19 agosto 2007

Desafio - Da Justiça Maçonica

Escrevo hoje (Domingo) porque sei de antemão que amanhã segunda será muito dificil encontrar tempo para postar, e como meu compromisso é 1 post por dia excepto fim de Semana e Feriado.

O nosso leitor Simple ( de identidade blogueira apenas) é tudo menos simples nas suas perguntas.

Cabe-me a mim dar respostas simples a perguntas complicadas.

A pergunta (com respectiva introduçao e considerandos)

Simple disse...
Caros: Já que prorrogaram o prazo, aqui seguem mais umas.

Li não sei bem onde (tenho que passar a ser mais organizado com os meus bookmarks...) que um maçon deverá resolver eventuais litígios com outros maçons dentro da Maçonaria, sem recurso aos tribunais civis.
Deverá, em princípio, aceitar a mediação do Mestre, mas encontrei referências a um tal "Tribunal Maçónico".
Ora, tanto quanto sei, a Maçonaria Regular pauta-se pelo escrupuloso cumprimento do ordenamento jurídico dos países em que se encontra implantada.
Assim, deveriam bastar-lhe os tribunais civis - a não ser que, à semelhança dos tribunais desportivos, as partes optem explicitamente por um sistema próprio.
Assim sendo, ficam as questões:- A Maçonaria Regular tem um Tribunal?- Para que serve?- Se existe, em que medida pode o seu âmbito colidir com o dos tribunais civis?- Os processos também demoram anos a ser julgados, acabando por prescrever? ;)Um abraço,Simple Aureole


Antes de mais uma correção.

Não prorrogaram ( plural) o prazo - prorroguei (singular) o prazo, logo Caros tem um s a mais.

Em todas as organizaçoes há a necessidade de regular determinado tipo de acçoes e de comportamentos, nomeadamente estipulando quais as consequencias do nao cumprimento.

Exemplo: O pagamento de quota pecuniaria é obrigatório. O nao pagamento tem uma repercussão.

Na Maçonaria Regular isto acontece também.

APenas posso falar do caso da GLLP, pois as estruturas sao distintas ( o poderão ser) de Grande Loja para Grande Loja.

Em Portugal existe um orgao eleito que administra a Justiça maçónica. Actua como primeira instancia quando o nao cumprimento é a um determinado nivel hierarquico, ou como orgao de recurso para decisões aplicadas em Loja.

Das decisões deste Orgao cabe recurso para o pleno da Grande Loja, ou seja para a Assembleia de Grande Loja.

Em caso algum saõ apreciados processos do foro civil, sendo apenas apreciados os resultantes do incumprimento das normas Maçonicas.

Os procedimentos de justiça têm tempos de resoluçao que estão fixos em regulamento próprio e que consequentemente impedem o arrastar no tempo dos ditos processos.

Concluindo:
A Maçonaria Regular administra justiça maçonica apenas.
Sendo de foro interno, nao creio que colida com a Lei Civil.
Os prazos estao estipulados para nao permitir o arrastamento dos processos.
De todas as decisões cabe recurso ao Orgao acima, sendo a decisao definitiva e sem recurso a proferida pela Asembleia de Grande Loja - orgão máximo da Grande LOja.


José Ruah

17 agosto 2007

Foi diferente ou o relato de uma pescaria

Pois caros eis-me de volta.

O Dia até correu muito bem, apenas que foi diferente do pensado.

Chegados à Ericeira pela fresca, 7h00, e estava bem fresco a essa hora, o Mestre da Embarcaçao ( sim que ha muito mais Mestres que aquilo que se pensa) disse-nos que face ao vento e à ondulaçao e estado do mar não iriamos sair.

E nao serviu de nada tentar convencê-lo. Nao saimos e pronto. O melhor que conseguimos foi marcar outra data para a Semana, e solicitar-lhe que fizesse o favor de nos telefonar na vespera a confirmar.

Posto isto o retorno à base, casa dos meus pais em Colares, era a solução. Pelo caminho decidimos que se o dia era de peixe e que se nao o tinhamos conseguido no mar o conseguiriamos seguramente no Mercado.

Eu fiquei na base e o restante da comitiva, Pai + Sobrinhos + 2 amigos da familia, foram nessa expedição.

Retornados com umas sardinhas, bem gordas e com optimo aspecto, foi altura de o Mestre Assador ( eu proprio) entrar em acção.

Foi um daqueles almoços em que saimos da mesa lá para as 5 da tarde, já nem tanto por estarmos a comer mas porque a conversa fluiu.

No retorno a casa a dificuldade de guiar, porque o sono era grande fruto do cansaço ( nunca do alcool porque praticamente nao bebo), mas la cheguei.

Veremos com corre a proxima.

Jose Ruah

15 agosto 2007

Descanso

Caros Leitores


Acabei de decretar, e acreditem tenho poderes para isso. Foi um voto por unanimidade.

AS decisoes sobre o blog sao tomadas por maioria entre o Rui Bandeira, o JPSetubal e eu. ( na verdade sao sempre unanimes)

Ora estando eles ausentes sobrei eu.

Amanha quinta feira 16 de Agosto este blog ( se nenhum dos demais escritores decidir postar) está fechado.

A razão é simples, vou à pesca com a familia ( Pai e Sobrinhos). Vamos logo pela fresca ( 6H00 ) ali para a Ericeira onde embarcaremos num sumptuoso Navio.

A esperança é estar ai pelas 15H em frente ao assador a dar o devido destino ao produto.

Depois vos contarei.

Até lá vao escrevendo as vossas perguntas que eu responderei .

José Ruah

14 agosto 2007

Desafio - primeiro balanço

Passadas as duas semanas sobre o lançamento do Desafio, e em jeito de balanço, creio que a coisa correu bem.

Até hoje ( e com este) sao 11 posts e 27 comentarios.

Quatro leitores perguntadores : Profano, Escriba, Helio e Simple

Varios temas tratados, alguns melhor outros pior, outros nada, mas é mesmo assim.

Aos meus perguntadores o agradecimento que se impoe.

Aos leitores a pergunta - porque razao nao passam a perguntadores ?


Assim sendo e face à experiencia vou prolongar até ao final do mês este desafio.



José Ruah

13 agosto 2007

Desafio - falar ou nao falar

Depois e um fim de semana em que nao escrevi, à semelhança do anterior, aqui volto para responder aquela que penso ser a unica questão pendente neste momento.

O nosso leitor Simple disse...

Caro José:

(...)
Já agora, ouvi dizer que, em algumas Lojas, os Aprendizes passam o primeiro ano em silêncio (durante os trabalhos), e só após este período lhes é dada palavra. Mais, que quem fala tem que adoptar uma posição fisicamente incómoda de forma a não se alongar demasiado no discurso. É verdade? Quer contar-nos mais sobre isto?Um abraço,Simple Aureole


Temos aqui duas questões:

Quem pode usar da palavra ?

Quando pode, como pode, e quanto tempo pode?


Apenas os obreiros com o grau de Mestre podem fazer uso da palavra. Isto quer dizer que um obreiro nao usara da palavra durante o tempo que passar na condiçao de Não Mestre e isso pode ser 1 dia, 1 semana, 1 mês, 1 Ano, 1 decada ou 1 Seculo.


Quanto à segunda pergunta.

A minha ja longa experiencia destas andanças permite-me dizer que a unica maneira de controlar os tempos de intervençao falada individual ( exceptuando a dictatorial) é o auto controlo.

As posiçoes desconfortaveis são mitos. Embora para falar seja necessario esperar pelo momento em que a palavra pode ser concedida, e solicitar essa mesma palavra, usando-a de pé e com respeito e educaçao.

Jose Ruah

10 agosto 2007

Desafio - Resposta sobre a subtileza

O nosso Leitor Escriba disse...

Meu caro José, antes de mais quero agradecer a atenção que dispensaste a esta minha questão. No que concerne á segunda, a da subtileza, tem que ver com uma reportagem que deu na Sic Noticias, onde aparecia o Grão Mestre do GOL e um ex-Grão Mestre da GLRP, onde explicaram as diferenças entre as obediências. Essa explicação remeteu para uma pesquisa onde encontrei a tal enfase das obediências em motes diferentes, o GOL na Liberdade, Igualdade e Fraternidade e a GLRP na Sabedoria Força e Beleza. Isto terá que ver com a GLRP ser mais conservadora, não sei se será o termo, pois o GOL existe há muito mais tempo. De não ter percebido bem a nuance dos motes é que decorreu esta minha iniciativa de aqui colocar a questão. No GOL iniciam-se ateus e agnósticos, nas palavras do seu Grão Mestre, na GLRP não. Não sei se me fiz entender bem, mas foi o que se arranjou.


Começaria por recomendar a leitura de textos publicados aqui no blog e que poderá encontrar procurando nos "labels" Antigos Deveres , Landmarks .

Mas na verdade a nuance tem a ver com a Regularidade sendo que de facto a Grande Loja, ao ser mais retritiva na admissão, no sentido de apenas admitir quem acredite num Ser Supremo, e ser também mais restritiva no que concerna à discussão de temas politicos e religiosos em Sessão de Loja, está mais virada para os valores tradicionais que para os valores emergentes da Revoluçao Francesa.

Não que estes nao sejam praticados, apenas que ritualisticamente e no posicionamento A Sabedoria, Força e Beleza sejam mais o mote.


Jose Ruah

09 agosto 2007

Desafio - resposta Simple ou talvez nao

O nosso leitor Simple disse...

Tanto quanto consegui apurar, e parafraseando o Shrek que dizia que "os ogres são como as cebolas, às camadas", a maçonaria também é assim: a cada grau são desvendados novos "segrados". Ora, por não a entender, faz-me confusão a razão de ser de tal realidade, e foi acima de tudo essa a razão da minha pergunta sobre o segredo.
De facto, a maioria dos "ramos de conhecimento" (à falta de melhor termo), seja este de natureza científica, religiosa, filosófica, etc, desvenda integralmente todo o seu conteúdo.
Este pode, porém, ser inútil a quem não tenha os conhecimentos prévios para o entender, mas essa questão é outra, e não impede o acesso à informação.
O único exemplo de "religião" que conheço em que este conhecimento "por camadas" e respectivo segredo existe é o da Cientologia, que me absterei de comentar, apenas dizendo que não creio ter a Maçonaria absolutamente nada que ver com a mesma, pelo que estranho o facto de partilharem deste "método" de transmissão de conhecimento.
Em suma: para além do segredo sobre os sinais de reconhecimento e sobre a identidade dos irmãos - que são sobejmente conhecidos e entendidos - de que aproveita e para que serve o segredo entre graus?
Um abraço,
Simple Aureole

Pois é ! ir buscar razões complicadas para explicar coisas simples dá, na minha modesta opinião, muito trabalho e confusão.

Como funcionavam as confrarias dos Maçons Operativos ?

Exactamente assim, os segredos eram comunicados passo a passo, e assim se mantinha uma cadeia de comando.
Apenas havia um Mestre em cada Loja operativa.

Ora a Maçonaria especulativa reclama-se a continuadora da Maçonaria Operativa, que coisa mais normal que a de manter os mesmos costumes e tradições.

A Maçonaria incorporou também os esoterismos de Ordens de Cavalaria, que como sabemos se regiam por hierarquias bastantes rigidas com o conhecimento dos segredos a ser numa " need to know basis".

Ofereço-lhe aqui uma explicaçao absolutamente simples.

José Ruah