Pontuação
Hoje trago-vos duas variantes do tema "diferentes pontos de vista". O primeiro reconheço-o como ajustado. Sendo advogado, há muitos anos que estou habituado a que, nos pleitos judiciais existam, pelo menos, três verdades - e, infelizmente mais vezes do que seria desejável, quatro. O segundo é um trocadilho com alguma piada e que serve para bem ilustrar a moral tirada. Obtive ambos através de uma mensagem de correio eletrónico recebida do Brasil.
Um professor de Direito dizia o seguinte:
Todos os processos têm quatro verdades.
1 - A verdade do seu cliente, que você irá defender.
2 - A verdade da outra parte, que o outro advogado irá defender.
3 - A verdade do juiz, que a terá com base no que os advogados conseguiram convencê-lo, e perpetuará (sentença).
4 - A verdade verdadeira, o que realmente aconteceu de facto !!!!!!!
Resultado:
A verdade está em acreditar naquilo que julgamos ser verdade, e cada indivíduo tem a sua, com base no seu caráter, educação e meio no qual vive. Pontue a sua vida!
E agora a segunda historieta:
Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta. Escreveu assim:
'Deixo os meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres.'
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixou a fortuna?
Eram quatro concorrentes.
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
Deixo os meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa para a sardinha dele:
Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.
Moral da história:
Assim é a vida. Pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz toda a diferença. Pontue
corretamente sua vida, para não dar margem a erros de interpretação.
Quantos mal-entendidos proporcionamos por termos descurado pontuar devidamente as nossas ideias? E, no entanto, somos nós que somos responsáveis por deixar claro o que pensamos! Se os outros interpretarem mal o que dissemos, o erro foi nosso, não deles. Cabe-nos a nós garantir que as nossas intenções são bem percebidas.
Quando chegamos a um novo local, quando nos integramos num novo grupo, devemos ter em consideração a forma como esse grupo comunica entre si, o significado que atribui a expressões e comportamentos. Nem sempre é o mesmo a que estamos habituados. Nem sempre é fácil discernir. E somos nós que temos de nos adaptar ao ambiente, não é este que se adapta a nós...
Por isso, assisada é a postura da Maçonaria quando exige que os novos que entram na Loja e na Obediência sigam um período alargado de silêncio. Para que observem, além do mais, a forma e os códigos de comunicação praticados pelo grupo. para que tenham tempo de os identificar e saibam utilizá-los. Para que, quando falarem, não haja erros (ou haja o mínimo possível de erros) na interpretação do que se quis dizer e do que se pensa e é.
É certo que só em reunião formal vigora esta regra do silêncio. Mas avisado andará o neófito se também fora de reunião se resguardar, se ouvir mais do que falar, se corresponder mais do que sugerir. Terá tempo de se adaptar e não correrá o risco de ser mal interpretado, de a sua postura ou as suas ações serem tidas pelo que não são. A ânsia de se mostrar útil é compreensível, mas pode ser mal interpretada, como desejo de se destacar, de reconhecimento. E isso pode conduzir a mal-entendidos que dificultem o pretendido: uma boa integração. Afinal de contas, dar tempo ao tempo é essencial para que o recém-chegado conheça o grupo, mas também para que o grupo conheça o recém-chegado. E atrás de tempo, tempo vem...
Por outro lado, quando já estamos num grupo e acolhemos um novo elemento, devemos redobrar a nossa tolerância e evitar primeiros juízos, baseados em impressões que podem ser enganadoras. Os códigos de conduta a que estamos habituados ainda não foram apreendidos pelo recém-chegado. A vontade deste de se integrar bem e depressa pode dar-nos falsa impressão de gosto por protagonismo, afinal inexistente. Somos nós , os que acolhemos, quem tem de evitar juízos precipitados. e, no fundo, os responsáveis pela harmoniosa integração do recém-chegado. Se essa falhar, não foi ele quem falhou, fomos nós!
Portanto, pontuemos sempre a nossa vida, as nossas ações e as nossas palavras para não sermos mal interpretados. E tenhamos cautela na apreciação das palavras e ações dos outros, particularmente daqueles que ainda não conhecemos bem, para evitar interpretá-las mal e cometer injustiças.
Rui Bandeira
Um professor de Direito dizia o seguinte:
Todos os processos têm quatro verdades.
1 - A verdade do seu cliente, que você irá defender.
2 - A verdade da outra parte, que o outro advogado irá defender.
3 - A verdade do juiz, que a terá com base no que os advogados conseguiram convencê-lo, e perpetuará (sentença).
4 - A verdade verdadeira, o que realmente aconteceu de facto !!!!!!!
Resultado:
A verdade está em acreditar naquilo que julgamos ser verdade, e cada indivíduo tem a sua, com base no seu caráter, educação e meio no qual vive. Pontue a sua vida!
E agora a segunda historieta:
Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta. Escreveu assim:
'Deixo os meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres.'
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixou a fortuna?
Eram quatro concorrentes.
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
Deixo os meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa para a sardinha dele:
Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.
Moral da história:
Assim é a vida. Pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz toda a diferença. Pontue
corretamente sua vida, para não dar margem a erros de interpretação.
Quantos mal-entendidos proporcionamos por termos descurado pontuar devidamente as nossas ideias? E, no entanto, somos nós que somos responsáveis por deixar claro o que pensamos! Se os outros interpretarem mal o que dissemos, o erro foi nosso, não deles. Cabe-nos a nós garantir que as nossas intenções são bem percebidas.
Quando chegamos a um novo local, quando nos integramos num novo grupo, devemos ter em consideração a forma como esse grupo comunica entre si, o significado que atribui a expressões e comportamentos. Nem sempre é o mesmo a que estamos habituados. Nem sempre é fácil discernir. E somos nós que temos de nos adaptar ao ambiente, não é este que se adapta a nós...
Por isso, assisada é a postura da Maçonaria quando exige que os novos que entram na Loja e na Obediência sigam um período alargado de silêncio. Para que observem, além do mais, a forma e os códigos de comunicação praticados pelo grupo. para que tenham tempo de os identificar e saibam utilizá-los. Para que, quando falarem, não haja erros (ou haja o mínimo possível de erros) na interpretação do que se quis dizer e do que se pensa e é.
É certo que só em reunião formal vigora esta regra do silêncio. Mas avisado andará o neófito se também fora de reunião se resguardar, se ouvir mais do que falar, se corresponder mais do que sugerir. Terá tempo de se adaptar e não correrá o risco de ser mal interpretado, de a sua postura ou as suas ações serem tidas pelo que não são. A ânsia de se mostrar útil é compreensível, mas pode ser mal interpretada, como desejo de se destacar, de reconhecimento. E isso pode conduzir a mal-entendidos que dificultem o pretendido: uma boa integração. Afinal de contas, dar tempo ao tempo é essencial para que o recém-chegado conheça o grupo, mas também para que o grupo conheça o recém-chegado. E atrás de tempo, tempo vem...
Por outro lado, quando já estamos num grupo e acolhemos um novo elemento, devemos redobrar a nossa tolerância e evitar primeiros juízos, baseados em impressões que podem ser enganadoras. Os códigos de conduta a que estamos habituados ainda não foram apreendidos pelo recém-chegado. A vontade deste de se integrar bem e depressa pode dar-nos falsa impressão de gosto por protagonismo, afinal inexistente. Somos nós , os que acolhemos, quem tem de evitar juízos precipitados. e, no fundo, os responsáveis pela harmoniosa integração do recém-chegado. Se essa falhar, não foi ele quem falhou, fomos nós!
Portanto, pontuemos sempre a nossa vida, as nossas ações e as nossas palavras para não sermos mal interpretados. E tenhamos cautela na apreciação das palavras e ações dos outros, particularmente daqueles que ainda não conhecemos bem, para evitar interpretá-las mal e cometer injustiças.
Rui Bandeira
2 comentários:
Se não fosses advogado só podias ser advogado !!!!
BFS
Diria mesmo mais...
Se não fosses advogado só poderias ser advogado !!!!!!!!!!!!!
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