12 fevereiro 2008

Do UM


Há dias, numa troca de correspondência electrónica, o meu interlocutor interrogava-se e interrogava-me sobre os eventuais limites ou requisitos mínimos que a Maçonaria Regular colocasse na, para ela indispensável, crença num Ser Supremo. E, indo mais longe, interrogava-se e interrogava-me sobre diversas características ou concepções da Divindade que vira na Wikipédia e se seria admitida uma concepção fluida que considerasse o Universo, ou a Energia, como Deus. No fundo, fazia, de forma mais rebuscada a pergunta que toda a Humanidade faz ao longo dos tempos: Quem ou o que é Deus, qualquer que seja o nome que se lhe dá, Ser Supremo, Criador, Grande Arquitecto do Universo, etc.?

Enviei-lhe a minha resposta. Relendo-a, achei que valeria talvez a pena deixá-la também aqui.

Não há autoridade que fixe "requisitos mínimos" para o Ser Supremo, obviamente. Até porque, a haver, teria que ser mais "suprema" que o "Supremo"... As características do Criador são as que Ele tem e que nós não sabemos quais são. Esse é parte do Mistério da Vida e da Criação...

Todas as características que viu na Wikipédia são elocubrações humanas, cada uma tão válida ou tão errada quanto a anterior.

A concepção do Criador que cada um tem é tão válida como a do parceiro do lado.
Em termos de Maçonaria, no meu entender, o que divide a corrente Regular da Liberal é a aceitação desta de ateus.

E essa diferença torna-se crucial na medida em que dela depende a razão por que se trabalha e se busca o aperfeiçoamento.

Se se é crente, então procura-se seguir o Caminho Ético determinado ou que decorre do Plano e do Objectivo da Criação. Porventura como condição necessária para uma repurificação que permita a reunificação estrutural com o Princípio Criador - o que equivalerá à Vida Eterna, ao Paraíso, enfim, às várias formas de "recompensa" que as várias religiões apresentam.

O Maçon Regular procura aperfeiçoar-se para se transcender, para se aproximar do nível superiormente ético da Divindade. Busca a superação do humano na direcção do divino. E "assim se vai da lei da morte libertando", assim não teme a Morte, etapa da Vida como o Nascimento, o Crescimento, a Maturidade. Assim crê que a Morte não é o Fim e que depois algo há. Porventura não sabe o quê, mas sente, intui, acredita que quanto mais eticamente se tiver purificado e aperfeiçoado, mais bem preparado estará, chegada a altura, para cumprir mais essa outra etapa do Ciclo da Vida e da Criação.

O ateu, porque não crê na Divindade, acredita que a Morte é o Fim e que a Vida não tem outro sentido do que passar por aqui enquanto aqui se está. Então o seu sentido ético só existe na medida em que tem utilidade ao passar e estar por aqui. É um sentido ético utilitário.

Daí o eu entender que a Maçonaria Regular e a Liberal seguem o mesmo Caminho, mas a Maçonaria Regular vai mais além do que a Liberal.

Agora, não tenho eu, nem nenhum maçon, o direito de "determinar" como é a Divindade, quais as suas características, etc. Pela simples razão de que não Sei, só Creio. E não há razão para a minha Crença ser melhor do que a de qualquer outro. Daí que o que importa é que haja Crença, que se acredite na Vida para além da Morte e que se busque o significado da Criação e da Vida, procurando transcendermo-nos das nossas humanas limitações. Um pouco que seja.

A Maçonaria Regular é um espaço aberto a todos os crentes, independentemente da sua crença. A Maçonaria Liberal é um espaço apenas ético. A Maçonaria Regular é isso e algo mais.

Se se acredita que o Universo é Deus, então, como fazemos parte do Universo, nós somos parte de Deus. Resta saber que parte... Trabalhemos então para não ser meros detritos orgânicos da Divindade, radicais livres a esmaecerem a Sua pele e procuremos antes ser moléculas úteis...

Rui Bandeira

11 fevereiro 2008

José Manuel Severino, maçon leal


José Manuel Severino era jornalista de um diário matutino. Era um aficionado da Festa Brava, sabedor e entusiasta. Partilhava esse interesse com o Grão-Mestre fundador, Fernando Teixeira e com Manuel A. G., que foi o quinto Venerável Mestre da Loja Mestre Affonso Domingues.

O José Manuel Severino chegou à Loja Mestre Affonso Domingues pela mão do Manuel A. G. e com o beneplácito do Grão-Mestre fundador. Nutria por eles grande amizade. Devotava grande lealdade a Fernando Teixeira. Aquando da crise da secessão, era Companheiro. E acompanhou aquele, juntando-se-lhe e aos demais elementos que cindiram, na Casa do Sino. Essa sua decisão foi por todos respeitada e compreendida. Afinal de contas, a relação de amizade que mantinha com Fernando Teixeira, a devoção que lhe demonstrava, tornavam natural essa opção.

Fernando Teixeira acabou por não sobreviver muito tempo depois da cisão. Com o seu desaparecimento, José Manuel Severino deixou de ter motivação para continuar onde, por simples lealdade ao seu amigo, o acompanhara. E José Manuel Severino entendeu por bem regressar à sua Loja, regressar à Loja Mestre Affonso Domingues. Quando saíra e nas circunstâncias em que saíra, tinha ficado estipulado que a porta estava sempre aberta para quem quisesse regressar, quando o quisesse fazer. José Manuel Severino fez-nos saber que, cessada a razão que o levara a sair, liberto que estava do que a Lealdade lhe ditara, pretendia que o compromisso que a Loja tomara fosse honrado.

E foi-o, sem qualquer problema! Aliás, o único problema que se pôs foi que José Manuel Severino saíra Companheiro e regressava Mestre. Que fazer? Não reconhecer a sua Elevação e tornar a efectuá-la? A decisão tomada foi judiciosa. Não fazia sentido executa de novo a Cerimónia de Elevação a Mestre do Severino. Tal como a Iniciação, o significado da Cerimónia de Elevação para aquele que a ela é submetido depende muito da surpresa. Repetir a cerimónia mais não seria do que um estéril formalismo. Por outro lado, a informação que havia era que a Cerimónia de Elevação do Severino fora executada de forma ritualmente correcta. Portanto, optou-se por efectuar uma breve cerimónia de Regularização do grau conferido ao Severino, com prestação por este de compromisso, perante a Loja, de observância dos deveres inerentes ao grau de Mestre.

E, para satisfação de todos, o José Manuel Severino regressou ao seio da Loja Mestre Affonso Domingues. Com ele, tal como com outros, se concretizava o nosso sentimento de que uma vez um dos nossos, um dos nossos para sempre!

No ano seguinte ao seu regresso, assumiu um ofício. Normalmente, daí por mais um ou dois anos ingressaria na informal “linha de sucessão” que um dia o levaria à assunção do ofício de Venerável Mestre.

Infelizmente as circunstâncias não permitiram tal. José Manuel Severino não era já um jovem. A sua saúde deteriorou-se e deixou de poder comparecer em Loja com assiduidade. Um dia de Setembro – se a memória me não falha -, chegou-nos a notícia da sua passagem ao Oriente Eterno. Nessa ocasião, era eu quem assegurava o ofício de Hospitaleiro da Loja e, portanto, coube-me a mim representá-la nas suas exéquias.

De José Manuel Severino a memória que guardo é da sua Lealdade. Lealdade que o fez sair. Lealdade que, cessada a razão que o fizera sair, o levou a regressar.

José Manuel Severino foi um dos nossos. Recordo-o como um maçon leal. E aqui como tal o evoco.

Rui Bandeira

10 fevereiro 2008

Capturar o Vento

Meus Queridos Irmãos, visitantes, leitores habituais ou ocasionais, estamos no fim, do fim de semana.

É pois um bom momento para prepararmos a semana que está a entrar, para a grande maioria uma semana de trabalho e de preocupação. Este vídeo, certamente, será mais interessante para os que já forem avós, mas a sensibilidade não tem dono, nem idade apropriada, nem sexo, nem época.

É de todos, os que forem humanos. Os outros não, claro !

Aproveitem a dar uma olhada e se sentirem alguma coisa... guardem-no e voltem a ele sempre que as dificuldades parecerem intransponiveis. Pode ser um tubo de escape interessante. A questão é, se podemos "capturar o vento", e está provado que sim, então tudo é possível. É só querermos, imaginarmos, e fazer valer a nossa vontade.

É um anúncio ? E depois ? Vale menos por causa disso ?

Não (!), se calhar até vale mais porque o ambiente e a poupança da energia são uma boa causa.

Um abraço grande. Boa semana.

JPSetúbal

08 fevereiro 2008

O cão e o coelho

O texto que hoje aqui vos deixo é uma adaptação minha de um texto, de origem desconhecida, que circula por aí. Já o recebi várias vezes. Provavelmente alguns de vós também já o receberam mais de uma vez. Mas talvez agora, sem imagens, apenas com o texto, propicie a reflexão que merece. Enquanto procurava uma imagem para ilustrar o tema, verifiquei que já vários blogues publicaram variantes deste texto. É bom sinal: é sinal que vem tocando a muita gente. Também tem lugar aqui!

Era uma vez dois vizinhos. O primeiro vizinho comprou um coelhinho para os seus filhos cuidarem e com ele brincarem. Os filhos do outro vizinho pediram então ao pai que também ele lhes arranjasse um animal para eles cuidarem e com que pudessem brincar. O pai comprou-lhes um cão, um pastor alemão.

O primeiro vizinho mostrou-se preocupado que o cão pudesse vir a comer o coelho. O segundo vizinho sossegou-o, dizendo que certamente não iria haver qualquer problema, pois adquirira o cão ainda cachorro e este iria crescer habituado com o coelho e seriam bons amigos e companheiros de brincadeira, como os filhos de ambos os vizinhos eram.

E aparentemente o dono do cão tinha razão: ambos os animais cresceram juntos e tornaram-se amigos e companheiros de brincadeira. Era normal encontrar o coelho no quintal do cão e este no daquele.

Um dia, a família que tinha o coelho foi passar o fim de semana fora e deixou ficar o coelho sozinho.

Na tarde de domingo, a família que tinha o pastor alemão viu-o, horrorizada, entrar na cozinha segurando entre os dentes o cadáver imundo, sujo de terra, do coelho. Desgostados, deram uma tareia monumental ao cão.

Diziam uns para os outros que afinal o vizinho tinha razão nos seus receios e certamente iria culpá-los e responsabilizá-los pela morte do coelho. Decidiram procurar ocultar o acto do seu cão. Lavaram o cadáver do coelho, secaram-lhe o pêlo com o secador, deixaram-no limpinho e bem parecido e assim o puseram na sua casota, no quintal do vizinho. Parecia vivo e apenas dormindo uma soneca. Talvez os vizinhos pensassem que morrera durante o sono...

Entretanto, o cão, abandonado a um canto, desprezado, lambia tristemente as feridas e as pisaduras que sofrera com a grande sova que levara.

Pouco depois, sentiram chegar, regressada da viagem de fim de semana, a família dona do coelho. E alguns minutos após, ouviram as crianças a gritar. Já viram o coelho! - pensaram.

Cinco minutos depois, o vizinho batia-lhes à porta. Estava assustado. Parecia que tinha visto um fantasma. Estava branco como a cal da parede...

- O que foi? Que cara é essa?

- O coelho, o coelho...!

- Que tem o coelho?

- Morreu...!

- Morreu? Ainda hoje de manhã parecia tão bem...

- Morreu na sexta-feira!

- Na sexta???

- As crianças enterraram-no ao fundo do quintal, antes de partirmos de fim de semana. E agora reapareceu na casota, lavado e limpinho...!

A história termina aqui. O que aconteceu depois não importa! Mas a grande personagem da história é o pastor alemão. Imaginem-no, procurando ansiosamente desde sexta-feira o seu amiguinho coelho. Finalmente, na tarde de domingo, graças ao seu faro, encontrou o local onde estava enterrado. Escava-o, retira de lá o corpo do coelho e leva-o aos donos, talvez confiante e esperançado em que estes o conseguissem reanimar e fazer reviver...

Mas estes, que fizeram? Julgaram pelas aparências. Ignoraram todo o tempo de concórdia entre os dois animais. Julgaram! E julgaram mal! Porque não julgaram com todos os factos, antes com os seus preconceitos! Mas não se coibiram de julgar, de condenar e de castigar...

Quantas vezes tiramos conclusões erradas das situações, julgando-nos donos da verdade! E quantas vezes esse nosso injusto julgamento prejudica, fere alguém, assim vítima da nossa injustiça?

Que esta pequena história venha à mente de quem a ler sempre que estiver à beira de fazer um juízo precipitado e, talvez, injusto. E o faça respirar fundo, pensar melhor, informar-se mais, ponderar toda a informação. E continuará a poder então decidir! Porventura um pouco de calma e ponderação evitarão injustiças causadas por precipitação. E, afinal de contas, se houver culpados a punir, não serão mais uns momentos de ponderação, mais umas diligências de confirmação ou obtenção de dados, que impedirão a punição, agora com maior certeza de que não será injusta!

Rui Bandeira

07 fevereiro 2008

Porque se vai à Loja


A pergunta sobre as razões porque os maçons vão à Loja, gastando tempo que, não fora essa utilização, dedicariam à sua família, ao lazer ou a outras actividades a que se dediquem, tem tantas respostas quantos os maçons. Em boa verdade, cada um tem as suas razões para ir à Loja.

Uns vão em busca do conhecimento, dos ensinamentos que a Maçonaria proporciona.

Outros buscam o convívio, rever os seus Irmãos, com eles estar e partilhar um ágape, em amena cavaqueira.

Outros ainda procuram na Loja a estrutura que corresponde aos seus anseios de serem úteis à Sociedade e aos seus semelhantes, utilizando a Loja como meio de enquadramento da sua vontade de devolver à Sociedade um pouco do que esta lhes proporciona.

Também há os que vão à Loja simplesmente cumprir o seu dever de maçons, assegurar o cumprimento das obrigações que assumiram, efectuar as tarefas cuja execução assumiram.

Há também aqueles que, na Loja, no seu espaço, nos seus símbolos, no seu ritual, encontram espaços e tempos de comunhão com o Divino, com o Transcendente.

E existem também aqueles que anseiam por uns momentos de simples e pacata Paz, que procuram a companhia de seus Irmãos e a sua estada no espaço do Templo com confiança, encontrando um oásis de segurança e comunhão, que os compensam das agruras, dos desafios, da tensão da sua vida do dia a dia.

E outros buscarão coisas e estados e espaços diferentes.

O que a Loja tem afinal, de extraordinário é uma infinita capacidade de proporcionar a cada um o porto de abrigo, o espaço de segurança, o caminho de busca, o tempo de convívio, a estrutura de actividade ou contemplação ou investigação ou busca que cada um necessita.

O que, no fundo, a Loja é, é um espaço de suprema Liberdade e Tolerância, em que cada um pode realizar-se e deixar os outros realizar-se, cada um à sua maneira e segundo as suas características e necessidades. É um espaço de cooperação, em que cada um contribui para a realização e melhoria dos outros, beneficiando ele próprio do contributo dos demais. É um ponto de encontro, simultaneamente ponto de partida e encruzilhada de variegados interesses individuais, que constituem um rico interesse colectivo. É a bissectriz do individual e do colectivo, de tal forma equilibrada que permite que ambos cresçam e cooperem e mutuamente se alimentem. É, em suma, a Utopia possível, a concretização do inconcretizável, equilíbrio instavelmente estável de múltiplos interesses e egoísmos, numa matriz que a todos enquadra satisfatoriamente. É um delicado bordado de mil linhas e infinitas cores, executado por inúmeras mãos, extraordinariamente resultando numa harmoniosa composição. É tudo isto e ainda mais o que cada um quiser, desde que respeite os interesses e anseios dos demais e do conjunto por todos constituído.

Esta singular plasticidade da Loja faz dela um duradouro cimento que une homens de diferentes temperamentos, de diversas gerações, de divergentes culturas, de separadas religiões, de conflituantes convicções, gerando laços de solidariedade e confiança que imutavelmente duram há centenas de anos.

É por isso que sempre se marca bem, sempre da mesma forma, sempre com o mesmo ritual, a abertura dos trabalhos, delimitando invisível mas sensivelmente o espaço e o tempo e a cumplicidade da Loja e dos seus elementos em relação a tudo e a todos que lhes é exterior. É por isso que, findos os trabalhos, de novo, sempre e da mesma forma, se executa um ritual de encerramento, que marca o fechar e preservar desse espaço e tempo e cumplicidade próprios e exclusivos, preparando cada um para voltar a actuar no mundo exterior, só que mais forte, mais sabedor, mais capaz de ver beleza onde o olhar comum nada de especial vê.

A Loja é um espaço onde cada um dá o que pode e vai buscar o que necessita.

É por isso que cada um sabe porque vai à Loja e, afinal, existem tantas razões para um maçon ir à Loja como maçons existem à face da Terra.

Rui Bandeira

06 fevereiro 2008

Loja Luz do Oriente (Macau)

A Loja Luz do Oriente (Macau) é uma estrutura maçónica sediada naquele território outrora sob administração portuguesa, que trabalha sob os auspícios da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP. Trabalha no Rito Escocês Antigo e Aceite. Originada no Triângulo Luz do Oriente, criado pelo Decreto n.º 99 do Muito respeitável Grão-Mestre da GLLP/GLRP, reúne como "Loja Justa" (mas ainda não Perfeita) desde 6 de Junho de 2007. As suas reuniões têm lugar em Macau, no terceiro sábado de cada mês. Tanto quanto sei, o seu funcionamento ainda se baseará na autorização de funcionamento como Triângulo que o Muito Respeitável Grão-Mestre da GLLP/GLRP concedeu pelo mencionado Decreto, porquanto o seu processo de instalação não está concluído. Não dei conta ainda da publicação do Decreto de Constituição da Loja e atribuição do respectivo número e, naturalmente, a respectiva carta-patente estará por emitir, faltando ainda realizar a devida Cerimónia de Consagração.

Um Triângulo funciona com um mínimo de três elementos e busca, precisamente, criar as condições para a criação de uma Loja. A partir da altura em que um Triângulo adquire a dimensão necessária para se transformar em Loja, pode-se iniciar o respectivo processo de Constituição e Consagração como tal. Desde meados de 2007 que o número de maçons agrupados no Triângulo Luz do Oriente será suficiente para ocorrer a sua transformação em Loja. Daí a menção de que estará, desde essa altura, a funcionar como "Loja Justa" (mas ainda não Perfeita). Em bom rigor, a designação como "Loja" ainda não será adequada, pois ainda se trata de uma "Loja em constituição", mas compreende-se o anseio e a motivação...

Como sei eu tudo isto? Através do blogue Loja Luz do Oriente (Macau) e do primeiro texto nele inserido, em 17 de Janeiro último! O blogue é escrito em inglês. Em português, só encontrei o segundo texto do blogue, que dá algumas referências sobre o Muito Respeitável Grão-Mestre. Mas o título do texto está em inglês (The Grand Master of Our Lodge)...

É um blogue que, estando ainda no seu início - menos de um mês de existência - apresenta uma assinalável frequência de textos, treze entre 17 e 31 de Janeiro - o A Partir Pedra publicou quinze textos no mesmo período. E, até segunda-feira última, três em Fevereiro, tantos quantos os textos publicados em igual período no A Partir Pedra. Uma frequência de publicação, similar à deste blogue, que se espera continue no mesmo ritmo.

É para nós uma satisfação muito grande darmos conta do aparecimento de mais um blogue ligado a uma Loja (por enquanto ainda formalmente um Triângulo) da GLLP/GLRP. Neste caso, em dois pontos quase opostos do globo, em duas línguas diferentes, duas estruturas trabalham sob os auspícios da GLLP/GLRP, no mesmo rito e ambas procurando que o seu trabalho resulte na Glória do Grande Arquitecto do Universo.

O blogue, no espaço dedicado aos atalhos, sob a designação de Lodge Affonso Domingues, disponibiliza um atalho para o A Partir Pedra. Bom, em bom rigor, no momento em que escrevo, o atalho aponta para o arquivo de Março de 2007 do A Partir Pedra, mas certamente que oportunamente será corrigido o endereço, de forma a apontar para a página de entrada do nosso blogue...

Os textos publicados são interessantes e informativos. Vale a pena passar a diariamente consultar este blogue, que, a partir de agora, vai passar a constar da nossa lista de atalhos.

Rui Bandeira

03 fevereiro 2008

TIPOS DE MAÇOM

Continuando a aproveitar o descanso do "guerreiro" e o tempo disponivel do fim de semana, cá estou mascarado de trabalhador.
Um dos anteriores VM da Mestre Affonso Domingues enviou-me uma lista de definições de Maçon, anotando que em alguma dessas definições deveria estar incluido.
Claro que o nosso querido LRD está incluido numa delas, e para castigo dele mas alegria nossa, incluo-o na última !

A mensagem que Ele me enviou é a que segue:


Como em todas as Organizações, podemos afirmar que também na Maçonaria não somos todos iguais. Existem, informalmente, diversos tipos de maçons que se caracterizam pelos seus comportamentos. De conformidade com as suas maneiras de se comportarem em relação à Instituição, vários tipos de Maçom vamos evidenciar.

SUPERMAÇOM - Este é o que conhecemos, geralmente, como um figurão . Como sempre, amável e educado. Na vida profana ocupa posições de relevo; talvez por isso não tenha tempo nem se sinta obrigado a frequentar os nossos trabalhos. A Tesouraria quase sempre está em dificuldades com ele; entretanto, sempre tem os seus defensores devido à posição de destaque que ocupa no mundo profano.

MAÇOM SATÉLITE - Também não é amigo da frequência, mas é prestimoso, amável, contribui sempre e generosamente quando solicitado. Não emite opiniões, não vive a vida da Loja, não procura criar casos. Embora prime pela ausência, os Responsaveis nunca estão dispostas a enquadrá-lo porque no fim das contas é um bom sujeito, sempre disposto a colaborar, sempre pronto a ajudar um Irmão.

MAÇOM ENCOSTO - Também conhecido como irmão coitado, é carinhoso, chegado, gosta de se fazer de vítima, para ter apoio ou conseguir favores, que às vezes nem necessitaria realmente, aluga a Loja, mas na hora em que se precisa do retorno, ainda não retornou.

MAÇOM 'NÃO SEI PORQUE' - 'Não sei porque ele ainda é maçom; nem você, e talvez nem ele saiba'. Não comparece; não colabora; dá trabalho ao Tesoureiro; critica o que se faz e o que deixou de ser feito; ninguém sabe por que ele entrou e como conseguiu galgar os diversos graus; porque ali permanece e porque demoram em eliminá-lo.

MAÇOM 'PASTOR' - É aquele que se acha a última reencarnação Crística, quando começa a falar não pára mais, deveria fundar uma seita e não pertencer a Maçonaria; não aceita contradições, 'conhece tudo', 'sabe tudo' ou já 'viveu isso', quer que os irmãos pensem que existem duas maçonarias, antes e depois de sua iniciação, fala pelos cotovelos e não diz nada, poderia ser chamado de Maçom Enche Saco!

MAÇOM DA SEGUNDA-FEIRA - Também poderia ser chamado de Maçom Standart. Comparece pontualmente a todas as reuniões. Maçonaria para ele se resume nisso: fica no seu lugar, não quer encargos, comissões, enfim não quer trabalhar. Não apresenta propostas; não entra em debates, discussões; nunca apresenta trabalho de cunho maçónico. Participa das votações porque é obrigado. O único serviço que presta à Loja é ser pontual com a tesouraria e dar boa referência às reuniões.

MAÇOM CIFRÃO - Também conhecido como Maçom Comercial, é aquele que está na Maçonaria apenas para vender o seu peixe, os irmãos não passam de clientes, comparece pontualmente a tesouraria para mostrar que está bem, não conhece nada de maçonaria, não lê nada, não faz nada que não venha a render alguma medalha cunhada.

MAÇOM BUFÃO - É aquele que não leva ninguém a sério, muito menos a Maçonaria, é alegre, de conhecimento profundo, só piadas, seria um excelente irmão se vivessemos apenas de ágapes.

MAÇOM COMUM - É aquele Maçom que comparece, ajuda, estuda, realiza na vida profana e familiar, esta sempre a disposição quando solicitado, não se envolve em confusões, nem as cria, é o verdadeiro obreiro, um óptimo espelho para os outros.

MAÇOM DONO DA BOLA - Geralmente ex-veneráveis forçados, não conseguem deixar o cargo e não largam o pé do actual Venerável Mestre, e quando possível fazem questão de dizer que na sua gestão era assim ou assado. Melhores que eles para dirigirem a Loja, ninguém. Acham-se donos da Loja, não admitem que se faça nada sem sua autorização ou consulta, e se isso acontecer, ficam contra o projecto. Irmãos de verdade para eles, somente aqueles que os apoiam.

MAÇOM DEDICADO - Finalmente o Maçom com 'M' maiúsculo, sem subtítulos. Comparece às reuniões, vive os problemas da Loja, procura trabalho. Não rejeita encargos nem tarefas, aponta erros, aplaude êxitos. Assume responsabilidades sem segundas intenções. Não procura impor as suas opiniões. Muitas vezes se aborrece, se desilude, mas, na próxima sessão, lá está de novo incansável. É o 'que carrega a Loja às costas'. Procura estudar os rituais, o simbolismo, a filosofia maçónica. Não vive a exaltar os seus feitos para chamar atenção, nem a criticar os outros. O que seria da Loja e da Maçonaria se não existisse esta consciência?
.
Como se constata não há diferenças entre os possíveis tipos de Maçon e os de profano.
E porque deveria haver ?
A massa é a mesma, portanto a Maçonaria só pode refletir o mundo exterior, desejavelmente para muito melhor. O que lamentamos profundamente é que o "mundo exterior" não reflicta a Maçonaria.
A Humanidade seria mais justa e feliz.
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JPSetúbal