiro, fevereiro, março, etc., e com os pontos cardeais, quando escritos por extenso (norte, sul, este, oeste). Mas, neste último caso, as abreviaturas são sempre escritas em maiúsculas (N, S, E, O ou W). E, quando designação do ponto cardeal for utilizada em referência a uma região determinada, também se utiliza a maiúscula. Assim, o Nordeste do Brasil e o Norte de Portugal são regiões que, nos respetivos países, se situam nos pontos cardeais nordeste e norte.


Rui Bandeira

07 novembro 2008

Prometido é devido

Há 3 semanas prometi, aqui, que traria para junto de todos a nosso FABULOSA Seleção Nacional ParaOlímpica.

Demorou mais do que eu queria, mas com a autorização da "OdivelasTV" posso hoje "postar" a homenagem que o Presidente da República entendeu prestar à Seleção mais medalhada do país.

Fica para Vosso entretém durante o fim de semana.

E já agora... aplaudam também. Eles merecem isso ! Penso mesmo que eles merecem muito mais !!!

JPSetúbal

O pacote de biscoitos

Mais uma historieta para reflexão que recebi por correio eletrónico, de autor que desconheço e que, como habitualmente, adaptei ao meu estilo

Uma jovem estava a espera de seu voo, na sala de embarque de um grande aeroporto. Como deveria esperar várias horas, resolveu comprar um livro para passar o tempo. Comprou também um pacote de biscoitos. Sentou-se numa poltrona, na sala VIP do aeroporto, para poder descansar e ler em paz. Ao lado da poltrona estava uma mesa. do outro lado da mesa, havia outra poltrona, onde se sentou um homem, que abriu uma revista e começou a ler. Na mesa entre as duas poltronas, aberto, estava o saco de biscoitos.

Quando ela pegou no primeiro biscoito, o homem também tirou um. Sentiu-se indignada mas não disse nada. Apenas pensou:

“Mas que atrevido! Se eu estivesse com disposição dava-lhe uma desanda, para que ele nunca mais se esquecesse deste atrevimento!”

A cada biscoito que ela pegava, o homem também tirava um. Aquilo foi-a deixando cada vez mais indignada, mas não conseguia reagir.

Quando restava apenas um biscoito, ela pensou:

“Ah... o que vai esse abusador fazer agora?”

Então, o homem dividiu o último biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela. Ah! Aquilo era demais! Ela bufava de raiva!

Então, pegou no livro e no resto das suas coisas e dirigiu-se para a porta de embarque.

Quando se sentou confortavelmente numa cadeira, já no interior do avião, olhou para dentro da bolsa para tirar os óculos. Para sua grande surpresa, viu intacto o pacote de biscoitos que tinha comprado!

Sentiu imensa vergonha! Percebeu que quem estava errada era ela... Tinha-se esquecido que tinha guardado os biscoitos na sua bolsa. O homem tinha dividido os biscoitos dele com ela, sem se sentir indignado, nervoso ou revoltado. Entretanto ela tinha ficado muito transtornada, pensando estar a dividir os biscoitos dela com ele. E já não havia ocasião para se explicar... nem pedir desculpa!


Esta historieta ilustra-nos dois erros que devemos evitar. O primeiro, pensar o pior do próximo, sem suficientes elementos para tal. Tirar conclusões precipitadas e, portanto, ser injusto. O segundo, não esclarecer as questões, não pôr os pontos nos iis quando necessário.

Se a jovem da história não tivesse esquecido onde pusera o saco de biscoitos que adquirira, se não tivesse tirado a precipitada conclusão de que era o parceiro do lado que comia do saco dela, em vez de ser ela a retirar biscoitos do saco dele, não teria motivos para, mais tarde, se sentir envergonhada.

Mas também se tivesse, calmamente, sem necessidade de cenas ou incómodos, pedido explicações ao estranho sobre o que se estava a passar, rapidamente teria ficado esclarecida sobre o seu engano e a situação poderia ter sido ultrapassada, sem motivos para se sentir, posteriormente, envergonhada.

Há ainda, afinal, uma terceira lição. Por muitos erros que cometamos na vida, por vezes também temos a sorte de encontrar pessoas desinteressadas, complacentes e pacientes perante os nossos erros. E, apesar de errados, o nosso erro é tolerado. Reconheçamos isso! Apreciemos essa circunstância! Retribuamos esse facto e sejamos, por nosso lado, também desinteressados, complacentes, pacientes e tolerantes.

É de pequenos gestos, de simples princípios e hábitos que cada um de nós constrói a sua própria felicidade e viabiliza o máximo de felicidade à sua volta.

Rui Bandeira

06 novembro 2008

Da Maçonaria teísta à Maçonaria deísta (II)

A Maçonaria começou por ser como toda a vivência religiosa era na Europa Medieval: teísta. Com o advento da Maçonaria Especulativa e o progressivo controlo das Lojas pelos maçons aceites, não operativos, sob as influências do Iluminismo e do Racionalismo, tal como na sociedade em geral também na Maçonaria aparece o deísmo. Só que em Maçonaria é muito importante a postura do Homem perante o Divino. É essencial. É constituinte do ideário maçónico. O deísmo não se limita a aparecer na Maçonaria. Irrompe. Jorra. Molda-a.

A Maçonaria original, operativa, era essencialmente cristã. Na Europa esse era o pensamento religioso largamente dominante. Para além deste, existia apenas o judaísmo, minoritário e simplesmente tolerado. As vezes, pouco. Nalguns locais (na Península Ibérica, por exemplo), nada.

Todos os textos primitivos maçónicos espelham a doutrina cristã. Mesmo as Constituições de Anderson o mostram. Na redação original dos Landmarks, os princípios enformadores da Maçonaria, não se faz referência a Volume da Lei Sagrada, menciona-se, clara e diretamente, a Holy Bible, a Bíblia Sagrada.

Com o advento do pensamento deísta e a sua inegável influência na Maçonaria, a conceção desta como tributária da religião cristã é substituída por uma muito mais abrangente conceção como tributária da "Religião com a qual todos os homens concordam" (expressão, aliás, já constante nas Constituições de Anderson). Este mais abrangente entendimento inelutavelmente que levou a uma certa descristianização da Maçonaria. Se esta era o ponto de confluência de todos os crentes de todas as religiões, a plataforma mínima de entendimento de todos, a "religião com a qual todos concordam", então não se podia impor aos não-cristãos as preces cristãs, por exemplo.

A Primeira Grande Loja de Londres, instituída em 1717, estabeleceu o princípio deísta na Maçonaria.

Outros maçons, respeitadores da sua tradição, vinda da Maçonaria Operativa, discordaram dessa evolução e constituíram a Grande Loja dos Ancients (Antigos), apelidando os da Grande Loja de Londres de serem, erradamente, no seu ponto de vista, Moderns (Modernos).

Foi da tensão entre estas duas conceções da Maçonaria, uma declaradamente teísta, na esteira operativa, e outra assumidamente deísta, foi dos debates entre uma e outra, que se forjou a Maçonaria Moderna.

A Grande Loja dos Antigos, decisivamente influenciada por Lawrence Dermott, autor da compilação que constituía o conjunto de textos essenciais dos Antigos, o Ahiman Rezon, incluía nos seus rituais uma oração para ser dita pelos cristãos, onde se pedia a Deus, designadamente:
Dote-os (os novos Maçons), com a competência da sua Divina Sabedoria para que eles possam, com os Segredos da Maçonaria ser capazes de entender os Mistérios da Santidade do Cristianismo.

Os Antigos verberavam os Modernos por estes descristianizarem o ritual; os Modernos defendiam a inclusividade da Maçonaria a todos os crentes, qualquer que fosse a sua religião pessoal, qualquer que fosse a sua conceção do Criador.

Com a união das duas Grandes Lojas rivais, em 1813, na Grande Loja Unida de Inglaterra, venceu a conceção deísta da Maçonaria.

Portanto, hoje pode com correção afirmar-se que a Maçonaria é deísta. Deísta, porque, ao abrigo do princípio da assunção do Divino através da Razão, admite no seu seio todos os crentes, não apenas os que originalmente nela eram admitidos (cristãos). Deísta, porque ponto de encontro, denominador comum de todos os crentes, respeitando a crença individual de cada um. Neste sentido, deísta, porque não apenas cristã.

O primeiro judeu iniciado foi-o numa Loja de Londres, em 1732: Edward Rose. Só mais tarde vieram a ser iniciados Muçulmanos e depois seguidores de outras religiões.

Maçonaria deísta é, pois, a Maçonaria hoje correntemente aplicada, que aceita no seu seio crentes de todas as religiões. Não quer isto dizer que renegue a sua origem cristã. Não o faz. Designadamente, mantém, em especial em alguns dos Altos Graus, graus especificamente cristãos. Mas, mesmo esses, um não cristão que a eles queira aceder e não se sinta desconfortável com o ideário cristão neles expresso, pode recebê-los.

Uma última nota: quando se diz que a Maçonaria é deísta, não se pretende dizer, nem se aceita, que se destina exclusivamente a deístas. Porque apenas se exige crença num Criador, sendo despicienda qual é E COMO A ELA SE CHEGOU, na Maçonaria convivem fácil e proveitosamente deístas e teístas. Seja qual for a sua religião.

Também em Maçonaria a evolução se fez do teísmo para o deísmo, numa perspetiva de inclusão, nunca de exclusão. Por isso, a Maçonaria Moderna é deísta, sem prejuízo de ter no seu seio - e muito confortavelmente - muitos teístas. Porque ser, individualmente, teísta, deísta, católico, luterano, anglicano, calvinista, evangélico, judeu, muçulmano, hindu, etc., etc., etc. e ainda etc., desde que crente, é absolutamente indiferente!

Rui Bandeira